sábado, 1 de setembro de 2007

Recordando


ANTIGA PONTE DA GAFANHA
:
A minha geração, tal como a anterior, não pode deixar de se comover com esta fotografia da ponte de Gafanha. Comover com as recordações a que ela nos conduz, mas também com as lembranças que ela nos traz à memória da evolução dos nossos mundos. Nos tempos de hoje, seria impensável ver, entre nós, uma ponte como esta, de madeira, com as suas fragilidades. Lembro que, por exemplo, quando os sinais dessa fragilidade se faziam sentir, os passageiros da camioneta da carreira tinham de passar a ponte a pé (Não confundam com pontapé), retomando a camioneta no outro lado. Não fosse o diabo tecê-las e a ponte ruir com o peso.
Esta fotografia anda por aí na Net. Foi-me enviada por mão amiga, o que agradeço, e é com muito gosto que a partilho com os meus leitores.

Etnográfico em festa

Durante a viagem à Polónia
Grupo Etnográfico
da Gafanha da Nazaré
celebra mais um aniversário



Foi no dia 1 de Setembro de 1983 que nasceu o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Até hoje, pelo trabalho desenvolvido, merece os nossos parabéns. Com o seu amor ao legado dos nossos avós, tem levado, bem longe, a nossa Terra.
Isto não significa que vai ficar por aqui. O Grupo vai continuar, certamente, a descobrir, a estudar, a preservar e a divulgar, no País ou no estrangeiro, a riqueza da nossa cultura, alicerçada em povos de matriz gandareza ou dos areais de Vagos, mas também dos mais variados recantos de Portugal.
Quando eu era miúdo, por exemplo, recordo-me bem das gentes do Norte, sobretudo de Fafe e suas redondezas, que, a caminho das secas do bacalhau, onde trabalhavam de sol a sol, cantavam em grupo as modas das suas terras, enquanto faziam meias de lã. Penso que estas áreas da etnografia e do folclore precisam de ser estudadas.
Neste dia de aniversário, aqui fica a sugestão.
Um abraço para todos quantos dirigem e trabalham, com muito amor, no Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

O JESUS DE RATZINGER-BENTO XVI (2)
:
Passados dois mil anos sobre a sua execução, um terço da população mundial acredita hoje em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, o Salvador. Sobre ele escreveram-se centenas de milhares de livros e artigos. Os debates filosófico-teológicos por causa dele não têm conta. Por causa dele se morreu, por causa dele se matou. Há milhares de lugares consagrados ao seu culto. Não houve na História nenhum homem tão discutido e sobre o qual se tenha debatido e escrito tanto. "Ele dividiu a História ao meio" (padre Carreira das Neves). A questão de Jesus é a da relação entre o Jesus da História e o Cristo da fé. Como se chegou à confissão de que Jesus é o Cristo, que quer dizer o Messias, e o Filho de Deus? É a fé que estabelece esse laço, mas baseada na História. Sem o Jesus da História, o Cristo não passaria de um mito, mas, sem a confissão de fé de que o Jesus da História é o Cristo, Jesus não passaria de um mestre espiritual e mais uma vítima no calvário do mundo. A vida e a morte de Jesus abrem para a sua interpretação e reconhecimento como o Cristo; o Cristo ilumina a vida e a morte de Jesus. A chave acaba por ser a experiência da ressurreição - o Crucificado é o Vivente em Deus para sempre. J. Ratzinger-Bento XVI, no seu "Jesus de Nazaré", resultado de "uma longa caminhada interior" e que não é "um acto do Magistério", pressupõe esta tensão dinâmica e entrecruzada da História e da fé, mesmo se, como disse o cardeal Carlo Martini, especialista em estudos bíblicos, "ele não é exegeta, mas teólogo e, se bem que se mova agilmente por entre a literatura exegética do seu tempo, não fez estudos de primeira mão, por exemplo, sobre o texto crítico do Novo Testamento". Num horizonte mais paulino e agostiniano, acentua o Cristo eterno da fé, mas sublinhando que esse é o Jesus da história, "o dos Evangelhos". O cristianismo tem o seu núcleo na cristologia e, portanto, na confissão de fé da mais íntima unidade de Jesus com o Pai. Em Jesus, Deus vem ao nosso encontro. Ele é Deus presente no meio dos homens. Quem ler atentamente depara-se com um belo testemunho sobre Jesus e a fé tradicional da Igreja. O seu pendor conservador é notório, por exemplo, quando, ao explicar a oração do Pai Nosso, afirma que, apesar de todas as imagens sobre o amor materno de Deus, "Mãe" não é um título com o qual possamos dirigir- -nos a Ele. Embora a dimensão sociopolítica da actividade de Jesus fique na penumbra, Ratzinger- -Bento XVI não deixa de reconhecer a importância da presença das mulheres na comunidade mais próxima de Jesus e que é inegável "a opção preferencial pelos pobres". Apesar de declarar que o lugar do Reino de Deus é "a interioridade do Homem", alerta para os horrores do totalitarismo e da injustiça: "Face ao abuso do poder económico, face às crueldades de um capitalismo que degrada o Homem a simples mercadoria", compreendemos a advertência de Jesus frente ao deus Dinheiro, que "mantém grande parte do mundo numa opressão cruel". Comentando a parábola do bom Samaritano, sublinha a sua actualidade, e escreve sobre a África: quando traduzimos a parábola para as dimensões da comunidade mundial, "vemos que nos dizem respeito os povos de África, roubados e espoliados. Vemos então como são realmente nossos 'próximos', que também o nosso estilo de vida e a nossa história os espoliaram e espoliam. E isto não se passa apenas com a África." Não vemos também à nossa volta "o Homem espoliado e destroçado"? "As vítimas da droga, do tráfico de seres humanos, do turismo sexual, seres humanos intimamente destruídos, que, no meio da riqueza material, estão vazios." O fio condutor da obra de Ratzinger-Bento XVI é que o sinal de Deus para os homens é o próprio Jesus. Agora, sabemos que Deus é amor. É preciso "converter-se do Deus--Lei ao Deus maior, o Deus do amor". Para se não trair o essencial da mensagem, não se pode misturar a fé e a política. O preço da fusão da fé e do poder político é "a fé pôr-se ao serviço do poder e ter de se dobrar aos seus critérios."

