A fronteira da morte
sempre me impressionou
de forma interpelante
A fronteira da morte sempre me impressionou de forma interpelante. E agora?, pensava. Sinto-me só face aos desafios da vida Tenho de resolver problemas que não esperava, nem dependiam de mim. Recorro à memória e configuro o rosto dos meus familiares. Peço-lhes que me digam algo, me deem um sorriso, me inspirem uma solução. E o que recebo é um silêncio profundo, definitivo, que procuro interpretar.
Ressoa, então, o eco das suas vidas, das conversas havidas, das respostas dadas para as situações com que nos deparávamos. E a memória faz-se presença e a saudade encontro e comunhão. Nasce o desejo de entrar em contacto com eles, de os abraçar, de conhecer a sua sorte, de experienciar a qualidade da sua vida nova.