domingo, 11 de maio de 2008

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 77



O QUADRO PRETO E AS LOUSAS

Caríssima/o:

Parece que estou a ver-nos a espreitar pela porta para olhar a sala onde ia ser o exame: aquilo é que os quadros eram grandes e pretos!
Assim era de facto: sala que se prezasse tinha um bom quadro preto na parede! É que havia-os grandes e pequenos, com e sem moldura, contra a parede ou em cavalete de madeira, cinzentos ou pretos... E nós medíamos a categoria da escola pela do quadro!
Era ainda motivo de aferição o facto de ter ou não linhas horizontais marcadas com vincos regulares; isso sim, quadro de primeira – fazer essas linhas com giz quando precisas, para as apagar juntamente com o nosso trabalho, era para esquecer...
Outro pormenor importante: a prateleira a todo o comprido da pedra e onde se depositava a esponja e o giz; se com requinte e rebordo para suportar tudo sem cair pó nem nenhum dos paus de giz, aí quase pedíamos para escrever ou fazer contas ...
Claro que nesses nossos tempos, luxo era podermos utilizar a esponja; para o dia a dia, lá estava o pano mais ou menos húmido para “safar” e deixar a superfície reutilizável em condições razoáveis... Quando o pó era demasiado, vinha a trabalheira de termos de lavar o quadro... E este pó variava conforme a qualidade dos pedaços de gesso que aproveitávamos para os nossos trabalhos no quadro; daquela vez que se levou um para a sala que fazia só riscos vincados, foi o bom e o bonito! O que o levou cheio de boa vontade apanhou um raspanete... (Não falo em giz de cor; seria caso para perguntar se saberíamos o que era isso?)
Também de ardósia, a nossa lousa. Aí fazíamos a quase totalidade dos trabalhos escritos: aprendíamos a desenhar as primeiras letras, os números; aí riscávamos as cópias, os ditados, as contas e os problemas; os mais dotados de mãos desenhavam maravilhas que o dedo impiedoso apagava!
E a lousa era mágica: rectangular, 30X20 cms, rígida (logo podia pôr-se sobre os joelhos, pousar-se sobre a carteira ou colocá-la no chão...). Para escrever nada mais que um ponteiro do mesmo material; uns, delgados e longos com a parte de cima envolvida num papel colorido, outros mais grossos ..., mas o normal eram uns restos dos que se iam partindo e que aproveitávamos pois um novo custava um tostão e dinheiro em tempo de guerra era coisa não vista.
Será bom esclarecer que tinha à volta um caixilho de madeira com o mérito de nos permitir escrever o nome e, claro, não deixava que se apagasse o trabalho que estava na parte de trás.
Contudo o mais inovador nestas lousas era o sistema de apagar ou safar: o normal era a cuspidela bem medida e o dedo, para as emendas curtas e rápidas; agora para apagar toda a superfície havia dois métodos: para as meninas, a utilização de uma “esponja” de pano; para os rapazes o normal era o cotovelo da camisola ou quando muito a palma da mão! Isto dito assim é capaz de chocar alguns elementos das brigadas ambientalistas..., mas o certo é que o ritmo de trabalho era absorvente e ouvíamos logo a voz imperativa:
- Ora vamos aos problemas!
E a lousa tinha de estar pronta para a nova tarefa...
De vez em quando, mas com certeza em vésperas de exame, a limpeza da ardósia e do caixilho era verificada!...Tudo bem lavado, esfregado e, acontecia com frequência, os caixilhos raspados com uma faca. Para a ardósia ficar mais pretinha... usava-se um pingo de azeite...
Quem aí que ainda tenha a sua velhinha lousa?

Manuel

Televisão on-line transmite cerimónias de Fátima



As cerimónias da Peregrinação Aniversária Internacional da Primeira Aparição de Nossa Senhora, em Fátima, dos próximos dias 12 e 13 de Maio, serão, pela primeira vez, transmitidas via televisão on-line.
O acesso a este canal televisivo on-line pode ser feito através do seguinte endereço: http://www.tvfatima.com/.
Iniciativa da empresa Virtualnet, esta televisão inclui, igualmente, várias reportagens da cidade de Fátima, que podem ser vistas ou descarregadas por qualquer utilizador internauta.
Tendo em conta a importância de Fátima no contexto do catolicismo, Luís Frazão, director de operações da Virtualnet, promete que, em breve, os conteúdos terão «emissão bilingue», para alargar a área de influência dos espectadores.
«Este canal vai emitir vídeos com informação actualizada sobre os acontecimentos religiosos, culturais, desportivos, políticos e empresariais, em formatos que passam pela reportagem, entrevistas e documentários, disponibilizando ao espectador uma panóplia de informação e conteúdos muito diversificada e completa», referiu a empresa na apresentação do projecto.
O tema desta Peregrinação Internacional, proposto à reflexão dos peregrinos de Fátima, durante todo este ano de 2008, e com base no Oitavo Mandamento de Lei de Deus – «Não levantarás falso testemunho» (cf.:Ex 20,16) – é: "Para que sejam consagrados na verdade" (cf.: Jo 17,19).
O Cardeal português Dom José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, preside às cerimónias dos dias 12 e 13 de Maio.

