sexta-feira, 28 de maio de 2021

Lugre Argus vai ser recuperado

Presidente da CMI, Fernando Caçoilo, apresenta o novo projeto museológico 

A Câmara Municipal de Ílhavo e a empresa Pascoal & Filhos assinaram um Protocolo de Doação, ao Município, do lugre Argus. Este é um importante marco que permitirá dar início ao processo de reabilitação desta emblemática embarcação, ícone da história portuguesa da Pesca do Bacalhau, com o objetivo de a transformar num equipamento museológico, a implementar no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, cidade bacalhoeira do Município.
Cabe agora  à Câmara Municipal a responsabilidade de encontrar, no âmbito do Quadro Comunitário Portugal 2030, o financiamento necessário para a sua recuperação, tendo em vista transformar o Argus em mais uma atração museológica num  espaço público e seco  do Jardim Oudinot. O investimento está estimado em cerca de 4 milhões de euros.

Chafariz - Assim já gosto

 

Passei há tempos pelo Farol da Barra e critiquei o mau aspeto em que se encontrava o chafariz acastelado, porventura por esquecimento. Hoje, porém, já está asseado para receber visitas. A época balnear está à porta. Gostei de o ver limpo e pintado de fresco.

Em nome da Santíssima Trindade, ide e fazei discípulos

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IX do Tempo Comum


A festa da Trindade revela-nos a dignidade do ser humano, especialmente do ser cristão chamado a viver na confiança filial, na amizade fraterna e na doação generosa.

Após o Tempo Pascal, a liturgia retoma o tempo comum para nos proporcionar a oportunidade de celebrar o que Deus em Jesus faz por nós por meio do Espírito santo. No encontro da despedida Jesus, depois de afirmar a sua autoridade, diz aos discípulos: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. E dá-lhe a garantia de estar sempre com eles até ao fim do mundo. Grandiosa missão! Estimulante garantia! Mt 28, 16-20.
É missão que inicia os candidatos à vida cristã em dois “momentos” mais significativos do seu itinerário para a maturidade: o anúncio jubiloso da novidade de Cristo e a celebração do baptismo e do crisma. É missão a prosseguir na comunidade eclesial e sociedade civil, em todos os espaços de convivência humana. Assim, é em nome da Santíssima Trindade que a Igreja desenvolve a sua acção: aprendendo e ensinando, sendo santificada e santificando, deixando-se amar e irradiando o amor. A fonte original é Deus família, é trindade em relação, é cada pessoa em comunhão.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Encantos da Vagueira

Vagueira - Passadiço
Vagueira - Arte Xávega

Os residentes consideram-na como “a melhor praia do mundo” e quem vem de fora tende a concordar. O extenso areal da Praia da Vagueira conquista todos os que a visitam, em Vagos, no distrito de Aveiro.
Por aqui ainda se mantém a tradição da pesca com arte xávega. A mesma que coloca no pequeno mercado local o peixe mais fresco, capturado a pouca distância da costa e usado nos pratos que enchem as ementas dos restaurantes.
Muitas iguarias ganharam fama ao longo do tempo por aqui, como a caldeirada de enguias ou o marisco. Esses ingredientes vêm da Ria de Aveiro, ali mesmo ao lado.
Para conhecer estes dois mundos, entre o mar e a ria, estão os Passadiços da Vagueira, que atravessam um grande cordão dunar e se estendem até à Praia do Labrego.
Uma caminhada por esta estrutura de madeira é a oportunidade perfeita para respirar a brisa salgada e lançar o olhar sobre uma zona de sapal que atrai inúmeras espécies de aves.
Para fãs de desportos aquáticos, pode sempre optar por uma sessão de stand up paddle ou canoagem na ria, ou virar-se para o mar e experimentar surf, já que está numa das melhores praias da região para o fazer.

Fonte: Texto e fotos da Via Verde

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Folha seca



O vento atirou a folha seca para o meu caminho no Jardim Oudinot. Sinal de um Outono frio e rosto de morte iminente. Aqui lhe dou vida para que nos alerte para o Outono da nossa existência. 

Feira do Livro de Aveiro começa na sexta-feira

ABERTURA: 
28 de Maio, 18 horas


A 45.ª edição da Feira do Livro de Aveiro decorre num novo espaço, a envolvente do edifício ATLAS Aveiro, e tem inauguração agendada para as 18h00 do dia 28 de maio. A Feira estará de portas abertas de segunda a quinta-feira, das 15h00 às 20h00, sextas-feiras das 15h00 às 22h30, sábados e feriados das 10h00 às 22h30 e domingos das 10h00 às 20h00. Os standes de venda de livros estarão instalados na Praça de República, contando com representações da Livraria Santa Joana, Livraria ABC, Socodante Livraria Técnica Angels Formula-Alfarrabista, Ror de Livros, IBOOK, Livraria Bertrand, Livraria Gigões & Anantes, FNAC, CTT, CMA - Edições municipais. 
Destacando o Teatro, género literário, em homenagem à comemoração dos 140 anos do Teatro Aveirense, a programação cultural da feira abre, logo no primeiro dia, às 18h30, com um monólogo de Sara Barros Leitão, “Proclamação da existência”, seguindo-se uma conversa entre a atriz e José Pina, diretor do Teatro Aveirense.

