terça-feira, 25 de novembro de 2008

FÓRUM NÁUTICO DO MUNICÍPIO DE ÍLHAVO

O MAR POR TRADIÇÃO
A Câmara Municipal de Ílhavo e um conjunto de entidades deste concelho e da Região de Aveiro vão criar o “Fórum Náutico do Município de Ílhavo”, com o objectivo-base de dinamizar o desenvolvimento das actividades náuticas, centradas no recreio, no desporto e na cultura. Esta é uma aposta estratégica para a terra que tem “O Mar por Tradição” e a modernidade como aposta permanente, tirando proveito e rentabilizando as suas condições ao nível da natureza, da história e da cultura da nossa gente. Nesse âmbito, vai realizar-se amanhã, 26 de Novembro, quarta-feira, pelas 18 horas, no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, o acto formal de constituição do “Fórum Náutico do Município de Ílhavo”.
Nota: Clicar na foto para ampliar

Efeméride aveirense

25 de Novembro
Neste dia, em 1905, o Governador Civil de Aveiro aprovou os primeiros estatutos do Clube dos Galitos, prestimosa colectividade aveirense fundada em 24 de Janeiro do ano anterior, conforme se pode ler nos Estatutos do Clube dos Galitos, edição de 1905, páginas 21-23, e edição de 1956, página 3.
In Calendário Histórico de Aveiro

Madre Teresa: para pensar

NUNCA TE DETENHAS
Tem sempre presente, que a pele se enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda! Tua força interior e tuas convicções não têm idade. Teu espírito é o espanador de qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada triunfo, há outro desafio. Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo. Se sentes saudades do que fazias, torna a fazê-lo. Não vivas de fotografias amareladas. Continua, apesar de alguns esperarem que abandones. Não deixes que se enferruje o ferro que há em ti. Faz com que em lugar de pena, te respeitem. Quando pelos anos não consigas correr, trota. Quando não possas trotar, caminha. Quando não possas caminhar, usa bengala. Mas nunca te detenhas! Madre Teresa de Calcutá

Banco Alimentar vai recolher alimentos

A CRISE ATINGE MAIS OS MAIS FRÁGEIS DA SOCIEDADE
Nos dias 29 e 30 de Novembro, o Banco Alimentar vai recolher alimentos junto das grandes superfícies. Precisa, por isso, de voluntários, que possam dar algum do seu tempo para esta tarefa. Todos sabemos que a crise que estamos a sentir na pele atinge muita gente, mas com mais força os mais frágeis da sociedade. Porém, é precisamente nestes momentos que a solidariedade deve manifestar-se com mais vigor. Que cada um saiba dar um pouco do seu tempo, mas também daquilo que tem, alimentos ou dinheiro, na certeza de que esse gesto irá direitinho para quem passa fome. Eu sei que às vezes temos dificuldade em acreditar que há gente sem pão para comer, em época de tanta abundância para alguns. E se nos convencermos desta realidade, então mais força encontraremos em nós para a partilha, urgentíssima.

“Moinhos do Distrito de Aveiro”

Marca da nossa memória colectiva
“Moinhos do Distrito de Aveiro” é um livro de Armando Carvalho Ferreira, que vai ser lançado na Universidade de Aveiro, na Sala dos Actos Académicos (Edifício da Reitoria), no dia 13 de Dezembro, pelas 16 horas. Com este trabalho, o autor, um apaixonado pelo tema, pretende mostrar o trabalho de recolha e investigação que fez durante dois anos. Ainda apresenta o património molinológico da nossa região, "a grande maioria dele desconhecido ou esquecido, contribuindo assim para a sua valorização como marca da nossa memória colectiva", lê-se no convite de divulgação do evento.

Carlos Duarte apresenta fotografias

(Clicar nas fotos para ampliar)
"O MEU OLHAR"
“O meu olhar” é uma exposição de fotografia de Carlos Duarte. Vai ser inaugurada em 29 de Novembro, na Biblioteca Municipal, com o apoio do Rotary Club de Ílhavo. São fotografias retratando temas diversos como a Ria, Costa Nova, os canais de Aveiro ou as procissões, mas com a matriz própria de quem vê estas imagens para além do real, o que para o comum dos observadores não será fácil de captar num primeiro registo. Esta mostra é feita em parceria com o Rotary Club de Ílhavo e a receita reverte para a campanha que os rotários estão a levar a efeito para apoiar a Obra da Criança. Do seu currículo, destaca-se a colaboração que tem prestado a diversos eventos, tendo sido, pelo seu labor, distinguido pela associação Os Ílhavos com o “Leme da Reportagem”. Carlos Duarte expôs, pela primeira vez, em Ílhavo, na Junta de Freguesia, em 2005. Em 2006, na Gafanha da Nazaré, e em 2007 na Biblioteca Municipal, apresentando o livro “40 anos de fotografia”, cuja edição se esgotou.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Para minha mãe

Pequeno poema 

Quando eu nasci, 
ficou tudo como estava. 
Nem homens cortaram veias, 
nem o Sol escureceu, 
nem houve Estrelas a mais...
Somente, 
esquecida das dores, 
a minha Mãe sorriu 
e agradeceu. 

 Quando eu nasci, 
não houve nada de novo 
senão eu. 
As nuvens não se espantaram, 
não enlouqueceu ninguém... 

Pra que o dia fosse enorme, 
Bastava toda a ternura 
que olhava 
nos olhos de minha Mãe. 

Sebastião da Gama

NOTA: Quando hoje acordei lembrei-me deste poema de Sebastião da Gama. Tenho boas razões para isso. Setenta anos de vida, bem vividos, justificam esta pequena imodéstia.
FM

domingo, 23 de novembro de 2008

XANANA ditador?

Xanana, o herói timorense, anda nas bocas do mundo, acusado de ditador. O filho querido do povo Lorosae, que sofreu nas masmorras a tirania dos que não queriam Timor livre e independente, “já não goza da admiração de outrora”, no dizer do EXPRESSO.
Durante anos, mesmo depois da independência da ex-colónia portuguesa, era escutado com respeito e seguido com devoção. Presentemente, e depois de uma nebulosa eleição que o levou ao poder, como primeiro-ministro, não falta quem o acuse de estar ilegitimamente no cargo, chegando-se ao ponto de dizer que está conotado com atitudes autoritárias. Estará, assim, a cair em desgraça.
Sempre vi em Xanana um herói simples, com capacidade de se dar a causas justas, como a da libertação do seu povo. Até admirava o seu estilo, que chegou a ser parodiado em programa televisivo.
Vi, algumas vezes, como humanamente acalmou o povo revoltado e resolveu conflitos entre militares, governantes e a população. Mas também registei, embora à distância, as eleições pouco claras e as manobras pouco democráticas que o levaram à chefia do Governo. Então tive pena do Xanana.
Para mim, os heróis raramente têm uma segunda oportunidade. De repente, quando menos se espera, passam a ser olhados com desconfiança. Não me espanta nada que isso venha realmente a acontecer. Teria sido bem melhor para a história de Timor e para o próprio Xanana que ele tivesse ficado simplesmente numa situação de reserva da nação.
Xanana, sem cargos políticos na sociedade timorense, seria muito mais útil ao seu povo do que na chefia do Governo. O futuro o dirá. Mas, pelo que é possível perceber, o Xanana, mártir da independência, estará a ser destruído, com a sua própria colaboração.

Fernando Martins

Mais vale ser ex-ministro que ministro

Há muito se diz que é melhor ser ex-ministro que ministro. O caso de Dias Loureiro, que saiu sem fortuna quando deixou o Governo e que logo a seguir enriqueceu, é paradigmático. E julgava eu, ma minha boa-fé, que não era assim. Não terá acontecido com muitos, mas é um caso dos que se serviram dos relacionamentos de ministro para subir na vida dos negócios, aparentemente com uma facilidade incrível. Uns contactos, umas viagens, mais uns amigos daqui e dali, e está bem feita a cama onde pode dormir descansado o resto da vida. Ele e a família. Não tenho nada contra o ex-ministro Dias Loureiro, que sempre me pareceu um homem digno, sendo certo que, até prova em contrário, temos de o respeitar. Porém, depois da entrevista na RTP, já há quem o desminta, sobre a história dos contactos que manteve no BdP, por causa do BPN. A justiça dirá. Vem isto a propósito de me habituar há muito à ideia de que cargos políticos são, para os vocacionados para isso, para servir a comunidade, como missão e contributo para o bem comum. Para servir, que não para ser servido. Mas, afinal, parece que não é bem assim. Daí o vigor com que muitos políticos se agarram aos “tachos”, como lapas à rocha dura. Para eles, a vida, fora disso, nem terá sentido. Continuo a ter dificuldades em aceitar estes comportamentos, embora admita que possa estar enganado. Eu sei que o poder, pelos vistos, é aliciante. Há quem goste de estar na crista da onda, quem goste de ocupar cargos de chefia, quem goste de mandar e de impor as suas razões, e, ainda, quem goste de ficar na história, de preferência com busto ou estátua na praça pública. Eu gostaria mais de ver políticos que cumprissem, com dignidade, os cargos para os quais foram eleitos, regressando às suas ocupações anteriores com toda a naturalidade deste mundo. E se gostassem de se dar à comunidade, haveria sempre um qualquer campo de intervenção tão importante como os cargos políticos. Não há por aí tantas instituições à espera de voluntários? É claro que nem todos os políticos terão na manga a preocupação de enriquecer depois de regressarem a uma vida profissional normal. Nem todos enriquecem à custa dos cargos que desempenharam, mas começa a notar-se, infelizmente, que há uma certa vantagem em ser ex-ministro. Não será a maioria, mas, pelos vistos, há quem se aproveite.
Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 104

