quarta-feira, 16 de julho de 2008

PRAIA DA BARRA: Mensagens Bíblicas

(Clicar nas fotos para ampliar) :
Na Praia da Barra, zona privilegiada de veraneio na costa aveirense, os banhistas e outros visitantes podem, a par do sol e da maresia, reflectir sobre Jesus Cristo. Há sempre quem se lembre de nos sugerir essa proposta, pese embora muitos grantirem que não há lugar para Deus no mundo materialista e hedonista que nos envolve. Em tempo de férias e do lazer que lhe anda associado, este desafio até pode ter o seu lugar. Não há nada como experimentar.

PONTES DE ENCONTRO

XXIII Jornada Mundial da Juventude – Sydney 2008
Iniciou-se, ontem, dia 15, em Sydney, na Austrália, com a participação de milhares de jovens, vindos das mais variadas partes do globo, a cerimónia inaugural da XXIII Jornada Mundial da Juventude, cujo tema-base é retirado do Livro dos Actos dos Apóstolos, através da passagem: “Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas.” (Act 1,8) Apesar de já se encontrar em Sydney, desde o passado Domingo, dia 13, só a partir da próxima quinta-feira, este evento, que decorrerá até ao próximo Domingo, contará com a presença do Papa Bento XVI. As cerimónias de ontem iniciaram-se com a chegada da grande cruz de madeira que os jovens transportaram até Sydney, após ter viajado por toda a Austrália, com cânticos e danças aborígenes, uma saudação do Primeiro-Ministro australiano e a celebração de uma missa pelo Cardeal e Arcebispo de Sydney, George Pell. Na homilia, o Cardeal George Pell enviou uma mensagem aos jovens para que desenvolvam uma missão evangelizadora não apenas na Austrália - país que tem 5 704 000 católicos, o que corresponde a 26,6% dos seus 20 700 000 habitantes -, mas no mundo todo. "O chamado de Cristo é para todos os que sofrem e não apenas para católicos ou pessoas de outras religiões, mas especialmente para aqueles sem religião. Cristo está a chamá-los a todos, para retornarem a casa, para viverem o amor, para a reconciliação e a comunhão" – declarou o Cardeal Pell –, ao mesmo tempo que pediu aos jovens presentes na Eucaristia inaugural da JMJ para não se deixarem dominar pelo conformismo, nem passarem a vida sem tomarem qualquer posição, sobretudo perante as injustiças e os sofrimentos. A I Jornada Mundial da Juventude foi celebrada, pela primeira vez e de forma oficial, no Domingo de Ramos, do ano de 1986, na Cidade de Roma, tendo como seu grande artífice e impulsionador a figura ímpar do Papa João Paulo II e teve como tema: "Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1Pd 3, 15) Ao longo dos anos em que têm decorrido as JMJ, tem-se feito sentir alguma contestação e reservas e muitos ainda continuam a afirmar que tudo isto não passa de “fogo de vista” e que os jovens nada mais fazem do que turismo. Pessoalmente, não acredito que esta seja a regra, mas antes a excepção que, a existir, confirma a primeira. É usual dizer-se que os jovens são o futuro da Igreja – e, realmente, pela ordem natural da vida, hão-de ser eles os novos portadores da mensagem de Cristo, fazendo desta compromisso de acção, testemunho de vida e anúncio de conversão. Entretanto, para que este futuro aconteça, tem que se estar atento às oportunidades que o presente já oferece e entender que os objectivos necessários para tal só podem ser atingidos em cada comunidade cristã, onde cada jovem cristão está inserido. Li, há dias, numa breve nota sobre as JMJ, que estas são um testemunho público de fé que começa, na maior parte das vezes, numa caminhada pessoal de espiritualidade e oração, acabando por se tornarem (ou não) numa prova real à vitalidade das paróquias e das dioceses, pelo que o avaliar e o corrigir fazem parte deste percurso permanente. Na sua Mensagem, para esta XXIII JMJ, Bento XVI, a dado passo, dirigiu-se ao jovens nestes termos: “Muitos jovens reflectem sobre a sua vida com apreensão e formulam muitas interrogações. Preocupados, eles perguntam-se: como inserir-se num mundo assinalado por numerosas e graves injustiças e sofrimentos? Como reagir ao egoísmo e à violência, que por vezes parecem prevalecer? Como dar pleno sentido à vida?” Que estas e outras interrogações encontrem ecos e respostas no mais íntimo do coração de cada um dos participantes na XXIII JMJ, para que estes possam partilhar as suas experiências de vida e de fé com os que não puderam estar presentes e tornarem, pela acção do Espírito Santo e do seu testemunho, a Igreja, mais santa e santificadora.
Vítor Amorim

terça-feira, 15 de julho de 2008

A Nau Portugal

D. João Evangelista de Lima Vidal, Arcebispo-Bispo de Aveiro, descreveu, num belo "poema", o bota-abaixo da Nau Portugal, quando ela, ao entrar na ria, se inclinou para ali dormir um sono de morte aparente. Haveria de ressuscitar. Leiam em Galafanha.

