quarta-feira, 19 de março de 2008

Da Páscoa à Profecia


Em horas de alegria e de festa ou em momentos de passos magoados pelo longo caminho do deserto, o povo de Israel recordava. Aí se afirmava o sentido da viagem e se confirmava o horizonte da terra da promessa.
Na longa viagem da vida, da cultura e da história deste povo, a presença e a intervenção de Deus são permanentemente lembradas através da voz dos profetas e dos acontecimentos da história.
Foi mais fácil para o povo de Israel abraçar a liberdade do que escolher a santidade e assumir a fidelidade.
Estava próxima a celebração desta festa da páscoa quando Jesus sentiu aproximar-se a Sua Hora. No horizonte ainda toldado pela iminência do sofrimento e pela certeza da morte desenhava-se já a profecia do tempo novo, da aliança eterna e da Páscoa definitiva.
É esta Páscoa que nos revisita e se revive agora.
Assim como os Israelitas liam a história do seu povo à luz da páscoa, da libertação e da aliança, igualmente os contemporâneos de Jesus só compreenderam o drama de uma condenação inocente e o valor profético das palavras do centurião romano iluminados pelo mistério e pelo milagre da ressurreição de Jesus: “ Na verdade este homem é o Filho de Deus”.
O povo de Israel parava para reunir a família à volta da mesa e da história; para evocar o que Deus fizera pelos seus antepassados; para fazer memória da liberdade e para saborear a passagem de um país de escravidão a uma terra de liberdade.
A pressa com que hoje se percorre a viagem humana, que é a vida de cada um de nós, das famílias, do trabalho e da convivência social, quase não nos deixa tempo para parar, para fazer evocação, para celebrar memória, para reviver, vivendo e contemplando.
É necessário parar demoradamente nesta Semana, maior do que o tempo todo; por isso a chamamos Maior. Aqui a pressa não tem lugar.
É imperioso parar: para acolhermos e agradecermos a vida; para nos colocarmos em atitude de presença e em gestos de veneração ao lado dos pobres, dos doentes e dos idosos; para experimentarmos o encanto do silêncio contemplativo diante do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
No murmúrio dos silêncios calados e na atenção dada às palavras de Jesus no Calvário ouve-se a alma de todos os que vivem, sente-se o coração de todos os que sofrem e percebe-se que Deus está por perto de todos. Aí começa a Páscoa. A Páscoa da vida, da esperança e da ressurreição.
A Páscoa é a profecia dos tempos novos. Destes tempos em que a vida reencontra sentido e dignidade e recupera valor sagrado; em que o pecado humano é redimido; em que a humanidade é salva dos seus medos, inseguranças e atropelos da justiça, da verdade e da paz.
O mundo precisa desta Páscoa, que nos traz Deus, de novo, em Jesus Cristo, vivo e ressuscitado.
Uma das missões primeiras da Igreja é trazer a alegria e a certeza da Páscoa ao mundo, porque em Cristo ressuscitado encontramos a esperança que salva, a força que redime, a palavra que ilumina e o alimento espiritual que fortalece. Este é o memorial da Páscoa, sempre revivido e renovado em cada Eucaristia que celebramos.
Propusemo-nos como caminhada Quaresma-Páscoa, na Diocese de Aveiro, tudo fazer para que em Cristo ressuscitado haja vida nova para todos. Desejo esta vida nova, de alegria, de esperança e de fé, às pessoas e às famílias, aos movimentos apostólicos e às comunidades cristãs, em experiências criativas de fraternidade e de comunhão, e em serviço cuidado aos mais pobres para que a todos se revele a verdade da Páscoa que celebramos.
Que esta Páscoa seja uma contínua profecia de um admirável tempo novo, onde a audácia e a beleza do anúncio do Evangelho se unem à coerência e à coragem do testemunho cristão, para que mesmo aqueles que não se revêem na Igreja ou não acreditam em Deus se interpelem sobre as razões da nossa esperança e as certezas da nossa fé.
É no testemunho de alegria, de fé e de vida de toda a Igreja diocesana, bispo, sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos de Aveiro, que esta mensagem assume o seu sentido mais belo e o seu autêntico valor pascal.
O anseio de um admirável mundo novo, que foi lema da Jornada Diocesana da Juventude de Aveiro, será sempre um dom nascido da Páscoa, que todos, na comunhão da Igreja que somos, incessantemente procuramos.
Santa e Feliz Páscoa.
António Francisco dos Santos,
bispo de Aveiro