NOTA: Notícia publicada no "Correio do Vouga"

terça-feira, 25 de maio de 2021

Comunicar

“Nem o regime mais repressivo consegue impedir os seres humanos de encontrar formas de comunicar e obter acesso à informação”

Mandela


Nota: Saiu no  PÚBLICO de hoje em Escrito na Pedra.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Jardim Oudinot: Caprichos da natureza

A natureza é capaz de tudo. Vejam as voltas que a árvore deu para sobreviver. Assim somos nós muitas vezes.

 

domingo, 23 de maio de 2021

Sopro criador vem

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Ainda nos custa lidar com o Espírito do Pentecostes: em nome da unidade, sacrificamos a diversidade; em nome da diversidade, não cuidamos da unidade. É assunto para futuras crónicas

1. Todas as celebrações cristãs implicam três dimensões: não perder a memória, enfrentar os desafios do presente e abrir o futuro. A essência do cristianismo não é uma ideia abstracta. Está intrinsecamente ligada a uma pessoa histórica viva: Jesus de Nazaré.
S. Paulo advertiu que ninguém pode colocar um alicerce diferente deste [1]​. Como observa Hans Küng, a vida, os ensinamentos e a actividade de Jesus de Nazaré destacam-se, claramente, em comparação com outros fundadores de religiões. Jesus não foi uma pessoa formada na corte, como aparentemente foi Moisés, nem filho de príncipe como Buda. Também não foi um erudito e político como K’ung Fu-tzu nem um comerciante rico e cosmopolítico como Maomé. É precisamente pela sua condição social tão insignificante que se torna tão espantosa a sua inultrapassável importância.
Não defende: a validade incondicional de uma lei escrita que se desenvolve sem cessar (Moisés); um modelo de vida monástico, dentro de uma comunidade regulamentada (Buda); a renovação da moral tradicional e da sociedade estabelecida, em consonância com uma lei cósmica (K’ung Fu-tzu); as revolucionárias conquistas violentas, em luta contra os infiéis, e a fundação de um Estado teocrático (Maomé).
Não se identifica com os poderosos, com os rebeldes, com os moralizadores nem com os submissos. A sua vida é um permanente desafio inovador [2].

Um poema de Jorge de Sena para este domingo

A escritora Lídia Jorge sugeriu há dias que os poemas seleccionados 
por José Tolentino Mendonça e Pedro Mexia, 
que fazem parte do livro "VERBO - Deus como interrogação na Poesia Portuguesa", poderiam ser incluídos nas Eucaristias. 
A título de exemplo, apresento, para este domingo, um expressivo poema de Jorge de Sena. 
SÚPLICA FINAL

Senhor: não peço mais que silêncio,
o silêncio das noites de planície como enevoadas águas,
o silêncio dos montes quando a tarde acabou e as pedras
se afiam na friagem que é azul-celeste,
o silêncio do sol encarquilhando as folhas,
e o vento na areia depois de ter passado,
o silêncio das ondas ao longe espumejando tranquilas,
o silêncio das mãos e o dos olhos,
e o das aves negras que pairam nas alturas
de um céu silencioso e límpido. Não peço
mais que silêncio. O silêncio das ideias que deslizam
no tecto escorregadio da memória silente.
E o silêncio dos sonhos coloridos, e o dos outros
a preto e branco imagens desejadas
que não pensei que desejava e esqueço
ao querer lembrá-las. E o silêncio
dos sexos que se possuem sem uma palavra.
E o do amor também, tão silencioso esse,
que não sei quem amo.

Não peço mais. Afasta
de mim o estrondo: não o das cidades,
ou dos homens, das águas, do que estala
na memória ou penumbra das salas desertas.
Afasta de mim o estrondo com que a vida
se acabará contigo, num rasgar de súbito
em que ficarei inerte e silencioso. O estrondo
em que não ouvirei mais nada. O estrondo
em que não mexerei um dedo. O estrondo
em que serei desfeito. O estrondo
em que de olhos abertos
alguém mos abrirá.

Senhor: não peço mais do que o silêncio do mundo,
o silêncio dos astros, o silêncio das coisas
que outros homens fizeram, e o das coisas
que eu próprio fiz. E o teu silêncio
de senhor que foi. Não peço mais.
Não é nada o que peço. Dá-me
o silêncio. Dá-me o que não fui:
silêncio (porque calei tanto):
o que não sou (pois que calo tanto):
o que hei-de ser (já que falar não adianta):
Silêncio.
Senhor: não peço mais.

Assis, 1961

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