Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum
Uma figueira constitui o recurso pedagógico a que Jesus “lança a mão”, nos seus ensinamentos, sobre o que irá acontecer no final dos tempos: a instauração do reinado de Deus na humanidade, a realização das promessas. “Será um processo lento e longo no qual o Deus humanizado em Jesus se fará presente entre os humanos, até humanizar este mundo libertando-o da desumanização que origina tanto sofrimento e opressão” (J. M. Castillo, La religión de Jesús, Ciclo B, De Brouwer, 2017). A convulsão cósmica que culmina os acidentes marcantes da história humana é narrada nas fases da vida da figueira.
Os discípulos estão habituados a observar o que acontece com ela nas várias estações do ano. Sabem que é a última árvore a desabrochar os rebentos nos ramos e a cobrir-se de folhas, deixando a letargia da hibernação e abrindo-se às novas aragens dos começos do Verão. E sabem também que, só depois, virão os figos apreciados e saborosos. Antes, porém, passa por fases de total despojamento, fustigada pelas forças agressivas e devastadoras de vendavais e chuvas intensas. Paciente, o agricultor observa os sinais da evolução do ritmo normal da vida “congelada” e, confiante, aguarda a hora promissora da nova estação. Mc 13, 24-32.