CONSCIÊNCIA ESCLARECIDA, CAMINHO DE BEM-FAZER


Aqui há meses, o Courrier Internacional dava honras de capa à Igreja Católica, anotando, logo no mesmo espaço para o caso de não se querer ou não se poder ler o que se escrevia no interior da revista, que “o Vaticano não desiste de tentar influenciar os comportamentos…” Então, tratava-se de situações relacionadas com a sexualidade sem regras. Agora os jornais noticiaram, com comentários, que “ o Vaticano criou mais sete pecados mortais”, sem apagar os outros sete que se recordam do catecismo.
Não faltou humor fácil à volta da notícia, considerada estranha e fora do tempo, uma vez que, no mundo de hoje, falar de pecado é remar contra a corrente e desconhecer os imperativos da modernidade. De facto, esta decretou que cada um pode fazer o que quiser, uma vez que é, sem apelo nem recriminação de outros, regra e norma subjectiva da moralidade dos próprios actos. Tudo o que desejar e lhe interessar é bom.
Alguns jornalistas, com propensão para catequistas e teólogos, misturaram logo novos pecados com condenação eterna, e não se furtaram a dar picadas no Papa, considerado, mais uma vez, como reaccionário e ultrapassado.
Já se disse que o maior pecado da humanidade é ter-se negado a realidade do pecado, tanto do pecado pessoal, como do social. Este alheamento de muita gente em relação ao desregramento moral reinante, ao agir sem ética e ao dispensar consciente de princípios e valores, está aí na praça pública com o estendal de consequências e desgraças de quem não se respeita a si próprio, nem aos outros com seus direitos, tornando cada dia mais difíceis as relações e a vida em sociedade.
Todos somos capazes de andar por caminhos desencontrados e ausentes de valores e princípios morais, empurrados, então, se for essa a opção, para becos sem saída e para um desgaste sem crescimento interior, nem protagonismo social. Porém, uns lutam para evitar esta tendência e este drama, outros ou andam alheados ou programam caminhos que alarguem espaços agradáveis, mas não inócuos, ao seu viver humano e social.
Muita gente beneficia e é solidária no bem que se faz. É também verdade que nenhum mal, praticado por nós ou por outros, nos fica alheio pelas consequências e pelo clima corrosivo que provoca e vai alastrando à nosso volta.
A Igreja, de facto, não pode desistir de tentar influenciar os comportamentos para que eles sejam expressão e prática diária de bem-fazer. Agora, com objectividade e louvável sensibilidade, chama a atenção e coloca no plano da consciência moral, sem receio de ser denegrida, gozada ou deturpada, realidades e comportamentos de inegáveis consequências, ligados à manipulação genética, à grave poluição do ambiente e depredação da natureza criada, à acumulação injusta de riquezas que provocam pobreza que se torna miséria, ao tráfego de drogas destruidoras, à violação dos direitos humanos fundamentais… Certamente que muitas outras realidades deste género se poderiam acrescentar à lista enunciada, na esperança de que haja sempre gente honesta que o queira continuar a ser.
Muitas destas coisas já estão sancionadas por leis nacionais e internacionais. Mas não falta quem ajude a fugir e a passar ao lado delas, não raro com o favor de quem tem no assunto interesses variados.
Trazemos inscrita em nós, pessoas humanas livres e responsáveis, a lei que é voz na consciência de cada um, a convidar ao bem e a evitar o mal. Porém, o barulho que nos envolve é tão ensurdecedor que todos precisamos de ser acordados e orientados.
Não se podem calar os profetas que clamam pela verdade objectiva e pela justiça social. O seu grito é sempre a favor das pessoas, da sociedade, da natureza criada. Se se calarem, o espaço ficará a descoberto e a favorecer o individualismo de quem só pensa em si e na promoção dos seus interesses.

António Marcelino

CRUZ FLORIDA DE CRISTO


A FORÇA CONFIANTE DOS POBRES

“Se as pessoas tivessem em conta a palavra de Cristo: amar os inimigos, não havia atitudes de rejeição nem de discriminação como estas de que falamos.”
Quem o afirma é um sexólogo psiquiatra com programa diário na rádio portuguesa. A conversa que mantinha com a sua interlocutora versava a situação de crianças infectadas pelo vírus que provoca o HIV e, na sua fase mais avançada, a SIDA.
Manter o silêncio a respeito de tais crianças para fazerem a sua vida normal, sobretudo na escola? Deixar correr o “presumido” perigo de contágio, colocando as outras crianças em risco? Dar a conhecer essa situação, ainda que discretamente, e aceitar o “alvoroço” dos pais temendo o pior para os seus filhos?
A conversa ia animada, matizando aqui, esclarecendo além, ilustrando umas vezes, denunciando outras. A conclusão, com sabor a sentença, chega quando são descritas as atitudes das pessoas face a quem é vítima daquela situação e de tantas outras que debilitam e arruínam a saúde, a honra, a honestidade, a posse e o uso de bens, a identidade cultural, as convicções e as práticas religiosas. A sentença veio clara e sonante – após uma série de advertências aos radiouvintes para que não achassem estranho o que ia ser dito: Amar como Jesus amou até os próprios inimigos.
Sinceramente fiquei perplexo. Não pelo acerto da afirmação, mas por vir de quem veio, conhecido que é pela sua “distância” em matéria religiosa e “alergia” a assuntos que dizem respeito à Igreja e à mensagem que anuncia. A minha perplexidade foi momentânea, vencida pela recordação de tantas frases bonitas e dignas do amor humano onde brilha uma centelha divina.
E ocorre-me Einstein na sua célebre afirmação: “ Vivemos no mundo quando amamos. Só uma vida vivida para os outros merece ser vivida”. E Saint Exupéry: “O amor é a única realidade que cresce quando se partilha”. E Papini: “O amor é como o fogo: se não se comunica, apaga”. E Unamuno: “O amor é compassivo; quem mais ama, mais se compadece”.
Estes e outros autores descobrem, saboreiam e apregoam o amor como radical modo de ser humano. O ódio é a expressão máxima de desumanidade e constitui o maior perigo para a vida em sociedade. O cortejo das suas vítimas, ainda que se observe apenas o início do novo Milénio, é incontável e a malvadez do seu requinte é indescritível.
O amor de Jesus dá sentido a tudo o que faz e diz, silencia e suporta. A sua paixão dura a vida inteira e tem um único propósito: Que todas as pessoas consintam em ser irmãs umas das outras porque filhas do mesmo Deus que é Pai e aceitem gerir os bens da terra de modo que não falte o necessário a cada uma nem se estrague coisa alguma na casa de outra. Que os seres humanos consintam na grandeza da sua vocação e realizem fielmente a sua missão para glória de Deus Pai é o que dá força e determinação a Jesus Cristo. Sempre, mas sobretudo no período final da sua vida terrena, aquele que a Igreja celebra na Semana Santa Pascal.
Na paixão de Jesus de Nazaré, brilha o contraste de opostos irreconciliáveis: amor e ódio, compaixão e injúria, presença e afastamento, poder e debilidade, ostentação e pobreza, desprezo infamante e proximidade radical.
Chegada a manhã da ressurreição, verifica-se que a razão está do lado de Jesus. A sua opção é confirmada para sempre por Deus Pai. O futuro – para além da morte física – está definitivamente aberto. À sua luz, tudo tem outro valor, aquele que Jesus foi desvendando nas suas atitudes terrenas.
O Deus que se manifesta em Jesus não está vinculado à força, ao poder, ao êxito. Mantém e renova a aliança com o seu povo. Assume a condição humana, as leis físicas e morais; é vítima de conspiração dos dirigentes e da traição de um amigo; sujeita-se a um processo de desacreditação da sua honra, morre no maior abandono e silêncio.
Por isso, os empobrecidos da terra e os espoliados da dignidade se revêem em Jesus e encontram na sua atitude corajosa a força indestrutível para o calvário da vida, para a agonia de todas as horas, para o peso de tantas cruzes.
Em Jesus, o amor sem medida faz-se respeito a todos: a Judas, a Pedro, aos discípulos ensonados, à trupe que o prende, ao sinédrio que o julga, a Pilatos que o condena, ao povo “volátil” que, ora o aclama festivamente, ora pede a sua crucifixão, aos soldados que o guardam e insultam, a Deus Pai que parece tardar em dar resposta aos seus pedidos.
A resposta chega em tempo oportuno. A cruz seca cede o lugar à cruz florida. É a ressurreição que culmina a Páscoa. Do mais profundo do opróbrio humano, Jesus é elevado à glorificação, abrindo um caminho de futuro a todos os que vivem a sua mensagem e se orientam pelos valores do seu Espírito.