A PROVA DE PASSAGEM DA 1.ª PARA A 2.ª CLASSE Caríssima/o: Pelo que se vê, estamos a chegar ao final do ano, mas antes ainda temos de esfolar o rabo, que é como quem diz: temos de passar por uma prova bem difícil. E que prova era essa? Apenas e só a prova de passagem de classe, levada ao extremo da seriedade e da ansiedade! Começava pelos treinos: papel almaço e com umas palavras impressas sobre as quais sobressaía e se sobrepunha um escudo de Portugal! Aí, nessa primeira página, rabiscávamos o nosso nome a tinta... e não podia ter emendas nem borrões. Preparativos minuciosos, qual motor de fórmula um, para verificar e afinar o aparo, se não abanava, se a tinta não caía... E o lápis bem aguçado... E as mãos limpas para não deixarem marcas no papel... À prova assistia a nossa Professora e uma outra que muitas vezes nos era desconhecida, vinha de escola próxima... Procuravam cativar-nos e sorriam e que fizéssemos tudo com cuidado que ia correr tudo bem e todos passávamos... Começávamos pela cópia: do livro de leitura, à sorte. A seguir uma redacção que também não trazia grandes surpresas: as duas ou três frases que se escreviam já nos não eram desconhecidas. Agora era a vez da aritmética: um problema de uma operação, com a respectiva indicação e uma resposta completa e também uma conta que podia ser de somar, subtrair, multiplicar ou dividir, com toda a tabuada até nove. Claro, a multiplicação e a divisão era só por um algarismo... Havia também a representação de uma fracção por meio de um desenho-gráfico e a escrita de um número romano até XX... Está quase, que só falta o desenho na última metade da quarta página (pois em cima tínhamos feito a fracção e escrito o tal romano...): o vaso fica mais bonito com uma flor! Terminada a prova escrita, íamos para o recreio esperar que nos chamassem para mostrarmos a nossa arte na leitura. Muitas vezes, só à tarde é que aparecia pregado à porta o papel onde se lia que todos os que fizeram a prova de passagem tinham transitado para a 2.ª classe...
Manuel

sábado, 22 de novembro de 2008

Voluntários Hospitalares

Quando passo por um hospital, quase sempre registo a presença dos voluntários hospitalares. Homens e mulheres que se dão ao apoio a quem está a sofrer, física e psicologicamente. Ontem mais uma vez confirmei o bem que eles fazem. Atentos a quem chega, frequentemente pressentem quem precisa de ajuda. A partir daí, não mais deixam de estar com a pessoa. “Eu sei que não é fácil vir a estas casas, mas temos de ter esperança que tudo se vai resolver; há ali café, chá e bolachas que oferecemos a quem quiser”, disse um, enquanto, com o seu sorriso, dava algum ânimo a quem estava. Tanto quanto posso imaginar, são pessoas reformadas e, por isso, disponíveis. Porém, não se vão meter em casa à espera que o tempo passe, nem se acomodam num qualquer café… ou banco de jardim. Dão-se aos outros generosamente. É certo que não é voluntário hospitalar quem quer. Reconheço que é preciso ter vocação para lidar com doentes, mas também sei que em reuniões vão recebendo formação específica. Hoje, mais do que nunca, estas tarefas delicadas exigem conhecimentos e preparação, sob pena de se cometerem falhas que podem provocar efeitos contrários aos desejados. E depois, os voluntários hospitalares têm de assumir os seus compromissos, cumprindo, escrupulosamente, os horários que subscrevem. Por tudo isto, e pelo que diariamente fazem nos hospitais, junto dos doentes, mais admiro os voluntários que no dia-a-dia estão próximos dos que sofrem. FM

A INFAUSTA DOUTRINA DO PECADO ORIGINAL

A impressão geral que me ficava da religião nos tempos da catequese não era luminosa. Pelo contrário, tudo aquilo transmitia um mundo bastante tenebroso, a ideia de um Deus castigador e de nós sujeitos a um destino de submissão trágica. Os primeiros pais tinham pecado, Deus andava irado com a gente e Jesus sofria na cruz para ver se nos libertava. A alegria era um roubo e a palavra Evangelho, que quer dizer "notícia boa", não pousava sobre nós nem nos aquecia. O que infectava o cristianismo era a doutrina infausta do pecado original. Escreveu o célebre historiador católico Jean Delumeau: "Não é exagerado afirmar que o debate sobre o pecado original, com os seus subprodutos - problemas da graça, do servo ou livre arbítrio, da predestinação -, se converteu (no período central do nosso estudo, isto é, do século XV ao século XVII) numa das principais preocupações da civilização ocidental, acabando por afectar toda a gente, desde os teólogos aos mais modestos aldeões. Chegou a afectar inclusivamente os índios americanos, que eram baptizados à pressa para que, ao morrerem, não se encontrassem com os seus antepassados no inferno. É muito difícil, hoje, compreender o lugar tão importante que o pecado original ocupou nos espíritos e em todos os níveis sociais. É um facto que o pecado original e as suas consequências ocuparam nos inícios da modernidade europeia o centro da cena mundial, sem dúvida muito atribulado." No entanto, a doutrina do pecado original, no sentido estrito de um pecado transmitido e herdado, não se encontra na Bíblia. Jesus nunca se referiu a um pecado original. Na sua base, encontra-se fundamentalmente Santo Agostinho, a partir de um passo célebre da Carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 5, versículo 12. Mas ele seguiu a tradução latina: Adão, "no qual" todos pecaram, quando o original grego diz: "porque" todos pecaram. Ora, uma coisa é dizer que todos são pecadores e outra afirmar que todos pecaram em Adão, como a árvore fica infectada na raiz, de tal modo que todos nascem em pecado do qual só o baptismo os pode libertar. Santo Agostinho deixava cair no inferno, mesmo que menos terrível, as crianças sem baptismo. Durante séculos, houve mães tragicamente abaladas, porque os filhos morreram sem baptismo. A Santo Agostinho serviu esta doutrina sobretudo para, convertido do maniqueísmo ao cristianismo, "explicar" o mal no mundo, que não podia vir do Deus criador bom. De facto, baseou-se numa exegese errada. E quem não sabe hoje que o que diz respeito a Adão e Eva e à queda é da ordem do mito? Adão e Eva não são personagens históricas. Depois, se eles ainda não sabiam, como diz o texto do Génesis, do bem e do mal, como podiam pecar? O que o texto diz é outra coisa, e fundamental: o que caracteriza o Homem frente ao animal é a liberdade. O Homem já não é um animal como os outros: tem auto-consciência, sabe de si como único - a nudez metafísica - e que é mortal. Mas os estragos desta doutrina infausta foram e são incalculáveis, sobretudo a partir do acrescento de Santo Anselmo e a sua doutrina da retribuição: os primeiros pais cometeram uma ofensa contra Deus infinito e, assim, era necessária uma reparação infinita para uma dívida infinita que só o Deus-homem Jesus podia pagar na cruz. Ficou então a ideia de um Deus por vezes monstruoso, que precisou da morte do Filho para reconciliar-se com a Humanidade. Mas como era isso compatível com o Deus amor? Porque o pecado se transmitia pelo acto sexual, a sexualidade, o corpo e a mulher ficaram envenenados, numa situação dramática: era preciso continuar a gerar filhos - no limite, a actividade sexual só se legitimava para a procriação -, mas eles eram gerados em pecado e a mulher trazia o pecado dentro dela. Porque é que o primeiro acto humano da História havia de ser o pecado? Hoje, com a teoria da evolução, a contradição torna-se maior. E, afinal, o que São Paulo diz no passo célebre da Carta aos Romanos é uma mensagem de esperança: todos os seres humanos pecam, o pecado do Homem é grande, mas o amor de Deus é maior. Infinito. Anselmo Borges

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O significado de vestir a camisola da selecção

Face ao escandaloso comportamento dos jogadores da selecção portuguesa de Futebol, no jogo com o Brasil, o seleccionador nacional, Carlos Queiroz disse: "Todos têm e já tiveram oportunidade de mostrar empenhamento e atitude. Isto tem de servir de lição, de aprendizagem. Nós podemos tentar estimular e tentar chamar a atenção daquilo que é importante fazer. Depois compete, no momento certo, fazer e se não acontecer teremos naturalmente de tomar decisões para aquilo que é o significado de vestir a camisola da selecção."
Mesmo percebendo muito pouco de futebol, permito-me acrescentar que, no mínimo, os nossos multimilionários jogadores foram passear até ao Brasil. Que a triste figura que fizeram lhes sirva de lição, são os meus votos.

