sábado, 15 de janeiro de 2022

Saborear o vinho bom que Jesus nos oferece

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo II do Tempo Comum

Este domingo inicia, no ano litúrgico, a fase do tempo comum que abre com a festa de um casamento, em que participa Jesus, sua Mãe e os discípulos, além de outros convivas. A Igreja quer destacar a importância deste episódio que tem valor de sinal de uma realidade superior: a do amor de Deus por nós, seu povo. Realidade protagonizada por Jesus que dá rosto humano a este amor divino. Que maravilha a contemplar e que apelo a acolher, a meditar e viver. Jo 2, 1-11.
A boda dos noivos de Caná da Galileia é para Jesus a oportunidade de manifestar a relação do casamento natural com o amor de Deus pelo seu povo. A relação tem o valor de símbolo e a manifestação constitui o primeiro sinal da novidade que Jesus traz à realidade humana, conjugal e familiar. A oportunidade surge quando, no decorrer da festa, vem a faltar o vinho – o que provoca um certo desconforto entre os mais atentos e solícitos.

E se Deus não existisse?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Bertolt Brecht, o dramaturgo marxista ateu, para quem a Bíblia era livro fundamental de referência, deixou esta história: "Alguém perguntou ao senhor K. se Deus existe. O senhor K. disse: Aconselho-te a reflectir sobre se o teu comportamento mudaria segundo o tipo de resposta à pergunta. Se não mudaria, podemos deixar cair a pergunta. Se mudaria, então posso pelo menos ajudar-te até ao ponto de dizer-te que já te decidiste: Precisas de um Deus."
O dramaturgo alemão viu claramente que a fé em Deus por interesse, de tal modo que se acreditaria para alcançar o Céu ou para evitar o inferno, está ferida de suspeita. Se Deus existisse como recompensa para que as pessoas façam o bem e sobretudo como travão para que deixem de fazer o mal, não estaríamos em presença de Deus, mas do Polícia do mundo. Esse Deus está ameaçado de não passar de projecção do desejo humano e do medo. Desse modo, Freud teria razão no seu ataque à religião, ao considerá-la uma ilusão infantil e infantilizante, que leva o crente simultaneamente ao aconchego e à blasfémia.
Ao crente é preciso perguntar: Se lhe fosse revelado que afinal Deus não existe?! Sentir-se-ia aliviado? Finalmente livre? O que é que mudaria na sua vida? Seria a derrocada moral? Ou pura e simplesmente não aceitaria essa "revelação", porque, ao viver de certa maneira - na dignidade, na solidariedade, na fraternidade, na beleza, na interrogação radical e sem limites... -, já experienciou que a realidade e a sua própria existência devem ter um valor e Sentido últimos? Deus não é o garante da vida moral, mas pode ser experienciado enquanto co-implicado nas grandes experiências humanas, também na existência moral. A fé significa essencialmente uma determinada atitude face ao todo da realidade e da existência.

Gafanha da Nazaré - Rua Eng. Oudinot

Jardim Oudinot


Reinaldo Oudinot nasceu em Sampigny, Diocese de Verdun, França, a 7 de outubro de 1744. Filho de Jean Oudinot, advogado e procurador fiscal do concelho.
O Engenheiro Oudinot veio para Portugal em 1766, sendo nomeado ajudante de Infantaria com exercício de engenheiro por decreto de 3 de setembro. No ano de 1768 integrou a equipa de Guilherme Elsden para levantamentos do Tejo, tendo, em 1773, assumido a direção dos trabalhos hidráulicos do Rio Lis (Leiria). Simultaneamente desenvolveu também vários estudos agrícolas relacionados com o Pinhal de Leiria.
No ano de 1770 contraiu matrimónio com Maria Vicência Mengui. Deste enlace nasceu Maria Francisca Paula Oudinot que casou com o Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, assistente do pai.
Reinaldo Oudinot assumiu, em 1801, as funções de Governador das Armas da Cidade do Porto, em plena Campanha da Guerra das Laranjeiras.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Evocando um casal amigo - Capitão Fernandes e esposa

O casal amigo 

Muitas vezes me saltam da memória inúmeras histórias e pessoas com quem convivi e de vizinhos amigos que já nos deixaram, sentindo eu a necessidade de trazer até ao presente gestos, conversas, ensinamentos e simpatias que me marcaram.
Quando nos casámos, em 1965, eu e a Lita viemos viver para a casa que ainda hoje habitamos, construída num terreno que fazia parte do quintal dos meus pais. Foi concluída, precisamente, durante a chamada lua de mel. Tempos que recordamos com muita saudade, como é compreensível.
Vivíamos para o trabalho, para os filhos que começaram a nascer e para tarefas dispersas por vários quadrantes que me não davam tempo para olhar para o quintal. Mas um dia, um vizinho amigo, em conversa amena, alertou-me para as vantagens de plantar umas árvores... demorariam o seu tempo a crescer, mas depois poderia haver fartura de fruta. Não liguei muito porque pouco conhecia dessas coisas. Porém, de vez em quando ele insistia com um sorriso sereno para me dar a volta.
Quando hoje e desde há muitos anos saboreio as nossas laranjas, vêm sempre à memória as conversas mantidas com meu vizinho, Capitão Fernandes, com quintal anexo ao meu, cheio de árvore de fruto, com predominância de laranjeiras, que ele e sua esposa, Dona Maria Júlia, mais conhecida por Dona Micas, cuidavam com esmero.
Certo dia, perante mais uma simpática insistência, disse-lhe que nada sabia de laranjeiras nem como e onde plantá-las, avançando ele de imediato: — Eu trato disso; vamos a um viveiro escolher as laranjeiras e depois tudo se resolve.
O viveiro ficava em Vale de Ílhavo. Era um sábado. O Capitão Fernandes, que conhecia o viveirista, começou a dizer o que queria, sublinhando as variedades bem definidas de que eu nunca ouvira falar. Calculou o número de árvores para a primeira fase da plantação e regressámos. No terreno, fez as medições adequadas, enxadas e pás em ação, e plantámos nem sei quantas. Os conselhos para que as laranjeiras vingassem não ficaram esquecidos. Depois seguiram-se outras árvores de fruto.