Georgino Rocha
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Foto: Einstein

Na Linha Da Utopia


Páscoa, a festa da Humanidade!

1. Chega-se à Páscoa mediante a realização do caminho vivido. A Páscoa não vem de fora, brota de dentro. Sendo em si um acontecimento de percepção definitiva e intemporal, a sua lembrança na história de cada ano vem recordar-nos que há VIDA para além da vida diária. As festividades pascais não chegam de forma instantânea, nem são umas tantas coisas que se saboreiam, comem, bebem ou cantam. O sentido autêntico da Páscoa quer corresponder ao dar largas à nossa própria interioridade, abrindo as janelas do coração à esperança que insiste sempre em triunfar sobre tudo aquilo que a retarda... Como há dias de forma muito interessante dizia Bento Domingues, «fora do amor não há salvação». A Páscoa quer ser a festa do amor que brota da fonte inapagável de Deus-Pessoa e que quer “jorrar” para uma vida (e)terna.
2. A Humanidade como a conhecemos está repleta de histórias, pensamentos, concepções, filosofias, políticas, visões de personalidades que foram alavancando o futuro. Muitas dessas formas de ler a vida e as sociedades, com os impulsos do progresso, foram passando à história, e muitas delas mesmo, levadas ao limite, originaram grandes guerras e divisões sociais. Que o diga o Séc. XX! Quanto mais as concepções foram ou vão absolutizando a história concreta das coisas mais a fronteira foi ou vai resvalando para o limitado, “cego” e mesmo absolutizador interesse particular. Essa foi sempre a matriz das ideologias totalitárias, que a partir da parte procuraram explicar “tudo”. Já em contrapartida, quanto mais ampla é a abrangência do coração humano mais essa “revelação” se abre de forma integrada à totalidade de todo e cada ser humano. Este é o “passo” definitivo que faz perdurar na história da humanidade as visões supra-históricas como o pensamento das grandes filosofias ou religiões.
3. Compreender o verdadeiro sentido da Páscoa (judeo-cristã) obriga a situarmo-nos acima das coisas diárias. Pelo recolhimento, na busca de elos de unidade entre o que somos, fazemos e desejamos de melhor. Na Páscoa Deus e o ser humano encontram-se, superam-se, transcendem-se, libertam-se na “liberdade” do Amor. Na Páscoa, a história que foi visitada (no Natal) não é fechada, não é “eterno retorno”, é abertura sem fronteiras, convite que inclui quem quer “tocar” o ilimitado, quem alia todas as “razões” e todo o “sentir” emocional; como na vida existencial, tudo se junta, tudo se liberta e tudo se transfigura. Tal como o grão de trigo... Mas para dar fruto é preciso plantar e cuidar. Sendo da “razão” que não se pode esperar fruto onde não se semeou, para o surpreendente Amor Absoluto de Deus…nunca é tarde. A Mesa está posta! Mesmo para “Quem” habita nas “encruzilhadas” dos caminhos. Basta “querer” (reviver) para ser Páscoa! Tão fácil, mas tão difícil. Que todos os “filhos” queiram a Mesa do Pai!

Alexandre Cruz

Viagem de finalistas diferente

Finalistas do 12º ano de colégio de Vagos,
Aveiro, vão a Cabo Verde
fazer experiência de voluntariado

A viagem de finalistas para 10 alunos do Colégio Nossa Senhora da Apresentação, em Vagos, na diocese de Aveiro, vai ser diferente. O destino é Cabo Verde, com sol, praia, calor, mas em espírito de voluntariado e não de férias turísticas.
O sonho foi surgindo na cabeça de Carla Santos, aluna do 12º ano da área de desporto, que o partilhava com um colega e com o professor de Educação Moral e Religiosa Católica.
“Eles achavam que a ideia de fazer voluntariado estava muito distante das suas possibilidades”, afirma à Agência ECCLESIA Jorge Carvalhais, professor de Português, Inglês e Educação Moral e Religiosa Católica no Colégio Nª Sº da Apresentação e também Director da turma que vai partir em voluntariado.
Talvez pela sua experiência de quatro anos de voluntariado no nordeste do Brasil com os missionários da Boa Nova, o docente acompanhou de perto este projecto que, recorda, “começou quando os alunos frequentavam o 9º ano”.
Dia 23, Domingo de Páscoa, 10 alunos acompanhados de sete professores rumam à Ilha de Santiago, em Cabo Verde, para uma semana de voluntariado.

AVEIRO NA REDE INTERNACIONAL DE CIDADES ARTE NOVA

Casa Major Pessoa
Foi aceite a candidatura da Câmara Municipal de Aveiro a uma rede internacional de cidades Arte Nova, anunciou a autarquia. Com a adesão a esta rede, fica aberta a porta às candidaturas a fundos comunitários destinados à salvaguarda e promoção da corrente Arte Nova. Também já foi anunciado que o Museu Arte Nova de Aveiro vai ficar instalado na Casa Major Pessoa, no Rossio, casa recentemente restaurada. Esta opção vem, sem dúvida, valorizar o património cultural e histórico da cidade e região, sendo, ainda, uma mais-valia para o turismo local e mesmo nacional.