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Bispo que aprovou a criação da paróquia


D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde de Coimbra, diocese a que pertencia a Gafanha da Nazaré, foi o autor da erecção canónica da paróquia, em 31 de Agosto de 1910. 
Há dias, o prior da freguesia, Padre José Fidalgo, lembrou, numa celebração, que este bispo não tinha o seu nome perpetuado na cidade. Pediu, então, às autoridades, que diligenciassem nesse sentido. Concordo plenamente, até porque há pela cidade muitas ruas com nomes que nada nos dizem. 
D. Manuel de Bastos Pina nasceu no lugar da Costeira, freguesia de Carregosa, Oliveira de Azeméis, em 19 de Novembro de 1830. Começou os seus estudos em Ílhavo, com o Dr. José António Pereira Bilhano, que depois foi Arcebispo de Évora.
Foi confirmado Bispo de Coimbra a 22 de Dezembro de 1871. Foi Bispo-Conde de Coimbra mais de 40 anos. Faleceu na sua casa de Carregosa em 19 de Novembro de 1913, dia em que completava 83 anos de idade.

Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré celebra aniversário


Em 31 de Agosto de 1910, D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde de Coimbra, assinou a criação da paróquia da Gafanha da Nazaré. A freguesia havia sido criada por Decreto Real de D. Manuel II, com data de 23 de Junho do mesmo ano.

NOTAS:

- A Gafanha da Nazaré era, à data, um lugar de São Salvador, Ílhavo, Diocese de Coimbra. A Diocese de Aveiro seria restaurada em 1938;

- Tinha já gente em número suficiente para exercer de forma capaz os diferentes cargos paroquiais;

- Estava nas condições de exigidas por lei para poder ser erecta freguesia;

-Possuía uma capela, sob a invocação de Nossa Senhora da Nazaré, com capacidade, paramentos, vasos sagrados e alfaias necessárias para servir, provisoriamente, de igreja paroquial;

- Estava a construir uma nova igreja, já numa fase adiantada;

- Obrigava-se a pagar, anualmente, cem mil reis de côngrua ao pároco, que ficava ainda com as demais benesses e emolumentos que fossem de uso, direito e costume na freguesia de que era desanexada.

In Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré, n.º 1

O AR QUE RESPIRAMOS



PÓ DO PORTO COMERCIAL
INVADE TUDO
NA GAFANHA DA NAZARÉ

É público que o Prof. Carlos Borrego, da Universidade de Aveiro, vai coordenar um estudo sobre o ar que se respira na Gafanha da Nazaré. Pela sua indiscutível competência, penso que todos vamos ficar a saber se podemos, ou não, andar descansados.
Ninguém ignora que uma zona industrial e portuária tem custos acrescidos na área do ambiente. Há produtos tóxicos e poluentes a serem armazenados e manipulados, o que não pode deixar de inquietar as populações, já que, com regularidade ou esporadicamente, há o perigo de derrame ou de fuga para o ambiente.
Há anos, e por mais do que uma vez, a Gafanha da Nazaré sofreu as consequências de situações dessas, com produtos químicos altamente perigosos a serem derramados para a atmosfera, na área do Porto Industrial. Na altura foi dito que a região das Gafanhas, e em especial a Gafanha da Nazaré, estava constantemente sob um “barril de pólvora”, prestes a rebentar a qualquer hora. Depois vieram os técnicos garantir que tudo estava controlado, não havendo perigo para ninguém.
Entretanto, a Gafanha da Nazaré começou a ser invadida por areias e pós que vinham do Porto Comercial. Incomodavam, obviamente, toda a gente, chegando a invadir as casas. O povo começou a protestas e desses protestos se fizeram eco os diversos órgãos de comunicação social.
Promessas e mais promessas de que tudo se iria resolver, tranquilizaram as pessoas. Mas a cena vai-se repetindo, ao ponto de os responsáveis resolverem avançar com o estudo entretanto anunciado.
É bom que ele seja feito, para tirar dúvidas e para ficarmos com certezas. Não é possível sentir o pó em tudo quanto é canto das nossas próprias casas. Mas o pior é que ele também vai ocupando um lugar garantido nos nossos pulmões. E isto não pode ser.

Fernando Martins

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Jardim Oudinot vai ter nova cara

Réplica da Guarita, já no espaço do jardim,
espera um enquadramento mais bonito

Jardim Oudinot
remodelado no próximo Verão

O projecto de qualificação urbana e ambiental do jardim Oudinot abre a concurso neste mês de Setembro. Se tudo correr como previsto, as obras estarão concluídas no Verão do próximo ano. Percursos pedonais, parques infantis, um ancoradouro de recreio e um pequeno hotel são apenas algumas das infra-estruturas a incluir neste espaço.
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Leia mais no Diário de Aveiro

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Um artigo de D. António Marcelino