Vítor Amorim

sábado, 10 de maio de 2008

"O enigma da matéria: o espírito e a liberdade"


Costumo dizer aos estudantes que o enigma não é tanto o espírito, mas a matéria. Embora o espírito seja enigmático na sua relação com a matéria – como é que, estando na raiz o espírito, há matéria? --, parece menos compreensível como é que da matéria resulta o espírito, melhor, como é que a matéria se abre em espírito. O dualismo antropológico é cada vez mais inadmissível; mas como entender a emergência do espírito a partir da matéria?
Não têm faltado afirmações reducionistas do Homem. “O Homem não passa de um objecto material e tem apenas propriedades físicas” (D. M. Armstrong, 1968). “Toda a conduta humana terá um dia uma explicação mecânica” (D. Mackay, 1980). “As máquinas inteligentes tomarão pouco a pouco o controlo de tudo, acabando por apoderar-se do mundo da política... Pensar é simplesmente um processo físico-químico (L. Ruiz de Gopegui, 1983). “O espírito é uma máquina” (M. Minsky, 1987).
Hoje, com as novas técnicas da tomografia de emissão de positrões e da ressonância magnética nuclear funcional, consegue-se visualizar imagens das regiões do cérebro que entram em acção aquando das diferentes operações mentais. Assim, num artigo recente, António Damásio escreveu que, embora avesso a previsões, lhe parece seguro poder afirmar que até 2050 a acumulação do saber sobre os fenómenos biológicos em conexão com a mente consciente fará com que “desapareçam as tradicionais separações de corpo e alma, cérebro e espírito.”
Talvez haja quem receie que, mediante a compreensão da sua estrutura material, algo tão precioso e digno como o espírito humano se degrade ou desapareça. Mas António Damásio previne que “a explicação das origens e do funcionamento do espírito não acabará com ele.” O nosso assombro estender-se-á até essas incríveis microestruturas do organismo e às suas funções que permitem o aparecimento do espírito e da autoconsciência – não se esqueça que o cérebro, com os seus cem mil milhões de neurónios e um número incalculável de sinapses, é a estrutura biológica mais complexa que conhecemos. O espírito sobreviverá à sua explicação biológico-neuronal, como a rosa continua a enfeitiçar-nos com o seu perfume, depois de analisada a sua estrutura molecular.A questão da consciência continuará a fascinar-nos, apesar de todos os avanços da neurobiologia. A razão está em que o corpo e o cérebro são objectivamente acessíveis. A consciência, porém, é íntima e ineliminavelmente subjectiva: é sempre cada um(a) a viver-se a si mesmo(a) subjectivamente de modo único e intransferível, sendo dada, portanto, na experiência pessoal. Demos um exemplo, apesar de tudo, menos exigente: um neurocientista que tivesse todos os conhecimentos sobre os mecanismos com que o cérebro processa a impressão da cor azul, sem a sua vivência real consciente, não saberia o que é o azul. O problema permanecerá: como é que processos eléctricos e físico-químicos originam a experiência subjectiva. Há uma correlação entre a consciência e o cérebro, mas como é que a experiência de si na primeira pessoa surge de processos e factos da ordem da terceira pessoa?
Mediante as novas técnicas, percepcionamos a base neurobiológica do pensamento. Significa isso que temos desse modo acesso ao conteúdo do pensamento? Onde está a liberdade no cérebro? Onde estão a autoconsciência e o eu no cérebro?
Como sublinha o célebre historiador Jean Delumeau, há realmente hoje correntes reducionistas, no sentido neuronal ou como se o Homem não passasse de um “mosaico de genes”. Mas, não se esquece então que é o Homem que faz a ciência e lhe dá sentido? “Se o universo é o fruto do acaso, se o Homem não foi querido por um Ser que transcende a História, se a nossa liberdade é ilusória, nada tem sentido e, segundo a fórmula trágica de L.-P. Fargue, ‘a vida é o cabaret do nada’”. E continua: se, como pergunta J. F. Lambert, o Homem é da mesma natureza que os outros seres, donde lhe vem o seu valor e dignidade? Onde se fundamentam os direitos humanos? Se se não é bom ou mau, “mas apenas bem ou mal programado”, ainda se poderá falar de responsabilidade?

Anselmo Borges
In DN

VANESSA PENTACAMPEÃ


VANESSA FERNANDES PENTACAMPEÃ DA EUROPA

A portuguesa Vanessa Fernandes conquistou hoje, em Lisboa, o quinto título europeu consecutivo de triatlo, batendo assim o recorde do holandês Rob Barel, que conquistou quatro títulos consecutivos entre 1985 a 1988.
A força, a determinação e a capacidade de sofrimento desta atleta ímpar são um extraordinário exemplo para a nossa juventude, de todas as idades. Os meus parabéns.

HÁ DESPORTO PODRE



Quando era jovem fui educado no princípio de que o desporto era uma escola de virtudes. Jogava-se por amor à camisola e a mística clubista prosperava. Cada um tinha o seu clube. E a fidelidade era tal, que até se dizia que se mudava de religião, mas de clube nunca.
Depois veio o profissionalismo levado ao extremo, e com o dinheiro veio o “sistema” , de que alguns dirigentes falavam há muito. Os sérios, naturalmente, para quem os fins não justificam os meios. Mas certos adeptos, para os quais o que importa é ganhar, custe o que custar, até batem palmas aos que, por artes subterrâneas, levam a água ao seu moinho. Honestidade deixou de contar. O importante é voar nas asas da fama, que às vezes dá grandes negociatas. O desporto deixou de ser a tal escola de virtudes. Esta palavra, no mundo do desporto profissional, em muitos casos, passou de lema de vida para motivo de sorrisos mal disfarçados.
As condenações a clubes, dirigentes e árbitros, anunciadas ontem mas conhecidas há dias, vieram mostrar o tal “sistema”. Será, penso eu, a ponta do iceberg, que urge mostrar e condenar na íntegra. Para bem do desporto e de quem o vive lealmente.
Acredito, no entanto, que há dirigentes e atletas honestos. Leais, correctos no jogo, sabendo ganhar e perder com dignidade. Incapazes sequer de experimentar a corrupção. Esses precisam de ser louvados e acarinhados. Os outros, os corruptos, esses têm de ser, depressa, erradicados do desporto. O desporto tem de ser sadio. O desporto podre não pode ter lugar na sociedade democrática. A nossa juventude precisa de continuar a cultivar o princípio das virtudes dentro e fora dos campos desportivos.

