terça-feira, 17 de abril de 2018

ÍLHAVO NA ASSOCIAÇÃO DE CIDADES E VILAS DE CERÂMICA

Ontem, ao noticiar a constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (APCVC), verificámos que Ílhavo também faz parte da referida associação, o que nos apraz registar. Um leitor amigo e visitante assíduo do meu blogue teve a gentileza de me enviar um texto alusivo ao processo da adesão do nosso município à APCVC. A ilustração é referente à peça que atesta o valor da cerâmica ilhavense, concretamente, da  Oficina da Formiga, de Jorge Saraiva. 

Prato da Abundância 

"O Executivo Municipal deliberou aprovar a adesão do Município de Ílhavo à Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica. O processo de criação desta associação teve início em janeiro de 2016, numa reunião em Mafra, após uma visita em dezembro de 2015, do coordenador europeu e simultaneamente italiano das cidades cerâmicas, acompanhado pelo coordenador espanhol, que executavam uma missão do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial das Cidades Cerâmicas – com vista ao estabelecimento, na maioria dos países europeu, das respetivas associações de cidades cerâmicas. 
Presentemente, este Agrupamento, uma estrutura com peso institucional no seio da União Europeia, já agrega associações de cidades cerâmicas de Itália, Espanha, França, Roménia e Alemanha, contando com mais de uma centena de cidades cerâmicas do continente europeu. O principal objetivo desta associação portuguesa será a defesa, a valorização e a divulgação do património cultural e histórico cerâmico, bem como o intercâmbio de experiências entre os associados, nomeadamente a nível da conservação do património, o estabelecimento de parcerias entre cidades e vila com vínculos tradicionais à cerâmica, seja do tipo produtivo, cultural ou de qualquer outro âmbito. 
Tem ainda por objetivo a promoção da criação artística e a difusão da cerâmica tradicional e contemporânea, bem como o incentivo de relações de cooperação e intercâmbios entre os municípios associados a nível nacional ou na rede europeia. Para a assinatura do protocolo o Município de Ílhavo optou pelo Prato da Abundância da Oficina da Formiga" 

Jorge Saraiva, 
da Oficina da Formiga



 PRATO DA ABUNDÂNCIA 

Ficha técnica:

Material: Prato Ø36x5,5 cm em faiança calcária 
Pintura: No centro, peixe em postas e faca e garfo, com pintas azuis e reticulado em castanho. Na beira, vegetalista, motivo floral e uvas. Filete no bordo do prato e na caldeira uma serpente em castanho claro. Usado o método de estampilhagem e pintura livre. 
Autoria: Mestre João Marques de Oliveira, conhecido no mundo da cerâmica artística e da azulejaria aveirense por João Lavado – Aveiro - 1945 a 1975 


Historial:

Prato em faiança tradicional portuguesa outrora oferecido aos noivos, simbolizando os votos de abundância de alimento, de dinheiro, de trabalho, de harmonia, de fertilidade e também lembrando que a tentação existe. 
O peixe às postas simboliza o milagre bíblico da partilha e da multiplicação. As pintas azuis, o dinheiro que surgiu por milagre bíblico na boca do peixe quando foi pescado, mas também, como o resultado do trabalho na pesca (simbolizado pela redes pintadas), ou do trabalho no campo. Para que nunca falte o trabalho e o dinheiro em casa dos noivos. 
Na beira do prato, as sete composições (correspondente aos sete dias da semana), cada uma com a espiga de trigo, cacho de uvas e uma flor (papoila), representando a satisfação das necessidades diárias de pão (que dá vida ao mundo), de vinho (sangue da vida), da fertilidade e felicidade. 
A serpente simboliza a tentação e o pecado, para lembrar que existe e que a devem evitar.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