As coisas que as pessoas sabem!


ESTE ANO A PÁSCOA É MUITO CEDO!!!


Alguém sabia que:
A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Ora bem, assim sendo, este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo, como este ano (23 de Março), será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.
2)Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818.
Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano. E digam lá que sabiam esta....!!!!
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NB: Foram várias as mensagens de amigos portadoras desta curiosidade. Aqui a partilho com todos, porque o saber não ocupa lugar. Boa Páscoa para todos.

Do silêncio faz-se comunicação



Calcorreava, não há muito tempo, os trilhos da Serra da Freita, quando deparo, repentinamente, com um grupo de jovens, a pouca distância de mim. Estavam sentados e em silêncio. Ao princípio, fiquei um pouco preocupado, pois o “meu” silêncio exige muito, mas mesmo muito, de mim – ainda que estivesse sem cronómetro ou outro equipamento de medida, estava a iniciar um “treino” espiritual, onde não queria ser perturbado, a não ser pelo sentir, o mais possível, o pulsar do coração da vida, na relação de mim com Deus, com os outros e comigo próprio. Ainda por cima, sabemos, em regra, o que queremos, mas nem sempre sabemos como chegar lá. Assim, os “intrusos” não me eram desejáveis naquele momento.
Tinha, ainda, que contar com o factor surpresa, sempre presente nestas coisas, para além do medo de não ficar sedento para encontrar a fonte do silêncio que buscava. E se eu não tiver, afinal “sede”? Desisto e tento para a próxima?
Por paradoxal que pareçam estas e outras dúvidas, que muito inquietam, vão sendo acompanhadas por um estranho estado de paz e serenidade, que me invade, através de um silêncio que se ouve cada vez melhor e onde a palavra está cada vez mais presente. Não uma palavra qualquer, antes uma palavra de vida e de comunicação com o Criador.
Estava eu absorvido com esta catadupa de incertezas – quando começo a escutar um dos cânticos mais recitados nas celebrações litúrgicas: “Nós somos as pedras vivas da Igreja do Senhor/ Povo sacerdotal Igreja Santa de Deus/ Nós somos as pedras vivas do templo do Senhor.”
Afinal, o factor surpresa deste “treino” já estava ali, bem presente, mas da forma mais inesperada que eu podia imaginar. As palavras da Carta de São Paulo aos Romanos dizem-nos: “Que insondáveis são os Seus juízos e impenetráveis os Seus caminhos!” ( cf. Rm 11,33). Por momentos pareceu-me que havia alguém a dizer-mas aos meus ouvidos.
É desta graça de Deus que procurarei falar, amanhã.

Vítor Amorim

terça-feira, 18 de março de 2008

Na Linha Da Utopia




As bolsas, o Tibete e os Jogos de Pequim

1. Dos últimos tempos aos últimos dias, o “efeito dominó” tem marcado o ritmo dos reajustamentos da economia mundial às novas configurações da globalização em curso. Neste cenário, “economia” vai sendo a palavra mais que repetida ganhando contornos, infelizmente (dizemos) de que “tudo” é economia; o que seria um “meio” cada vez mais vai sendo um “fim” em si mesmo, o que proporciona ambientes de estratégia e posicionamento em ordem mais ao progresso do “ter” desmesurado que no sentido de uma justa “justiça social” como referencial das chamadas sociedades desenvolvidas. Entre tantas e múltiplas causas da “crise” (ainda que se procure sempre fugir a esta palavra desmotivadora) do reajustamento é a própria especulação dos mercados americanos; especulação, um “sinal” que, de algum modo, se procura “ter mais olhos que barriga”.
2. Do outro lado do mundo, ou melhor, (hoje) ali ao lado, na China que se prepara para a “imagem” simpática e publicitária dos Jogos Olímpicos do próximo verão, vive-se o que já, felizmente, vai tendo repercussões: a histórica chacina da China sobre o Tibete vai ceifando vidas. Diversas instâncias dos Direitos Humanos e da ordem política vão lançando forte alerta sobre Pequim. Resta saber o que fará a capital do gigante acordado imperial chinês. Sabe-se de muita desumanidade daqueles lados e de que as próprias condições das áreas do “trabalho” continuam a anos-luz de uma dignidade condigna dos humanos. Mas tudo avança, tudo tem avançado, quase numa opção de “cegueira” dos poderes ocidentais, privilegiando-se as trocas comerciais aos pressupostos da dignidade humana. Claro que as realidades não são lineares; mas é certo que o novo paradigma (menor) chinês vai abrindo caminhos de retrocesso em termos de humanidade global.
3. Reparando na história do Tibete, podemos identificá-la com muitas das histórias de povos que, anexados à força, procuram a sua legítima autonomia. Assim aconteceu com o Tibete que, na sua história recente, em 1950 foi invadido pelo regime comunista sendo “província” anexada e nos inícios de 1999 foi vítima de forte campanha ateísta pelo regime de Pequim. Os factos que nestes dias temos observado são a continuação desta ofensiva e da busca de autonomia. Pelo mundo fora aqueles que, efectivamente se identificam com a liberdade “livre” não podem pactuar com a actuação do regime comunista “híbrido”. Que sentido terá, neste quadro, a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim na China, quando lá se tem procurado iludir a realidade que agora se testemunha no Tibete? Para os atletas os jogos são importantes. Para as instâncias sócio-políticas só nas condições de humanidade e paz os jogos fazem sentido.
4. Também sabemos que os efeitos da pressão internacional, mesmo desta forma, podem ajudar à prevalência dos Direitos Humanos e da consequente autonomia dos povos e da liberdade religiosa. Quem dera que, no mundo global, todas as apostas fossem projectadas na humanidade dos humanos! Também o Tibete continua como símbolo dessa árdua luta da liberdade no Séc. XXI.

