sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ORBIS forma voluntários

Cerca de 30 pessoas já manifestaram interesse em participar na “Formação de Voluntariado Missionário e Formação Permanente” ministrada pela Organização Não Governamental para o Desenvolvimento ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento, em parceria com o Secretariado Diocesano de Acção Missionária (SDAM) de Aveiro. A sessão de esclarecimento está agendada para o próximo dia 24 de Janeiro, pelas 15 horas, nas instalações do Centro Universitário Fé e Cultura (Campus Universitário de Santiago), na cidade de Aveiro, altura em que serão formalizadas as inscrições. Durante o período de formação, os voluntários irão realizar acções a título pessoal e de grupo, assim como serão esclarecidos sobre voluntariado especificamente missionário. Participação e cidadania global, conceitos e modelos de solidariedade, história e factos do percurso do voluntariado, história das religiões, promoção humana e inculturação serão alguns dos temas abordados por elementos da ORBIS e SDAM. A experiência de voluntariado missionário desenvolve-se em dois momentos distintos: um a decorrer em instituições de acolhimento a grupos vulneráveis em Portugal e outro a nível internacional (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau ou Moçambique). As pré-inscrições podem ser feitas até dia 23 deste mês de Janeiro, para o endereço electrónico info@orbiscooperation.org. Os candidatos deverão ter a idade mínima de 18 anos e manifestar facilidade de “adaptação a diferentes culturas, sem julgamentos” e “consciência que é necessário trabalho e empenho para ajudar a mudar o mundo”.
Fonte: ORBIS

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estado e Religião

O discurso inaugural do Presidente Obama foi um apelo aos valores éticos da tradição americana. Tendo reconhecido e valorizado que os Estados Unidos são um país de muitas religiões e de gente sem religião, Obama referiu várias vezes Deus e citou a Bíblia. A cerimónia do juramento foi precedida de uma oração, por um pastor protestante evangélico. No final, um outro pastor, metodista, deu a bênção. Se isto tivesse acontecido na Europa e nomeadamente em Portugal ter-se-ia armado um enorme alarido. Logo surgiriam protestos de que se estava a violar a laicidade do Estado. No entanto, se há país onde, desde a sua fundação, existe um enorme cuidado em separar a esfera do Estado da esfera religiosa, esse país é a América. Com o republicano Bush e a sua ligação à direita religiosa surgiram alguns problemas. Mas agora trata-se de Barack Obama, um democrata que não pode ser acusado de misturar Igreja e Estado. Acontece, apenas, que o povo americano é sensato e não despreza os valores que estiveram na base da sua nação – valores que Obama exaltou como essenciais para vencer a crise. Francisco Sarsfield Cabral In RR

Câmara de Ílhavo oferece Enriquecimento Curricular


A Câmara Municipal de Ílhavo disponibiliza, pelo terceiro ano consecutivo, as Actividades de Enriquecimento Curricular, para todos os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico do Município. No presente ano lectivo, concretizou-se o alargamento do ensino do Inglês a todas as crianças, desde o 1º ao 4º ano de escolaridade, estando inscritos cerca de 94 por cento da totalidade dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Foram entregues manuais e livros de exercícios de Inglês aos alunos, sendo esta uma aposta da Câmara na criação de mais e melhores condições para o processo ensino-aprendizagem de todas as crianças. No presente ano lectivo, são várias as actividades disponibilizadas para os alunos, nomeadamente, o ensino do Inglês e a Actividade Física e Desportiva, as quais são complementadas com o ensino da Música, para os 3º e 4º anos, e das Artes e Expressões, para os 1º e 2º anos de escolaridade. De modo a dar resposta às 1564 crianças inscritas nas várias actividades, a autarquia contratou, no início do ano lectivo, 61 professores para as várias áreas, tendo ainda estabelecido acordos de cooperação com as Associações de Pais, para assegurar as Artes e Expressões, num trabalho que tem o devido acompanhamento dos Agrupamentos de Escola.
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Nota: Este texto teve como fonte uma informação camarária. Permitam-me que sublinhe a importância do envolvimento das autarquias nos processos educativos, num trabalho louvável de complementaridade. Penso que a Escola lucrará bastante se souber aproveitar estes apoios que vêm de fora, embora de membros da Comunidade Educativa, dando asssim uma sapatada no individualismo. Hoje, mais do que nunca, o progresso exige cooperação, sendo garantido que de mãos dados chegaremos muito mais longe.
FM