PÚBLICO entrevistou TOLENTINO MENDONÇA

Entrevista conduzida por António Marujo 




Elogio da Sede foi o tema que o padre José Tolentino Mendonça propôs ao Papa Francisco, quando este o convidou a orientar os exercícios espirituais da Quaresma para os responsáveis da Cúria Romana – a primeira vez de um padre português. Com o mesmo título, foi anteontem posto à venda o livro (ed. Quetzal) que reúne os textos das meditações que o também poeta e exegeta bíblico propôs ao Papa e aos seus mais directos colaboradores.
No tempo litúrgico que antecede e prepara a Páscoa, os cristãos são chamados a repensar a sua vida à luz da fé que professam. Esse desafio pode assumir a forma de um encontro de reflexão ou meditação, muitas vezes chamado de “exercícios espirituais”, adoptando a expressão cunhada por Inácio de Loiola, fundador dos jesuítas. “Um exercício espiritual é, sobretudo, um momento de encontro, uma viagem ao interior de si, uma abertura ao que pode ser a voz de Deus, um balanço da própria vida”, explicaria Tolentino Mendonça, nesta entrevista.
Foi isso que, durante cinco dias, entre 18 e 23 de Fevereiro, aconteceu em Ariccia, perto de Roma: duas meditações diárias, e o resto do tempo em silêncio, para cada pessoa se confrontar com a reflexão proposta. “O silêncio com que vivemos este retiro podia interpretar-se como uma sede”, acrescentava o padre português.
No livro A Nuvem do Não-Saber, de final do século XIV – que muitos historiadores da matéria consideram “um dos mais belos textos místicos de todos os tempos”, como recordava José Mattoso na edição portuguesa (ed. Assírio & Alvim) –, o autor anónimo escreve: “[À] pergunta: ‘Que buscas? Que desejas?’, responde que era a Deus que desejavas ter: ‘É só a Ele que eu cobiço, é só a Ele que busco e nada mais senão Ele’. E se te perguntar quem é esse Deus, responde que é o Deus que te criou e redimiu, e por sua graça te chamou ao seu amor. Insiste que acerca d’Ele tu nada sabes.”
Foi sobre essa busca e sobre tactear na procura de Deus que, nas suas dez meditações, Tolentino Mendonça se debruçou, mesclando a investigação dos textos bíblicos com as inspirações literárias e artísticas que marcam também a sua obra poética e ensaística. E é essa intersecção permanente que transparece no seu livro. Que tem um único risco: o de se tornar, também ele, uma das grandes obras da mística. A par de obras como A Imitação de Cristo ou o já citado A Nuvem do Não-Saber. Ou a par de nomes como Hildegarda de Bingen, Juliana de Norwich, São João da Cruz, Teresa d’Ávila, Etty Hillesum, Dietrich Bonhoeffer, o irmão Roger de Taizé...

LER TODA A ENTREVISTA NO CADERNO P2 DO PÚBLICO

NOTA: Sugiro a leitura desta entrevista feita por António Marujo, um jornalista especialista em temas religiosos, mas não só, ao padre, poeta, ensaísta, biblista e cronista, por ter a certeza de que o seu conteúdo é profundamente enriquecedor para quem o ler, em especial para os crentes, mas também para todos os que amam a cultura, em geral. 

F.M.

Aveiro e Ílhavo: Cidades e Vilas cerâmicas


Amanhã, terça-feira, em Mafra, vai acontecer a cerimónia de constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas (AptCC), da qual a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) faz parte integrante do grupo fundador. 
O ato solene ocorre durante a Assembleia Geral do Agrupamento Europeu das Cidades Cerâmicas, que se realiza no Palácio Nacional de Mafra, esta segunda e terça-feira (16 e 17 de abril). O grupo fundador é composto pelas Cidades e Vilas de Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Batalha, Caldas da Rainha, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Novo, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares, ficando a sede instalada nas Caldas da Rainha e estando consensualmente definido que, neste primeiro mandato, a presidência da Associação é assumida por Mafra. 
A escritura pública da Associação Portuguesa, a ser assinada pelas 14 Câmaras Municipais – que inicialmente se organizaram para promover e preservar a cerâmica portuguesa – permitirá a Portugal ter assento no Agrupamento Europeu de Cidades Cerâmicas (AeuCC), uma estrutura criada em 2014, com peso institucional junto da Comissão e do Parlamento Europeu e que está a preparar e a desenvolver outros projetos culturais e económicos, patrocinados por várias organizações internacionais, incluindo a UNESCO.

Esta integração na Associação das Cidade e Vilas Cerâmicas permitirá, sem dúvida, contribuir para uma mais ampla divulgação das artes ligadas à cerâmica artística. E aí, Aveiro e Ílhavo, com toda uma tradição riquíssima, sairão valorizados, no que podem aprender e ensinar, sendo certo que as cidades e vilas terão a sua especificidade muito própria.

Fonte: CMA.