Alexandre Cruz

Prós e Contras com optimismo



No Prós e Contras de ontem e hoje reinou o optimismo. Ainda bem que se bate nessa tecla, porque de derrotistas está Portugal cheio. O tema até veio a propósito com a crise financeira que está a alastrar pelas principais Bolsas mundiais. A Economia em Portugal ali esteve representada por umas tantas das principais empresas nacionais e algumas estrangeiras em laboração ou em perspectiva de laboração no nosso País. E, claro, foi muito bom ouvir gente optimista, embora aceitando e denunciando algum realismo.
Ouvi acentuar a importância da formação contínua e da educação, da exigência e da necessidade de acreditarmos em nós próprios. Ouvi falar do turismo de qualidade e de nele envolvermos o nosso património histórico. Ouvi dizer que urge aceitar a avaliação, num mundo em mudança, onde a competição é lema de todos os agentes económicos. Ouvi que é necessário apostar na qualidade e no rigor, mas também na ousadia e na determinação, aceitando os desafios e a autodisciplina. E mais um pormenor: alguém lembrou que o Estado e as pessoas devem pagar o que adquirem em tempo normal, porque assim todos ganharemos.
Numa sociedade de lamentações e de pessimismos, foi salutar sentir que o nosso ego precisa de estímulos e que há quem assuma essa vertente como fundamental ao progresso, em todas as frentes. Ainda bem.

FM

FIGUEIRA DA FOZ: Pintura no CAE

Baile do Vento
Mar de Solidão
Recado de Saudade


Óleos de Antero Anastácio

No CAE (Centro de Artes e Espectáculos) da Figueira da Foz está patente ao púbico uma exposição de Antero Anastácio, natural de Peniche. São óleos marcados pelo figurativo, onde se denunciam as vivências do autor.
Identificado com o mar e as dunas da sua terra natal, espaço que assume como sua sala de estudo, o artista considera-se um autodidacta. Na sua pintura está bem patente a expressividade das suas matrizes.

FM.
NB: Clicar nas fotos para ampliar

CUBA: Abertura já começou


Cubanos autorizados a criticar

Li no PÚBLICO que o jornal do PC cubano passou a autorizar a crítica à actividade governativa. Até aqui, os principais jornais concentravam os seus artigos no inimigo ideológico do regime de Fidel, os Estados Unidos. A partir de agora, poderão escrever sobre a ineficácia da administração, o roubo ou a corrupção na economia estatal. Não sei se poderão avançar com sugestões, mas penso que sim.
Também uma notícia recente, da passada semana, dizia que os cubanos poderiam adquirir torradeiras e outros artigos eléctricos, porque a energia já suportava a sobrecarga produzida por esses utensílios domésticos. Isto tudo ao fim de 50 anos de regime e depois de Fidel ter deixado o poder estatal.
Dá para pensar…

FM

PORTUGALIDADE NO MUNDO



“Em 2002 fiz uma volta ao mundo e passei quase um mês no Havai.
Visitei duas ilhas, a Ilha do Grande Havai e a Ilha do Oahu. A primeira coisa interessante foi descobrir a influência portuguesa. Eu não fazia a mais pequena ideia e penso que poucos portugueses sabem disso.
Quando eu pensava que estava num lugar muito longe, Portugal aparecia nas horas mais impróprias e das maneiras mais estranhas: em quase todos os restaurantes havia uma “sopa de feijao” e muitas padarias tinham neons e dizer “pao doce”. O principal cómico local, que era uma espécie de Herman José de lá, tinha um nome português, era Ferreira ou Pereira ou algo assim.
Há também uma base religiosa católica no Havai que foi levada pelos portugueses. Passei o tempo a tropeçar em portugalidades… até o ukelele tinha lá qualquer coisa da nossa guitarra portuguesa.”

Edson Athayde, conhecido publicitário de sucesso, que vive em Portugal.
In Fugas, suplemento de Viagens, Prazeres e Lazer do PÚBLICO


NOTA: É sempre bom sabermos que Portugal deu mesmo novos mundo ao mundo. E que ficou, com marcas indeléveis, em qualquer ponto da Terra, como que à nossa espera para se mostrar e nos mostrar os portugueses que fomos e que... ainda somos, se quisermos.

FM

Ao encontro do silêncio de Deus


“…a Quaresma convida-nos a “treinarmo-nos espiritualmente”, para que, neste “processo de renovação interior estejam presentes a oração, o jejum e a esmola.” -, diz-nos o Papa Bento XVI na sua Mensagem para a Quaresma de 2008.
Nestas breves palavras, como se diz na gíria popular, “os dados estão lançados” e o desafio está feito a cada um para (re)descobrir e (re)criar o caminho que o há-de preparar e transportar à Páscoa do Senhor.
No sábado passado, ainda que o tempo não estivesse muito convidativo, decidi pôr-me a caminho da Serra da Freita, com o sentido de me “treinar” espiritualmente.
Desde há muito, que gosto deste passeio, que me leva pela Serra do Arestal até à Serra da Freita.
Não são as belas paisagens ou as novas perspectivas da beleza que vou encontrando que são o motivo deste apelo espiritual. Sinto, isso sim, que este (re)encontro com a natureza oferece-me um outro gosto, decantado por toda a beleza que a envolve, pela originalidade da busca e pela surpresa que, na montanha, se torna mais imprevista, ou seja, mais original e autêntica.
Como dizia o Padre José Tolentino Mendonça, na entrevista que concedeu à Agência Ecclesia, no passado mês de Fevereiro: “Cada um de nós tem a sua serra, onde encontrará o silêncio matricial.”
Na mesma entrevista, o Padre Tolentino Mendonça, acrescenta: “ele [o silêncio] é necessário para fugirmos ao nosso próprio ruído. O grande ruído não está na cidade, mas aquele que nós transportamos . É ressonância confusa que as coisas deixam dentro de nós. A Páscoa é um tempo de discernimento. É um tempo para treinar os sentidos.”
Chegado perto da zona da Albergaria da Serra (outrora Albergaria das Cabras), eis que estava pronto a iniciar o meu “treino”. Não tinha, nem podia ter, um plano estabelecido e muito menos a mais pequena perspectiva do que podia sentir, ver, ouvir ou encontrar. Só sabia que ía dar o melhor de mim, porque o “treino”, por experiência própria, tem que ser muito exigente para dar bons resultados.
É deste “treino” que irei falar amanhã.

