S. Jacinto celebra hoje o seu 53.º aniversário. Motivo para festa, sempre, embora por vezes não haja alegria para isso. A S. Jacinto e à sua gente ligam-me laços de vizinhança e de amizade. lá Trabalhei lá dois anos, nos meus princípios profissionais, como professor, e desde essa altura passei a compreender melhor o seu isolamento. Por isso, quando posso, lembro que os residentes em S. Jacinto precisam mais do que umas lanchas e de um ferry-boat. Disse vezes sem conta que a ligação natural de S. Jacinto é com a Gafanha. Terras separadas apenas pela laguna, com uma ponte tudo ficaria resolvido. Mas teimaram com o ferry-boat e agora não faltam os protestos. É caro e não está sempre à mão. Só para turistas e pouco mais, penso eu. Importa, portanto, agendar, quanto antes, a ponte que estabeleça a ligação mais natural com a margem de cá. Então, quando isso acontecer, todos poderão sentir e ver como S. Jacinto ficará com outra vida.
Permitam-me que recorde, para além dos alunos que lá tive, de ambos os sexos, todo o ambiente dominado pela ria e pelo mar, com peixe fresco todas as manhãs. E a lota, com as artes de fazer render o peixe. Um dia ousei comprar algum e nem percebi que o lote estava a ficar por um preço exorbitante. Então, alguém me segredou: "Não ofereça mais; eu compro por si." Concordei e esperei. Acabei por ficar com peixe muito mais barato. Afinal, eu não conhecia os truques da venda na lota. Mas não faltou quem me ajudasse.
Lembro-me bem do Café do Labareda, onde almocei muitas vezes. Peixe quase sempre, mas muito bom, porque era apanhado na hora. E também da loja, onde se vendia de tudo, do Lelinho, pai do meu bom amigo Gilberto Nunes, que foi proprietário e gerente da Auto Viação Aveirense. O Lelinho era um homem bom. Era uma espécie de protector de toda a gente. Família em dificuldade tinha nele um apoio amigo.
Também recordo o dinamismo do Estaleiro do Roeder, que dava trabalho a centenas de pessoas, da terra e arredores. Quase todas as famílias dependiam, economicamente, directa ou indirectamente, do Estaleiro e da Aviação Naval.
S. Jacinto ficou sempre no meu espírito. Quando olho para a sua gente, até a sinto como minha família.
Permitam-me que recorde, para além dos alunos que lá tive, de ambos os sexos, todo o ambiente dominado pela ria e pelo mar, com peixe fresco todas as manhãs. E a lota, com as artes de fazer render o peixe. Um dia ousei comprar algum e nem percebi que o lote estava a ficar por um preço exorbitante. Então, alguém me segredou: "Não ofereça mais; eu compro por si." Concordei e esperei. Acabei por ficar com peixe muito mais barato. Afinal, eu não conhecia os truques da venda na lota. Mas não faltou quem me ajudasse.
Lembro-me bem do Café do Labareda, onde almocei muitas vezes. Peixe quase sempre, mas muito bom, porque era apanhado na hora. E também da loja, onde se vendia de tudo, do Lelinho, pai do meu bom amigo Gilberto Nunes, que foi proprietário e gerente da Auto Viação Aveirense. O Lelinho era um homem bom. Era uma espécie de protector de toda a gente. Família em dificuldade tinha nele um apoio amigo.
Também recordo o dinamismo do Estaleiro do Roeder, que dava trabalho a centenas de pessoas, da terra e arredores. Quase todas as famílias dependiam, economicamente, directa ou indirectamente, do Estaleiro e da Aviação Naval.
S. Jacinto ficou sempre no meu espírito. Quando olho para a sua gente, até a sinto como minha família.
FM