O maior navio de sempre no Porto de Aveiro



Tive ontem à noite o privilégio de testemunhar um acontecimento histórico no Porto de Aveiro, entre algumas pessoas que vibram com as vitórias da maior infra-estrutura portuária da região centro de Portugal. Pela primeira vez na sua já longa vida de 200 anos, tantos quantos leva da abertura da Barra, o Porto de Aveiro acolheu o maior navio de sempre.
O “Beluga Intonation”, com os seus 166 metros de comprimento (170 com o quebra-gelo), demandou a zona portuária com uma carga de aerogeradores e outro material destinados à indústria de energia alternativa. Comandado pelo capitão Johan Marcel Buysse, o "Beluga Intonation" apresentou-se altaneiro, no domingo, na tranquilidade com que passou a barra, rumo a um descanso merecido, enquanto a carga seria, como foi, colocada no cais, graças ao esforço de três potentes gruas do próprio navio.
Na torre de comando, no 6.º andar, de onde se divisavam a área portuária, a ria e terras circunvizinhas, demarcadas pela iluminação de ruas e habitações, Carlos Oliveira, em representação da APA (Administração do Porto de Aveiro), apresentou cumprimentos ao comandante, sublinhando o significado da estadia do seu navio no nosso porto. Oferecendo-lhe como lembrança desta sua presença entre nós o livro “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim, editado no âmbito das comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, expressou a garantia da excelente operacionalidade do nosso porto.
Também o capitão Johan mostrou a sua satisfação pelo acolhimento que lhe foi prestado, bem como pelos bons serviços desenvolvidos pelos diversos operadores portuários. Os aerogeradores chegados a Aveiro vieram da Índia com destino a uma empresa sedeada em Vagos, para ali serem transformados. Posteriormente, uns serão exportados para os EUA e outros destinar-se-ão aos campos eólicos do nosso país.

FM

segunda-feira, 14 de julho de 2008

POBREZA EM PORTUGAL

"Trinta e cinco por cento dos pobres são pessoas que trabalham", garantiu Alfredo Bruto da Costa, presidente do Conselho Económico e Social, aos jornalistas, no final de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém. E logo adiantou, ao jeito de quem quer sugerir que se estudem respostas concretas, que "o problema não é aquilo que se faz" para resolver esta questão, mas "o que não se faz”. Bruto da Costa, conceituado especialista em matéria de pobreza, elaborou um estudo – “Um Olhar Sobre a Pobreza - Vulnerabilidade e Exclusão Social no Portugal Contemporâneo" – que já foi entregue ao Presidente da República, esperando-se agora que o Governo procure soluções adequadas. O trabalho de Bruto da Costa contraria a opinião generalizada que aceitava estarem os pobres, fundamentalmente, no grupo dos desempregados. Afinal, os estudos apontam para uma realidade diferente, o que denuncia, a priori, os baixíssimos salários dos nossos trabalhadores, talvez com as mais baixas qualificações. Bruto da Costa dirigiu um apelo à sociedade, para que “tenha mais acentuadamente o sentido dos limites. Os recursos não podem ser ilimitados e as famílias têm de ter noção do limite dos recursos. A isso chama-se solidariedade", frisou. Face a este estudo, recomenda-se a todos os portugueses que estejam atentos às análises que hão-se surgir, numa perspectiva de se encontrar um rumo certo e atento à realidade da pobreza que existe entre nós, sendo importante exercitar a solidariedade e o espírito de entreajuda.

Na Linha Da Utopia

VERÃO OLÍMPICO
1. O tempo de verão não se esgota meramente numa das quatro estações do calendário do ano. Verão, na riqueza cultural dos variados programas festivos e turísticos, quer ser oportunidade de apreciar a beleza natural que nos envolve, da Ria ao mar, da serra aos momentos de partilha festiva. Quebrar as rotinas do exigente e rigoroso trabalho ao longo do ano, fazer uma viagem ou caminhada por locais diferentes, respirar a maresia do relaxamento de quem contempla e aprecia, são “pausas” que também podem dar anos de vida mais saudável. Não será uma questão de ir para longe ou de muitas despesas; este cultivar da paz consigo mesmo, com os outros e a natureza, é realidade gratuita, é como que uma oferta da bondade do criador, esta uma leitura significativa que dá sentido à própria vida também na procura de alimentar com serenidade os relacionamentos humanos. Como Alguém diz, o sol põe-se todos os dias, cumpre-nos apreciá-lo! 2. Este verão para os portugueses parece que vai ser mais ecológico. Saber das dificuldades discernir as soluções também pode significar que, com o aumento desenfreado dos combustíveis e do consequentemente custo de vida, as opções podem-se nortear por apreciar caminhos diferentes daqueles que são as grandes viagens turísticas (ainda que estas, necessárias, também garantam a vida aos seus promotores)... Ir “para fora cá dentro” poderá proporcionar um reconhecer nos patrimónios de Portugal um bem que tantas vezes é por nós próprios desconhecido. O verão, assim, pode ser oportunidade privilegiada para reconhecer nos “caminhos de Portugal” (ainda que muito património por preservar), toda a riqueza que temos, natural como edificada em monumentos seculares, facto que, isso sim, pode contribuir para a nova consciência propiciadora para sermos um país sempre melhor acolhedor daqueles que visitam o nosso sol! 3. No mundo, estamos a breves semanas do início dos Jogos Olímpicos de Pequim. Durante um mês a China quer passar a imagem de simbólica capital do mundo. Os sacrifícios e investimentos foram feitos a pensar no novo “poder” hegemónico, onde, todavia, a problemática crua dos Direitos Humanos aparece como o permanente aguilhão; que o diga a “chama olímpica” na sua atribulada viagem rumo ao Olimpo chinês! Há atletas que dizem que correm de máscara devido à grande poluição; há tarjas e bandeiras já feitas para “libertar” o Tibete; mas há presidentes de nações que, após a ameaça de ausência na cerimónia de abertura, já confirmaram a sua presença. Sabemos como são as coisas: abertos os jogos, certamente recheados de alma e mitologia chinesas, a corrida vai ser pelas medalhas. Já agora e porque as coisas são assim mesmo, puxando a brasa…vamos ver se Portugal consegue fazer ouvir o hino em Pequim! Do mal o menos, sejam estas as notícias e não venham incêndios (o São Pedro tem ajudado!)! 4. A Linha da Utopia vai de férias. Também irá ver o mar e a serra; retomará fresca em inícios de Setembro!