Nota: Alterei título e o último parágrafo, hoje, 17 de abril, às 14h50


Visualizações do meu blogue

Mais de um milhão 


O meu blogue Pela Positiva começou, em 2004, sem qualquer contador que me indicasse o número de visitantes. Tempos depois, optei por um usado por outros blogues, que começou, entretanto, a ter problemas. Resolvi instalar outro que, do mesmo modo, resolveu fechar portas. Posto isto, desliguei-me deles e aceitei o que era oferecido pelo Blogger. Entretanto dei um salto para o Sapo, mas regressei à base. Hoje, verifiquei que cheguei ao bonito e significativo número de 1 001 942 visualizações, apesar dos anos perdidos sem contadores. Isto significa que terei de continuar. Os meus leitores e amigos merecem.
Uma saudação fraterna para todos. 

Fernando Martins

“AS VELHAS" DA ILHA TERCEIRA — AÇORES



Volto hoje aos Açores por mor de um comentário que me foi enviado do Brasil sobre “As Velhas” da Ilha Terceira. O autor, que se apresenta como Silo Lírico, tece algumas considerações com base histórica alusivas àquela tradição exclusiva da Ilha Terceira, conotada com as cantigas trovadorescas de escárnio e maldizer. E veio à baila com o comentário no seguimento do que há tempos o nosso conterrâneo Júlio Cirino, radicado na Terceira, escreveu sobre o assunto em crónica que publicou no meu blogue. Tenho de o convencer a voltar à liça. Mas o melhor é ler, para já, o blogger brasileiro:

«Segundo dados colhidos, cantar As Velhas é uma poética de exclusividade da Ilha Terceira. Conceito que se assemelha às cantigas trovadorescas de escárnio e maldizer, com base no improviso, entre dois cantadores, ao som musical de uma viola, entre as de evidências, estão, a viola da terra com 12 cordas e viola da Terceira 18 cordas, todas de arame. Embora diferente do canto ao desafio, alguns estudiosos defendem, que nas velhas há a situação risível, em qual o cantador tem por objetivo apresentar uma resposta ou réplica mais original e melhor, da apresentada pelo seu oponente, sem o desafiar.
O fenômeno da insularidade deixou marcas no espírito dos açorianos. Cinco séculos de isolamento físico, e de contato permanente com o mar de horizontes finitos, passando por cataclismos vulcânicos, o povo caldeou uma religiosidade gerada, precisamente, no terror sagrado de sismos e vulcões, que foram fatores que marcaram e moldaram o modo de ser, de pensar e de agir do açoriano português.»

Ler mais aqui 

domingo, 15 de abril de 2018

AO DAR SANGUE, SALVAMOS VIDAS



O anúncio é bastante claro: Ao dar sangue, salvamos vidas! Então, as pessoas saudáveis podem assumir gestos de generosidade que servirão, garantidamente, para salvar vidas. Esse gesto, que levei à prática quando era mais novo e saudável, está-me agora vedado. Contudo, faço o que me é possível, anunciando a recolha de sangue marcada para 5 de maio. 

O IMAGINÁRIO PASCAL DO ALÉM-TÚMULO

Frei Bento Domingues no PÚBLICO 

Bento Domingues

"Como mostrar que Jesus ressuscitado continua a ser o mesmo que viveu com os discípulos e que agora vive numa dimensão completamente nova e indizível? Como pode atingir-nos em todos os tempos e lugares e conviver com todos os seres humanos de todas as épocas da história?"

1. Uma biografia procura dar a conhecer o percurso entre o nascimento e a morte. A possibilidade de observar o desenvolvimento da vida intra-uterina é relativamente recente. Esta banalidade não pode ser esquecida na leitura das narrativas em torno da ressurreição de Cristo.
Depois da morte, restam apenas as marcas que o falecido deixou nas suas obras e na memória dos vivos. No entanto, o imaginário da vida depois da morte sempre suscitou e alimentou insólitas “histórias” de terror e consolação [1]. Os “mapas” da geografia do Além e das crenças nos poderes invisíveis são abundantes na originalidade de cada povo e cultura. Parece que a maioria das pessoas recusa o niilismo. Não aceita que a morte seja o fim de tudo. No vocabulário cristão, a ressurreição impôs-se, mas continua a ser difícil exprimir a significação dessa gloriosa metáfora [2].
Quando lemos e proclamamos, na Eucaristia, trechos das chamadas “narrativas da ressurreição de Cristo” (cujo facto ninguém presenciou, nem poderia presenciar), ficamos sempre mergulhados em muitas perplexidades.
Por um lado, no dizer de S. Paulo, se não há ressurreição, Cristo também não ressuscitou e, se Cristo não ressuscitou, estamos ligados a nada, ou apenas à memória do que foi e nunca mais volta.
Recordar o exemplo que Jesus de Nazaré nos deixou — a figura mais extraordinária da humanidade — deve encher de alegria crentes, agnósticos e ateus. Para os cristãos, esvaziar a sua humanidade é um atentado contra a humanização de Deus.