PISTAS PARA O EXAME FINAL

Ao cair da tarde, em terras da Judeia, um pastor separa as ovelhas dos cabritos. Acção simples, mas cheia de simbolismo, que Jesus aproveita para transmitir uma mensagem sublime e interpelante. A linguagem que usa é fruto da cultura bucólica e campestre. A forma literária pertence a um género especial – a apocalíptica. A realidade envolvida na narrativa faz parte da vida humana, dos modos de relacionamento entre as pessoas, do uso dos bens, da capacidade de ver as “coisas” em profundidade e extensão. Faz assim um “esboço” do Reino que se torna presente e desenvolve, quando aquela realidade é vivida no amor e na justiça, na verdade e na liberdade, na solidariedade e na paz. Por cada pessoa e por toda a humanidade. Como Ele vive, anuncia e deixa em forma de testamento. Ser fiel à herança de Jesus constitui a alegria cristã mais profunda, revigora a esperança mais consistente e intensifica a dedicação mais generosa àqueles que Deus ama e quer ver felizes. Supõe o nosso envolvimento afectivo e inteligente, completo e integral. Brota da certeza que Jesus está connosco e nos abre caminhos acessíveis cada vez mais concretos. A prova de fidelidade faz-se na vida, nos critérios e comportamentos assumidos. Um dia, ao fazer o nosso “exame final”, Deus não pergunta pelo modelo do carro, pela grandeza da casa, pela marca da roupa, pela conta do ordenado, pela categoria profissional, pela quantidade de amigos, pela cor da pele, pela religião, pela frequência do culto ou prática devocional. Não. Se chegar a fazer tais perguntas é por causa de outros assuntos mais importantes. Ele prefere seguir outra pista para nos ajudar e vai-nos segredando: Que fizeste com os teus bens? A quantas pessoas serviste com o carro e a quantas acolheste em casa? O ordenado era fruto de trabalho honesto ou vendeste a consciência e deixaste-te corromper? A categoria profissional foi merecida pela competência e honradez ou resultado de suborno e falcatruas? Quantas pessoas te consideravam amigo sincero? Como tratavas os vizinhos? Fazias discriminação de alguém apenas pela cor da pele ou preconceito de raça? Viveste a fé como um compromisso de amor, uma âncora de esperança, um farol de horizontes novos? Dando respostas positivas, o estilo de vida da humanidade, sobretudo dos cristãos-discípulos do meu Filho Jesus, configurará o rosto social da realidade nova que vos proponho no meu Reino. Será um rosto belo e atraente. Será uma realidade inclusiva e envolvente. Para bem e felicidade de todas as criaturas e de toda a criação. Georgino Rocha

Obamomania

Com a vitória de Obama nas eleições presidenciais dos EUA, uma onda de euforia se espalhou pelo mundo. Uma vitória inédita num país que se proclama como o mais democrático do mundo deu para alimentar a esperança da construção de uma nova ordem social. Uma nova ordem social assente no diálogo, na democracia, na paz e na justiça. Desde a eleição e até hoje têm-se multiplicado esses sinais de esperança, mesmo de certeza de que essa nova ordem social será uma realidade a curto prazo. Nem passa pela cabeça de ninguém admitir o contrário. Obama, para muitos, já ganhou o céu, ocupando um lugar especial no coração de cada cidadão do mundo. Contudo, estou convencido de que o paraíso não está a chegar, sobretudo à medida dos sonhos de muitos. Bem gostaríamos que assim fosse, mas não vale a pena acreditar em utopias, embora os ideais ocupem os nossos quotidianos. A realidade vai ser bastante diferente, quando as suas propostas se confrontarem com o dia-a-dia do seu país e dos demais países da terra, até onde chegam os interesses dos EUA. Admitindo que os sonhos fazem parte da vida de todos os seres humanos, temos de assentar os pés na terra em momentos como este. Quando Obama decidir, seja o que for, logo depois de tomar posse da principal cadeira da Casa Branca, é certo e sabido que de imediato brotam os descontentamentos, um pouco por todo o lado. FM

O ILHAVENSE FAZ ANOS

O ILHAVENSE completou hoje 87 anos de vida. Mesmo a caminho do seu centenário (já não falta muito), não podemos dizer que se trata de um jornal velho. E não é velho porque continua na luta constante pela defesa do seu lema, isto é, por ÍLHAVO e pelas suas gentes, tal como desde o nascimento. E se soubermos que não é fácil, nos dias que correm, alimentar princípios de justiça e de verdade, quando cada um se arroga o direito de admitir a sua justiça e a sua verdade como únicas e indiscutíveis, então mais facilmente compreendemos as dificuldades que têm de enfrentar, no dia-a-dia, os responsáveis por um órgão de comunicação social como este.
Ao seu director e meu bom amigo, José Manuel Torrão Sacramento, e a quantos fazem O ILHAVENSE dirijo os meus parabéns, na certeza de que não lhes há-de faltar coragem para prosseguirem na caminhada, para bem de todos os ílhavos, neles incluindo os ilhavenses e os gafanhões.
Fernando Martins

Crónica de um Professor...

Furo
Em tempos não muito remotos, na década de 80 do século passado, ocorreu um episódio insólito, em que foi protagonista um Mercedes amarelo. Este, partindo da Invicta Cidade, levava um grupo de professores para uma Escola do interior, neste país rural. Uma pequena avaria, um furo no pneu da frente, fez atrasar a viagem, que prosseguia, rumo a terras da Lixa. Dizia um colega com ar jocoso, quando se aproximava do baixo em que ficava a Escola: - Estamos a chegar à Cova... Sim, rumava esse grupo docente para a pequena vilinha rural de Vila Cova da Lixa, ali mesmo ao lado de Amarante. Também integrava esse grupo, a teacher, que aproveitava o percurso para uma amena conversa com os demais companheiros de viagem. Enquanto se procedia à reparação do furo, na estação de serviço local, na Escolinha, várias turmas de alunos pulavam de contentes, anunciando, a altos brados, aquela “prenda” inesperada, que aqueles professores lhes haviam oferecido: - Temos furo, temos furo... Era uma alegria, quando faltava um professor e se anteviam uns instantes de brincadeira, acrescidos! Sem pretender fazer a apologia das faltas dos professores, apraz-me aqui tecer algumas considerações, sobre a tão amaldiçoada aula de substituição. Qual será, à luz duma pedagogia dos valores, dos afectos do são desenvolvimento, a vantagem de aprisionar a energia incontrolável de crianças, alunos, no interior de uma sala de aula, numa actividade de mero entretenimento? Que lucrarão as crianças em permanecer, trancadas, entre quatro paredes, na ausência do professor da disciplina, supervisionadas por um outro qualquer docente, totalmente alheio às matérias e à empatia estabelecida pelo colega? A palavra “furo”, outrora sinónimo de feriado, intervalo inesperado entre duas aulas, perdeu, hoje, a polissemia e restringiu-se apenas ao conceito de “perfuração”! Se não existissem os pneus dos carros a arcar com esta responsabilidade... dos furos..., seria considerada um arcaísmo!Em contrapartida, surgiram novos vocábulos, para suprir as falhas existentes no léxico: professor substituto, aula de substituição, bloco de 90 minutos, meio bloco... etc; serão os neologismos criados pela força inovadora da língua! Esta é um processo dinâmico... Com 20 minutos de atraso, lá foram professores e alunos aproveitar o que restava da aula de 55 minutos. Não houve protestos, não houve birras. Todos, ordeiramente, acompanharam os professores; estes, alheios à falta que lhes fora atribuída, apenas pensaram em cumprir o seu dever, apesar do percalço que lhes tinha acontecido. Apesar do inesperado acréscimo de tempo de brincadeira, nenhum aluno sentiu que a aula ia ser um castigo! In illo tempore! No século passado!
Mª Donzília Almeida

Trabalho Infantil




A Renascença noticia que "Há crianças em Portugal que trabalham 12 horas por dia. O trabalho infantil é uma realidade e a Confederação Nacional de Acção contra o Trabalho Infantil alerta para o seu aumento, por causa da crise e do aumento do desemprego."
Há muitos anos que se fala deste problema, mas a verdade é que as crianças continuam a ser obrigadas a ser adultos, à força, em idade de brincar.