PONTES DE ENCONTRO

CARROS ELÉCTRICOS: O INÍCIO DE UMA NOVA ERA?
No passado sábado, dia 5 de Julho, escrevi um texto com título “As energia renováveis e o futuro do homem”. A dado passo, dizia que “o sector dos transportes também sofrerá profundas alterações, não só com a introdução dos carros híbridos (…), mas, também, dos veículos eléctricos…”. Quatro dias depois, ou seja, no dia 9, o Governo português assina com o consórcio Nissan-Renault, um memorando de acordo sobre a introdução e comercialização, em larga escala, a partir dos anos de 2010-2011, de carros, totalmente eléctricos, em Portugal. Além de Portugal, este consórcio escolheu, igualmente, Israel e a Dinamarca, para o lançamento deste tipo de veículo, na medida em que considera estes três países na liderança e diversificação das fontes de energias renováveis e alternativas. Como portugueses, não podemos ficar indiferentes a esta escolha e só se espera que tudo quanto tem sido feito até aqui, em termos de energias renováveis, não só continue como haja um reforço, cada vez maior, nestas novas opções energéticas. Por outro lado, todas estas novas movimentações e apostas tecnológicas devem estar direccionadas no sentido do bem-estar de todos os cidadãos e na consciencialização de que podemos, definitivamente, estar a dar início a uma profunda alteração do paradigma energético e da estrutura social, a nível planetário, cujas consequências ainda estão longe de poderem ser projectadas e avaliadas com o rigor desejável. Não se pense, contudo, que este caminho (ou caminhos) não está isento de enormes dificuldades e desafios, muitos deles imprevistos, o que vai requerer muita vontade política, determinação, no sentido de buscar uma verdadeira ecologia de futuro sustentável e imaginação, para que todos possam usufruir do quanto positivo daqui for surgindo. Às entidades que vão liderar todo este processo de desenvolvimento e produção exige-se rigor e boa-fé, até porque, à partida, não existem soluções perfeitas e só com trabalho se pode ir corrigindo e ultrapassando o que estiver menos bem. Segundo as informações disponíveis, de momento, estes primeiros veículos eléctricos têm uma autonomia de 160 a 200 quilómetros e prevê-se uma redução de 70% nas emissões de dióxido de carbono, até 2050, por comparação com os níveis do ano de 2000. Estou certo que outros fabricantes, com outros aperfeiçoamentos e inovações, surgirão, entretanto, no mercado. O fabrico deste veículo será feito no Japão e, segundo os seus fabricantes, terá um preço “atractivo”, que pretende concorrer no segmento C dos automóveis ligeiros convencionais, tais como o Renault Mégane ou Volkswagen Golf. O modelo pode ser “reabastecido” de três formas: ligado, em casa, à corrente, numa ficha convencional (6 horas para o carregamento), carregar a bateria numa estação (o que pode demorar 25 a 30 minutos) ou trocar a bateria gasta por uma nova, operação que leva entre cinco a dez minutos. Tudo isto vai traduzir-se em enormes alterações nos hábitos dos cidadãos e do país e vai exigir que sejam criadas as infra-estruturas necessárias para a criação de uma ampla rede de estações de carga, para este tipo de veículos, a nível nacional, para além de um conjunto logístico e organizativo de apoio e manutenção. Há que lembrar que, já antes, surgiram outros modelos de carros eléctricos que, por razões desconhecidas ou obscuras, nunca obtiveram a autorização necessária para o seu fabrico e utilização em larga escala. Finalmente, este dossier, de dimensão internacional, ganhou pernas para andar, até porque, como dizia o Primeiro-Ministro, José Sócrates, durante a cerimónia da assinatura do memorando: “não podemos continuar passivos por muito mais tempo.” Costuma-se dizer que “o caminho faz-se caminhado”, pelo que há que o fazer, para se aprender a fazer melhor. E, sempre que necessário, aprender com os próprios erros e as dificuldades que surgem, para bem do futuro comum do homem e do planeta Terra.
Vítor Amorim

