sábado, 28 de janeiro de 2017

Visita Pastoral de D. António Moiteiro

Paróquia da Gafanha da Nazaré
5 a 19 de fevereiro 2017


A presença do nosso Bispo,
D. António Moiteiro,
será ocasião de:

 Anunciar a Palavra de Deus
— Celebrar os sacramentos
— Conhecer melhor a realidade social e religiosa
— Dialogar com o clero
Visitar as diferentes camadas etárias
— Contactar os agentes da vida local (Autarquias, empresas, serviços, associações, etc.)
— Ajudar a paróquia a viver a relação com a Igreja Diocesana e Universal e a construir a unidade Arciprestal


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Quem era a serpente do Paraíso? (2)

Crónica de Anselmo Borges 


Na continuação do livro de Ariel Álvarez, 
com a pergunta acima e mais 19 sobre a Bíblia

1. "Porque é que Noé amaldiçoou o filho que o viu nu?" Uma cena estranha: Noé, que aparece na Bíblia a cultivar a vinha, "a mais preciosa e nobre de todas as plantas da Bíblia", adormeceu por causa de uma bebedeira e acaba por amaldiçoar o filho Cam, que entrou na tenda e o viu nu. O que se passou realmente? Neste caso, não se trata de homossexualidade.
Este relato tem sobretudo uma finalidade política, passando-se o mesmo com a narrativa das duas filhas de Lot, que, para não ficarem sem filhos, embebedaram o pai para terem relações com ele. Cam é o pai de Canaã e Noé não amaldiçoa Cam, mas o seu neto Canaã, porque será um filho gerado num incesto: o texto diz que Cam viu a nudez do pai, o que significa que dormiu com a esposa do pai, ou seja, com a sua própria mãe. Quem é maldito é Canaã. O texto amaldiçoa os cananeus escravizados e quer explicar as relações tensas entre Israel e os moabitas e os amonitas, também filhos de um incesto.
Havia três irmãos: Sem, Cam e Jafet. Um terminou escravo e os outros dois, livres. E "é a primeira vez que a Bíblia fala de escravidão, a instituição mais horrenda que o ser humano inventou, na qual alguém é um morto em vida, não pode decidir por si mesmo, nem fazer aquilo de que gosta, nem ir aonde quer, nem ter amigos nem ser feliz". A Bíblia falará muitas vezes do tornar-se escravo pelo pecado.

Estilo de vida alegre e feliz

Reflexão de Georgino Rocha


O sermão das bem-aventuranças abre os ensinamentos de Jesus sobre a novidade que vem anunciar, o reino de Deus. Constitui uma espécie de iniciação ao estilo de vida feliz e alegre que os discípulos são convidados a apreciar e a transmitir, a cultivar e a celebrar. Faz a “ponte” entre o modo de agir de Deus e as aspirações mais genuínas do coração humano. Ponte que Jesus evidencia em opções claras e atitudes coerentes. Nele, o humano é tão singular que irradia o divino que o habita. Nele, cada bem-aventurança tem a marca do seu rosto e ritmo do seu coração. Nele, brilha com admirável naturalidade o reino de Deus, o pulsar do amor que se faz serviço de misericórdia.

Mateus, o evangelista narrador, compõe o seu discurso com sentenças colhidas em várias passagens bíblicas e dá-lhes um colorido entusiasta e assertivo, uma energia suplementar para quem tem de enfrentar e assumir situações contrastantes e de risco. De facto, “o mundo” vai por outro caminho, distancia-se e considera desumana, alienante e sedativa a mensagem das bem-aventuranças. O choque parece inevitável. E surgem perguntas como estas: de que felicidade se trata? Que alegria nos humaniza? Que estilo de vida sacia a nossa fome e a nossa sede de dignidade constante e de realização integral? Terão razão homens e mulheres como Madre Teresa de Calcutá, o Padre Américo do Gaiato, o Papa Francisco, as Criaditas dos Pobres, os voluntários silenciosos de todas as periferias?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

"Tempos de Pesca em Tempos de Guerra" - apresentado na Gafanha da Nazaré

Um livro de Licínio Amador, já em segunda edição
Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré
Sexta-feira, 27 de janeiro 
21 horas 


Licínio Amador

A apresentação desta obra conta com a presença, para além do autor, do Presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Carlos  Rocha, e do vereador da cultura da Câmara Municipal de Ílhavo, Paulo  Costa.
Eu próprio, Fernando Martins, coordenarei a apresentação do livro. 
Convidam-se todos os familiares e amigos dos que naufragaram e dos que pereceram no afundamento do "Maria da Glória" a marcarem presença, como sinal de homenagem às vítimas e respetivas famílias.