Nota: Ilustração da Rede Global

Efeméride aveirense

1880 - 20 de Novembro
Numa reunião de prelados do Continente, efectuada em Lisboa na presença do ministro da Justiça, foi resolvida a extinção da Diocese de Aveiro pelos arcebispos de Mitilene e de Braga e bispo de Lamego. Votaram pela sua conservação o arccebispo de Évora e o bispo de Bragança e abstiveram-se de votar os bispos de Coimbra e do Porto.
In "Calendário Histórico de Aveiro"

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Cavaco Silva lamenta falta de diálogo entre Ministério da Educação e Sindicatos

Face à incapacidade para dialogar, entre o Ministério da Educação e os Sindicatos dos Professores, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje ter "muita pena" que o seu apelo para a serenidade do sector não tenha aparentemente surtido efeito. Estou em crer que, mais dia menos dia, o momento do diálogo soará. Portugal não pode continuar a assistir a posições irredutíveis, sob pena de se prejudicarem de forma irreparável os alunos, mola real da vida do Ministério da Educação e dos Professores.

Jubileu do Carmelo de Aveiro

O Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, escreveu uma Nota Pastoral sobre o Jubileu do Carmelo de Cristo Redentor. Nela sublinha: “A paz, o silêncio e a contemplação são fontes de alegria e de esperança, espelhadas no olhar puro e simples de quem, habitado por Deus, reparte o amor e a esperança pelo mundo e retira com suavidade e mansidão deste mesmo mundo a vaidade, a ganância, o orgulho, a inveja e a maldade. Os caminhos humanos do nosso tempo estão frequentemente marcados pela rotina, pela corrida e pela pressa e obrigam-nos a passos distraídos e a viagens desencontradas que nos distanciam da verdade, do bem e do belo e nos afastam de Deus e das pessoas.”

Nostálgicos do religioso abundam por aí

Falar de religião, brincar com temas religiosos, pôr a ridículo os sentimentos das pessoas crentes, proclamar o agnosticismo pessoal, cultivar dúvidas e propalar convicções de quem as transformou em certezas próprias, parece hoje ser moda e oportunidade aproveitada por gente que tem tribuna livre e antena aberta, e, ainda por cima, recebe por utilizá-las a seu belo prazer, que muitas vezes é a seu mau gosto. Uma nostalgia do religioso que talvez os psicanalistas possam explicar e que o povo já explicou quando disse: “Quem desdenha quer comprar”. Este campo vai sendo ocupado por políticos, legisladores, jornalistas, humoristas, gente de certa cultura, muitos deles incapazes de reconhecerem as suas limitações culturais e incapazes de calar os gritos interiores que os povoam. Fazem lembrar crianças que nasceram e brincaram no adro da Igreja e voltam lá, mais tarde, para apedrejarem telhado, quando não mesmo o interior do templo. Deste modo, mostram, também, a aprendizagem necessária para viver numa sociedade democrática plural, para aceitar os direitos humanos fundamentais, para respeitar opiniões e vivências diferentes, relacionadas com aspectos importantes da vida, como a liberdade de consciência, que tem na liberdade religiosa uma expressão essencial. Por vezes, o produto publicitado de diversos modos passa quase despercebido, como semente que se lança à terra, sempre na esperança de que caia em terra onde, mais tarde ou mais cedo, se gere dúvida ou repulsa. Acontece assim com gente que tanto fala e escreve sobre desporto como política internacional, com políticos que tanto bajulam como desprezam, com humoristas gastos que, com a sua pitada que suja os sentimentos religiosos de outros, mendigam sorrisos e aplausos, que já mal conseguem de outro modo. Não ando, nem nunca andei na vida, à caça de bruxas e aprendi cedo a respeitar os outros, conhecidos ou desconhecidos, que pensam como eu ou que divergem livremente de mim. Mas, como compro os jornais e os leio, procuro estar atento ao que neles se diz e a quem o diz. Comunicar também é semear e a parábola do trigo e do joio é, para este tempo concreto, uma advertência que não me pode deixar indiferente, mesmo respeitando o comunicador. Leio no Público (4.11.08) o artigo que aí escreve semanalmente, e mais de uma vez, um dos seus jornalistas de opinião que eu leio habitualmente. Desta vez escreveu: “Em certo sentido, a eleição do próximo Presidente dos Estados Unidos da América é a notícia mais esperada desde a ressurreição de Jesus Cristo - embora esta última ainda não tenha sido confirmada, dois mil anos depois”. Outra qualquer opinião sobre religião far-me-ia passar ao lado. A ressurreição de Jesus Cristo, pese embora a racionalistas, agnósticos ou ateus, será sempre a verdade central do cristianismo, aquela sobre a qual o silêncio é traição. Por isso mesmo, a piada não me deixou insensível. Está equivocado o jornalista em causa. Nenhuma verdade cristã está mais confirmada do que esta, pois que nem sempre a razão é o melhor caminho para a verdade. A vida dos crentes é, desde há dois mil anos, a melhor prova da ressurreição de Cristo e continuará sê-lo até ao fim dos tempos. Quem ama a sua vida, até ao ponto mais alto de a entregar por aquilo em que acredita, avaliza a verdade da sua fé. Milhares de cristãos convictos que se entregam, por completo, à causa de Jesus Cristo, e dão, se necessário, ontem como hoje, a própria vida ao martírio, que provam senão isso? Em plena consciência e de modo livre não se dá a vida por uma simples opinião ou crença, qualquer que ela seja. Nunca a ressurreição de Jesus Cristo foi provada por argumentos da razão. A adesão à fé é um acto de amor. A razão mostra, por factos consequentes, que acreditar não é um absurdo, mas a forma mais pura da liberdade. A compreensão das coisas mais profundas requer sempre meios adequados. Quem endeusa a razão empobrece a liberdade humana. O crente é um homem livre, por isso mais homem e mais senhor da sua vida.
António Marcelino

Manuela Ferreira Leite: afirmações de mau gosto

“Eu não acredito em reformas,
quando se está em democracia…”
Mal vai o País quando um político brinca com coisas muito sérias. E se esse político é um chefe partidário, então começamos a ficar confusos. Manuela Ferreira Leite, líder do maior partido político da oposição, cometeu uma gaffe do tamanho do caos em que vive o PSD. A nossa democracia precisa de muito mais do que afirmações de mau gosto. “Até não sei se não é bom haver seis meses sem democracia” não pode ser tida como tirada irónica, como veio o PSD esclarecer. A ironia não estava no rosto nem no tom de voz de Ferreira Leite. Ela estava mesmo a falar a sério, compenetrada do que estava a dizer. Não houve ali nenhum esgar que denunciasse a intenção de brincar. E mesmo que houvesse, seria sempre uma brincadeira, como quem conta uma anedota numa festa íntima. Não era o caso. Tenho pena que o PSD não acerte com um líder carismático para fazer valer os seus ideais. Assim, meus caros amigos do PSD, o PS não pode deixar de dar graças a Deus para que Ferreira Leite continue de saúde, pelo menos, até às próximas eleições. A derrota do PSD começa, assim, a definir-se. O que é pena. É que um partido do Governo sem oposição que seja alternativa corre a tentação de esquecer o diálogo com a sociedade.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Se quereis conhecer Deus

“E, se quereis conhecer Deus, não vos preocupeis em querer decifrar enigmas. Olhai antes ao vosso redor e vê-l’O-eis a brincar com os vossos filhos. E olhai para o espaço e vê-l’O-eis a caminhar nas nuvens e a estender na luz os Seus braços, descendo com a chuva. Vê-l’O-eis sorrindo nas flores, erguendo-se em seguida para agitar as árvores com as Suas mãos.” 

 In “O Profeta”, de Khalil Gibran

Aveiro: Canal Central antigo

As gavetas e velhos arquivos são sempre um manancial de recordações. Desta feita, encontrei este postal sobre o Canal Central, que partilho com os meus amigos mais velhos. Os que, afinal, talvez mais gostem de recordar imagens que nos não saem da memória. Quem quer colaborar, enviando-me as suas velhas fotos?

Fotografia de Carlos Duarte

“O meu olhar” é uma exposição de fotografia de Carlos Duarte, patente ao público na Biblioteca Municipal de Ílhavo, com o apoio do Rotary Clube da mesma cidade, a partir do próximo dia 29 de Novembro. A receita reverte para a Obra da Criança de Ílhavo. Canais de Aveiro, Ria, Costa Nova e procissões, entre outros motivos, segundo a objectiva e a sensibilidade de Carlos Duarte, merecem ser apreciados até 13 de Dezembro.