domingo, 13 de julho de 2008

NA LINHA DA UTOPIA

Nelson Mandela
1. O mundo celebra os 90 anos de Nelson Mandela (nasceu em Qunu, a 18 de Julho de 1918). Têm sido muitos os testemunhos eloquentes sobre esta personalidade que representa a luta pelos direitos cívico e sociais da África do Sul do séc. XX. Mais que o activismo antiapartheid de Mandela, que lhe custou décadas amarguradas, o destaque da sua vida orienta-se pela capacidade de entender os tempos políticos e o facto de não viver sentimentos de “vingança”, estes que poderiam ser uma atitude “justificada” de retaliação em relação ao tempo de cativeiro que sofreu. Nelson Mandela viveu 27 anos como prisioneiro, em que teve como número «46664», o actual nome numérico de uma organização de luta contra a sida em África, criada por si em 2003. O seu percurso de vida enaltece a capacidade de reconciliação acima de tudo, em que para o consolidar da democracia, como diz, «lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra» na África do Sul. 2. No ano de 1993 Mandela recebe o Prémio Nobel da Paz. Uma atribuição ao “fim” de uma vida de luta incansável pela dignidade da pessoa humana, patamar único que poderá garantir a paz social. O esforço de isenção, a valorização do que une em vez do que separa, a capacidade de viver o “tempo” da vida na esperança de um “amanhã” livre e melhor, efectivamente, fazem de Mandela um símbolo para as gerações da actualidade. A construção do seu projecto de vida exigiu uma resistência ilimitada: foi preso em 1962, escapou à pena de enforcamento, ficou no cativeiro em prisão perpétua. Insistia no grito: “lutem!” A conjuntura sócio-política foi-se abrindo até à sua libertação, pelo presidente Frederik de Klerk, em 1990, “momento” que nos lembramos de ver em directo da televisão (sem tudo compreender na altura). A “liberdade” e igual dignidade das gentes da África do Sul teve, na generosa vida de Mandela, um elevado preço que importa agora saber cuidadosamente preservar. 3. A actualidade, mesmo nas instabilidades da África do Sul e do próprio mundo, exige que não se perca a memória da história que precedente. É sempre um perigo o que se verifica nos tempos posteriores à conquista das liberdades. O alimentar da liberdade é tarefa que, todos os dias, precisa de ser realizada na formação, educação e cultura da responsabilidade pessoal e social. Apesar daquilo que é o mistério da vida, na essência sempre limitada em cada pessoa humana, é bom e importante apreciar os exemplos de grande humanismo que nos fizeram chegar até ao presente. Das pessoas vivas, Mandela talvez seja o último «humano gigante», ainda que também uma memória construída pela conjuntura de perseguição, é certo. Mas dele será importante aprender os valores da entrega, da bondade e da generosidade; sempre ao serviço dos outros. Seja esta a autêntica escola de vida para o séc. XXI!

BANCO ALIMENTAR DISTINGUIDO PELA GULBENKIAN

A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome foi distinguida, na categoria Beneficência, nos prémios da Fundação Gulbenkian. Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, considerou em declarações à agência Lusa que o Prémio Gulbenkian é um reconhecimento da actividade que tem sido feita de forma "estruturada e consistente" através da "mobilização colectiva". “É um motivo de grande alegria. É um reconhecimento muito importante e dá-nos uma responsabilização acrescida", afirmou Isabel Jonet, acrescentando que com este prémio o júri terá querido mostrar que os bancos alimentares são um "exemplo de mobilização colectiva", através de voluntariado, em torno de "um ideal comum e que devia ser seguido". O valor do prémio são 50 mil euros, destinados, segundo a Presidente ao investimento em melhoramentos dos bancos alimentares já existentes, à compra de equipamentos de refrigeração e em intervenções de higiene e segurança alimentar.
Fonte: Ecclesia

Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré - 2

Porque sei que os gafanhões, tanto os residentes na Gafanha como os que se encontram em qualquer parte do mundo, apreciam o trabalho do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, aqui lhes ofereço um "cheirinho" do Festival Nacional de Folclore, que ontem se realizou na nossa terra.

Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré


Um Quarto de Século ao Serviço da Cultura



Realizou-se ontem, na Gafanha da Nazaré, o XXV Festival de Folclore, com organização do Grupo Etnográfico da mesma cidade. Foi, também, o XI Festival Internacional. Na recepção aos grupos participantes, o fundador e presidente da direcção do Grupo anfitrião, Alfredo Ferreira da Silva, fiz questão de homenagear José Maria Marques, falecido há anos num acidente rodoviário, quando regressava a Portugal de uma actuação do Grupo Folclórico da Região do Vouga, de que era director, no estrangeiro. José Maria Marques, como foi recordado com oportunidade, foi quem ajudou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) a dar os primeiros passos, na linha de rigor seguida pela Federação do Folclore Português, de que então era dirigente.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 86

CARREIROS E CAMINHOS Caríssima/o: Uma das minhas netas salta de cadeira para cadeira e, sem deixarmos entrever o sorriso, temos de a admoestar “que te podes magoar”... E nas férias a tentação maior é a ameixoeira do quintal que, uns e outros, trepam e sobem pelos ramos, como andarilhos ou arrastando a roupa pelos troncos... Felizes que têm um quintal... Comparativamente à nossa liberdade e actividade, não serão muito afortunados, apesar disso; é que a nossa imaginação e a necessidade de medir forças e velocidades com os outros levavam-nos a caminhos e carreiros só conhecidos por nós (assim pensávamos...). Verdade seja que as estradas ou ruas, como agora se diz, eram poucas e magoavam os pés porque tinham muitas pedrinhas soltas, obrigando-nos a andarmos aos saltos nas pontas dos pés. E aqueles caminhos e carreiros iam mudando conforme a estação, oferecendo-nos aventuras as mais diversas. Vede, em pleno Dezembro, o caminho transformado em autêntico regato para as corridas dos nossos barcos de papel ou de casqueira e para a colheita das enguias que 'se criam' nas valetas. Também as suas areias argilosas molhadas se aproveitam para as construções... Quantas vezes fazíamos carreiros pelas cabeceiras dos terrenos lavrados e plantados, driblando os ralhos do lavrador e de sua mulher que os sublinhavam com algum torrão que nos perseguia . Eram ainda estes caminhos e carreiros que, mais tarde, nos levariam à Escola, debaixo das recomendações de nossos pais para que tivéssemos cuidado... para não nos aleijarmos,... que além disso não iam as suas preocupações! [Quando vejo as estatísticas dos jogadores informando-nos de quantos quilómetros percorrem durante um jogo, começam logo a desbobinar na minha mente as idas e vindas de e para a Escola, as voltas e voltinhas nos recreios, as corridas, os jogos,... Mas também não admira: nós de vez em quando comíamos caldo de feijão...] Manuel