PESADELOS
DE UMA PROFECIA FALHADA


Foi muito curiosa, apesar de esperada, a reacção dos responsáveis do Ministério da Saúde em diversos graus e escalões, perante a primeira contagem dos abortos realizados, com um mês de vigência da lei. Só 300? Como é possível acontecer assim? Estamos perdidos! E multiplicaram-se as explicações para esta desgraça (!), para eles inesperada. Até que, dias depois, as vozes apareceram mais animadas. Já eram 526! Mas lamentava-se, em surdina, que sete ou oito mulheres, (que pobre gente!) depois das explicações regulamentares recebidas, tinham desistido de abortar. E lá se foi dizendo, como que a prevenir para evitar derrotas morais, que se esperavam 1600 abortos por mês… Só com estes se pode dar razão às razões e promessas do referendo…
Se não aumentarem os abortos a pedido, dizia-se nas entrelinhas, como se poderá chegar aos 30 mil clandestinos de que tanto se falou na campanha? O fantasma, porém, está aí de novo. O problema é preocupante, porque os do “não” continuam em campo e não vão desarmar, nem se vão calar… Que pesadelo! Como se não bastassem os números.
Para levantar os ânimos abatidos dos preocupados, o Director Geral, um técnico com tiques e reacções a pedir um estudo das profundidades, já vai ensaiando, segundo os jornais, dois cenários apaziguadores: aos três meses de contagem dos abortos, pedidos e realizados, é que se saberá o andamento, por isso há que esperar confiantes, até Outubro; se os abortos não aumentarem, na linha da profecia que afirmava os clandestinos a roçar os 30 mil por ano, então é porque, finalmente, (!) as grávidas portuguesas se dispuseram a participar na redução do número de abortos, de harmonia com os objectivos previstos pela lei…Nem mais.Toda esta conversa só se justifica porque no Verão pouca gente lê os jornais e depressa se passa a página. Também não é muita a gente que ouve os políticos, a não ser que haja sarilhos e “botas” desenquadradas. Por outro lado, com o futebol a entrar em cena, tudo o mais passa a secundário.
Os movimentos abortistas de há muito depuseram armas, uma vez que a sua batalha estava ganha. Voltam-se, por agora, para os transgénicos… As clínicas abortadoras legais estão em boa maré. Mais dez ou menos dez semanas, há sempre razão para acolher bem quem as procura para se aliviar de pesadelos e de fetos vivos. As não legais actuam sem temores e os juízes são agora mais benevolentes…Assim vai o país no que de mais sério se pode pedir a quem governa e aos cidadãos: defender a todo o custo a vida já gerada e promover a saúde própria e a de todos.
Entretanto, fecharam-se maternidades por razões técnicas e, também, porque davam prejuízo, mas há agora, em cada quartel de bombeiros, uma maternidade de quatro rodas, que vai fazendo partos pelas estradas, umas vezes bem sucedidos e outras não tanto. De quem é a culpa dos fracassos, quando ocorrem? Dos jornais, claro, que dizem tudo… Sempre houve fracassos nas maternidades normais e não se fazia tanto barulho. Tudo natural, a não ser que o escândalo fosse grande e a família não se conformasse…
A gente sensata previa tudo, até os confrontos escandalosos aí à vista. Já nada traz novidade. A descriminação entre uma parturiente normal, trabalhadora, e uma grávida que quer abortar é simplesmente inadmissível. Os muitos direitos desta fazem correr o ministério para que tudo se resolva sem encargos para ela, aqui, ali ou além. E no resto da saúde? Portas abertas para fazer abortos, portas fechadas para milhares de portugueses que esperam em vão por uma cirurgia urgente, que se resolve a conta gotas, pondo o Ministro a ser ridículo pelas explicações que dá ao país.
Sobra cada vez mais pano para fazer mangas. É preciso continuar. Que a gente que pensa, acorde e perceba, perante o que se vê, se vive e se legisla, que as soluções legais, nem sempre são justas, morais e éticas. E que as políticas, muitas vezes são um logro.


António Marcelino

Passeios baratos

Jorge Pires Ferreira sugere
no Correio do Vouga
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Trilho das Padeiras (Foto da Hera)

Passeios baratos,
saudáveis, ecológicos e culturais
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O período de férias está a chegar ao fim. Mas ainda há tempo para sugerir alguns percursos pedestres. Caminhar nestes trilhos, além de barato, é saudável, ecológico e cultural, com a vantagem de esta prática poder ser levada a cabo em qualquer altura do ano.
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O turismo ecológico (ou ecoturimo) está em alta. São cada vez mais as pessoas que procuram alternativas à praia, virando-se para o campo e a montanha. Entre as práticas do ecoturismo mais comuns estão as caminhadas.
Caminhar faz bem ao corpo e à mente. É uma necessidade cada vez maior, para contrapor aos estilos de vida actuais, maioritariamente sedentários. Daí que, respondendo à procura das pessoas, muitas câmaras municipais e freguesias marquem percursos no campo ou em meio urbano e editem folhetos sobre a história, cultura e natureza que esses trilhos permitem observar. Sem esgotar todos os percursos da região de Aveiro, deixamos aqui algumas sugestões em Sever do Vouga, Ílhavo e Estarreja.
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Para mais sugestões, clique aqui


Exposição de Fotografia no Aveirense

Aurore de Sousa apresenta...