FM

VIVALDI: "A Primavera"

Hoje já ouvi Vivaldi. E mesmo no fim das "Quatro Estações", perguntei a mim mesmo se não seria bom partilhar com os meus amigos a sua "Primavera", apesar desta estação ainda andar com o frio às costas.

PONTES DE ENCONTRO


Impostos: uma receita de enganos?

Na edição do passado Domingo, dia 4 de Maio de 2008, o “Jornal de Notícias” dava título a uma notícia com a seguinte frase: “Seis mil gerentes dizem ganhar apenas o salário mínimo nacional!”
Estes dados foram recolhidos por um Departamento do Ministério do Trabalho – Gabinete de Estratégia e Planeamento - e referem-se ao ano de 2006.
Nesse ano, o valor do salário mínimo nacional era de 385,90 euros, valor bruto, o qual ainda estava sujeito ao desconto de 11,5% para a Segurança Social, o que se traduzia no salário líquido mensal de 343,45 euros!
Portanto, 343,45 euros era quanto estes gerentes e directores de empresas levavam, no final de mês, para casa!
Na mesma notícia, podem-se ler ainda outros valores salariais mensais de gerentes e directores, designadamente nas áreas da restauração e hotelaria, todos eles com valores igualmente baixos para o cargo que ocupam.
Focando-me apenas nos gerentes e directores de empresas que declararam ter recebido os 343,45 euros mensais, a primeira ilação a tirar é que estes ganhavam, pelo menos nessa altura, o mesmo que qualquer um dos seus funcionários, partindo do princípio que também pagavam a estes só o valor do ordenado mínimo nacional! Confuso, não?
Mesmo tendo em conta os graves problemas porque têm passado algumas das empresas portuguesas, sobretudo as chamadas microempresas, convenhamos que custa muito a entender e a aceitar que os valores declarados correspondam à realidade.
Num país em que a fuga ao fisco e à Segurança Social se tornou, por parte dos empresários, uma regra e um hábito, não é da admirar que se esteja perante uma fraude fiscal, daqueles para quem pagar impostos continua a ser coisa de tontos ou palermas.
Sabemos que esta realidade, nestes últimos anos, se tem alterado muito, devido à luta contra a evasão e fraude fiscal, sem que isso signifique, contudo, que o sistema fiscal se tenha tornado mais eficaz na luta contra a desigualdade de fortuna, de que são exemplo os salários dos gestores e directores pagos, como é o caso, pelo salário mínimo nacional.
Sei que as políticas relacionadas com questões de fiscalidade e impostos de um país são difíceis de aplicar, eficazmente, sobretudo quando se quer combater as fugas das grandes fortunas, que arranjam sempre formas de transferir os seus capitais para onde quiserem, designadamente para o estrangeiro ou paraísos fiscais
O desenvolvimento de um país também se mede pela forma como a carga fiscal é distribuída pelos seus cidadãos e como as receitas da mesma são, depois, redistribuídas, através das diversas rubricas de despesas, e, aqui, ainda se está longe do satisfatório.
Talvez estes seis mil gerentes e directores achem que não há mais nada a fazer pelo desenvolvimento do seu país e dos seus cidadãos pelo que pagar impostos já não faz sentido algum. Agora, que parecem ser mesmo ingénuos, lá isso parecem.
Sem entrar em demagogias, espero que as autoridades portuguesas esclareçam, cabalmente, o que se passa com esta notícia, pelo menos, em nome daqueles que pagam, na íntegra, os seus impostos – normalmente, os trabalhadores por conta de outrem.
No entanto, é mais que provável andarem por aí outros gerentes, directores, empresários e empresas (mas estes sem a aparente ingenuidade dos primeiros) que já usufruindo de ordenados avultados ou lucros fabulosos, que até declaram às finanças, ainda conseguem ter rendimentos superiores, ao que ganham legalmente, através dos rendimentos não declarados. Vai uma aposta? Estes comportamentos são uma das causas das desigualdades sociais e da falta de desenvolvimento de qualquer país.
Afinal, a “economia subterrânea” existe mesmo e para alguma coisa é, ou não será?
Vítor Amorim

Importância da água vista com humor

Na Casa da Cultura Fernando Távora, em Aveiro



“ÁGUA com HUMOR”