sábado, 12 de julho de 2008

BLOCOS COM EXPRESSÃO

Na praia da Barra, no molhe sul, há blocos de cimento com expressão. O registo aqui fica. O que se vê em primeiro plano está triste; o outro é que parece feliz. Parece feliz, com o sorriso notório, mas até dá a entender que está envergonhado, encolhido lá atrás. Também não é para menos, com um Verão tímido que nem permite, a quem chega à praia, dar largas ao sonho de apanhar sol. Outros tempos virão, estou em crer.

Semana Gastronómica da Ria

: ATÉ 20 DE JULHO ::
Quem resiste a um bom prato de enguias de escabeche?
A Câmara Municipal de Aveiro organiza a Semana Gastronómica da Ria até dia 20 de Julho, com a participação de 18 restaurantes. Trata-se de uma iniciativa que conta com o apoio das Juntas de Freguesia da Glória e da Vera Cruz. Os restaurantes foram convidados a apresentar uma “Ementa de pratos típicos Aveirenses”. Os apreciadores da boa gastronomia aveirense não deixarão de aproveitar esta ocasião para se deliciarem. Faltar a uma festa destas é crime imperdoável, para gente de bom gosto.

Semana Gastronómica da Ria

A Câmara Municipal de Aveiro organiza a Semana Gastronómica da Ria até dia 20, com a participação de 18 restaurantes. Trata-se de uma iniciativa que conta com o apoio das Juntas de Freguesia da Glória e da Vera Cruz. Os restaurantes foram convidados a apresentar uma “Ementa de pratos típicos Aveirenses”. Os apreciadores da boa gastronomia aveirense não deixarão de aproveitar esta ocasião para se deliciarem.

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 3

A Música Velha não podia morrer. Ler em Galafanha

Mergulho gratuito na Praia da Barra

HOJE, SÁBADO, 12 DE JULHO
Baptismos de mergulho gratuitos na Praia da Barra.
Não perca esta oportunidade única. Mergulhe em segurança, na companhia de um instrutor credenciado. Uma parceria do Porto de Aveiro com a aveirosub.
Os mergulhos gratuitos vão continuar até Agosto. Aproveite as oportunidades que lhe oferecem.
Informações: 234 367 666, 932 367 667,
aveirosub@aveirosub.com, geral@portodeaveiro.pt