“A CIDADE AZUL, FRAGMENTOS
DE UMA REALIDADE INEFÁVEL”



Vai ser inaugurada amanhã, 30 de Agosto, pelas 18 horas, no Salão Nobre do Teatro Aveirense, uma Exposição de Fotografia, “A Cidade Azul, Fragmentos de uma Realidade Inefável”, da autoria de Aurore de Sousa.
Aurore de Sousa nasceu em Portugal e vive e trabalha actualmente em Grenoble, na França, onde tirou a sua licenciatura na Escola Superior de Artes de Grenoble.
Desde 1990, consagra-se à fotografia.
A exposição pode ser apreciada até 30 de Setembro.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Contas dos partidos políticos

QUEM NÃO GOVERNA BEM
A SUA CASA COMO PODE
GOVERNAR BEM O PAÍS?
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O Tribunal Constitucional (TC) divulgou ontem um acórdão relativo à campanha eleitoral para as legislativas de 2005 que determina a aplicação de coimas aos partidos políticos num valor total de 115.781,9 euros, por irregularidades na apresentação das contas. Dos 11 partidos que concorreram a este acto eleitoral, apenas um, o Partido Operário da Unidade Socialista, não irá ser sujeito a coima, embora receba também uma admoestação do TC.
O PSD, o CDS-PP e o PS são os partidos mais penalizados: os sociais-democratas terão de pagar um valor equivalente a 67 salários mínimos, ou seja, 25.104,9 euros, os democratas-cristãos foram condenados ao pagamento de 23.231,4 euros e os socialistas a uma coima de 21.357,9 euros.
Seguem-se o PCP e o PEV (enquanto membros da Coligação Democrática Unitária - CDU) que terão de pagar uma coima de 15.737,4 euros, o Bloco de Esquerda (11.241 euros) e o Partido da Nova Democracia - condenado ao pagamento de 6.369,9 euros.
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NOTA: Esta foi a notícia ontem divulgada. O Tribunal Constitucional não é uma entidade qualquer. Por isso, tem muito valor a sua decisão.
As contas irregulares ou à margem da lei dos partidos políticos surgem com alguma regularidade. Há partidos que não são constituídos, afinal, por gente que goste de contas direitas, mas são fundamentais à democracia. Então, há que acertar o passo com a legalidade e com a transparência. Se não são capazes de governar bem as suas casas, como podem garantir-nos que são capazes de governar o País?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

GAFANHA DA NAZARÉ MAIS LIMPA


UMA CIDADE
MAIS LIMPA
E ARRUMADA
DEPENDE DE TODOS


Em declarações à Rádio Terra Nova, o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, lembrou que uma cidade mais limpa e arrumada depende de todos. "Todos os moradores desta cidade devem zelar pelo espaço exterior da sua residência, já que a Junta de Freguesia não tem mão-de-obra disponível e suficiente", referiu.
Há anos, quando a Gafanha era mais terra agrícola do que outra coisa, os proprietários tinham de abrir as valas e limpar os caminhos que passavam junto das suas casas e terrenos. Depois, os hábitos foram-se alterando e passou a Junta a tratar disso.
Concordo com a proposta do presidente Manuel Serra. Se todos dermos uma ajuda, tudo será mais fácil e a Gafanha da Nazaré passará a ter mais encanto. Ficamos à espera de ver se os gafanhões cooperam.

Gafanhões no mundo


LAR INTERNACIONAL
:
Há dias encontrei, numa casa da Gafanha da Nazaré, uma placa no mínimo curiosa. Na parte frontal, lá bem no cimo e à vista de toda a gente, pude ler: DEUS ABENÇOAI ESTE LAR INTERNACIONAL BRAZIL FRANÇA AMÉRICA E PORTUGAL. Isto diz muito a quem passa, até porque é bem conhecido de todos quantos conhecem verdadeiramente a Gafanha da Nazaré. Aqui residem, adoptando esta terra como sua, gentes dos mais variados recantos. Neste caso concreto, do mundo. Brasil, França, América e Portugal de mãos dadas num lar gafanhão. Um lar verdadeiramente internacional.

domingo, 26 de agosto de 2007

A última crónica de Eduardo Prado Coelho






Ai simplex!


Há momentos em que nos damos conta de que o Simplex, essa excelente e meritória iniciativa concebida por Maria Manuel Leitão Marques, está a funcionar, mas há outras em que choramos pela sua ausência, na expectativa de que um dia, não demasiado longínquo para a nossa esperança de vida, chegue. Dei-me conta disso ao acompanhar e mesmo participar no processo de legalização em Portugal de alguém que trabalha em minha casa há já algum tempo, e que, pelas suas capacidades profissionais, e sobretudo pelas suas qualidades humanas (como pude comprovar em período recente da minha existência) é pessoa de quem é fácil gostarmos: a brasileira Maria Nágila Bezerra, pessoa de permanente bom humor, que ri mesmo quando conta as mais terríveis tropelias a que possa ter sido sujeita.
Sucede que há algumas semanas atrás começou a não aparecer ou a chegar mais tarde. Não se tratava, como vim a saber, de deambulações existenciais por montes e vales, nem mesmo de acessos místicos, mas antes de razões infelizmente mais prosaicas: ia ao SEF. Rapidamente descobri que se tratava do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. E pude compreender que o modo de funcionamento desta instituição nem sempre teria aquela perfeição que nós desejaríamos para um serviço público em área tão sensível como esta. Comprova-se que, se por vezes encontramos funcionários amáveis e colaborantes, desejosos de nos facilitar a vida, outras há em que nos confrontamos com pessoas stressadas e amarguradas pelo amarelo das paredes e os dramas conjugais para os quais quase nunca contribuímos mas de que pagamos as implacáveis consequências. Para ir ao SEF, a Nágila levantava-se antes de o Sol nascer para se deslocar de Alverca até Lisboa, onde, às portas do SEF, se organizava uma fila imensa de pessoas que esperavam cinco e seis horas para serem atendidas. E quem as atendia? Gente zangada com a vida que parecia ter uma especial volúpia em criar dificuldades: incapazes de explicarem tudo o que as pessoas precisavam de levar, incapazes de perceberem que as pessoas que atendiam tinham certas limitações na compreensão dos mecanismos burocráticos portugueses, descobriam sempre mais papéis que faltavam, o que obrigava a recomeçar tão exaltante peregrinação.
Tenho à minha frente o papel que acabou, ao cabo de porfiados esforços, por lhe ser dado e que, num português em que "há menos" se escreve "à menos", se intitula "Renovação de Autorização de Permanência Temporária para Trabalho subordinado", esclarecendo-se, para consolo das nossas almas, que é ao abrigo do art. 217, n.º 1, da Lei 23/207 de 04 de Julho. Que é preciso? Um passaporte válido, um comprovativo das condições de alojamento (contrato ou atestado da Junta de Freguesia), declaração do IRS e cópia da nota de liquidação relativa ao ano fiscal anterior, contrato de trabalho e declaração actualizada da entidade patronal a atestar o vínculo laboral, declaração da Segurança Social regularizada a confirmar os descontos efectuados, requerimento em impresso de modelo próprio (www.sef.pt) e duas fotografias. Com todas estas tarefas, por sucessivos dias, a Nágila deixou de aparecer. Andava por Alverca e Lisboa à procura de papéis - belo ideal de vida. Única vantagem: aprimorei a minha capacidade de fazer camas. E vou melhorando noutras tarefas domésticas.
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In PÚBLICO de hoje