Vítor Amorim
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Nota: Agradeço, como não podia deixar de ser, a colaboração do meu assíduo leitor Vítor Amorim. Só partilhando celebraremos a Páscoa. Obrigado.
FM

segunda-feira, 17 de março de 2008

Aveirenses Ilustres

JOÃO JACINTO MAGALHÃES UM ILUSTRE DESCONHECIDO João Jacinto de Magalhães é um ilustre aveirense, mas desconhecido da maioria das gentes desta região. É o patrono da Fundação do mesmo nome, ligada à Universidade de Aveiro. Foi evocado hoje na décima conferência de “Aveirenses Ilustres, que se realizou no Museu da Cidade.
: “Oriundo de uma ancestral família do Minho, cujas origens remontam a meados do século XIII, João Jacinto de Magalhães teve origem num ramo dos Magalhães de Pedrógão, que se transferiu no século XVIII, para Aveiro, onde nasceu a 4 de Novembro de 1722. Tendo entrado no colégio do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, com onze anos, veio a pedir o ingresso na própria ordem, tornando-se frade crúzio com o nome de Frei João de Nossa Senhora do Desterro. Em 1754, obteve a secularização por breve do Papa Bento XIV. Morreu em Fevereiro de 1790. Filósofo, como ele próprio se define, cientista como hoje o entendemos, foi considerado um dos mais notáveis portugueses da segunda metade do século XVIII.”
Lê-se no site da Fundação João Jacinto Magalhães, onde pode ficar a saber mais sobre esta personalidade ímpar da ciência e cultura.

Na Linha Da Utopia

Chiara Lubich

CHIARA LUBICH, A VIDA ECUMÉNICA

1. Era o tempo da II Guerra Mundial. A jovem Chiara Lubich, natural de Trento (Itália), vendo a dramática situação da Europa na decadência dos ideais humanos, vem propor uma mensagem de esperança e de diálogo, assente na condição de abertura do ser humano ao ser dos outros e ao ser de Deus. Chiara recebe agora, na hora da partida (14 de Março 2008), os frutos da sua sementeira plantada ao longo da intensa vida (de 88 anos) dedicada a anunciar caminhos de UNIDADE. Não é só o mundo ecuménico das igrejas que está reconhecido e vive a sentida hora da despedida quando (terça, às 15h) em Roma o mundo celebra o dom de sua vida. João Paulo II acolheu e apreciou a sua obra, dizendo que ela corresponde na essência ao espírito renovador do Vaticano II.
2. Chiara Lubich (1920-2008), fundadora do Movimento Ecuménico dos Focolares (http://www.focolares.com/), do seu coração universal transborda um testemunho de vida que interessa a todos. Não foi por acaso que a sua raiz fraterna da mensagem «que todos sejam um» espelha pelo mundo fora frutos de unidade nas múltiplas vertentes do diálogo (quatro): entre católicos, entre cristãos das várias confissões, com membros de outras religiões e com pessoas de visões não religiosas. Uma verdadeira catolicidade (universalidade) que hoje torna presente a sua obra em 182 nações (também em Portugal), num universo de pertença de cerca de 140 mil focolarinos activos e na ordem de dois milhões de aderentes.
3. Enraizada na essência da mensagem cristã, como visão aperfeiçoada da “fraternidade” (emblema ideológico que a Revolução Francesa de 1789 havia desvirtuado cabalmente quando se observam os factos sucedâneos da exclusão de género e de raça), o mundo não esquecerá que ela foi a primeira mulher a partilhar a sua experiência de vida e de fé em auditórios de diferentes religiões como entre muçulmanos, hindus e budistas. A sua mensagem, como afinal as grandes mensagens, não se esgota no campo da religião mas abre-se a uma totalidade de experiência humana fraterna. Neste contexto de uma vida vivida ao serviço dedicado do bem comum estão concepções que iluminam as sociologias e as economias, propondo mesmo conceitos como a «economia de comunhão».
4. Factos muito relativos e mesmo secundários para ela como para as pessoas grandes porque simples, mas elementos identificadores do reconhecimento dos alcances da vida e obra de Chiara Lubic na sociedade civil, estará o facto dela ter sido aclamada por variadas universidades de todo o mundo com o título de honoris causa. Em áreas tão díspares como a teologia, psicologia, filosofia, economia, sociologia, política. Parte da história humana para uma história sem tempo e espaço mais um símbolo das lutas e das esperanças do passado Séc. XX. A semente caiu na boa terra e deu largos frutos! Acreditamos eles vão permanecer porque anteciparam futuros de unidade humana nas diversidades do tempo global. Mas, que não se percam esses ideais abertos, temos de compreender e sensibilizar mais para a raiz profunda que moveu a vida de gente tão generosa como Chiara Lubich. O mundo está reconhecido e quer continuar a aprender da dádiva que a inspirou em tempos conturbados como os seus.

Alexandre Cruz

ÍLHAVO: Dia Mundial da Poesia


GRUPO POÉTICO DE AVEIRO
APRESENTA POESIA DE JOSÉ RÉGIO
Integrado nas comemorações do Dia Mundial da Poesia, o Grupo Poético de Aveiro vai realizar um recital de poesia na Biblioteca Municipal de Ílhavo no dia 21 de Março, pelas 21.30 horas, com organização da Confraria Camoniana de Ílhavo. Com este recital, o Grupo Poético de Aveiro pretende homenagear o grande poeta José Régio. Entrada livre.