Fotografia na Casa da Cultura

PORTO DE ENCONTRO
No passado sábado, foi inaugurada, na Casa da Cultura de Aveiro, a exposição “Porto de Encontro”. Inclui seis dezenas de trabalhos participantes no concurso de fotografia “Porto de Encontro”, organizado pela Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro. Resulta de compromisso assumido pela organização aquando do lançamento do concurso. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, entre as 14h e as 19h, até ao próximo dia 30 de Novembro.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mais um livro de Ana Maria Lopes

“REGRESSO AO LITORAL - Embarcações Tradicionais Portuguesas”


O mais recente livro de Ana Maria Lopes, “REGRESSO AO LITORAL - Embarcações Tradicionais Portuguesas”, editado pela Comissão Cultural da Marinha, vai ser lançado no Museu de Marinha, em Lisboa, no Pavilhão das Galeotas, no próximo dia 24, pelas 17.30 horas. A apresentação da obra vai estar a cargo de Álvaro Garrido, director do Museu Marítimo de Ílhavo.
Entretanto, posso já adiantar que a referida obra será lançada em Ílhavo, no Museu Marítimo, no dia 29 de Novembro, pelas 17 horas, ficando a apresentação ao cuidado de Rodrigues Pereira, director do Museu da Marinha. “REGRESSO AO LITORAL - Embarcações Tradicionais Portuguesas” é um livro que reflecte, tanto quanto sei, o trabalho profícuo a que a autora já nos habituou, merecendo ocupar um lugar de destaque nas estantes de quem gosta de temas ligados ao nosso mar, e não só.

domingo, 16 de novembro de 2008

Semana dos Seminários

Termina hoje a Semana dos Seminários. Tanto quanto é possível imaginar, todas as dioceses do nosso país se empenharam nela, procurando chamar a atenção dos fiéis para a importância dos seminários na vida da Igreja, concretamente nas paróquias, base da vida eclesial. Dos Seminários saem, por norma, os padres que são, nas comunidades e nos demais sectores da Igreja Católica, os braços direitos dos Bispos. Nos Seminários, para além dos candidatos ao sacerdócio ministerial, há outros serviços de apoio à vida diocesana. Em Aveiro, por exemplo, no edifício do Seminário de Santa Joana Princesa, funciona o ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosos). Quando se fala destas casas de formação, logo nos lembramos dos alunos, professores e responsáveis pela espiritualidade dos seminaristas. Mas nem sempre recordamos outros servidores, encarregados de diversas tarefas. Hoje, enquanto esperava pela missa das 18.30 horas, que na igreja do Seminário se celebra para os universitários e outros fiéis, conversei um pouco com a Irmã Emília, que todos os domingos abre a porta do templo e tudo prepara para a eucaristia. A Irmã Emília pertence às Religiosas do Amor de Deus e veio para o Seminário de Aveiro em 1974. De sorriso franco, foi-me falando um pouco da sua vida. Esteve em África, onde serviu desde muito nova. Natural de Guimarães, um dia desejou professar e a partir dos votos de consagração aceita estar onde é preciso. É uma daquelas pessoas que estão na base da vida do Seminário de Aveiro. Trabalha na cozinha, dando o melhor de si, mas sabe que tem outras tarefas no dia-a-dia. Por exemplo, os vasos com plantas, que decoram os claustros e salas do Seminário, estão ao seu cuidado. Quando a questionei sobre o dia de folga semanal, adiantou que nem pensa nisso. Está ali para trabalhar, seguindo o princípio da obediência. Férias? Só quando vai para as termas, no Gerês, porque sofre da vesícula. "Às vezes abusamos um bocadinho!" - disse-me ela. Para além disso, participa em encontros de formação do instituto a que pertence. Mas aqui, refere que também tem de trabalhar um pouco, embora com a cabeça. Na Irmã Emília, com todo o seu sorriso e testemunho, apetece-me homenagear vários servidores do Seminário de Aveiro, com o meu carinho e reconhecimento pelo muito que fazem, na sombra de tudo o que é tido como de fundamental importância para a Igreja Diocesana.
FM

“Correio do Vouga” faz anos

O “Correio do Vouga”, órgão oficial da Diocese de Aveiro, celebra hoje o seu aniversário. Nasceu em 16 de Novembro de 1930, tendo como director o Dr. António Almeida e Silva Cristo, como editor o Padre Alírio Gomes de Melo e como administrador o Padre António Fernandes Duarte Silva. Em 1938, quando a diocese foi restaurada, passou para a responsabilidade da Igreja de Aveiro, mantendo-se, presentemente, como arauto dos valores cristãos. É, pelo que sei, o mais antigo jornal com publicação permanente na cidade dos canais, apostando, como desde a primeira hora, na defesa do bem e do justo, bases de uma sociedade mais fraterna. Tive o privilégio de dirigir o “Correio do Vouga” durante 12 anos, pelo que mais me ficou no coração. Vivi o dia-a-dia da redacção com o entusiasmo de quem acredita na possibilidade e na vantagem de apostar num jornal aberto ao que a vida tem de positivo. Ainda experimentei – com que entusiasmo! – os novos desafios sugeridos pelas novas tecnologias da comunicação, sem esmorecimentos nem cedências. Agora, que o jornal diocesano prossegue na caminhada de renovação permanente, não posso deixar de agradecer a quantos, durante 12 anos, me acompanharam, me ajudaram e me incentivaram a alimentar a esperança de contribuir para um semanário atento ao mundo, que sonhasse para além dos adros das igrejas. Aos seus actuais responsáveis e meus bons amigos, formulo votos sinceros de que continuem, como, aliás, o têm feito, a oferecer a toda a gente uma leitura cristã dos acontecimentos, na perspectiva de uma sociedade mais solidária.
Fernando Martins

Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro

Vasco Lagarto entrega prémio à professora Madalena Anastácio, da Escola da Chave, com aluno a assistir
Prémios para contos e blogues
O Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro teve ontem mais uma iniciativa. Não foi uma iniciativa capaz de atrair muita gente, mas teve o mérito de distinguir contos e blogues que responderam aos desafios da APA e da Rádio Terra Nova. Apreciei a satisfação dos que saíram vencedores e alguma tristeza de quem esperava ver mais reconhecido o seu trabalho. A vida, no entanto, tem destas incongruências. De qualquer forma, haverá outras oportunidades noutros contextos.
Há, porém, um registo que não posso deixar de lado. Não existiu, por parte de alguns Agrupamentos e Escolas, o devido esforço para motivar alunos e turmas para este concurso de contos. Vasco Lagarto, presidente da Rádio Terra Nova e grande entusiasta por acções do género, lamentou o facto e disse que tal atitude não é de agora.
Sempre gostaria de saber por que razão os Agrupamentos e as Escolas se divorciam destas acções, quando é sabido que as crianças e jovens precisam de ser incentivados, no sentido de se abrirem ao envolvimento nas propostas culturais, sociais e outras, que são postas à disposição de todos. Escolas e alunos alheios ao mundo que os envolve não contribuem para uma sociedade mais participativa, mais culta e mais fraterna.

STELLA MARIS: Jogo da malha com castanhas

Ontem à tarde houve mais um convívio no Stella Maris, clube da Obra do Apostolado do Mar. Um grupinho de amigos ali se reuniu a convite da direcção, para jogar a malha, mas também para saborear as castanhas assadas, regadas com jeropiga, bebida conhecida, entre nós, por vinho-abafado. Não eram pessoas propriamente muito jovens, embora o espírito o seja, como bem vi, pelo que temi que não houvesse força para atirar a malha a 25 metros. Porém, a verdade é que me enganei. Na foto, o Zé Manel, perito em consertar motorizadas e bicicletas, mostrou que tem força e habilidade para lançar a malha. Apreciem os meus amigos a postura correcta de quem sabe disto. Eu nem tentei, para não dar cabo de algum músculo ou osso. Contudo, derrubei um meco porque... tropecei.
O presidente da direcção, Joaquim Simões, com esta e com outras iniciativas, lá consegue mostrar que o Stella Maris tem potencialidades para congregar pessoas. Vontade não lhe falta. Resta-nos, como amigos, dar uma ajudinha.
FM

Um Poema de Maria Donzília Almeida

Variações em Citrinos
A filha da Laranja é a Tangerina E o Limão? Um primo afastado. A primeira é fresca e ladina. Tem a pequenez duma menina E tem um gosto doce e refinado! Do Limão se faz a limonada. Azedo, mas refresca no Verão! Por isso fica aqui a lição dada: Qualquer coisa, até, menosprezada Tem no fundo, sempre servidão! Variando em doçura e não somente, A tângera tem aqui seu parentesco. Da Laranja é nobre descendente Que nos dá, de forma permanente O seu suminho doce e tão fresco! E que dizer da nossa Clementina? De um paladar muito apurado, Tem nome de mulher ou de menina, Embora bem chegada à Tangerina, Tem sabor extra doce e requintado. E as limas de casca tão fininha, São uma fruta rica e sumarenta. Apreciadas são na caipirinha, Que ajuda a passar uma noitinha, De forma sonhadora e pachorrenta! E por fim aparece a toranja, Algo amarga, terá sua qualidade! Humilde descendente da Laranja Decerto não se come como canja, Mas terá, porventura utilidade! Mª Donzília Almeida
NOTA: Ora aqui está uma forma bonita e artística de ensinar os dotes da fruta, tão importante numa alimentação sadia. Sobretudo numa época em que aparece tanta coisa para comer, que nem sabemos bem o que é. Às vezes até são petiscos saborosos, mas uma frutinha fresca não trará mais benefícios para a nossa saúde? Julgo que sim...
FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 103