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 38



A AMEAÇA DE CHICO BRÃO

Caríssima/o:

Lenda são certos saberes e sabores que já se não usam nem se conhecem.
Vem comigo: sigamos o odor que hoje enche a casa. É do galo do A. A. (não digo o nome para não ferir a sua modéstia e preservar a sua privacidade; mas tu próprio/a podes atribuir nomes: assim ao 1.º A – António? André?, e ao 2.º – Amaro? Antão?...). Disse-nos ele:
- Ainda bem que o galo escapou à rapina. Sei que era uma rapina porque vi penas num monte e depois tinha asas assim (e abria os braços...); ladrava como um cão! É para o comermos todos juntos!
- Como é que ele escapou?
- Ia dormir com o cão na casota.
E o cheiro não nos enganou – preparado apenas com a sua água, o galo soube-nos pela vida e o arroz de cabidela (baptizado por “arroz de chocolate” pelos netos) estava de três assobios; o tinto combinou à maravilha.
Mesmo sem fechar os olhos, a imaginação voou para as festas em que o galo era rei (os Reis, a Nossa Senhora da Nazaré, ..., e mais recentemente, o Santo António). Logo se lhe associaram as primeiras férias que gozei por convite amável das filhas do senhor João Maria Pereira Júnior, a Maria de Jesus e a Maria de Fátima, fazendo companhia a seu neto Manuel. Foram quinze dias em Macieira de Cambra e a leveza do ar e da água nunca mais se esqueceu.
E há sempre um saber novo numa lenda que espreita por nós:


«As festas de Santo António são o orgulho de Vale de Cambra. Festas de âmbito concelhio, é certo, e bem animadas. Desde 1977 que o 13 de Junho é feriado municipal e não se pode dizer que, a partir daí, as condições meteorológicas não tenham sido as mais agradáveis. A procissão prima pela imponência e concorrência, com todas as irmandades do concelho integradas, combinando-se os aspectos religiosos com os culturais. Exposições de artes e artesanatos e muita música. Porém, nem sempre tudo correu como agora. E Fernando de Bulhões, o nosso Santo António, não deve ter ganho para o susto!
Por muito amado que seja o grande taumaturgo, faz-se lá ideia o que lhe passou pela cabeça quando ouviu a ameaçadora sentença que lhe atirou Chico Brão, que ele sempre considerara um dos seus mais fiéis amigos, que é como quem diz devoto do coração:
- Enfia-se o santo num saquinho e mete-se na água, ali mesmo ao pé da ponte da Gandra!
Ante uma assembleia de amigos e mordomos da festa, Chico Brão, na verdade Francisco Pinto Soares, não teve dúvidas em explicar:
- Se o nosso rico Santo António quer água, que a tenha, mas só para ele! A nós já bom prejuízo nos deu!
Pois nem queiram saber o que acontecia! Raro era o dia 13 de Junho que um de Macieira não agarrasse no telefone e ligasse para um amigo de Gandra a perguntar à falsa-fé:
- Faz favor, diz-me se está aí a chover?
Era uma pergunta de chacota. Os macieirenses não perdoavam aos de Gandra terem ficado, a favor deles, sem a cabeça do concelho. E até aquelas irritantes chuvas, diríamos mesmo: até aquelas tradicionais chuvas, no próprio dia da romaria, serviam para o gozo de sempre!
Os da Gandra, logo que conseguiam as verbas necessárias para a festa, começavam a decorar a capela de Santo António e a engalanar os espaços públicos. Naquele tempo usavam mais papelinhos que outra coisa, pelo que as súbitas chuvas do fim da Primavera eram extremamente arreliadoras, pois encharcavam tudo.
Porém, no ano em que Chico Brão decidiu dizer que metia o santo nas águas, isso foi uma ameaça vingativa. É que nesse ano, por volta de meados da década de 40 do século passado, o Inverno parece que se tinha esquecido de qualquer coisa e reapareceu. E logo a 13 de Junho. Sem contemplações, destruiu as ornamentações e mais ainda o que era de todo o ano. Os romeiros tiveram de regressar a suas casas sem terem comprado um rebuçado e os de Gandra aguentaram-se com aqueles ribeiros correndo pelas suas ruas. Nesse dia, nem os de Macieira fizeram a pergunta anual!
Vale de Cambra reatou as suas relações com Santo António praticamente quando ele se decidiu proteger a vila da intempérie no dia grande da sua romaria. Mas teria sido só por via da ameaça de Chico Brão ou pelo respeito que o santo tinha pelos seus amigos das terras de Cambra?»
[V. M., 274]

Será caso para aceitar apostas?