Hoje, dia 10 de Maio, pelas 15 horas, vai proceder-se à inauguração da exposição internacional de cartoon “ÁGUA com HUMOR”.
Patente na Casa da Cultura Fernando Távora até ao próximo dia 8 de Junho, reúne 150 cartoons sobre o tema da água. Uma exposição que mostra como se pode, com humor, chamar a atenção de todos para um dos principais problemas do mundo neste começo do séc. XXI. Podem ser vistos os trabalhos premiados e todos os outros cartoons seleccionados para a edição do PortoCartoon em 2003, seguindo as preocupações da UNESCO.
“AGUA com HUMOR” tem produção do Museu Nacional da Imprensa, sendo organizada pela Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, Porto de Aveiro, Município de Aveiro e Museu de Aveiro.
De registar ainda o apoio do “Diário de Aveiro” e da “Rádio Terra Nova”, dois órgãos de comunicação social que têm acarinhado bastante todas as realizações integradas nas comemorações do Bicentenário da Barra de Aveiro.
A exposição é assim apresentada por José Luís Cacho, Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro: “Sendo, a água, um bem precioso, preciosa é a região onde se insere o Porto de Aveiro. Temos uma esplendorosa Ria, um mar que afaga costa luminosa. Quanto a refrigério, água e humor emparelham. Na vida, como na feliz simbiose desta exposição que o Porto de Aveiro, enquanto membro dinamizador da Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, oferece à comunidade. Mais uma iniciativa a enriquecer o bojudo lote de manifestações culturais do programa evocativo do Bicentenário. Que a água, aqui usada como tema inspirador de magníficos cartoons, vos rasgue mil sorrisos e alguma reflexão.”

Fonte: Porto de Aveiro

sexta-feira, 9 de maio de 2008

RIA DE AVEIRO: Cisnes tranquilos


(Clicar nas fotos para ampliar)


O meu leitor António Angeja teve a amabilidade de me enviar estas duas fotos, com a seguinte legenda:
"CISNES QUE VI NA RIA DE AVEIRO PERTO DO AREÃO NO FIM-DE-SEMANA PASSADO......COMO LÁ FORAM PARAR??????? ....NÃO SEI...."

Jardim Oudinot: Quem o plantou?

A propósito do desafio lançado por mim, há dias, no sentido de se descobrir quem fez o Jardim Oudinot, recebi um esclarecimento do meu amigo Júlio Cirino, que agradeço e que aqui transcrevo:

Sobre o Esteiro Oudinot, julgo saber o seguinte: 
1) Foi construído sob direcção de Reynaldo Oudinot em 1802. Antes da sua abertura existiam na borda bebedouros, feitos de troncos de pinheiro escavados, para matar a sede aos bois que iam para as companhas da Costa Nova. Daí o aparecimento do nome do lugar do Bebedouro. 
2) Não sei quem mandou plantar as árvores do Jardim Oudinot. No livro “A Gafanha, Os Homens, O Espaço e o Tempo” - tese de mestrado na Universidade de Coimbra de Maria Isabel Fernandes (1996), lê-se que o pomar foi mandado plantar por Homem Cristo quando presidiu aos destinos da JAPA.
Um abraço,

Júlio Cirino
:
NOTA: Vamos continuar à procura. Sei que Homem Cristo mandou plantar o jardim, mas o que está na parte frontal da Capela de Nossa Senhora dos Navegantes. Agora o outro, o que chegou a ter árvores de fruta, que a malta ia saborear no intervalo da natação, no Esteiro, já não sei. Temos de descobrir literatura ou documentos sobre isso.

FM

FESTAS DA CIDADE: SANTA JOANA


Vamos entrar, como manda a tradição, nas Festas da Cidade. Com programa variado e para todos os gostos e idades, não falta a componente religiosa, em torno de Santa Joana, a princesa Joana que um dia trocou Lisboa por esta humilde vila, que era Aveiro. Depois, pelo que fez pelos mais pobres e pelo exemplo de fé que testemunhou, foi beatificada e proclamada padroeira da cidade e da diocese. O seu culto espalhou-se pelo país, mas foi em Aveiro que ele se radicou com mais entusiasmo. Santa Joana tem nome em muito do que há na cidade e arredores. Ruas, estabelecimentos comerciais, paróquia, instituições religiosas, seminário, tuna musical, livros, irmandade, museu, e por aí fora. O povo, com a sua generosidade e intuição, acolheu-se ao regaço da padroeira, desde há muito. E até é curioso ver não crentes a pronunciarem-se, como enlevo, sobre Santa Joana.
No dia 12 de Maio, data da partida para o céu da princesa Joana, para aí receber a glória do bem que fez e do testemunho que deu, Aveiro recorda-a com devoção. É o dia da padroeira, com procissão vistosa, onde pontifica o fervor das nossas gentes. Se puder, passe pelo seu túmulo, no Museu de Santa Joana. Pode ser que Santa Princesa lhe segrede qualquer recado.

FM

AVEIRO: FESTAS DA CIDADE

No Teatro Aveirense, 12 de Maio
JACINTA CANTA ZECA AFONSO A cantora de jazz Jacinta apresenta no dia 12 de Maio, no Teatro Aveirense, “Convexo”, o seu mais recente trabalho discográfico. Trata-se de uma significativa homenagem a Zeca Afonso, o cantor da liberdade. Jacinta ousou, com arte e muita sensibilidade, recriar a música de Zeca Afonso, um aveirense que inspirou a resistência política, com baladas que, ainda hoje, fazem pensar. O concerto tem início às 21.30 horas, na sala principal do Aveirense, e integra-se nas Festas da Cidade.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