Os paroquianos quando se empenham fazem maravilhas

OFERTAS DOS REIS

Na impossibilidade de se realizar o tradicional Cortejo dos Reis, pela segunda vez consecutiva, por razões ligadas ao Covid-19, o nosso povo não deixou de colaborar, organizando-se para entregar as suas ofertas, destinadas ao leilão, cujo rendimento ainda não foi possível apurar.
O Conselho Económico e Pastoral esmerou-se, pedindo aos paroquianos que contribuíssem com as suas ofertas que foram expostas nos corredores dos salões da nossa igreja matriz, para que os interessados as pudessem apreciar e comprar, contribuindo assim para as múltiplas despesas da comunidade paroquial.
Deu para perceber que as pessoas têm saudades do Cortejo dos Reis, que se realiza na Gafanha da Nazaré há mais de um século. Por isso, compraram-se todos os presentes e, se mais houvesse, mais seriam adquiridos pelos paroquianos.
A propósito desta iniciativa, o nosso prior, Pe. César, comentou, com satisfação: “Os paroquianos quando se empenham fazem maravilhas.»

Eleições Legislativas - 30 de janeiro

Os que fugirem deliberadamente ao ato eleitoral
perdem o direito de criticar os que nos governam


No próximo dia 30 de janeiro, vamos ser chamados a votar para as legislativas. Os inscritos nos cadernos eleitorais têm a obrigação moral e cívica de participar nas eleições, votando nos partidos legalmente constituídos, contribuindo, assim, para a escolha dos que hão de responsabilizar-se pela governação do país. 
Todos sabemos que o número de abstenções tem sido elevado por razões diversas, mas é chegada a hora de acreditarmos na importância das eleições, sobretudo agora em que o nosso país precisa da colaboração de todos para sair da triste situação de um dos mais endividados da Europa. 
Os que fugirem deliberadamente ao ato eleitoral perdem o direito de criticar os que nos governam.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

GAFANHA DA NAZARÉ - Primeira Junta de Freguesia

No dia 2 de Janeiro de 1914 tomou posse a primeira Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, que substituiu a Comissão Paroquial Administrativa que geriu os destinos da nossa terra desde 27 de Outubro de 1910 a 31 de Dezembro 1913. Naquele dia, compareceram os cidadãos José da Silva Mariano, Manuel José Francisco da Rocha, Manuel Conde, Alberto Ferreira Martins e João Sardo Novo, ultimamente eleitos membros efectivos da nova junta da Paróquia desta freguesia da Gafanha, como consta das respectivas actas arquivadas na secretaria da Câmara Municipal deste concelho e na secretaria do Governo Civil deste distrito, e o senhor regedor desta freguesia, Silvério Vieira, também estava presente.
Os eleitos, constituídos em sessão, elegeram José da Silva Mariano como presidente e João Sardo Novo como Tesoureiro, nomeando seu secretário o vogal Alberto Ferreira Martins. A nova Junta também elegeu para vice-presidente Manuel José Francisco da Rocha e deliberou que as suas sessões se efectuassem na sacristia do lado oeste da Igreja Paroquial desta freguesia pelas onze horas do primeiro e terceiro domingo de cada mês.

Notas:
1. A foto da igreja que substituiu a primitiva, localizada na Chave, foi inaugurada em 12 de Janeiro de 1912;
2. A sacristia referida ficava do lado direito do templo, ao fundo;
3. Texto reduzido.
4. Não haverá por aí, perdidas em gavetas, fotografias dos membros da primeira Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré?  Eu possuo a do meu avô, Manuel José Francisco da Rocha. 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

FAROL ornamentado

 

O nosso farol, o mais alto de Portugal, mantém sempre o mesmo interesse apoiado na sua dignidade. Gostamos dele como símbolo da determinação de quem o requereu e exigiu. E ali está, firme e altaneiro, desde 1893, a requerer a nossa atenção, com ou sem decoração.

ÍLHAVO - Restauração do concelho foi há 124 anos


Amanhã, 13 de janeiro, pelas 17h30, decorre no Centro de Religiosidade Marítima, em Ílhavo, uma sessão sobre a restauração do concelho, com o lançamento da biografia de Manuel Maria Bolais Mónica, de António Vítor Carvalho; a palestra “Manuel Bolais Mónica e a religiosidade bacalhoeira”, por Pedro Silva; a visualização do filme “O bota-abaixo do S. Jorge”, comentado por Ana Maria Lopes, e a inauguração de uma exposição sobre os Estaleiros Mónica.

Andanças: São Miguel - Lagoa

 


Nas minhas andanças, em dia enevoado, em São Miguel, esta imagem de Lagoa, com o branco do casario a sobressair entre o verde sempre presente da vegetação, fixou-se na minha memória. Tudo tão simples, tão natural, tão bonito.

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