Manuel

sábado, 25 de agosto de 2007

Morreu Eduardo Prado Coelho


PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
DE UMA CULTURA INVULGAR





Hoje de manhã, em Lisboa, morreu Eduardo Prado Coelho, professor universitário possuidor de uma cultura invulgar. Ensaísta, crítico literário e cronista, foi sem dúvida uma personalidade com rara capacidade de intervenção na sociedade, em várias frentes.
Habituei-me a lê-lo regularmente na comunicação social, sobretudo no PÚBLICO e nos seus suplementos, apreciando a naturalidade com que abordava, nas suas crónicas, entre segunda e sexta-feira, os mais diversos temas, desde a literatura (poesia, prosa e ensaio), até à música, passando pelas artes plásticas, pela filosofia, pelo cinema, pela religião, pelo teatro, pela política e, até, pelo futebol, neste caso sobre o Sporting. Temas sempre ligados ao quotidiano das pessoas, ao comportamento dos políticos, aos livros que se iam publicando, aos acontecimentos artísticos e culturais que se (não) programavam ou se (não) desenvolviam com a pertinência que se impunha.
Embora nem sempre concordasse com o que pensava e escrevia, em especial quando se pronunciava sobre religião, nunca deixei de o ler e de meditar sobre o que dizia e como dizia. Posso sublinhar que diariamente esperava a sua crónica no PÚBLICO, tanto pela cultura que irradiava como pela frontalidade com que causticava quantos fugissem dos cânones que considerava mais correctos ou mais legítimos, quer sob o ponto de vista artístico, quer político.
A admiração que nutri por Eduardo Prado Coelho prende-se, também, com o facto de ver nele um intelectual que não se fechava na sua concha nem guardava para si os múltiplos conhecimentos que foi adquirindo ao longo da vida, antes os levava a todos, assumindo uma intervenção social digna de nota.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

O JESUS DE RATZINGER-BENTO XVI (1)
:
Foi uma jornalista que me chamou a atenção: o Jesus de Nazaré, de J. Ratzinger-Bento XVI, conteria alguns erros, como, por exemplo, Abraão ter sido chamado para sacrificar o filho Isaac no monte Horeb. Disse-lhe que ainda não tinha tido acesso à edição alemã, mas que, se lá estivesse essa afirmação, era um erro, pois haveria confusão com o monte Moriá. Agora que me chegou o original alemão, pude confirmar: na página 58, lá está que Abraão se pôs a caminho do monte Horeb.
Mas esse e outros são pequenos lapsos, que passaram despercebidos à incompetência de algum revisor ou secretário. O decisivo problema desta obra, votada aliás a um tremendo sucesso de best-seller, com milhões de exemplares vendidos em dezenas de línguas, como de todas as obras referentes a Jesus de Nazaré é outro: o da passagem do Jesus da história ao Cristo da fé. Com que bases é que Jesus de Nazaré é confessado como o Messias, o Cristo, o filho único de Deus? Como se fez, historicamente, o trânsito de Jesus, nome próprio e que significa "Deus salva", de cuja existência histórica nenhum académico sério hoje duvida, a Jesus Cristo?
Segundo historiadores e exegetas reconhecidos, como, por exemplo, o padre J. Carreira das Neves, é possível determinar com segurança histórica alguns factos: 1. O nascimento de Jesus deu-se por volta do ano 4 a.C. (este paradoxo deve-se a um erro de datação, agora corrigido, de Dionísio, o Exíguo, no século VI). 2. Mais ou menos até aos 27 anos Jesus viveu em Nazaré, desconhecendo nós o que se passou nesse período. 3. Foi baptizado por João Baptista, começando, depois da sua morte, a pregar na Galileia e arredores a chegada do Reino de Deus. 4. Foi "um reformador do farisaísmo, um taumaturgo e um pregador, que se distinguia da pregação judaica de fariseus, saduceus, essénios e baptistas." 5. Desencadeou "um movimento popular político-religioso", que levantou suspeitas e interrogações às autoridades judaicas de Jerusalém. 6. Entre os muitos discípulos e discípulas que aderiram à sua mensagem, escolheu 12 homens, sinal do novo Israel, que preparou para continuarem a sua obra. 7. Por volta dos 30 anos foi a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa, desencadeou "problemas religiosos e políticos com a sua acção 'profética' no Templo", celebrou "um banquete de despedida com os seus discípulos", foi julgado pelo Sinédrio como "blasfemo" e, assim, "digno de morte", condenado à morte por crucifixão pelo governador romano Pôncio Pilatos. 8. Após a sua morte e depois de "um breve tempo de abandono, desânimo e fuga", os seus seguidores mais próximos, entre os quais algumas mulheres e os 12 discípulos, confessaram que "o viram ressuscitado", proclamaram que ele era o Cristo, continuando o movimento de pregação por ele iniciado. 9. "Pertence a esta pregação dos discípulos a fé na segunda vinda para estabelecer, definitivamente, o Reino."
Há um só Evangelho, mas em quatro Evangelhos: segundo Marcos, Mateus, Lucas e João, que, aliás, não só nem sempre coincidem como contêm contradições. Aí está a prova de que não narram a história de Jesus no sentido da história crítica moderna. São testemunhos de fé, portanto, escritos por quem já acredita em Jesus e lê a sua vida histórica à luz da ressurreição.
Esta leitura não significa, porém, que não tenham um fundamento histórico. São testemunhos de fé com base na história. Decisivo é saber lê-los como textos nos seus contextos e intertextos, conhecendo a finalidade de quem escreve, os destinatários e o ambiente cultural e religioso em que se inscrevem. Estão sujeitos ao método histórico-crítico e, como lembra Ratzinger, valem no todo da Escritura ("exegese canónica").
Qual é, neste quadro, o Jesus de Ratzinger-Bento XVI? Ele é o Filho unigénito de Deus, que vive "na mais íntima unidade com o Pai". O que trouxe ao mundo? Trouxe Deus e assim "a verdade sobre a nossa origem e o nosso destino". Agora que conhecemos o rosto de Deus, "conhecemos o caminho que devemos trilhar neste mundo como seres humanos".