PORTO DE AVEIRO – 1


Ontem visitei o Porto de Aveiro, graças a um amável convite do Dr. Carlos Oliveira, da Direcção de Exploração Portuária. Foi uma visita guiada e há muito esperada, ou não fosse eu, como sou, um apaixonado pela Gafanha da Nazaré, terra dos meus antepassados, referenciados por aqui desde o século XVII.
Penso que os gafanhões e povos circunvizinhos deviam procurar fazer como eu, organizando-se e solicitando uma visita ao Porto de Aveiro, já que esta estrutura é um dos principais alicerces do nosso desenvolvimento socioeconómico.
Escrevi neste meu espaço, há já bastante tempo, que a Gafanha da Nazaré é filha do Porto de Aveiro. Hoje, diria que toda a região lhe deve muitíssimo, se considerarmos, com propriedade, as suas diversas valências, nomeadamente, os Portos Comercial e Industrial, de Pesca Costeira e Longínqua. Posso até sublinhar que o nosso porto, tendo em conta esta realidade, é o principal de Portugal.
Quem passa e vê, através das vedações, sobretudo o Porto Comercial, talvez não faça a mínima ideia da dimensão deste complexo portuário e do movimento que nele se desenvolve no dia-a-dia, com cargas e descargas de diversos produtos, destinados, em grande parte, à indústria transformadora. E quando a Barra de Aveiro se apresentar mais desassoreada, o que se espera para breve, passarão a ter acesso aos terminais navios de porte ainda maior, o que fará crescer, de forma notória, o volume de mercadorias, presentemente perto dos quatro milhões de toneladas por ano.
Naturalmente, o acesso ferroviário, em construção nesta altura, mas já operacional dentro da área portuária, será, também, uma mais-valia para o crescimento do Porto de Aveiro. E com o seu crescimento toda a região dele poderá beneficiar, salvaguardando-se, como é de esperar, a componente ambiental, muito importante para o bem-estar das populações.

FM

NOTA: Durante algum tempo aqui darei notícia, embora ligeira, da visita que fiz ao Porto de Aveiro.

Doentes de SIDA tratados por religiosos

"Os religiosos ligados à Igreja Católica são responsáveis pelos cuidados e assistência a 27% dos doentes de SIDA em todo o mundo. O número foi divulgado na apresentação do relatório 'Um serviço de amor. Análise global do empenho dos institutos religiosos contra o HIV e contra a SIDA', durante o Congresso da União dos Superiores Gerais (UISG) e da União internacional das Superioras Gerais (USG), que decorreu em Roma." Esta informação, que acabo de ler na RR, é esclarecedora, sobre a acção, concreta, das organizações católicas no mundo. Tanto mais esclarecedora quanto é certo que, mesmo entre nós, se pretende arrumar os católicos e outros crentes, como que fechando-os, nos templos e no recato das suas residências. Afinal, os católicos, com as suas mais variadas instituições, tanto de âmbito cultural, educativo e social, como espiritual e artístico, e mesmo recreativo, contribuem, como poucos, para a valorização do homem todo e de todos os homens, directa ou indirectamente. Se hoje, em Portugal, as organizações católicas, por sim simples raciocínio académico, fechassem as portas, instalava-se o caos no País. E apesar disso, há, lamentavelmente, uns iluminados que nem sabem o que faz a Igreja Católica pela sociedade.
FM

Na Linha Da Utopia


Construção de Comunidade

1. Ninguém duvida que esta fase histórica que vivemos é riquíssima, como nenhuma outra, na existência de formas de comunicação. Estas abundam por todos os lados e em todos os minutos e, à partida, deveriam de pressupor uma correspondente consciência de comunidade. Mas não é verdade automática que a comunicação representa comunhão. São as gerações que hoje têm a maioridade que confirmam que é cada vez mais difícil o fomentar dos laços de pertença e de identificação com projectos comuns. Onde outrora bastava fazer um «clic» e já estava a motivação acordada, hoje será necessário injectar doses abundantes despertadoras de motivação. Nada de novo esta constatação, pois hoje superabundam mil e uma ferramentas coisificantes que acentuam a vertente da individualidade, chegando-se a pontos, para ninguém se zangar, de se comprar uma TV para cada um.
2. Pode parecer que o dinheiro compra tudo mas tal não é verdade: relações que não são alimentadas pela relação humana franca e dialogal são laços que vão perdendo a ligação e desatam-se quase sem dar por isso. Fala-se e esboçam-se milhentos projectos que procuram mobilizar ao «sair de si» e de sua casa para participar em projectos comuns; realizam-se esforços diversos cada vez mais apurados na pertinência, rasgo, eficácia, urgência, com divulgação, marketing, mas que quase são o pregar no deserto de um tecido social que parece infecundo. E mesmo nestes encontros muitas vezes procura-se dar um safanão nos pessimismos da não motivação e não participação, assumindo que grão a grão lá iremos!
3. Um contraditório da ausência persegue a era das comunicações. E dizer-se da evidência de novas formas de comunidade e participação (como as comunidades virtuais ou todos os múltiplos movimentos de intervenção) não chega para deixar se constatar que a construção de comunidade social será hoje das tarefas mais exigentes e mais difíceis. Uma dificuldade que radica logo nas evidentes fragilidades das famílias, num mundo e mercado de trabalho que absorve grande parte do tempo da vida… O futuro que se faz cada dia exige toda a esperança e optimismo, mas este precisa de bases que saibam reconstruir aquilo que com o atrito das preocupações vais limitando o horizonte. É aqui, na sabedoria, que radica a essência da construção do espírito de comunidade. Não há comunidade na indiferença: esta um reflexo do pântano socioexistencial. A comunidade quer a presença de todos, onde as diferenças sabem ser e estar com os outros; não na pressa da sobrevivência, mas na partilha da qualidade de vida!