Fado português

O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

José Régio

AVEIRO: Jornada Diocesana da Juventude

Em Anadia, celebrou-se, ontem, a Jornada Diocesana da Juventude, com organização do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil. Presidiu o Bispo de Aveiro, D. António Francisco, que, à homilia da Eucaristia, dirigiu palavras de estímulo aos muitos jovens presentes:

"Ir ao encontro de Deus, viver de Cristo, deixar-se guiar pelo Espírito e anunciar o Evangelho não é para vós jovens uma opção facultativa. É uma decisão assumida; é uma decisão consciente; é um caminho que urge percorrer e uma missão hoje 'mais necessária do que nunca'”.
(...)
"A bem-aventurança cristã e a felicidade verdadeira são irmãs gémeas do escândalo da cruz de Jesus e renascem sempre vencedoras do âmago de tantas situações de injustiça e de sofrimento. A morte recente do arcebispo católico caldeu de Mossul, no Iraque, e o sofrimento daquele povo mártir, o esquecimento de tantas vítimas inocentes da história em numerosos lugares onde se ultraja a dignidade das pessoas e se espezinha o direito dos povos não podem assassinar a Esperança nem silenciar o Evangelho."
:
Para ler mais, clique aqui e aqui

CHINA: Ofensas à liberdade continuam

O Dalai Lama, líder espiritual tibetano, não se cansa na sua luta, pacífica, contra a ocupação chinesa do seu país. As manifestações pela libertação do Tibete repetem-se, ciclicamente, mas os países ocidentais não estão interessados em pressionar a China. A China é um gigante a caminho da hegemonia económica mundial, e o Tibete é uma pequena nação sem importância no mundo dos negócios. A hipocrisia da civilização ocidental mantém-se, face à tirania da China. Sempre de cerviz domesticada face à força dos poderosos antidemocráticos, os ocidentais precisam de ser mais corajosos na defesa dos ideais em que acreditam. Em Portugal, as ditaduras de esquerda são aceites com alguma naturalidade, sobretudo quando os seus dirigentes nos visitam. As da direita são logo hostilizadas com manifestações. Para mim, todas as ditaduras são de condenar. Dialogar com elas, porque do diálogo pode vir a luz, mas nunca com palmas e festas. A minha simpatia e apoio vai, pois, para o Dalai Lama e seu povo, na esperança de que em breve possam cantar e viver a sua liberdade.


FM

AVEIRO: Zona histórica sem carros

Segundo li hoje, a Zona Histórida da Beira-Mar, em Aveiro, vai ser vedada ao trânsito automóvel. Ali, num futuro próximo, só poderão circular e estacionar os moradores. Boa ideia, a meu ver. Preserva-se um espaço de ruas estreitas do excesso de carros. Há parques à volta e todos nós precisamos de caminhar. A notícia dizia, ainda, que esta será uma experiência-piloto, no sentido de ser alargada a outras zonas da cidade. O ambiente precisa deser preservado.

domingo, 16 de março de 2008

Laudate Dominum, de Mozart

Laudate Dominum, de Mozart, pode ser um momento lindíssimo para este fim-de-semana. A sugestão veio-me do blogue Mar Sem Sal, de uma minha conterrânea, especialista de música e da arte de bem cantar. Com os meus agradecimentos aqui partilho este Laudate Dominum, de Mozart.

Na Linha Da Utopia



Uma canção para “Ser Tempo”

1. Vivemos esta semana um tempo especial. Desde a antiguidade cristã que, na aproximação à Páscoa, na semana antecedente, se procura interiorizar de forma mais plena o centro da mensagem da revelação do Absoluto de Deus na forma personalizada, numa Pessoa chamada “Jesus Cristo”. Todas as comunidades que cultivam valores com raiz de esperança alicerçada no divino têm os seus “tempos fortes”. Para a comunidade cristã vive-se a designada “Semana Santa”; uma semana que começa com a celebração festiva do Dia Mundial da Juventude (DMJ), uma iniciativa de João Paulo II comemorada no domingo de Ramos anterior à Páscoa. Na diocese de Aveiro este ano foi escolhido o (arciprestado) Concelho de Anadia para acolher a multidão de jovens da área diocesana. Mil, dois mil jovens… o importante é sempre a vivência de cada um no sentido dos valores comunitários de uma esperança que se quer fortalecer em ambiente pré-pascal. E ficam sementes de paz para a vida!
2. Também, periodicamente, vão surgindo propostas e iniciativas de partilha através da música, esta uma arte de apurada sensibilização para a juventude. Da organização do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, como todos os anos e no quadro da proposta diocesana para a juventude, este ano na véspera do DMJ realizou-se o Festival da Canção. Em noite de tantas e ricas mensagens, coube à Paróquia de Aradas, pelo seu grupo de Jovens e numa caminhada permanente de juventude como em todas as paróquias da diocese, a construção da mensagem mais reconhecida pelo júri do festival (melhor letra e canção vencedora). Abaixo partilhamos esta mensagem que vai abrindo a ponte pascal: SER TEMPO!

Fui procurar…onde se esconde o tempo
Saber como faz p’ra não parar
É que saber uns truques dava jeito
Para poder levar-te e ensinar-te…
Mesmo a dormir!

Não o encontrei e o tempo não parou
Não sei onde falhei, o que me escapou
Eu só queria aprender a ser mais eu
E a toda a hora e a todo o momento
Saber estar em ti…

Também eu quero ser tempo
P’ra nunca parar
Ser a tua voz no vento
E poder renascer em ti
Ser o que queres anunciar

O tempo é da gente, o tempo somos nós
O tempo é a correr e a vida é uma só
Porque me falas a mim isso eu não sei
Só sei que quero ser…sei que quero viver
P’ra ser a tua voz!

O que seria de nós, sem o espírito divino?
E o que seria do mundo sem um olhar de Paz!

[ARADAS:
Letra e música: Daniel Lopes.
Interpretação: Daniel Lopes, Liliana Monteiro, Paulo Gravato, Tiago Marinho.]

Alexandre Cruz

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 69


REGENTES ... E “PATRONOS”

Caríssima/o:

A Regente Escolar não é necessariamente uma figura comum na minha paisagem escolar. Consultando a rede escolar da nossa região apenas encontramos postos escolares na Boa Hora e na Costa Nova – e, creio que, já muito por meados do século XX, na Barra.
De facto, saíra eu há anos da nossa Escola, encontrei um dia, uma Regente na Escola da Ti Zefa - creio que estaria a substituir o titular do lugar. Com espírito de grande abertura e afabilidade, bom trato e humildade, fiquei com a convicção de que, à semelhança dos nossos artífices, superava a falta de preparação científica com boa dose de senso e o saber de experiência feito.
Aqui, pois, a minha palavra de muito apreço e a minha homenagem a essas Mulheres simples mas decididas na pessoa da Elvira!

