quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Kremlin de Moscovo

 Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida


Palácio de Catarina Pushkin
Grande sala do Palácio de Catarina
Catedral dos 12 Apóstolos
Catedral da Assunção
Catedral da Anunciação
Catedral de S. Miguel
Antes de dizermos adeus a S. Petersburgo, ainda demos um passeio de barco, pelos românticos canais do rio Neva, donde pudemos ter outra perspetiva da monumentalidade desta urbe. Aqui, associei esta Veneza Russa, como lhe chamaram, à nossa Veneza Portuguesa onde os passeios de moliceiro estão a dar cartas e a rentabilizar a nossa ria de Aveiro.
Ainda visitámos o Palácio Nicolaevsky, onde assistimos a um espetáculo de folclore. Aí, sim, foi exibido o melhor do ballet russo, na performance de grandes artistas: o colorido da indumentária, a flexibilidade e contorcionismo de jovens bailarinos, arrebataram os espetadores.
Além do Peterhof, nos arredores de São Petersburgo, encontra-se uma série de residências palacianas que foram utilizadas pela nobreza czarista durante o período do Império Russo em que São Petersburgo foi capital. Dentre eles, destaca-se o chamado Palácio de Catarina situado na cidade de Pushkin, ao Sul de São Petersburgo, cujo nome é dedicado à esposa de Pedro o Grande, Catarina I.
Aquela cidade foi conhecida durante a maior parte do período imperial pelo nome de Tsarskoye Selo (Царское Село), que significa “aldeia dos czares” em russo. 
Durante o período soviético, a cidade mudou o nome para Pushkin, o principal poeta russo que, juntamente com Lemonosov, é considerado um dos pais da língua russa moderna. Apesar de ser moscovita, Pushkin passou grande parte de sua vida na cidade de São Petersburgo, onde faleceu, vítima do duelo com o nobre francês Georges d’Anthès, que havia cortejado a sua esposa. Longe vão os tempos em que a honra era um valor a defender, com unhas e dentes...aqui, com espada.
Detivemo-nos na sala decorada com placas de âmbar, abundante na costa do Mar Báltico e que serviu de elemento decorativo do aposento. É deslumbrante!
A belíssima arquitetura do Palácio prolonga-se pelo parque circundante em que os jardins têm a influência dos chamados jardins à l’anglaise. São bosques, onde se pode passear entre bétulas e abetos, lagos, pontes, esculturas… Nostalgia do meu bosque! Nunca tinha visto uma bétula, ao vivo! Vi-as em larga escala, no seu habitat natural – clima frio e seco. Árvores esguias de tronco esbranquiçado.
É comum atribuir a génese das revoluções, à opulência e fausto das cortes absolutistas. A Revolução Bolchevique terá ocorrido em consequência da vida desregrada dos czares em oposição à miséria da população. E a nossa revolução de abril? E a derrota da nossa monarquia em1910? Há sempre algo de comum no cadinho das revoluções.
Depois deste terapêutico passeio pelo bosque, fizemos uma viagem nos modernos comboios SAPSAN, em direção a Moscovo.
No domingo, que também é dia do Senhor na Rússia, a eucaristia foi celebrada na Catedral da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, uma igreja neogótica localizada no centro de Moscovo. É uma das duas únicas igrejas católicas da capital russa e a maior do país, servindo como Catedral da Arquidiocese Católica Romana de Moscovo.
Após a missa, iniciámos a visita ao recinto amuralhado do kremlin o coração de Moscovo, considerado o símbolo da autoridade do antigo poder político e espiritual soviético (1922-1991). O nome significa "fortaleza dentro de uma cidade" e muitas vezes também é usado para se referir ao governo da Federação Russa, tal como a Casa Branca é referida em relação ao governo dos Estados Unidos. É o mais conhecido dos kremlins (cidadelas russas) e inclui cinco palácios, quatro catedrais e uma muralha com torres. O complexo serve como residência oficial do Presidente da Federação Russa.
Pudemos observar as suas maravilhosas catedrais ortodoxas. Assunção, Arcanjo, Anunciação e Doze Apóstolos, rivalizando entre si, na arte e riqueza interiores. 
Intimamente ligadas à história russa, foram palco de acontecimentos da vida dos czares e também do regime soviético, como museus do ateísmo. Os russos construíram catedrais em vez de castelos!
Dentre os antigos palácios reais destaca-se o mundialmente famoso Museu da Armaria, um dos mais antigos da Rússia, criado em 1508 como o arsenal real. Alberga a maior coleção de obras de arte decorativa aplicada, russa e estrangeira, do século IV ao século XX, que reflete os costumes, tradições, modo da vida da nação russa.
No museu, podem observar-se as joias reais, decorações com pedras preciosas, os famosos ovos de Fabergé, armas, tronos, coroas, vestidos, trajes, objetos que pertenciam aos czares russos, como a coleção de coches.
Perante o luxo e ostentação deste espólio, pertencente à aristocracia czarista, perde atualidade a expressão: ”À grande e à francesa!”
Neste contexto, é mais pertinente dizer – À grande e à russa…
Para concluir a nossa passagem por Moscovo, visitámos o Mosteiro de Novodievitchi do século XVI, em cujo cemitério estão sepultados muitos russos famosos, com destaque para o mausoléu de Lenine. Até neste espaço fúnebre, há uma imagem da superioridade daqueles que pairaram acima do comum dos mortais. Em vez duma simples imagem a evocar a memória do defunto, há estátuas em tamanho natural que chegam a parecer pessoas …

07.09.2016

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