Para recordar

Teresa Salgueiro e José Carreras: Para recordar "Haja o que houver"

Facilidades no Ensino

"Se tem mais de 18 anos tem agora a oportunidade de obter o 9.º ano em poucos meses. Horário pós-laboral. Inscreva-se já!"
Este foi o anúncio de uma instituição que promete o 9.º ano em poucos meses. Das duas, uma: ou os candidatos já têm estudos muito próximos do 9.º ano, ou pretende-se oferecer gato por lebre. Em poucos meses, está garantido o 9.º ano. Umas noçõezitas da matéria, por sinal extensa, e o candidato fica com o canudo na mão. Pelo anúncio, basta ter mais de 18 anos. E, com isto, continua-se a brincar com o ensino e com a formação das pessoas. O 9.º ano em poucos meses? Não brinquem com estas coisas, por favor!
FM

PONTES DE ENCONTRO


Perseguidos em nome de Jesus Cristo!


Chegou-me, hoje, alguma informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, “organização dependente da Santa Sé, tendo por objectivo apoiar projectos de cunho pastoral em países onde a Igreja Católica está em dificuldades”, a qual dá conta da “perseguição aberta” que os cristãos, estão a sofrer em vários países mundo.
Neste momento particular, de confusão e de desorientação mundial, desejo lembrar, fraternalmente, nestas breves linhas, aqueles nossos irmãos que, para viverem a fé em Cristo Jesus, são perseguidos e torturados. (cf.: 2 Tm 3,12).
Recordo os cristãos que vivem no Iraque, onde são vítimas de perseguições, ofensas, atentados, por parte de sunitas e xiitas, para que abandonem os seus lares e o país.
Ainda no passado dia 13 de Março foi encontrado sem vida o corpo do Arcebispo caldeu Paulos Furaj Rahho, depois de ter sido raptado e assassinado.
O mesmo Arcebispo que, no início de Janeiro, deste ano, escrevia que a sua diocese estava mergulhada “na dor e na agonia”.
Lembro, também, os cristãos do Líbano, vítimas da violência extremista, que lhes tem destruído o pouco que possuíam e que são obrigados a abandonarem, igualmente, os seus lares e a sua terra.
E como era possível esquecer os cristãos da Terra Santa, vítimas de perseguições de grupos extremistas, tanto do lado muçulmano como judeu?
Estes cristãos praticamente não têm nada para comer e arranjar trabalho é uma tarefa quase impossível. Deste modo, são obrigados a deixar a terra onde Jesus nasceu, pelo que o risco de deixar de haver cristãos na Palestina é bastante elevado.
Alguém imagina o que seria a Terra Santa sem cristãos?
A estes países, muitos outros se podem juntar na perseguição, prisão e tortura aos cristãos, casos da Coreia do Norte, do Irão, da China ou da Arábia Saudita, entre tantos outros que poderiam ser também referidos neste espaço.
Bem sei que, em alguns casos, a delicadeza das situações e a discrição exigem um diálogo paciente e sereno, por parte das autoridades religiosas cristãs com as autoridades dos países em que as perseguições são frequentes, para que estas acabem, tão rápido quanto possível, e possa dar-se início a uma abertura religiosa. Decerto, um caminho longo e difícil de percorrer e não isento de riscos e retrocessos.
Por isso, recordo as palavras, recentes, do Papa Bento XVI: “Mais uma vez asseguro que a Terra Santa, o Iraque, e o Líbano estão presentes na oração e na acção da Sé Apostólica e de toda a Igreja.”
A “Além-Mar”, de 20 Fevereiro de 2008, publica um ranking feito pela organização internacional evangélica “Portas Abertas”, sobre a situação mundial dos cristãos perseguidos.
De igual modo, a A.I.S. tem todo um conjunto de informações sobre a liberdade religiosa no mundo, que podem ser adquiridas ou consultadas, através do seu site.
Num mundo que parece estar cada vez mais confundido com ele próprio e onde a esmagadora maioria dos seus cidadãos já têm dificuldade em entendê-lo, não esqueçamos estes nossos irmãos perseguidos em nome de Jesus Cristo, através da nossa oração e da nossa solidariedade.

Vítor Amorim

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Reencontro ou redescoberta vital



As frequentes profecias de sociólogos, políticos, fazedores de opinião e tantos outros, que prevêem, a curto prazo, o desinteresse generalizado pelo cristianismo e o abandono maciço da Igreja nunca me impressionaram por aí além. A vida vai-nos ensinando quais as fontes que as alimentam e os interesses e sentimentos que se escondem por detrás de palavras, só aparentemente seguras. Ao mesmo tempo, vai-nos mostrando, também, que onde existe honestidade na procura sincera e objectiva da verdade o reencontro ou o regresso à fé cristã acontece como uma redescoberta vital e feliz.
É verdade que o cristianismo não vai na onda em que muitos gostam de boiar, não está voltado para cedências no que toca a aspectos essenciais da sua mensagem, não treme ante sondagens e estatísticas de acontecimentos de cariz religioso, se lhe são pouco favoráveis. Muito menos vive a Igreja obcecada pelo medo de ver os templos vazios, como tanto insistem os que aí não entram, ou fica paralisada e desnorteada por saber que há gente que propagandeia os seus desinteresses em relação ao transcendente.