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domingo, 22 de janeiro de 2017

Não à lógica do tudo ou nada

Crónica de Frei Bento Domingues 


Nisto, uma criança desata a chorar: 
"não vos preocupeis porque a pregação de uma criança na igreja 
é mais bonita do que a do sacerdote, do bispo ou do Papa. 
Deixai-a chorar, porque é a voz da inocência que nos faz bem a todos"

1. Perante o rumo assustador que a política internacional está a tomar e a múltipla inconsciência na “União Europeia”, fui interpelado por alguns católicos, que se identificam com a herança do Vaticano II, para a urgência de reunir pessoas de “boa vontade”, não apenas para interpretar os sinais deste tempo, mas sobretudo para encontrar formas activas de responder à pergunta dos Actos dos Apóstolos: que fazer?
É tarefa para quem não acredita no determinismo histórico. Um amigo mandou-me, entretanto, o hebdomadário, Le Point[i] (5 de Jan.) com a fotografia do filósofo ateu Michel Onfray na capa e a referência ao seu último livro – Décadence – anunciando que a civilização baseada no judeo-cristianismo está absolutamente esgotada. Os seus valores de outrora estão mortos e nada nem ninguém os pode reanimar.
O Islão, pelo contrário, está forte, tem um exército planetário, constituído por inumeráveis crentes prontos a morrer por Alá e o seu Profeta, ancorados em apetecíveis recompensas celestes.
A referida Revista está recheada com uma entrevista a M. Onfray, extractos do seu livro e algumas mansas réplicas.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Nesta tarde de sábado: Momentos de regata?

Sempre com farol à vista









Foi uma passagem a correr. Ao seguir a indicação habitual que me conduziria a casa, vi, de soslaio, o desafio das velas a meio da tarde de hoje, com sol que dificultava o enquadramento das fotos. Nem assim resisti. Com a devida autorização, entrei no Porto de Pesca Costeira e disparei para umas recordações. As fotos não estarão obra acabada, mas têm, de certeza, para´quem contempla a laguna, fortes motivos de encantar. Realmente, como filhos do oceano, gostamos mesmo destas paisagens. 
Bom domingo para todos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Quem era a serpente do paraíso? (1)

Crónica de Anselmo Borges 



1. É claro que a fé não deriva da razão, à maneira da matemática ou da ciência, não sendo, portanto, demonstrável cientificamente. Mas também se deve tornar claro que a fé não pode agredir a razão, com a qual tem de dialogar, dando razões de si mesma. Há que distinguir entre saber e crer. Como dizia o médico e filósofo Pedro Laín Entralgo, o penúltimo é da ordem do saber, mas o último é da ordem da crença. Por isso, o crente não pode dizer que sabe que Deus existe e que há vida depois da morte, como o ateu não pode dizer que sabe que Deus não existe e que com a morte a pessoa acaba: o crente e o não crente não sabem, crêem, com razões. Neste contexto, Kant é inultrapassável, também quando escreveu que, apesar da sua majestade, a religião não está imune à crítica. Aliás, o Evangelho segundo São João inaugura-se dizendo: "No princípio, era o Logos", portanto, o Verbo, a Palavra, a Razão. E "foi pelo Logos que tudo foi criado", provindo daí, como sublinharam vários cientistas, que a criação, a natureza, é investigável, pois é racional. Uma religião que tem medo da razão, da investigação crítica, do confronto e diálogo com as ciências, não é humana nem presta verdadeiro culto a Deus, correndo o risco de um dogmatismo estéril e, no limite, ridículo. Como o não crente também não pode ser dogmático nem fundamentalista.