sábado, 14 de abril de 2018

RUMO AO CONGRESSO EUCARÍSTICO

Georgino Rocha 




ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO

A esperança faz parte da vida humana. É o impulso confiante que dá ânimo à mulher grávida durante a gestação, à noiva que vive a proximidade do casamento, ao atleta que sonha com a vitória enquanto treina esforçadamente, ao estudante que deseja o curso profissional, à equipa médica na mesa de operações, ao lavrador que lança a semente, à pessoa idosa que tem pressa de viver porque o tempo se encurta. Outras referências podem ser feitas. O objectivo está em avivar a importância da esperança, enquanto seiva da vida e força de crescimento para a maturidade. Por experiência, pode afirmar-se: a esperança é o motor da vida, enquanto a caridade é o “óleo de lubrificação” e a fé a certeza de alcançar a meta avançando “como se víssemos o Invisível”.

Nota pedagógica: Seria muito valioso identificar pessoas da nossa terra, de preferência, que sejam rostos de esperança. Sem pretender a perfeição, mas com traços notáveis facilmente reconhecidos.

O Papa Francisco, nas suas catequeses sobre a esperança, no ano 2016-2017, afirma: “Esperar é uma necessidade primária do homem: esperar no futuro, acreditar na vida, o chamado «pensar positivo» ”. E recomenda ser “importante que esta esperança seja posta naquilo que pode deveras ajudar a viver e a dar sentido à nossa existência. É por isso que a Sagrada Escritura nos admoesta contra as falsas esperanças que o mundo nos apresenta, desmascarando a sua inutilidade e mostrando a sua insensatez”.
Os discípulos de Emaús acompanharam Jesus, alimentando sonhos de grandeza. Os relatos evangélicos fazem-se eco desse desejo. E é legítimo querer ser o primeiro, ocupar um lugar importante, fazer render talentos e capacidades. Jesus não o nega nem proíbe, mas redimensiona-o. Ser o primeiro para servir; ocupar um lugar importante para olhar com misericórdia os que não “têm voz nem vez”; fazer render talentos, não para acumular, mas para partilhar. E assim em todas as situações humanas. A esperança é o sentido nobre da acção pessoal e em grupo.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O DIABO E OS EXORCISMOS

Anselmo Borges no DN

 
1 Fico a saber através de Jesús Bastante que, segundo a Associação Internacional de Exorcistas, há um "auge" das possessões demoníacas, centenas de milhares em todo o mundo, embora o próprio Vaticano tenha advertido que desses "endemoninhados" só uns 2% a 3% o eram realmente. São poucos os padres que se sentem com vocação para exorcistas; aliás, para "expulsar o demónio", têm de ter uma autorização especial do bispo. Em face da escassez de exorcistas, "a Santa Sé está a organizar cursos para treinar mais sacerdotes". "Por estranho que possa parecer, a preocupação com o demónio aumentou nas fileiras católicas, e o próprio Papa Francisco fala frequentemente das influências de Satanás, como mostra a maldade no mundo, o auge das guerras e do ódio", tendo inclusive "recomendado aos sacerdotes que recorram aos serviços de um exorcista caso sintam alguma actividade demoníaca contrária. No entanto, pediu precaução na situação de determinar se uma pessoa sofre influências demoníacas ou transtornos mentais". Um facto: instado por um padre que lhe apresentou alguém alegadamente possuído - "Santidade, esta pessoa precisa da sua bênção. Viram-no dez exorcistas, fizeram-lhe mais de 30 exorcismos e os demónios que leva dentro não querem sair" -, Francisco saudou esse homem, que lhe beijou o anel e caiu em transe, mas o Papa não se deixou impressionar e continuou com a sua oração. Depois, "o Vaticano desmentiu que Francisco tivesse realizado um exorcismo, embora tenha rezado junto dessa pessoa". Na exortação "Gaudete et exsultate", desta semana, diz que o diabo é "um ser pessoal" e "não um mito, um símbolo ou uma ideia".