António Marcelino
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Sem pão!

A pão e água. Vários dias sem comer mais nada. Para que os dois filhos não sentissem, também, a privação. Em Portugal, 2008. Trinta anos depois de Abril. Existe. E não se entende. De novo, em Setúbal, como uma maldição. Falámos com ela. Mãe sozinha. Professora do ensino básico. Um daqueles 439 mil nomes que dão corpo à taxa de desemprego. Cada caso é um caso. E em cada caso parece sempre que a fome é absurda. Evitável. A culpa vai de fininho instalar-se, quase sempre, nos ombros do pobre. Não morre sozinha. Nasce e cresce gémea da fome e da vergonha. Os empregados ouvem-se, desfilam, protestam. Mas os pobres desempregados calam-se, escondem-se. São raros e corajosos os gritos. As denúncias. Na sociedade onde impera o deus do sucesso, como reconhecer que não se é capaz de assegurar a subsistência própria? Louva-se a ambição dos que se propõem conquistar o Mundo. Mas não há lugar para reconhecer a meta dos que se ocupam em conseguir apenas o pão nosso de cada dia. É por isso que ao seu silêncio se tem de opor o nosso grito de escândalo: numa sociedade de abundância e desperdício, não se pode tolerar que cresça o número daqueles que temem ver chegar os dias … “sem pão!” Graça Franco

Na Linha Da Utopia


A insegurança da segurança


1. Não há sociedades perfeitas. Mas as que, em regimes de liberdade, procuram essa aproximação à perfeição têm na justiça e na segurança os seus alicerces fundamentais. O mapa da justiça portuguesa, numa naturalmente complexa rede de relacionamentos, hierarquias, competências e responsabilidades, tem procurado corresponder aos desafios da actualidade. Mas em si mesmo, e nestes últimos anos com o eclodir de «casos» mediáticos que desafiam a própria consistência de toda a estrutura, a justiça vai ceifando as suas próprias lideranças. Um facto problemático. Os números estão aí: com os acontecimentos dos últimos dias da demissão do director da PJ, «em 10 anos realizaram-se cinco mudanças de direcção da PJ, tendo sido só um mandato cumprido até ao fim». Mais ainda, dos diversos lados da questão, a insatisfação (explícita ou implícita) faz os cidadãos temerem e tremerem pela essencial segurança, da estrada à porta de casa.
2. É certo que a actuação das múltiplas forças de segurança deve primar por uma eficácia discreta. E sabe-se do bom conceito, mesmo internacional, tido em relação aos nossos agentes de segurança, onde a qualidade e competência são valores reconhecidos. Mas talvez o pior de tudo, que abre permeabilidade mesmo a instâncias maléficas do crime, seja que normalmente quando se fala das forças de segurança, é em circunstâncias menos boas para um clima socialmente ordenado que se deseja. Nestes contextos, a própria credibilidade das estruturas fica afectada. Apesar da forte componente hierárquica que preside às instâncias de segurança, a verdade é que muitas vezes o que se pede como realização eficaz não tem a devida correspondência nos equipamentos, nos recursos materiais, nas tecnologias de informação,... Infelizmente pode-se dizer que não é só em escolas que chove, também em agências de autoridade policial a chuva ou o calor perturba claramente o normal funcionamento.
3. Já há tempos um órgão de informação nacional entrou e mostrou a realidade por dentro, lá para o nosso interior do país. Do papel de fotocópia à energia eléctrica, sem palavras!... A autoridade situada, necessária, precisa de bases (também materiais) para ter sustentabilidade e ser credível nas populações. Se é insegura em si mesma, nada a fazer! É verdade que estão muitos mais agentes em formação… Mas o seu enquadramento em sociedade democrática precisa que toda a estrutura se apresente “firme” e segura na natureza e missão de todos e de cada um. Cada vez mais a questão da (in)segurança é uma problemática de cidadania. De justiça, de todos!

Alexandre Cruz

PONTES DE ENCONTRO


Os avisos, as crises e as vontades!