O JURÍDICO E O PASTORAL NAS LEIS DA IGREJA

Completaram-se vinte e cinco anos do Código de Direito Canónico, compilação oficial das leis da Igreja católica. O Código apresenta e propõe, em forma de lei, as orientações conciliares, dando-lhe sentido normativo e pastoral. Tarefa cuidadosa e morosa, por isso mesmo, ele só foi dado por terminado para entrar em vigor dezoito anos depois do Vaticano II se ter encerrado. De 1965 a 1983, foi publicada legislação avulsa, sempre que era exigida. Passar a letra de lei o espírito e as orientações de um grande acontecimento eclesial, como foi e é o Vaticano II, e era essa a missão do novo Código, deixou-nos desde logo a percepção, confirmada pelo tempo, de que algumas leis teriam de se ir aperfeiçoando, senão mesmo substituídas e outras iriam aparecer. O dinamismo que a Igreja Universal recebeu do Concílio faria, por certo, sentir maior necessidade de colmatar falhas e derrubar muros que dificultavam a vida e o agir da Igreja e, consequentemente, de promover a renovação necessária e desejada, para ser ela um verdadeiro espaço de comunhão e uma presença significativa no mundo. Uma comunidade tradicional, com hábitos de séculos, e um mundo novo, complexo e em permanente mudança, como este que cada dia se vai desdobrando aos nossos olhos, assim o exigiam. Algo se foi fazendo ao longo do tempo. Agora, cada dia, se verifica que é necessário ir mais além. O vinco de séculos de história e a morosidade habitual das respostas não têm solução fácil nem rápida. Para além disso, ainda há na Igreja quem pense que qualquer mudança operada é um empobrecimento do seu tradicional prestígio. A vida mostra-nos, porém, que, em qualquer sector, o imobilismo teimoso, tanto das pessoas como das instituições, é caminho aberto, no mínimo, para a inutilidade e para a insignificância. O Código do Direito Canónico é um instrumento indispensável na vida da Igreja. Exige, porém, acolhê-lo no seu valor, e saber ver os seus cânones como normas de vida e de acção, passando da sua dimensão jurídica à sua função pastoral. É neste sentido e neste acolhimento que, normalmente, surge o apelo à necessidade de alguma mudança, actualização e clarificação do que está determinado e que pode beneficiar ao rever-se. Li, há dias, em revista atenta à vida da Igreja, a reflexão de dois professores de Direito Canónico em universidades de Espanha, relacionada com os vinte e cinco anos do Código. Um deles fixava-se mais na avaliação de como se cumpriu nestes anos o estatuído. Era um padre. O outro, olhando a razão de ser do Código em ordem à vida e missão da Igreja no mundo, procurava o que é necessário considerar hoje para fomentar a comunhão na Igreja e tornar mais activa e operante a sua missão no mundo. Era uma mulher. É significativa esta diferença de olhares ao ver a Igreja, como organização sempre certinha e sem falhas, ou como servidora atenta das pessoas e das comunidades concretas, para melhor promover a vivência espiritual e apostólica e atender aos seus problemas. As leis, por sua natureza, são estáveis, dizem respeito a todos, são promulgadas para servir a comunidade na sua totalidade. Assim no Estado e na Igreja. Não se alteram leis por razões menores, passageiras ou ocasionais, ninguém se pode arvorar em legislador do seu pequeno mundo, não se legisla para tempo determinado. As leis não são simples decretos e, menos ainda, portarias ou normas de circunstância. Legisla-se para servir a comunidade, muda-se para a servir melhor. Então, está em causa a competência e a responsabilidade do legislador legítimo, que deve estar atento ao que se passa e se generaliza, para agir em consequência. Há situações concretas com repercussão pastoral que exigem esta atenção. Alguns exemplos: tradução prática da Igreja Comunhão, situação da mulher na comunidade cristã, divorciados recasados, famílias em situação irregular, celebração Eucaristia e dificuldade em a ter, paróquias urbanas e não só, sem referência real a um território, subalternidade não justificada do leigo, novos ministérios laicais, centralidade em Jesus Cristo e sublinhar da hierarquia como serviço, teologia da Igreja Diocesana, papel das conferências episcopais. Todos estes casos flúem da compreensão da doutrina conciliar. A sua consideração, como ajuda ao legislador, depende também da formação e da sensibilidade dos cristãos activos, da sua participação responsável na comunidade cristã, e do seu compromisso apostólica na sociedade. António Marcelino

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Voltei à escola

A Escola, afinal, está melhor do que eu pensava


Por amável convite do professor Vítor Bártolo, da Escola da Cambeia, na Gafanha da Nazaré, ontem voltei à escola. Não foi a primeira vez desde que me aposentei, mas não posso deixar de referir esta visita no contexto da blogosfera. Pelo prazer que me deu. 