SOBRE O FUTURO DA IGREJA CATÓLICA

Foi notícia nos média: a diocese de Lisboa perdeu nos últimos sete anos à volta de cem mil fiéis praticantes. O próprio cardeal-patriarca reconheceu que há muita negatividade nas celebrações e na Igreja: inadaptação aos novos tempos; deficiências na formação dos padres; má proclamação da Palavra de Deus; má qualidade e falta de mensagem religiosa dos cânticos; homilias inadequadas e deficientes. Os jovens queixam-se de que as celebrações são um seca e, frequentemente, têm razão. Onde estão a possibilidade de participação e de diálogo e homilias iluminantes da vida e dos seus problemas e a festa? Por outro lado, há a invasão do materialismo e do consumismo hedonista. Ora, numa sociedade que procura fundamentalmente o bem-estar material, Deus tem cada vez menos lugar. Mesmo que haja - e há - procura de espiritualidade, já não é necessariamente através da mediação da Igreja. Aliás, há uma imensa crise de fé, que atinge o próprio clero, e sinais de que o cristianismo se pode tornar minoritário na Europa. Mas é necessário também prevenir para equívocos e falsas idealizações. Assim, como mostrou J. Delumeau, não se pense, por exemplo, que a Idade Média foi sempre modelo de vida cristã. Apesar de tudo, talvez a Igreja hoje seja mais autêntica do que em todas as outras épocas, com excepção dos primeiros tempos do cristianismo. Não se pode esquecer que o mais importante é a prática cristã na vida: praticar a justiça, amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. A outra prática - a frequência da missa - deveria vir na sequência da primeira. De qualquer forma, embora, segundo estudo recente, mais de dois terços dos portugueses apresentem o ser católico como factor de identidade nacional, há uma crescente desafeição em relação à Igreja institucional. De facto, ela não acompanha os tempos e é vista como retrógrada: veja-se, por exemplo, a moral sexual e a relação entre fé e ciência. Ainda recentemente dizia Eduardo Lourenço: "Lamento que o catolicismo se refugie em coisas arcaizantes que têm efeitos éticos e sociais deploráveis. Não sei se está condenado a morrer, mas está condenado a transformar-se." Quando se pensa nas transformações do mundo moderno, percebe-se quanto será necessário, sem perder o núcleo da sua mensagem, a Igreja mudar. Dificilmente serão aceitáveis estruturas piramidais, sem participação activa, democrática. As mulheres andam magoadas com a Igreja e vão, legitimamente, exigir tratamento de igualdade. A Igreja não pode pregar os direitos humanos para fora, não os praticando dentro dela. Um dogmatismo rígido e inflexível, sem uma sadia opinião pública, não lhe é de modo nenhum favorável. Depois, há vícios que é preciso combater, como proclama, do alto dos seus 81 anos, o cardeal Carlo Martini, considerado papabilis durante anos. Para ele, "o vício clerical por excelência" é a inveja. Há muitas pessoas dentro da Igreja "consumidas" pela inveja, perguntando: "Que mal cometi eu para nomearem fulano como bispo e não a mim?" Para Martini, há outros pecados capitais fortemente presentes na Igreja: a vaidade e a calúnia. "Que grande é a vaidade na Igreja! Vê-se nos hábitos. Antes, os cardeais exibiam capas de seis metros de cauda de seda. A Igreja reveste-se continuamente de ornamentos inúteis. Tem essa tendência para a ostentação, o alarde." E "o terrível carreirismo" clerical, especialmente na Cúria Romana, "onde todos querem ser mais"? Por isso, "certas coisas não se dizem, já que se sabe que bloqueiam a carreira". Isso é "péssimo para a Igreja". A verdade brilha pela ausência, pois "procura-se dizer o que agrada ao superior e age-se como cada um imagina que o superior gostaria, prestando deste modo um fraco serviço ao Papa". Autênticas comunidades cristãs têm de assentar em três pilares: fé viva e capaz de dar razões, prática do amor e da justiça, celebrações belas a fortalecer a vida e a fé e a dar horizonte de sentido último à existência. A Igreja só pode ter futuro, cumprindo o núcleo da sua missão: manter a pergunta acesa e activa a compaixão. Anselmo Borges In DN

PONTES DE ENCONTRO

Águas de Portugal: ou uma outra forma de meter água!
No passado dia 4 de Julho, partilhei com os leitores um texto com o título “O país do copo meio cheio ou meio vazio”, referindo-me, concretamente, a Portugal e ao perigoso estado de coisas que teimam em persistir nesta terra lusitana, que não deixam o copo esvaziar nem encher de vez. Não há nada pior para um país, uma sociedade ou um qualquer cidadão do que andarem, permanentemente, em “águas paradas”, que acabarão, com o tempo, por ficarem fétidas e insalubres. Quando assim é, o melhor é cair-se, de vez, no fundo, ou seja, esvaziar o copo, definitivamente, pois, a partir daí, todos passam a saber que só há uma perspectiva para ver as coisas e uma só alternativa com saída e futuro: criar as dinâmicas e as sinergias necessárias para recomeçar tudo de novo, para que o copo seja cheio de vez. Oscar Wilde (1854-1900) dizia que o “pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males prefere ambos”, pelo que a questão do copo meio cheio ou meio vazio se aproxima muito mais deste comportamento patológico e paralisante. Como não há nada nem ninguém que sobreviva envolto numa atmosfera de pessimismo e indefinição, as alternativas, a partir daqui, só podem levar ao desânimo, à descrença, à maledicência e à desresponsabilização, pessoal e colectiva, em que cada um procura sobreviver de expedientes e da “esperteza saloia”. Vem tudo isto a propósito do relatório que o Tribunal de Contas (TC) fez à Empresa pública Águas de Portugal (AdP), referente ao período de 2003 a 2006, que foi tornado público no passado dia 4 de Julho, onde são feitas críticas bastantes contundentes à forma de gestão da referida Empresa pública. Nesse mesmo dia, o Presidente da AdP, Pedro Serra, reagiu aos dados apontados no Relatório do TC negando mesmo que a Empresa que dirige esteja em “situação económico-financeira débil”, ainda que tenha reconhecido que existem vários problemas, que estão identificados pela actual administração, e que serão corrigidos. Eis, aqui, mais um exemplo do copo meio cheio ou meio vazio: uma mesma realidade pode ter, pelo menos, duas interpretações ou leituras diferentes, se não mesmo opostas. Quando assim é, o copo nunca mais se enche nem nunca mais fica vazio, o que dá para falar de tudo e de nada e permite que nada se altere, verdadeiramente. Independentemente dos números revelados pelo TC e dos argumentos que os acompanham, há três indicadores (que não foram desmentidos pela Empresa AdP) que não devem passar em claro. O primeiro valor, refere-se aos 2,3 milhões de euros de prémios distribuídos a alguns trabalhadores da AdP, entre 2004 e 2006, “sem critérios claros e transparentes”, exactamente num período em que a AdP teve “resultados globais negativos de 75,5 milhões de euros”! Diz o Presidente da AdP que há que premiar quem se esforça por tirar a empresa da situação difícil em que se encontra. Pela lógica deste gestor público, também o Governo teria que dar “prémios” aos cidadãos do país que estão em dificuldades económicas e não se desculpar, como até aqui, que não pode distribuir riqueza quando não a tem para o fazer. Pelos vistos, o Ministro das Finanças tem que ir à AdP aprender como se fazem estas contas de dividir. Um dos outros valores apresentados no Relatório do TC relaciona-se com os gastos de 2,5 milhões de euros na atribuição de viaturas a administradores e a alguns trabalhadores da AdP (viaturas trocadas de 3 ou de 4 em 4 anos), a que se junta o terceiro indicador, no valor de 478 milhões de euros, em gastos com combustível, para as viaturas anteriormente referidas. A tudo isto, há que juntar uma estrutura empresarial que deixa muitas dúvidas ao TC, quanto ao modelo em que está organizada. Dizer que isto é um escândalo ou uma irresponsabilidade é pouco e não leva à resolução de nada. É, isso sim, mais uma manifestação que confirma a regra de um hábito instituído e generalizado em todas as Empresas públicas deste país, em nome da dignidade de alguns cargos e de quem os ocupa e da perpetuação do país do copo meio cheio ou meio vazio. Como se verifica, por mais este exemplo, isto dá para tudo. Mesmo para o indefensável. Seja em nome de que dignidade for ou da falta dela, como é o caso!
Vítor Amorim

