domingo, 13 de julho de 2008

Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré


Um Quarto de Século ao Serviço da Cultura



Realizou-se ontem, na Gafanha da Nazaré, o XXV Festival de Folclore, com organização do Grupo Etnográfico da mesma cidade. Foi, também, o XI Festival Internacional. Na recepção aos grupos participantes, o fundador e presidente da direcção do Grupo anfitrião, Alfredo Ferreira da Silva, fiz questão de homenagear José Maria Marques, falecido há anos num acidente rodoviário, quando regressava a Portugal de uma actuação do Grupo Folclórico da Região do Vouga, de que era director, no estrangeiro. José Maria Marques, como foi recordado com oportunidade, foi quem ajudou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) a dar os primeiros passos, na linha de rigor seguida pela Federação do Folclore Português, de que então era dirigente.

O GEGN completou, ontem, um quarto de século de Festivais na Gafanha da Nazaré, palmarés que foi elogiado pelos convidados presentes, nomeadamente, Paulo Costa, vereador da CMI, Manuel Serra, presidente da Junta de Freguesia, Miguel Almeida, da Federação do Folclore Português, e Vasco Lagarto, da Cooperativa Cultural e da Rádio Terra Nova, ambas da Gafanha da Nazaré. Na brochura que se publicou sobre este XXV Festival, o presidente da Câmara, Ribau Esteves, lembrou que o GEGN tem desenvolvido uma actividade intensa, em Portugal e no estrangeiro, honrando e promovendo a Gafanha da Nazaré e o Município de Ílhavo pela “elevada qualidade do seu trabalho”, sendo, por isso, “um dos seus embaixadores culturais de referência”. Daí que a CMI lhe tenha atribuído, no feriado municipal de 24 de Março de 2008, a Medalha do Concelho de Vermeill, como recordou na abertura do Festival. Por sua vez, na mesma brochura, Manuel Serra frisa que, “Num mundo, hoje marcado pela Globalização, onde os interesses dominantes convergem para a vertente económica, (…) só temos que louvar quantos acreditam que se torna imperioso preservar as nossas raízes, alicerces indissipáveis do presente e a força projectora da manutenção da identidade do nosso povo”.
Também eu próprio, em escrito saído na mesma publicação, enalteci o trabalho desenvolvido pelo GEGN, “com o reconhecimento de quantos estão atentos à riqueza do nosso passado e de todos os que apostam na importância, insofismável, da cultura, em geral, e da sua matriz popular, em particular, a tal que está impregnada, de modo indiscutível, na alma das gentes”. Depois da cerimónia de recepção aos convidados e grupos, houve uma visita à Casa Gafanhoa. À noite, na Alameda Prior Sardo, teve lugar o festival que atraiu, como sempre, muita gente, da Gafanha da Nazaré e arredores. O cenário ostentava, com sentido de oportunidade, a fachada da igreja matriz, no seio da qual nasceu o grupo. A festa, que se estendeu pela noite fria, neste dia de Verão, saiu animada pelos Grupos Folclórico de Melriçal (Soure), Folclórico da Região do Vouga (Mourisca do Vouga), Danças e Cantares de Perre (Viana do Castelo), Associação Etnofolclórica "As Lavradeiras de Arcozelo" (Santa Maria Adelaide), Zespol Piesni I Tanca "Vladislavia" (Polónia) e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Os meus parabéns ao GEGN e a quantos o dirigem e nele trabalham, com a preocupação de preservar, na alma do povo, as nossas tradições. Fernando Martins

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