O professor Vítor solicitou-me, há dias, que fosse falar aos seus alunos do 3.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, ao jeito do avô que conta histórias da sua infância. Os alunos, na área do conhecimento do meio, andavam a estudar motivos históricos referentes à terra, e era importante ouvirem um “avô”.
Ao contrário do que se diz sobre a Escola, por muitos de nós acusada de ter caído num caos, de que urge levantar-se, para bem de todos, encontrei na turma que me recebeu uma realidade completamente diferente. Sala aquecida e bem iluminada, crianças cuidadas no vestir e no estar na sala, com capacidade para ouvir e dialogar, interessadas no tema, curiosas no gostar de saber. 
Entrei numa sala onde tudo estava em ordem, com meninas e meninos risonhos e delicados, na forma como receberam o “avô”. Ponto importante, este, para eu logo começar a estabelecer a comparação entre esta escola (bonita, airosa, arejada, limpa, decorada e com meios técnicos para o trabalho) e a que eu frequentei (pobre, casa velha, fria, com vento e chuva a entrar por todos os cantos, com alunos sentados no chão, muitos descalços, com lousas em vez de cadernos). 
Falei da pobreza de há mais de 60 anos, dos professores com as quatro classes, dos exames. E contei histórias, porventura algumas descabidas, cada uma a partir das perguntas com que as crianças me desafiavam a memória. 
Uma hora de conversa, de diálogo quase permanente. E quando terminei, quando o professor Vítor aconselhou os alunos a saírem da sala para desentorpecerem os membros e arejarem o espírito, os alunos cercaram-me para me falarem dos trabalhos que já tinham feito sobre a Gafanha da Nazaré, a partir de alguns textos do meu blogue e de outras fontes. Vi que estudaram o Farol, o Forte, o Cruzeiro, o Cortejo dos Reis, entre os mais diversos assuntos. E cada um quis sublinhar o que tinha desenhado e pintado na capa para arquivo dos trabalhos feitos. 
Confesso que falei ao “sabor da maré”, sem me preocupar com as exigências psicopedagógicas, algumas das quais já se me varreram da memória há muito. Falei como costumo falar aos meus netos. Por gentileza e amizade, o professor Vítor agradeceu-me a visita. Eu é que lhe estou grato.

Fernando Martins

Câmara de Ílhavo promove regras de boas práticas Ambientais

“Dividir para Reinar”
A Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a empresa SUMA (entidade responsável pela recolha indiferenciada dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município), promove, até 26 de Janeiro, a campanha “Dividir para Reinar”, junto dos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Município. Esta iniciativa tem como principal objectivo dinamizar, junto dos mais novos, a prática de acções relacionadas com a correcta triagem, acondicionamento e deposição de resíduos, melhorando o desempenho ambiental de cada uma das Escolas, assumindo ainda o particular formato de uma história de encantar, com «Reis, Magos e Sereias, e um menino chamado Bartolomeu, que quer muito ser um Eco-mosqueteiro defensor do Ambiente», sonho ou desejo desde logo partilhado pelas Crianças deste Município. Esta iniciativa pretende ainda reforçar temáticas desenvolvidas em anteriores campanhas de Sensibilização Ambiental, conferindo-lhes o novo formato de estória de encantar, em suporte Livro e CD Áudio, destinados a apoiar a dinamização desta temática em situação formal de aprendizagem e em contexto de sala de aula.

Actualidade do Vaticano II

Neste artigo, o Padre Georgino Rocha «mergulha» no II Concílio do Vaticano e apresenta alguns pontos pertinentes sobre o «maior evento eclesial do século XX». Pode ler todo o texto aqui "2. Situada no tempo e sentindo o seu impacto, a Igreja aprofunda a consciência do seu ser mistério de comunhão em ordem a configurar de forma mais adequada o seu ser sacramento de salvação. A fidelidade a Jesus Cristo impele-a a estar atenta à cultura, aos contextos, às linguagens e a procurar inserir-se para melhor servir. Sendo una e única, realiza-se numa pluralidade de comunidades dispersas, mas em comunhão orgânica e dinâmica; sendo santa e apostólica, traz consigo a marca das limitações e deficiências humanas acumuladas ao longo da história; sendo católica está aberta ao universal e condensa num local os meios indispensáveis à salvação. Esta auto-compreensão eclesial manifestou-se de forma significativa em iniciativas emblemáticas como os Sínodos e a criação de órgãos reconhecidos de participação: assembleias e conselhos, designadamente. Mas expressa-se igualmente em gestos e atitudes eloquentes, embora discretas, como a solidariedade espiritual, a partilha de bens, o apostolado de vizinhança, o voluntariado social e missionário. A consciência assumida desta realidade contrasta radicalmente com a lentidão de processos de renovação global, com a raridade de projectos comunitários, com a debilidade da rede de comunicações no interior das comunidades e destas com a sociedade envolvente e distante."

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