Reflexão de Georgino Rocha
O dinheiro é um senhor poderoso, forte concorrente dos valores que humanizam o coração e dão sentido à convivência organizada em sociedade de iguais em dignidade. Valores compendiados por Jesus de Nazaré no projecto de Deus que está em realização. A história tem registos eloquentes que evidenciam a força do dinheiro e quanto de bom e de ruinoso se faz pela sua posse e gestão. Os discípulos são cuidadosamente advertidos desta possibilidade e convidados a ver mais longe, a manter o coração livre para servir a Deus e amar os que Deus ama.
O elogio à esperteza é feito por um proprietário rico a um seu administrador desonesto. E surge na narração de uma parábola de Jesus sobre o uso dos bens materiais. Visa despertar o entusiasmo dos discípulos para procederem de igual maneira. E aponta claramente para a urgência de, perante situações de risco e de crise, saber encontrar soluções criativas e sensatas.
Os adversários de Jesus riem-se dos seus ensinamentos sobre o dinheiro, considerado por eles como uma bênção de Deus, um sinal da sua providência, uma garantia de predestinação. Quase absolutizavam a sua posse e ostentação. Sem olharem muito à licitude dos meios para o alcançar. E assim, a gente humilde mais empobrecia, enquanto uma minoria, alavancada numa interpretação deficiente da Escritura Sagrada, enriquecia cada vez mais.