OS JOGOS
Caríssima/o: Tal como hoje, muitos dos nossos jogos eram marcados pelo ritmo da cantiga que se desenrolava enquanto decorria; outros eram “a seco”. Uma lista de alguns jogos da nossa meninice aí fica para que acrescentem os que faltam e se entretenham a descrever as regras e o desenrolar dos mesmos:
jogo da macaca da malha da choca da bilharda, dos calotes ou calarotes do pião; dos sete posséis da barra das nações da glória do xui (bingo) do «dá-me lume» do esconde-esconde (agacha), escondidas ou escondidoiro do eixo, 'uma-bala-uma' do gato e do rato do bom barqueiro do belindre do cantinho do chícharo ou das pedrinhas da cabra-cega do pico-pico do lencinho da sardinha assim se r'amassa do botão, tiço do ringue... Muitos dos poucos que me fazem companhia nesta viagem estão a rir-se porque me esqueci do seu jogo preferido, ou escrevi mal este ou aquele... E devo até confessar que de alguns não lembro as regras nem o modo como eram jogados e, um ou outro só os ouvi da boca da geração anterior à minha, logo já não os jogávamos: “ dá-me lume”... Alguém o conhece? Há que ir preparando os piões que o tempo aproxima-se e as nuvens de trovoada anunciam chuva! Manuel

sábado, 15 de novembro de 2008

Se Gostas de Cinema...

Se gostas de cinema... Se gostas de falar sobre filmes e partilhar a tua opinião... Se gostas de alargar horizontes e sentes vontade de conhecer pessoas como tu... Ou se queres apenas dar uma espreitadela... Então estás convidado/a a aparecer no CUFC, esta terça-feira, 18 de Novembro. O filme escolhido é "O Menino de Cabul". Continuamos assim a nossa temporada de bons filmes e emocionantes debates/conversas. Como sempre, na companhia de bons amigos e boas amigas!Aparece! E já agora, traz alguém contigo! Terça-feira, 18 de Novembro, pelas 20.45, no CUFC - Aveiro.
Fraternidade Missionária Verbum Dei

MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO: Colóquio internacional sobre cultura marítima

É já nos próximos dias 17 e 18 deste mês que vai decorrer, no Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), um colóquio denominado “Octávio Lixa Filgueiras – Arquitecto de Culturas Marítimas”, para debate de temas tão importantes como história marítima, arquitectura naval, arqueologia subaquática, etnografia naval, antropologia marítima e culturas marítimas, patrimónios marítimos e museologia.

Zona do Forte vai ser requalificada

A zona que envolve o Forte da Barra vai ser requalificada. Todo o velho casario vai desaparecer para aquele espaço beneficiar de grandes investimentos, ao nível da hotelaria, da habitação, do comércio e dos serviços. As obras há muito que vêm a ser reclamadas por quem deseja ver tudo aquilo mais bonito. Todos sabemos que o Estado está com dificuldades, porque a crise atinge tudo e todos, mas a verdade é que aquele velho casario é uma vergonha. Quem passa, não pode deixar de estabelecer uma comparação óbvia: ao lado de casas em ruinas há as modernas e funcionais instalações do Porto de Aveiro. Então, vamos aguardar que esta imagem degradante que envolve o Forte desapareça, o mais depressa possível.

Crónica de um Professor

Beijinhos...
Passou pela linda zona piscatória das Caxinas, no seu périplo, como docente, neste “jardim florido à beira-mar plantado”. Na verdade,
Vila do Conde espraiada, entre pinhais, rio e mar...”
traz-lhe gratas recordações, da já longínqua década de 80. Todos os dias, na sua peregrinação para a Escola, passava religiosamente, pela casa do poeta José Régio. O excerto do seu poema, cantando e enaltecendo a cidadezinha do litoral, vinha-lhe sempre à memória e mentalmente o recitava, mantendo-lhe o ritmo e a musicalidade. Era uma apaixonada pela poesia, pelo José Régio..., pela beleza das coisas... A cidade, outrora ainda uma vila, evoca-lhe um episódio ternurento, passado no interior duma sala de aula. Um dia, ao apresentar um novo assunto, que tinha a ver com as actividades de lazer, vulgo, hobbies, interpelou os alunos sobre o tema. Dentre as várias formas de ocupar os tempos livres de forma lúdica, referiram alguns alunos que se dedicavam ao coleccionismo: caricas, calendários de bolso, canetas, berlindes, caixas de fósforos, etc. A professora, na intenção de se imiscuir com a massa discente, referiu também a colecção a que se dedicava e que lhe proporcionava um grande prazer: as conchas! - Sim? - Perguntaram os alunos com ar de espanto. - Gosta de coleccionar conchas setôra? - É que aqui, na praia das Caxinas, há muitas! A Professora arregalou os olhos e fantasiou logo, a aquisição daquelas preciosidades. Hoje em dia, muita gente se dedica a esta arte, tão bela, quanto poética, no meu simples entender. Com efeito, aquela professora transmitiu ali, aos seus alunos, quanto admirava essas maravilhas da natureza. Sem a intervenção da mão humana, como era possível, darem à praia autênticas obras de arte, das mais variadas formas e coloridos? Extasiava-se aquela criatura na admiração destas peças de arte, sem artifícios! Dias depois, esquecido já o episódio das conchas, durante uma aula, interpela um aluno, a professora: - Setôra! Posso dar-lhe beijinhos? Pelo inusitado da pergunta, a professora ficou surpresa, mas anuiu, com alguma hesitação. Por que não? Que mal há nisso? O aluno levanta-se do seu lugar, dirige-se à mesa da professora e exibe a mão direita aberta, cheia de “beijinhos”! Era uma espécie de conchinhas muito pequeninas, mas que pela sua configuração se assemelhavam a bocas minúsculas, com os lábios sobrepostos. E... o que sugerem as bocas? Beijinhos... daí o nome pitoresco das referidas conchinhas. Passadas já duas décadas do incidente, conserva ainda os tais “beijinhos”, bem guardados e expostos, juntamente com outros exemplares da colecção! Todos os dias, admira as suas conchinhas e recorda este episódio do seu já vasto reportório. A força do mar, nas Caxinas, arroja à praia estas “pérolas” marinhas!
Maria Donzília Almeida

Sabia que...

Aveiro inaugura serviço telefónico
Quem está habituado às novas tecnologias da comunicação decerto não imagina o longo caminho que foi percorrido para se chegar a este estádio da nossa civilização. E aos aveirenses, hoje, nem lhes deve passar pela cabeça que no dia 15 de Novembro de 1928 foi inaugurado na cidade o serviço telefónico, com apenas quatro assinantes! Quem seriam os felizardos? Pago uns saborosos OVOS-MOLES a quem me informar, com verdade, naturalmente.

DARWIN CONTRA DEUS?