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Menos padres em Portugal

Últimos números da Igreja Católica no nosso país confirmam a quebra progressiva do número de ordenações. Há menos 265 padres diocesanos do que em 2000 : Os últimos números da Igreja Católica no nosso país confirmam a quebra progressiva do número de ordenações sacerdotais em Portugal. Os dados estatísticos da Igreja em Portugal, enviados à Agência ECCLESIA pelo secretariado geral da Conferência Episcopal Portuguesa, mostram que entre 2000 e 2006, o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3159 para 2894. A situação nesses anos mostra que, em média, por cada dois padres que morrem, apenas um é ordenado. O número de seminaristas (diocesanos e religiosos), no mesmo período, está abaixo dos 500. Os números de Dezembro de 2006, os mais recentes, revelam que nesse ano foram ordenados 39 novos padres diocesanos, tendo falecido 81. Perante este quadro tem-se assistido ao surgimento de formas de vida e de trabalho em comum, conduzindo à criação das chamadas "Unidades Pastorais", com várias paróquias, servidas por equipas de sacerdotes, conjugando o serviço do ministério sacerdotal com outros serviços. Apesar desta quebra no número de padres, a maioria das mais de 4 mil paróquias estão confiadas à administração sacerdotal e apenas 20 paróquias são administradas pastoralmente por diáconos, religiosas e leigos.

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 2

Decreto de erecção canónica, pelo Bispo de Aveiro, da Obra do Apostolado do Mar, com sede na Gafanha da Nazaré. Ler me Galafanha.

PONTES DE ENCONTRO

Muhammad Yunus: o banqueiro dos pobres! Numa época tão conturbada em que a esperança parece que nos foge pelo meio dos dedos, como se de areia fina se tratasse, há que recordar e reconhecer, publicamente, aqueles que ainda acreditam que a esperança existe, porque o homem é o seu único fiel depositário e impulsionador, pelo que só depende dele fazer com que ela surja e nos surpreenda, sempre pela positiva, como é seu apanágio. Felizmente, ainda existe bastante gente boa e com um profundo sentido de bem querer e bem fazer pelos que mais sofrem e que se comprometem em acções que possam, decididamente, contribuir para minorar o sofrimento de alguns e apontar novos horizontes de que é possível, quando se quer, percorrer novos caminhos. Entre estas pessoas recordo o nome de Muhammad Yunus (1940), também conhecido pelo “banqueiro dos pobres”. Muhammad Yunus nasceu num dos países mais pobres do mundo – o Bangladesh –, ainda que a sua situação social nada tenha de comum com o país que o viu nascer. Formou-se em economia e doutorou-se nos EUA. No ano de 2006, ganha, juntamente com o Grameen Bank, o Prémio Nobel da Paz. Foi o primeiro economista, a nível mundial a receber este galardão, pelo que esta distinção deverá ser entendida como uma crítica e reprovação à maneira como a generalidade dos países ricos (não) olham e tratam a pobreza global e também aos sistemas económicos e políticos que mantêm esta situação inalterada, naquilo que lhe é essencial. Muhammad Yunus e o banco que fundou, em 1976, procuram dar algumas condições, através do acesso ao microcrédito, àqueles que vivendo em situação de pobreza extrema possam a ele recorrer, para terem uma vida mais digna, através da criação de pequenas empresas (em regra, artesanais), das quais se tornam seus proprietários. Até agora o total de microcréditos concedidos é superior a 5,72 biliões de dólares, para um total de 6,61 milhões de clientes. Como ele diz, o fundamental é “oferecer às pessoas condições mínimas e elas tratarão de si próprias”, em contraponto com aqueles que preferem continuar, de forma sistemática, a terem as pessoas, hipócrita e interesseiramente, dependentes de si, através de ajudas passageiras, como é o caso dos bens alimentares, na vez de lhes darem a cana e as ensinarem a pescar. Ao contrário do que se possa pensar, a taxa de cumprimento das obrigações destes empréstimos pedidos é de 98,85%, percentagem esta que faz morrer de inveja qualquer outro banco, cujo objectivo é, natural e compreensivelmente, não perder dinheiro, mesmo que para isso se ponha na miséria quem tiver que ser. São homens como este que nos renovam a esperança de que é possível fazer diferente e melhor. A pobreza não é uma fatalidade que não se possa combater, antes exige um combate permanente, da parte de quem tem condições e obrigações para tal fim. E como se isto já não fosse pouco, há que não esquecer que pobreza e paz estão intimamente ligadas, pelo que falar de paz com pobreza à mistura é incompatível, ainda que alguns nos queiram fazer acreditar que estas duas realidades podem coexistir. Recordo, por último as palavras, profundamente humanas e carregadas de uma grande sensibilidade pelo sofrimento dos mais pobres, que Muhammad Yunus proferiu, no dia 10 de Dezembro de 2006, em Oslo, por ocasião da entrega do Prémio Nobel da Paz: “Para mim, os Pobres são como as árvores bonsai. Quando se semeia a melhor semente da árvore mais alta, num vaso, obtém-se uma réplica da árvore mais alta, mas só com uns centímetros de altura. Nada há de errado com a semente que se semeou, apenas o solo onde foi plantada não é o adequado. Os Pobres são com os bonsais. Não existe nada de errado com as suas sementes. A sociedade é que não lhes proporcionou as bases para crescerem. Tudo o que é preciso para tirar os Pobres da pobreza é criarmos um ambiente que lhes seja favorável. Uma vez que eles consigam libertar a sua energia e criatividade a pobreza desaparecerá muito rapidamente.” Mais palavras para quê?
Vítor Amorim