Aniversário da chegada do Gil Eanes a Viana do Castelo


É com muito gosto que divulgo o convite que me foi endereçado para marcar presença nas comemorações do 19.º aniversário da chegada do navio Gil Eanes a Viana do Castelo, no dia 31 de janeiro. Na impossibilidade de me deslocar a Viana do Castelo, de certo modo uma obrigação que é devida ao navio-hospital que prestou apoio notório aos nossos homens do mar da frota bacalhoeira, em especial, presto daqui, desta terra que tanto lhe deve, a minha sincera homenagem de gratidão. Porém, outro motivo justificaria a minha viagem a Viana do Castelo, motivo esse que se prende com a palestra que o meu amigo Senos da Fonseca proferirá nesse dia sobre João Álvares Fagundes. Uma coisa é certa, o livro que Senos da Fonseca escreveu — "João Álvares Fagundes - Um Homem dos Descobrimentos" — já está na minha agenda.

Museu Marítimo de Ílhavo celebra o seu 80.º aniversário

Fernando Caçoilo, presidente da CMI

Álvaro Garrido exibe quadro oferecido pelos Amigos do Museu
80 Anos a Navegar. Todos ao Leme!

“80 Anos a Navegar. Todos ao Leme!” é o mote para as celebrações comemorativas do 80.º aniversário do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), que no passado 14 de janeiro, sábado, foi apresentado como rumo a seguir até ao Dia Nacional do Mar, 18 de novembro de 2017. No sábado, comemorou-se também o 4.º aniversário do Aquário dos Bacalhau, uma das grandes atrações do museu ilhavense.
«Temos rumo traçado. Queremos fortalecer o projeto sociocultural e introduzir novas medidas de gestão. Sabemos o que queremos. Entendemos o Museu como uma vaidade, se me permitem usar esta expressão. É orgulho. Ficamos orgulhosos por aquilo que o Museu representa em qualquer canto do país», afirmou Fernando Caçoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI). E acrescentou que 2016 foi o ano em que se bateram todos os recordes de entradas no nosso museu, com 81 010 visitantes, e de receitas próprias.
O autarca evocou a gente ousada que há 80 anos iniciou este processo e afirmou que o MMI «muito deve aos Amigos do Museu», garantindo «que todos os ilhavenses se orgulham deste espaço». Frisou, entre outras informações e projetos, uma excelente notícia que marca o início de um ano de festejos e que se traduz na «transferência do arquivo dos organismos públicos das pescas para o MMI, por iniciativa da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos».
Aníbal Paião, presidente da Associação dos Amigos do Museu, sublinha que o desafio é continuar a inovar e a investir para dar atratividade ao Museu. «Esta magnífica arquitetura é muito importante, mas, apesar desta beleza, tem que existir a sensação de trabalho inacabado para que o Museu continue vivo e vibrante. É necessário o contínuo enriquecimento nas relações e que a investigação aprofunde o seu valor e traga novas temáticas. Quando acabar essa sensação e o Museu se tornar estático será um belo edifício mas sem vida».

Entre os gentios, Jesus inicia a sua missão

Reflexão de Georgino Rocha


Não basta que a luz brilhe. 
É preciso abrir os olhos 
e remover os obstáculos

A opção de Jesus por fazer de Cafarnaúm local de residência e centro de irradiação missionária na Galileia parece estranha e indicia a novidade que vem anunciar: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus”. Pressionado pela urgência interior de ir ao encontro das pessoas e partilhar a grande notícia “Deus vem e já está connosco”, desloca-se para a terra dos gentios, junto ao lago de Tiberíades, tomando como indicador claro de ter chegado a hora para a sua decisão a prisão de João Baptista. Estranha opção para quem faz uma leitura superficial dos factos e não tem em conta o seu contexto histórico e cultural. Estranha opção para quem esquece a dimensão simbólica que frequentemente os acompanha e abre a um nova dimensão.

Mateus, o narrador evangelista, recorre ao profeta Isaías para apresentar alguns traços de Cafarnaúm e destacar que a nova situação de Jesus corresponde ao que estava anunciado. Traços centrados no povo que vivia nas trevas e viu uma grande luz, que jazia na região sombria da desesperança e levanta o ânimo, voltando a esperar. “A verdadeira realidade de Cafarnaúm - afirma Florentino Hernandez, autor do «Guia de Terra Santa: História-Arqueologia-Bíblia» é a de ter sido escolhida por Jesus de Nazaré como sua segunda pátria e de haver sido o centro do seu ministério apostólico na Galileia”. Gente pobre, não miserável, vivia do campo que cultivava entre pedras e na zona marítima, da pesca e do comércio de alguns produtos. Terra onde se cruzavam rotas de negociantes e peregrinos.

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