O diálogo entre o bispo S. Wilberforce e Th. Huxley, aqui narrado no sábado passado, será mais lenda do que história. Facto é que, a partir do darwinismo, há quem pense que a única conclusão cosmovisional é o materialismo e o ateísmo. Mas essa é uma conclusão que nem Darwin tirou. Ele é mais agnóstico do que ateu, como pode ler-se na sua Autobiografia: "Sinto-me compelido a considerar uma causa primeira com uma mente racional análoga à do Homem; e mereço ser chamado teísta. Mas então surge a dúvida: pode-se confiar na mente do Homem, que, estou convencido, se desenvolveu a partir de uma mente tão primitiva como a que possuía o mais primitivo dos animais, quando tira conclusões tão sublimes? Não podem estas ser o resultado da relação entre causa e efeito, que, embora nos pareça necessária, provavelmente depende só da experiência herdada? Também não podemos ignorar a probabilidade de que a imposição constante da crença em Deus na mente das crianças produza um efeito tão pronunciado, e talvez herdado, nos seus cérebros não totalmente desenvolvidos que lhes seja tão difícil libertarem-se da sua crença em Deus. Não posso pretender lançar a mínima luz sobre problemas tão nebulosos. O mistério do começo de todas as coisas é para nós insolúvel; e eu, pelo menos, tenho de contentar-me com continuar a ser um agnóstico." João Paulo II reconheceu, em 1996, numa intervenção na Academia Pontifícia das Ciências, que novos conhecimentos levam a considerar a teoria da evolução como mais do que uma simples hipótese. Há evolucionistas materialistas. Mas também há evolucionistas que são crentes. Não há incompatibilidade entre a fé e o evolucionismo, que, segundo a obra célebre do padre e cientista Teilhard de Chardin, podem mesmo harmonizar-se. Depois de se esclarecer o "como" do processo evolutivo que leva ao aparecimento do Homem, ainda se não calou a pergunta pelo "porquê" da evolução desembocando num ser humano que continua a perguntar pelo sentido da sua existência e de tudo. Bento XVI não se cansa de insistir que não somos um produto casual e sem sentido da evolução. "Cada um de nós é o resultado de um pensamento de Deus." Sim, porque é que o Deus criador pessoal não haveria de poder servir-se do acaso para realizar o seu desígnio de uma criatura inteligente e amante, com quem estabelecer a sua aliança? Contra J. Monod, que concluiu o seu célebre O Acaso e a Necessidade, escrevendo que "o Homem está só na imensidão indiferente do Universo, donde emergiu por acaso", o cientista Juan-Ramón Lacadena crê numa "teleologia externa, cujo agente é a Causa Primeira, Deus", que tem uma finalidade na criação. Mas acrescenta que tem de ficar claro que nem ele "o pode provar cientificamente" nem ninguém "o pode rebater com provas científicas". "É uma simples, mas importante, questão de crença ou não crença. Um cientista crente pode aceitar a existência de um Criador, sem necessidade de que o mesmo Deus tenha de continuar a intervir pontualmente no processo evolutivo desde as origens do universo." Pelo contrário, o crente reflexivo, precisamente porque o é, recusa um Deus intervencionista. Francis S. Collins, coordenador do Consórcio Internacional da Sequenciação do Genoma Humano, escreveu na sua obra The Language of God, defendendo a tese de uma evolução teísta: "Deus criou o universo e estabeleceu leis naturais que o governam. Deus escolheu o próprio mecanismo evolutivo para dar lugar a criaturas especiais, dotadas de inteligência, conhecimento do bem e do mal, livre arbítrio, e o desejo de buscar amizade com Ele", acrescentando: "A minha modesta proposta é dar outro nome à evolução teísta: 'Bios mediante Logos' ou simplesmente, BioLogos - bios, termo grego para 'vida', e logos, 'palavra', em grego. Para muitos crentes, a Palavra é sinónimo de Deus, como dizem de forma tão poderosa e poética as majestosas linhas que abrem o Evangelho de São João: 'No princípio era o Verbo (Logos), e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus' (Jo. 1, 1). 'BioLogos' exprime a crença de que Deus é a fonte de toda a vida e que a vida exprime a vontade de Deus."

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os desafios da ADERAV

Da igreja de S. Francisco
Em entrevista ao Diário de Aveiro de hoje, Luís Souto, presidente da ADERAV, afirmou: "Os desafios são muito grandes, há várias situações. Para este mandato elegemos a questão das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, que é um monumento nacional – dos poucos que temos em Aveiro – e está num estado de desleixo e abandono gritante. Essa é a nossa prioridade, mas há outras situações: para além da questão da avenida, há meia-dúzia de casas senhoriais que também são das poucas marcas que temos anteriores aos séculos XIX e XX e seria da maior importância que fossem preservadas, mas não me parece que seja esse o caminho, porque todos os sinais apontam no sentido contrário. Depois há situações recorrentes, como a casa que foi da família de Eça de Queiroz, de que se fala há mais de dez anos, mas o certo é que a casa continua só à espera de ir abaixo e com ela a memória de um espaço muito importante. É um pouco da nossa história colectiva que vai morrendo. Também não defendemos a manutenção de fantasmas arquitectónicos, mas queremos revitalizar os espaços com respeito pela sua memória. Um óptimo exemplo é a Escola do Adro que foi reconvertida em sede da Junta de Freguesia da Vera Cruz, quando o mais fácil era pôr abaixo. Infelizmente a sina deste país é que não temos o património como prioridade, mas tenho esperança que haja um tempo em que o património não seja só um adereço que se coloca nos programas políticos."

PORTO DE ENCONTRO: Exposição de Fotografias

Amanhã, sábado, 15 de Novembro, pelas 16 horas, vai proceder-se, na Casa da Cultura de Aveiro, à inauguração da exposição “Porto de Encontro”. A exposição inclui seis dezenas de trabalhos participantes no concurso de fotografia “Porto de Encontro”, organizado pela Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro. Resulta de compromisso assumido pela organização aquando do lançamento do concurso. Recordamos que os prémios, entregues a 3 de Abril do corrente ano, foram assim distribuídos: 1.º - José Maria Pimentel; 2.º - Armando Jorge Anastácio; 3.º - Nuno Miguel Ramalho. De realçar, também, a parceria entre o Porto de Aveiro, a Câmara Municipal de Aveiro e o Núcleo de Arquitectos de Aveiro.
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A ocasião será também aproveitada para a entrega dos prémios referentes a outros dois concursos, “BLOGMAR” e “Histórias do Mar e da Ria”. “Caminho Azul” (http://caminho-azul.blogspot.com/), de Bruno Martins venceu o concurso de blogs; o segundo lugar coube a “Gaivota da Ravessa” (http://gaivotadarevessa.blogspot.com/), de Sónia Neves, com “Barramar” http://barramar.blogspot.com/), de Carla Ferreira ocupando o terceiro posto. O júri deste concurso foi constituído por Fernando Martins, Júlio Almeida e Carlos Oliveira, este último em representação da organização. O vencedor vai receber 1.000 euros, o segundo classificado 500 euros e o terceiro 300 euros.
: No que reporta ao concurso literário “Histórias do Mar e da Ria”, organizado pela Rádio Terra Nova em parceria com o Porto de Aveiro, os prémios ficaram assim distribuídos pelo Júri, constituído por Zita Leal, Isabel Almeida e Fernando Martins: Escalão A – 1.º Ciclo de Ensino Básico 1.º Prémio – “Uma aventura na Ria”, de (EB 1 da Chave – Gafanha da Nazaré) (450 €) Escalão B – 2.º Ciclo de Ensino Básico 1.º Prémio – “O Tesouro da Ria”, de (EB 2, 3 – Aradas) (525 €)
2.º Prémio - “A Viagem à Ria”, de (EB 2, 3 – Aradas) (350 €)
3.º Prémio - “À descoberta de Aveiro”, de (EB 2, 3 – Aradas) (175 €) Escalão C – 3.º Ciclo de Ensino Básico 1.º Prémio – “Espírito de Pescador”, de (Agrupamento de Escolas de Vagos) (750 €) 2.º Prémio - “O Mar, um Orgulho para Mim”, de (EB 2, 3 – Aradas) (500 €) 3.º Prémio - “A Epopeia do Marujo Salvador”, de (Agrupamento de Escolas de Aveiro) (250 €) Escalão D – Ensino Secundário 1.º Prémio – “O Sabor do Sal”, de (Escola Secundária de Estarreja) (900 €) 2.º Prémio - “Está sem título”, de (Escola Secundária de Vagos) (600 €) 3.º Prémio - “Lágrimas de Mar”, de (Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes) (300 €). Para além dos prémios indicados, as turmas vencedoras (1.º prémio) foram contempladas com uma visita, à escolha, ao Oceanário, Pavilhão do Conhecimento, Planetário, Jardim Zoológico, Museu das Comunicações ou Centros Ciência Viva.
Fonte: Porto de Aveiro

Torneio Internacional de Natal de Basquetebol

Jovens atletas recebem instruções do treinador
A Gafanha da Nazaré, que nunca foi, no seu passado, terra de grandes basquetebolistas, tem, há anos, graças ao esforço do Grupo Desportivo da Gafanha, a secção de Basquetebol, envolvendo atletas de ambos os sexos e das diversas faixas etárias. Tanto quanto sei, o nível alcançado tem sido elevado, pelo que merece, ainda mais, a nossa atenção e o nosso apoio, para não esmorecer. Entretanto, destaco a organização do Torneio Internacional de Natal de Sub-14, Masculinos e Femininos, denominado “Cidade da Gafanha da Nazaré”. A competição está prevista para os dias 20 e 21 de Dezembro, no Pavilhão Gimnodesportivo da Gafanha da Nazaré. Isto significa que, para já, não podemos deixar de marcar presença nesse torneio, porque os nossos atletas e os outros precisam do carinho dos gafanhões.