VÓS SOIS TESTEMUNHAS DE TUDO ISTO

Georgino Rocha

 Jesus aos discípulos 
“Ser pobre no coração: isto é santidade. Reagir com humilde mansidão: isto é santidade. Saber chorar com os outros: isto é santidade. Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade. Olhar e agir com misericórdia: isto é santidade. Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade. Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade. Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade.” 
Papa Francisco 
Os discípulos de Emáus estão a contar o que lhes havia acontecido no caminho de regresso à sua terra, como sentiram o coração a arder enquanto ouviram a explicação das Escrituras dada pelo peregrino anónimo e como ao partir do pão reconhecem Jesus ressuscitado. Os outros, precavidos, encontram-se reunidos numa casa, em Jerusalém, e escutam com atenção e algumas reticências, apesar de notícias estranhas e cautelosas que já circulavam. (Lc 24, 35-48).
É neste cenário que Jesus aparece de novo; e, sem demoras, coloca-se no meio deles e saúda-os desejando-lhes a paz. Os discípulos não o reconhecem ainda. Uma série de sentimentos perturbava-lhes a lucidez, mas sobretudo faltava-lhes a compreensão das Escrituras no que se refere à morte e ressurreição do Mestre. Jesus capta o turbilhão interior em que eles se encontram e toma a iniciativa de lhes serenar o espírito e fazer despertar a alegria e a confiança. Realiza uma série de gestos e dá-lhes uma explicação complementar do que havia acontecido à luz das Escrituras. E depois atesta o alcance do que acaba de fazer dizendo: “Vós sois testemunhas de tudo isto”. Atestado este que fica como missão para todos os tempos da história da salvação. E, por isso, para nós, também.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

REVISTA “IGREJA AVEIRENSE”



“IGREJA AVEIRENSE”, editada pela Comissão Diocesana da Cultura (CDC), publica-se semestralmente há XIII anos e o mais recente número corresponde ao período de julho a dezembro de 2017. Trata.se e uma publicação de interesse histórico, cultural e pastoral, estando aberta a todos os que tenham curiosidade, gosto pela formação ou se dediquem ao estudo da vida da Diocese de Aveiro.
Como membro da CDC, até à entrada de D. António Moiteiro, fiz parte da criação e edição desta revista, que muito prezo, embora lamente que não tenha a repercussão e a leitura que merece, já que o passado e o presente são, notoriamente, os alicerces do futuro.
Desde o número um, a revista “IGREJA AVEIRENSE” regista nas suas páginas todos os documentos do nosso bispo, nomeadamente, mensagens e comentários, cartas e notas pastorais, visitas pastorais e conferências de imprensa, homilias e decretos relacionados com o semestre a que diz respeito. Mas não se fica apenas por aí, pois a vida da Igreja não se circunscreve apenas ao que diz e escreve D. António Moiteiro. Há, portanto, capítulos para a Vigararia Geral, Pastoral, Serviço Diocesanos, Clero, Arciprestados e Paróquias, Instituições de Ensino e Cultura, Movimentos e obras de Apostolado, Vida Consagrada, Publicações, Efemérides, Em Memória de…, Breves e Pessoa Notável, neste número, D. António Francisco dos Santos.
Como desde o primeiro número da revista, a Apresentação foi escrita por Georgino Rocha, que foi presidente da CDC, sendo atualmente assistente. E nela sublinha que a «“Igreja Aveirense” faz memória reconhecida de programas e relatos deste labor pastoral como suporte humano organizado ao agir livre do Espírito Santo, o grande responsável da missão eclesial e agente de renovação da “face da terra”».
Citando Bruno Forte, bispo teólogo, Georgino Rocha salienta que «Será a caridade que nos permitirá valorizar o bem presente em todo o fragmento, sem renunciar ao horizonte unificador do amor que salva, fazendo-nos reconhecer o Evangelho nos sinais dos tempos, nos fragmentos da vida e da história comum, no serviço à pessoa humana e ao bem comum».
“IGREJA AVEIRENSE” apresenta-se com 267 páginas, muitas delas ilustradas a preto e branco. O diretor é Georgino Rocha e a redação é constituída por Luís Manuel Pereira da Silva, Georgino Rocha e Carlos Alberto Lourenço Nunes. A administração, composição e paginação são de Carlos Alberto Lourenço Nunes.

Fernando Martins

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