“Pela maneira como estamos, como a comunidade internacional está a olhar para o mundo, não iremos longe.”
Estas palavras, melhor, este aviso interpelativo, pelo seu significado e pela realidade que contém em si mesmo, exige uma reflexão séria e profunda por parte de todos aqueles que estão preocupados, sincera e convictamente, com as várias crises que se vão alastrando, paulatinamente, pelo mundo, sobretudo a partir da queda do Muro de Berlim (1989).
Quem as proferiu foi o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o português, Engenheiro António Guterres, no passado dia 4 de Maio, durante uma visita que fez ao Fundão e a Donas, terra natal da sua mãe e onde viveu parte da sua infância.
Trata-se, pois, de uma afirmação demonstrativa de todo um conjunto de problemas que persistem ou se agravam, ainda que com outros contornos, no mundo e que não é proferida por uma pessoa que esteja alheada das grandes questões internacionais. Bem pelo contrário.
Por muito que custe, é preferível, e mais positivo, encarar a realidade, no imediato, do que escamoteá-la, para mais tarde. Partindo deste pressuposto, o que Comissário para os Refugiados da ONU diz é que estão em confronto, pelo menos, duas perspectivas de ver o mesmo mundo e as múltiplas questões a ele inerentes.
Em linguagem do dia-a-dia, dir-se-ia que uns são os pessimistas e os outros são os optimistas, quando, afinal, o importante é saber quais são, de todos, os que melhor buscam a verdade e a razão das coisas, bem como as consequentes soluções e aplicações práticas, já que esta busca não é privilégio de nenhum tipo exclusivo de pessoas.
Já agora, e os chamados optimistas que me desculpem, existem estudos de perfis psicológicos que demonstram que um optimismo exagerado pode ser, tendencialmente, paralisante, para quem tem que tomar decisões e dar soluções, em tempo útil.
Como em tudo na vida, o mais provável é dizer que “é no meio que está a virtude”, tendo em conta as circunstâncias e os contextos em que se está inserido.
Da minha parte, confesso, bem gostaria de falar de coisas mais agradáveis, que também as há, mas, por agora, resta-me a quase certeza que alguém fará isso por mim e a esperança, sentida, que ainda é possível por o mundo a sorrir!
Utopia? Sinceramente, não creio! Não terá o próprio Evangelho nascido da simbiose de uma realidade profundamente humana e humanizante, cujo centro é Jesus Cristo, com a utopia cristã pelo Reino de Deus?
Responsável por esta Organização da ONU, desde Junho de 2005, conta com mais de seis mil funcionários (espero que a maior fatia da verba desta Instituição não se destine a pagar os ordenados destes). Está presente em 115 países, pelo que António Guterres sabe do que fala e porque fala. É um humanista, por excelência.
Preocupado, igualmente, com as consequências da subida dos alimentos, o Comissário da ONU para os Refugiados não deixou de se referir a toda “uma série de ameaças que já se concretizaram ou estão como uma espada sobre as nossas cabeças e que nos devem levar a pensar como é possível olhar para o mundo de outra maneira.” Tudo isto a par de conflitos “no Afeganistão, Iraque, Palestina, Sudão e, esperemos, que não no Líbano.”
Optimismos ou pessimismos à parte, o importante é saber que, em cada problema que surge, aparece uma nova oportunidade para o resolver. Deste modo, a possibilidade de evitar a sua repetição, no futuro, nunca se tornou tão real e exequível. Queiramos nós! Tudo depende, afinal, da vontade de cada um!


Vítor Amorim

A papoila


Há dias, ao passear na Barra, vi esta papoila numa zona de 'depósito de lixo' . Como para nós nada há mais belo que a natureza, aí vai esta flor. Assim me disse o meu amigo Carlos Duarte, quando me enviou a papoila. Aqui fica, meu caro, porque é sempre bom saborear a partilha.

“IGREJA AVEIRENSE”


Saiu há pouco a revista “IGREJA AVEIRENSE”, uma iniciativa da Comissão Diocesana da Cultura. Trata-se do n.º 2 do III ano, referente ao segundo semestre de 2007.
Esta revista vem na sequência de um projecto que visa preservar os principais documentos emanados da Diocese de Aveiro, nomeadamente, dos seus bispos, titular e emérito, do Plano Pastoral e Serviços Diocesanos, entre outros, relacionados com Espiritualidade, Ecumenismo, Publicações, Efemérides, Em Memória de e Pessoas Notáveis. Neste último caso, foi evocado Pedro Grangeon Ribeiro Lopes, um viseense que um dia chegou a Aveiro e a aceitou como cidade sua, testemunhando na vida a fé que recebera na infância e que sempre alimentou.
Quem pegar na “IGREJA AVEIRENSE”, para a ler, como quem lê um livro que deve ser consultado, pode confirmar a oportunidade desta publicação e dos projectos pastorais da Diocese de Aveiro. Como que profetizando a crise social e económica recentemente anunciada, com sinais de catástrofe à vista, para a qual temos de nos preparar, estimulando-nos para a solidariedade e para a caridade, a Diocese diz-nos que “o serviço dos mais pobres é sinal visível e expressivo da verdadeira Igreja de Jesus Cristo”.
Nessa linha, sintonizam os textos de D. António Francisco, em diversas circunstâncias, com o Plano Pastoral, onde se proclama que “o serviço da caridade é uma sábia e santa forma de evangelizar”, numa expressão feliz e oportuna do Bispo de Aveiro.
Quando muitos pensam que o catolicismo é o que se faz nas igrejas e nos seus adros, desde as mais simples às mais pomposas, é bom referir que esta revista nos dá uma panorâmica, tão completa quanto possível, da acção da Igreja de Aveiro, no dia-a-dia das pessoas concretas. Múltiplos secretariados e serviços específicos, movimentos apostólicos e comissões diocesanas, instituições de ensino, cultura e de solidariedade social, propostas de espiritualidade e de formação para clérigos e leigos, acções ecuménicas e publicações de âmbito eclesial, de tudo um pouco se encontra na “IGREJA AVEIRENSE”, mostrando vida em movimento por terras da Ria e do Vouga.
Na rubrica Em Memória de são evocados os sacerdotes falecidos e que se deram por inteiro ao serviço da Igreja, ultrapassando, muitas vezes, os limites das suas próprias forças, sem nunca virarem a cara aos compromissos que assumiram no dia da ordenação presbiteral.
Os que desejarem estar em sintonia com o que faz a Igreja, em terras de Aveiro, têm de ler esta revista. Mas também a podem ler, ou consultar, os estudiosos, os académicos à procura de temas para os seus mestrados ou doutoramentos e os simples curiosos.

Fernando Martins

terça-feira, 6 de maio de 2008

Figueira da Foz: Janela aberta


No meio da floresta de cimento, é possível encontrar uma janela aberta para o mundo. Ou um espelho onde se reflecte a paisagem natural. Essa, sim, com vida.

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