Palácio de Catarina Pushkin |
Grande sala do Palácio de Catarina |
Catedral dos 12 Apóstolos |
Catedral da Assunção |
Catedral da Anunciação |
Catedral de S. Miguel |
Antes de dizermos adeus a S.
Petersburgo, ainda demos um passeio de barco, pelos românticos canais do rio
Neva, donde pudemos ter outra perspetiva da monumentalidade desta urbe. Aqui,
associei esta Veneza Russa, como lhe chamaram, à nossa Veneza Portuguesa onde
os passeios de moliceiro estão a dar cartas e a rentabilizar a nossa ria de
Aveiro.
Ainda visitámos o Palácio
Nicolaevsky, onde assistimos a um espetáculo de folclore. Aí, sim, foi exibido
o melhor do ballet russo, na performance de grandes artistas: o colorido da
indumentária, a flexibilidade e contorcionismo de jovens bailarinos,
arrebataram os espetadores.
Além do Peterhof, nos
arredores de São Petersburgo, encontra-se uma série de residências palacianas
que foram utilizadas pela nobreza czarista durante o período do Império Russo
em que São Petersburgo foi capital. Dentre eles, destaca-se o chamado Palácio
de Catarina situado na cidade de Pushkin, ao Sul de São Petersburgo, cujo nome
é dedicado à esposa de Pedro o Grande, Catarina I.
Aquela cidade foi conhecida
durante a maior parte do período imperial pelo nome de Tsarskoye Selo (Царское
Село), que significa “aldeia dos czares” em russo.
Durante o período soviético,
a cidade mudou o nome para Pushkin, o principal poeta russo que, juntamente com
Lemonosov, é considerado um dos pais da língua russa moderna. Apesar de ser
moscovita, Pushkin passou grande parte de sua vida na cidade de São Petersburgo,
onde faleceu, vítima do duelo com o nobre francês Georges d’Anthès, que havia
cortejado a sua esposa. Longe vão os tempos em que a honra era um valor a
defender, com unhas e dentes...aqui, com espada.
Detivemo-nos na sala decorada
com placas de âmbar, abundante na costa do Mar Báltico e que serviu de elemento
decorativo do aposento. É deslumbrante!
A belíssima arquitetura do
Palácio prolonga-se pelo parque circundante em que os jardins têm a influência
dos chamados jardins à l’anglaise. São bosques, onde se pode passear entre
bétulas e abetos, lagos, pontes, esculturas… Nostalgia do meu bosque! Nunca
tinha visto uma bétula, ao vivo! Vi-as em larga escala, no seu habitat natural
– clima frio e seco. Árvores esguias de tronco esbranquiçado.
É comum atribuir a génese das
revoluções, à opulência e fausto das cortes absolutistas. A Revolução
Bolchevique terá ocorrido em consequência da vida desregrada dos czares em
oposição à miséria da população. E a nossa revolução de abril? E a derrota da
nossa monarquia em1910? Há sempre algo de comum no cadinho das revoluções.
Depois deste terapêutico
passeio pelo bosque, fizemos uma viagem nos modernos comboios SAPSAN, em
direção a Moscovo.
No domingo, que também é dia
do Senhor na Rússia, a eucaristia foi celebrada na Catedral da Imaculada
Conceição da Virgem Santa Maria, uma igreja neogótica localizada no centro de
Moscovo. É uma das duas únicas igrejas católicas da capital russa e a maior do
país, servindo como Catedral da Arquidiocese Católica Romana de Moscovo.
Após a missa, iniciámos a
visita ao recinto amuralhado do kremlin o coração de Moscovo, considerado o
símbolo da autoridade do antigo poder político e espiritual soviético
(1922-1991). O nome significa "fortaleza dentro de uma cidade" e
muitas vezes também é usado para se referir ao governo da Federação Russa, tal
como a Casa Branca é referida em relação ao governo dos Estados Unidos. É o
mais conhecido dos kremlins (cidadelas russas) e inclui cinco palácios, quatro
catedrais e uma muralha com torres. O complexo serve como residência oficial do
Presidente da Federação Russa.
Pudemos observar as suas
maravilhosas catedrais ortodoxas. Assunção, Arcanjo, Anunciação e Doze
Apóstolos, rivalizando entre si, na arte e riqueza interiores.
Intimamente ligadas à
história russa, foram palco de acontecimentos da vida dos czares e também do
regime soviético, como museus do ateísmo. Os russos construíram catedrais em
vez de castelos!
Dentre os antigos palácios
reais destaca-se o mundialmente famoso Museu da Armaria, um dos mais antigos da
Rússia, criado em 1508 como o arsenal real. Alberga a maior coleção de obras de
arte decorativa aplicada, russa e estrangeira, do século IV ao século XX, que
reflete os costumes, tradições, modo da vida da nação russa.
No museu, podem observar-se
as joias reais, decorações com pedras preciosas, os famosos ovos de Fabergé,
armas, tronos, coroas, vestidos, trajes, objetos que pertenciam aos czares
russos, como a coleção de coches.
Perante o luxo e ostentação
deste espólio, pertencente à aristocracia czarista, perde atualidade a
expressão: ”À grande e à francesa!”
Neste contexto, é mais
pertinente dizer – À grande e à russa…
Para concluir a nossa
passagem por Moscovo, visitámos o Mosteiro de Novodievitchi do século XVI, em
cujo cemitério estão sepultados muitos russos famosos, com destaque para o
mausoléu de Lenine. Até neste espaço fúnebre, há uma imagem da superioridade
daqueles que pairaram acima do comum dos mortais. Em vez duma simples imagem a
evocar a memória do defunto, há estátuas em tamanho natural que chegam a
parecer pessoas …
07.09.2016