segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

LEGALIZAR A PROSTITUIÇÃO?

É URGENTE COMBATER AS CAUSAS E AS CONSEQUÊNCIAS DA PROSTITUIÇÃO
Fala-se por aí em legalizar a prostituição. Confesso que tenho muitas dificuldades em aceitar essa legalização. Como outras. Legalizar uma actividade como essa, que existe como sempre existiu, repugna-me imenso. Isto porque se trata de aceitar, com toda a naturalidade, uma actividade desumana e ofensiva da dignidade da mulher, mas também do homem. Antes, todos devíamos lutar para que as mulheres tivessem trabalho e condições para não caírem nessa forma horrível de escravatura.
A presidente de O NINHO (instituição que há 33 anos combate a prostituição), Inês Fontinha, disse no PÚBLICO de domingo que a tentativa de legalizar a prostituição "é completamente errada", mesmo quando baseada na "ideia da saúde pública". E acrescenta: "Sei que não quero esse projecto de vida para a minha filha, porque o hei-de querer para as filhas dos outros?"
Ao defender um debate sério, denuncia que a legalização apenas beneficiaria o "proxenetismo organizado", enquanto lembra que não há necessidade de um enquadramento jurídico para a prostituição, mas sim de medidas de prevenção e de reinserção social que combatam "as causas e as consequências" desta forma de escravatura.
Tem razão. Mas será que os políticos que fazem as leis têm sensibilidade para isso?
F.M.

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