quinta-feira, 10 de julho de 2008

REFLEXÃO TOTAL

Um poema de António Gedeão

Recolhi as tuas lágrimas
na palma da minha mão,
e mal que se evaporaram
todas as aves cantaram
e em bandos esvoaçaram
em torno da minha mão.
Em jogos de luz e cor
tuas lágrimas deixaram
os cristais do teu amor,
faces talhadas em dor
na palma da minha mão.

A MINHA ORQUÍDEA

Convivo diariamente com uma orquídea que marcou o seu lugar na cozinha onde apareceu bonita com uma coroa de flores brancas. Habituou-se ao espaço, gostou da luz, mas o tempo não perdoa e as flores foram caindo uma atrás da outra até que ficou sozinha pegada, apenas, à sua haste e sustentada por duas folhas. Fui acreditando que não seria o seu fim, mas, dia após dia, nada de novo acontecia. Cortei-lhe um pouco da haste e mantive a esperança, aliada à caridade, que me levava a olhá-la, pôr-lhe um pouco de água e acreditar que um dia... E esse dia aconteceu quando naquela manhã surgiu uma borbulha, depois outra e outra e a esperança avivou e as borbulhas foram crescendo, calmamente, insensíveis à vontade que eu tinha que fosse de um dia para o outro. Das borbulhas vieram botões, dos botões desabrocharam flores e lá está ela, junto da janela, a emprestar a sua beleza de três hastes que encanta quem pára para a observar. Como a orquídea é a minha Igreja a princípio florida na manhã da Páscoa depois feita caminho e amassada no pó e no sangue a que Pedro e Paulo deram vida com as suas vidas na esperança de que ela voltasse a florir. Tempo de espera e contrariedades, tempo de encontros e desencontros, mas tempo de esperança e certeza de que o Senhor, o justo juiz, compensará com a coroa da justiça mesmo que conquistada no cepo do cadafalso ou no patíbulo da cruz. Esta Igreja percorreu as estradas do Império e fez-se Aveiro pela mão de tantos, Bispos, padres, diáconos e leigos que lhe emprestaram beleza e a tornaram diocese, sempre mais renovada, em cada dia da Igreja Diocesana quando as suas flores invadem o Santuário da Senhora de Vagos e no vaso da comunidade, fiéis ao apelo do Sr. Bispo, nos tornamos mais Igreja porque mais ao serviço dos mais pobres. Por fim, esta Igreja tornou-se vizinha de cada um de nós e veio viver no meio das nossas casas, em terras da Vera Cruz. Como a orquídea, paremos para contemplar a sua beleza feita de tantos gestos e acções que este ano de pastoral envolveram a nossa comunidade e, em cada pétala, agradeçamos a beleza que saiu da inocência das nossas crianças, da alegria dos nossos jovens, do esforço e partilha dos adultos e do sofrimento e das lágrimas de cada doente. É assim a minha Igreja... como a orquídea.
Manuel J. Rocha

FESTA DA RIA - 11 a 20 de Julho

De 11 a 20 de Julho, a Festa da Ria, promovida pela Autarquia Aveirense, com o apoio da Região de Turismo Rota da Luz, pretende potenciar as mais-valias da Ria de Aveiro e do Barco Moliceiro, com a realização de diversas actividades junto à Ria – zona do Rossio – e outras que se desenrolarão nos canais – Regata de Barcos Moliceiros, Raid Cataramarãs “Ria de Aveiro”. Pretende-se proporcionar à população Aveirense e a todos os turistas diversas actividades, nomeadamente, divulgar mais-valias da Ria de Aveiro; dinamizar as noites de Verão, proporcionando-lhes acções relacionadas com a Ria de Aveiro; encher de colorido o Canal Central da Ria de Aveiro, através dos seus moliceiros; consciencializar a população para a importância da Ria de Aveiro; valorizar a cultura e o património existente relacionado com a Ria de Aveiro; dar a conhecer o artesanato da região aveirense; e dar possibilidade às Associações do Concelho de divulgarem os seus trabalhos. Fonte: “Site” da CMA Ver programa

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