A Escola em Portugal - Educação Integral da Pessoa

"A educação é o percurso da personalização, e não apenas socialização e formação para a cidadania. A educação autêntica é a educação integral da pessoa. Isto exige promoção dos valores espirituais, estruturação hierárquica de saberes e de valores, integração do saber científico-tecnológico num saber cultural mais vasto, mais abrangente e mais englobante. Exige igualmente partilha dos bens culturais e democratização no acesso aos conhecimentos, aos saberes científicos e competências tecnológicas, que são património comum da humanidade. Exige ainda promoção do homem-pessoa em recusa do homem-objecto de mercado, rejeição de todas as formas de alienação do ser humano, defesa do primado da solidariedade e da fraternidade sobre o interesse egoísta e a competição desenfreada."
Da Carta Pastoral dos Bispos Portugueses

Falência dos Estaleiro de S. Jacinto deixa ex-trabalhadores sem nada

A notícia, que acabo de ler no JN, é triste, porque da falência dos Estaleiros não restou nada para indemnizar os ex-trabalhadores. Mas também é triste saber-se da morte de um estaleiro naval que foi, durante décadas, o sustentáculo económico das famílias de uma terra, S. Jacinto. Também das terras vizinhas, das Gafanhas, Aveiro, Ílhavo, Pardilhó e Murtosa, entre outras. Depois, a conjuntura (a eterna culpada) ditou a morte dos Estaleiros, a que o seu fundador, Carlos Roeder, não teve o desgosto de assistir. Os Estaleiros tinham muito trabalho e muitos trabalhadores. Bastantes deles, das Gafanhas, deixaram a lavoura e outros ofícios para ingressarem naquela unidade industrial. Sempre era um salário certo, disseram-me alguns. E era verdade. Porém, as “economias”, quando não conseguem adaptar-se às circunstâncias, dão nisto: falências que deixam ex-trabalhadores sem qualquer indemnização. Claro que o Estado não pode olhar para estas situações. Mas se for um Banco...

Teresa Saporiti expõe no CAE da Figueira da Foz

Até 23 de Novembro, ainda pode apreciar no CAE da Figueira da Foz, na Sala Zé Penicheiro, trabalhos da artista Teresa Saporiti. Como ela refere no desdobrável oferecido aos visitantes, trata-se de flores do seu jardim. Diz assim:
"As flores que aqui deixo são flores do meu jardim. E são, também, flores de outros jardins. Das bermas dos caminhos. Dos espaços sem fim dos campos da minha terra. Em cada flor encontrada, procuro a sombra que define as formas. O contorno que marca a sombra. Procuro a linha que desenha cada flor.”

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Timor: 17 anos depois do massacre de Santa Cruz

A Marieke lembrou hoje um acontecimento brutal que correu mundo. Não fora ela, e eu por aqui continuaria na minha indiferença em relação àquele drama. O massacre de Santa Cruz, em Timor, mostrou ao mundo o que estava a passar-se naquela ex-colónia portuguesa, ocupada, à força, pela Indonésia. Os governantes do nosso País e outras instituições bem clamavam pela libertação do povo timorense, mas todos faziam ouvidos de mercador, ignorando ou fingindo ignorar o sofrimento de uma nação, que os portugueses ajudaram a nascer. Os grandes do mundo, os que põem muitas vezes os interesses pessoais acima dos interesses dos mais frágeis, nunca quiseram ouvir quem pedia justiça e o direito de viver livre. Faz precisamente nesta data 17 anos que o massacre aconteceu e até parece que todos já esquecemos o sofrimento dos timorenses, como se eles não precisassem de nós. Dos nossos apoios e da nossa solidariedade, no esforço que estão a fazer para traçarem caminhos de progresso e de democracia plena.

Geração de Ouro da Bioética em Portugal

Sem grande relevo, e nada chamativa para quem só lê os títulos grandes dos jornais, lá vinha a notícia: “O Presidente da República condecora pais da bioética.” A justificar a condecoração fala o Presidente “de uma verdadeira e impressionante «geração de ouro» da bioética portuguesa”. O designativo é acertado e é bom reconhecê-lo. Os titulares da condecoração são três médicos insignes, professores universitários, reconhecidos pelos méritos e competência na respectiva especialidade, e de renome que vai além fronteiras, pela sua luta a favor de uma consciência ética no exercício da sua profissão, na preparação de novos médicos, nos seus escritos e múltiplas intervenções em congressos ou outros encontros nacionais e internacionais. Trata-se de Daniel Serrão e Walter Oswald, ambos da Faculdade de Medicina Porto, e de Jorge Biscaia, da de Coimbra. A estes junta-se, para um renovada homenagem, por expressa vontade do Presidente da Republica, o jesuíta Luís Archer, de Lisboa, padre e cientista, figura ímpar da investigação científica e pioneiro em caminhos por ele abertos e por onde têm passado gerações de novos investigadores. Muitas vezes vemos serem condecoradas pessoas sem que saibamos bem qual a última razão de tal reconhecimento público. Terá acontecido isso mesmo comigo, o que me levou a interrogar-me, seriamente, sobre o porquê da comenda recebida há anos, pois não vejo, na minha vida, senão a preocupação de cumprir o meu dever, de harmonia com a missão a que me votei livremente, ontem no Alentejo e, há quase trinta anos, em Aveiro e, ultimamente, um pouco por todo o lado. Agora, porém, sabe-se a razão porque se sublinham pessoas que, para além da sua profissão, sempre se empenharam e assim continuam, num serviço gratuito, mas importante, tanto à comunidade científica, como à comunidade em geral. Sem pretensões apologéticas desnecessárias, não me escuso de dizer que se trata de três cientistas leigos, assumidamente católicos, que sempre puseram e continuam a pôr o seu saber científico ao serviço da pessoa e da comunidade, vazado em eloquente tes-temunho de coerência, pessoal e profissional que tem provocado sempre o respeito dos colegas, dos demais investigadores e dos profissionais honestos. Já exerceram cargos internacionais de relevo no campo da medicina, da bioética e das associações profissionais de médicos, tendo os seus nomes ligados a projectos e actividades de relevo e mérito. O padre Luís Archer, homem simples e grande, é figura de um cientista suficientemente conhecido e escutado, que introduziu em Portugal métodos novos de investigação e de estudo da biologia molecular, importantes e hoje indispensáveis em muitos aspectos da vida e do saber tecnológico. A decisão do Presidente da República, da qual tive conhecimento apenas porque leio os jornais, encheu-me de muita alegria, não só pelo respeito e pela estima que me liga aos condecorados, mas, também, por ver publicamente reconhecido, nas suas pessoas e lutas, o valor indiscutível da bioética. Por outro lado, também, é de realçar que a fé não é marginal nem contra a ciência e, o diálogo sério entre ambas, que gente menos lúcida continua a considerar como impossível e inútil, leva sempre a novos horizontes que são caminhos de humanização, pois que outra não é a razão deste diálogo. Uma ciência relativamente nova, a bioética torna-se ponto de referência, exigente e permanente, no campo das ciências onde se joga o valor da vida e a dignidade da pessoa humana e o modo como considerá-la e tratá-la. Os atropelos a que neste campo assistimos, não se corrigem senão com um saber objectivo determina o agir moral, a que não podem estar alheios nem os legisladores, nem os profissionais que tocam na vida das pessoas e não podem deixar de respeitar promover a sua dignidade. António Marcelino

terça-feira, 11 de novembro de 2008

São Martinho: Castanhas sem Vinho

Hoje não cumpri bem a tradição. Comi castanhas assadas, que estavam excelentes, mas não pude provar o vinho. Achei melhor assim, para dormir mais sossegado, sem o estômago a irritar-me. Já lá vai o tempo de as comer assadas na braseira, com a mãe a contar a lenda de São Martinho. O pai andava no mar, nessa época do ano. Dizem que São Martinho era um santo homem, de coração sensível. Capaz, por isso, de partilhar, em noite fria, a sua capa com um pobre mendigo. A lenda, que a Igreja terá aproveitado para santificar a generosidade da partilha e o desprendimento, continua actual, como incentivo que nos leve a olhar para os mais carentes de afecto e de tudo. Ontem, o Presidente da República recebeu uma Comissão que apresentou a “Carta aberta contra a pobreza e desigualdade", na linha de erradicar a fome entre nós. Aliás, a aposta em acabar com a pobreza é um propósito do milénio, que está longe de ser conseguida. Talvez a lição do São Martinho nos ajude a partilhar um pouco do que temos, a começar pelas castanhas.
A ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) defende que "A pobreza e o desemprego permanecem como os dois principais problemas da sociedade portuguesa e há um risco não negligenciável de se agravarem no próximo ano. Todos os empresários e gestores deverão consciencializar a importância do seu papel neste contexto, assumindo-se como verdadeiros Líderes sociais, gerando confiança e agindo de forma positiva e solidária, sobretudo em quadros de grande dificuldade." E acrescenta que, "Neste contexto, deve ser dada especial atenção à questão do salário mínimo e ser feita uma avaliação, articulando critérios de sustentabilidade da empresa com critérios de generosidade e amor aos mais desfavorecidos, no sentido de apurar, em consciência, se é possível pagar acima do mínimo legal."
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