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

GAFANHA DA NAZARÉ CHEGA MUITO LONGE





O Grupo Etnográfico
da Gafanha da Nazaré na Polónia

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré orgulha-se de preservar e defender as raízes culturais da Gafanha da Nazaré e do Concelho de Ílhavo tanto em Portugal como no estrangeiro, onde já esteve por diversas vezes. Desta feita deslocou-se à Polónia, às cidades de Wodzislaw Slaski e Kedzierzyn Kozle, de onde regressou recentemente. A viagem iniciou-se no dia 30 de Julho e a chegada à Gafanha da Nazaré aconteceu no dia 11 de Agosto e foi como “pagamento” da visita do grupo polaco à nossa terra em 2002. Durante a viagem houve a oportunidade de visitar a cidade de Paris, onde pernoitámos, tanto à ida como à vinda.
Em terras da Polónia mostrámos as nossas danças, cantares, trajes e alfaias, enfim, o fruto do nosso trabalho de recolha e preservação ao longo de quase 25 anos, procurando fazê-lo com empenhamento e orgulho e dignificando o nome do grupo, da nossa terra, do concelho e, muito especialmente, do nosso país.
Desde quinta-feira, dia em que chegámos, até quarta-feira, dia em que partimos, efectuámos seis actuações. O ponto alto aconteceu no sábado à noite, num festival internacional com vários dias de exibição e em que participaram mais de 20 grupos de folclore de Portugal, Canadá, Bulgária, Áustria, Egipto, Eslováquia, França, U.S.A., Moldávia, Espanha, Macedónia, Sérvia e Coreia, além de alguns grupos polacos. Neste dia, e com muita surpresa nossa, encontrámos um nosso conterrâneo, morador na Gafanha da Boavista, a assistir ao festival. No final da actuação tivemos a oportunidade de conversar com ele durante alguns minutos. Além das actuações, houve também uma vertente cultural nesta visita à Polónia. Pudemos visitar um museu na cidade de Rybnik, visitámos a bela cidade de Cracóvia e o museu de Auschwitz, campo de concentração nazi.
A viagem decorreu sem incidentes, apesar da distância e do muito trânsito que encontrámos, sempre com um bom ambiente entre todos os componentes do grupo. O espírito de companheirismo e a alegria constante foram um tónico para nos aliviar do cansaço de tantas horas de viagem.
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré vai continuar o trabalho de divulgação da sua freguesia e do seu concelho por esse país fora e, sempre que surgir a oportunidade, além fronteiras. Espanha, França, Alemanha, Itália e Polónia tiveram já a ventura de contactar com a nossa cultura. Fomos embaixadores do concelho nestes países e em todos eles deixámos uma boa imagem. Aproveitamos para agradecer a todos quantos contribuíram para o sucesso desta viagem.

José Augusto Rocha
:
NOTA: Fotos e texto gentilmente cedidos pelo GEGN

AVEIRO: FEIRA DAS VELHARIAS

26 de Agosto...
:

VELHARIAS
PODEM SER
GRATAS
RECORDAÇÕES


Vai realizar-se, em Aveiro, a Feira das Velharias. Será no dia 26 de Agosto, das 8 às 18 horas, na Praça Melo Freitas, na Praça do Peixe, na Praça 14 de Julho e na Rua Tenente Resende.
Esta iniciativa permite adquirir os mais variados tipos de objectos que, actualmente, já não se encontram nos estabelecimentos comerciais, e que podem ser gratas recordações. Assim, os selos, os livros, os discos em vinil, os candeeiros, os móveis, os têxteis, entre outros, apresentam-se a todos os aveirenses, no centro da cidade.

Centenário do Escutismo

O apelo aqui fica...



ONDE ESTÃO
OS ESCUTEIROS "FAMOSOS"
DA REGIÃO DE AVEIRO?
::

Na tarde do dia 27 de Outubro, sábado, no Fórum Picoas, em Lisboa, vai realizar-se uma sessão solene evocativa do Centenário do Escutismo.
A organização gostaria de juntar os seus escuteiros “famosos”, gente que se destacou ou destaca nas diversas vertentes da sociedade portuguesa.
Todos conhecemos aqueles nomes mais sonantes, como o Prof. José Hermano Saraiva, D. Manuel Clemente, D. Ximenes Belo, Prof. Carvalho Rodrigues, João Garcia, mas faltam muitos outros.
Assim, pedimos a sua colaboração no enriquecimento da lista, mesmo de personalidades que se destacaram em âmbito regional.
Mesmo que não saiba a morada não se preocupe, indique o nome, nós tratamos do resto.


Um poema de Afonso Lopes Vieira


CANTARES DOS BÚZIOS


Ai ondas do mar, ai ondas,
ó jardins das alvas flores,
sobre vós, ondas, ai ondas,
suspiram os meus amores.

No fundo dos búzios canta
o mar que chora a cantar
ó mar que choras cantando,
eu canto e estou a chorar!

Ai ondas do mar, ai ondas,
eu bem vos quero lembrar:
«a minha alma é só de Deus
e o meu corpo da água do mar!»

Afonso Lopes Vieira


Crédito para estudantes universitários

SEM BOM APROVEITAMENTO...
PODERÁ NÃO HAVER EMPRÉSTIMO O Governo aprovou um novo sistema de crédito para estudantes universitários. Trata-se de uma boa medida, a qual permitirá que muitos jovens, sem recursos familiares ou próprios, consigam estudar ou concluir os seus estudos universitários. Segundo a lei, os empréstimos começarão a ser reembolsados um ano após a conclusão do curso. Numa altura em que muitas famílias, com filhos em idade de entrar no Ensino Superior, vivem com grandes dificuldades, é de aplaudir esta medida do Governo, que facilitará a vida dos estudantes universitários, sobretudo dos que querem mesmo estudar e concluir os seus cursos.
Há, no entanto, uma outra perspectiva: os estudantes ficarão a saber, logo no início da sua idade adulta, que a vida não é sempre um mar de rosas e que, para se chegar longe, muitas vezes é preciso lutar muito. Aprenderão, por exemplo, a poupar, a gastar só no indispensável, porque agora o dinheiro que lhes foi emprestado tem um dia de ser pago. E também sabem que, se não tiverem bom aproveitamento, não haverá empréstimo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Recordações de Jales

Torre de Menagem, em Chaves

MINAS DE OURO
E LANCHE TRANSMONTANO

Segundo a RTP, estão a processar-se escavações arqueológicas na zona das minas de ouro de Jales, Vila Pouca de Aguiar. Procuram-se vestígios de trabalhadores, possivelmente escravos, habitações e outras marcas do período pré-romano, antes de Cristo, para se ficar a conhecer o passado pré-histórico e histórico daquela região. Por que razão abordo esta questão, hoje e aqui?
Há décadas, uma família amiga levou-me até às minas de ouro de Jales, na altura em laboração. Recebidos com toda a simpatia por um responsável, foi possível assistir à fase da extracção do ouro do minério negro, de que guardo um ou outro bocadinho, que nada diz ter minúsculas partículas de ouro. Mas foi interessante ver e mostrar aos filhos o trabalho numa mina de onde se sacava riqueza.
Porém, o que mais marcou esta visita foi a maneira como o encarregado geral nos recebeu. Não satisfeito com tudo o que nos explicou e mostrou, achou por bem levar-nos para a sua própria casa, onde nos ofereceu um lauto lanche, à transmontana, onde o presunto e o pão de centeio, de sabores únicos, nunca mais deixaram o meu palato.
Esta atitude apenas confirmou aquilo que eu já conhecia das gentes transmontanas: afáveis, acolhedoras, disponíveis para ajudar, amigas de partilhar. Curiosamente, na altura, eu e uma família de Chaves partilhávamos as nossas habitações. A família flaviense vinha para a Gafanha e a minha família assentava arraiais em Chaves. Bons tempos....

Os transgénicos


A DEMOCRACIA
TEM DE SER
RESPEITADA
:


Diz-se que os transgénicos, produtos agrícolas geneticamente alterados para maiores produções e para resistirem às doenças das plantas, podem ser prejudiciais à saúde de quem os ingere. Penso que cientificamente isso não está comprovado. Se virmos bem, há muito que comemos produtos animais e vegetais que sofreram transformações ao longo dos séculos, em especial no último século.
A destruição que um grupo de ecologistas provocou num campo de milho transgénico é uma ofensa não só à propriedade privada, mas também à democracia. Merece, por isso, o nosso repúdio. Num país democrático, as nossas convicções, os nossos projectos, as nossas ideias ou sugestões não podem ser impostos pela força, muito menos pela destruição do que quer que seja.
O Presidente da República já alertou para esta situação. Sempre quero ver se a legalidade é respeitada.

Museus em férias

Fotocópia do original do Avé de Fátima

Afonso Lopes Vieira foi
um poeta de Fátima, também

RECONHECEU O MILAGRE DO SOL

“A relação de Afonso Lopes Vieira com a religião não foi constante nem rectilínea. Nos verdes anos da juventude declarou-se ateu, com afirmações esporádicas de anarquismo, salpicadas da herança positivista da venerada Geração de 70. No largo período do seu amadurecimento como homem e como escritor, aprendeu a respeitar a fé da mulher, D. Maria Helena de Aboim, e reconheceu o milagre do Sol, avistado da varanda da Casa de S. Pedro de Moel, com a inauguração de uma capelinha dedicada a Nossa Senhora de Fátima, em 12 de Maio de 1929. Para essa ocasião festiva, Lopes Vieira escreve o AVÉ de Fátima, assinando apenas um servita. A estátua de N. Sr.ª de Fátima que ainda hoje adorna a rosácea da capela da casa de S. Pedro de Moel – com o altar virado a poente – foi esculpida por um canteiro da região de Porto de Mós.”

In "Roteiro da Exposição
da Casa-Museu Afonso Lopes Vieira",
em S. Pedro de Moel
:
NOTA: As férias também podem servir para passar por Museus. Qualquer cidade ou vila e mesmo algumas aldeias têm o seu, com curiosidades dignas de admiração. Em S. Pedro de Moel há este, em casa onde viveu o poeta Afonso Lopes Vieira, casa que lhe foi oferecida por seu pai, precisamente “onde a terra se acaba e o mar começa”, em S. Pedro de Moel
Hoje, para além do Museu, a casa do poeta oferece um lugar para Colónia Balnear e a Capela.
Se passar por lá, não deixe de entrar, para sair um pouco mais rico.

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