E, por fim, os “Patronos”...(Quem diria que se tornaria matéria quente da actualidade o nome a atribuir às escolas?!...) E refiro-me apenas e só aos patronos das escolas que “frequentei”, pois as da Chave e da Cale da Vila assim eram designadas por nós. Fá-lo-ei muito levemente... (Área aberta a investigação: a biografia das “figuras públicas” da nossa Terra; ao Professor Fernando um puxão amigo para que invista... ou alguém avance...)
Dito isto, acrescentarei:
Zefa – diminutivo de Josefa – lavradeira nossa contemporânea que se dedicou à venda de leite na praia da Barra;
Bola, comerciante e industrial;
Lopes, emigrante.

Sei que é pouco mas poderá actuar como ponto motivador.

Manuel

sábado, 15 de março de 2008

AS VÍTIMAS INOCENTES: TRISTEZA METAFÍSICA


Na encíclica sobre a esperança Salvos em Esperança, Bento XVI debruça-se sobre uma pergunta decisiva - "a pergunta fundamental da filosofia" (Max Horkheimer): o que podem esperar as incontáveis vítimas inocentes da História? Quem lhes fará justiça? As vítimas inocentes clamam, um grito sem fim e ensurdecedor percorre a História.
No mundo moderno, conduzido em grande parte pela ideia de progresso, ergueu-se, nos séculos XIX e XX, um ateísmo moral por causa das injustiças do mundo e da História. "Um mundo no qual há tanta injustiça, tanto sofrimento dos inocentes e tanto cinismo do poder, não pode ser obra de um Deus bom."
Quase se poderia dizer que se é ateu ad majorem Dei gloriam, para a maior glória de Deus, como se, perante o horror do mundo, a justificação de Deus fosse não existir. É-se ateu por causa de Deus, que é preciso recusar por causa da moral.
Afastado Deus, deve ser o Homem a estabelecer a justiça no mundo. Mas não será esta uma pretensão arrogante e intrinsecamente falsa? "Um mundo que tem de criar a sua justiça por si mesmo é um mundo sem esperança. Ninguém nem nada responde pelo sofrimento dos séculos", escreve o Papa.
Aqui, Bento XVI apela para a Escola de Frankfurt, nomeadamente para Max Horkheimer e Theodor Adorno, que viveram filosoficamente a inconsolável "tristeza metafísica" da impossibilidade de fazer justiça às vítimas da História. De facto, mesmo supondo, no quadro do marxismo e da ideia do progresso moderno, que algum dia fosse possível a edificação de uma sociedade finalmente justa, transparente e reconciliada, ela não poderia ser feliz. A razão é simples: ou essa sociedade se lembrava de todas as vítimas do passado, que não participam dela, e então seria atravessada pela infelicidade, ou não se interessava por essas vítimas, mas então não era humana, porque insolidária.
Horkheimer e Adorno exprimiram uma filosofia em tenaz: por um lado, não podiam acreditar num Deus justo e bom; por outro, há uma verdade da religião, apesar de todas as suas traições no conluio com o poder e os vencedores: a religião "no bom sentido" é, segundo Horkeimer, "o anelo inesgotável, sustentado contra a realidade fáctica, de que esta mude, que acabe o desterro e chegue a justiça". Não se trata de um desejo egoísta, mas da esperança contrafáctica de que a realidade dominante da injustiça não tenha a última palavra. Daí, o "anelo do totalmente Outro", o "anelo da justiça universal cumprida", "a esperança de que a injustiça que atravessa a História não permaneça, não tenha a última palavra".
Esta esperança tem de traduzir-se numa praxis solidária tal que "não se possa pensar que não existe um Além". Nesta praxis, está implicado o pensamento do Absoluto, não para afirmá-lo, mas como anelo de que o finito e o mundo da injustiça não sejam a ultimidade e o definitivo.
Também neste sentido, Adorno escreveu que "o pensamento que se não decapita desemboca na transcendência". Frente às aporias da razão, neste domínio, a única filosofia legítima seria "o intento de contemplar todas as coisas como aparecem à luz da redenção". Embora se não possa afirmar nada para lá da imanência, a pergunta pela esperança truncada das vítimas, que acusam o mundo da história dos vencedores, obriga a pensar para lá dos limites da imanência, colocando a pergunta pelo Absoluto enquanto pergunta pela justiça universal.
Em diálogo com a Escola Crítica de Frankfurt, Bento XVI reconhece que a necessidade individual da realização plena e da imortalidade do amor já é "um motivo importante para crer que o Homem está feito para a eternidade", "mas só o reconhecimento de que a injustiça da História não pode de modo nenhum ter a última palavra" convence da necessidade da ressurreição dos mortos e da vida eterna.
Na Sexta-Feira Santa, lembra-se Cristo na cruz, que morre, inocente, e gritando uma oração em pergunta, que atravessa os séculos: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" Os cristãos acreditam que o Deus do amor, seu Pai, respondeu, ressuscitando-o dos mortos, dando esperança ao clamor das vítimas da História.


Anselmo Borges, no Diário de Notícias

sexta-feira, 14 de março de 2008

Pacheco Pereira conta uma história interessante ou sem graça nenhuma

Será que esta história (verdadeira, claro) pode acontecer noutras aldeias?
:
"Duas bicicletas de miúdos com 10, 12 anos, deixadas na rua à porta de um pequena biblioteca onde eles estavam, foram roubadas. É dia e é uma aldeia. Eles aperceberam-se muito pouco tempo depois, quinze minutos, no máximo meia hora e vão falar com a responsável da biblioteca a chorar. Esta contacta a polícia, neste caso a GNR. Hesitou, porque de há um ano para cá, todos os dias há nessa aldeia roubos, quase sempre pequenos roubos, há uma semana ovelhas, na anterior uma dispensa de uma quinta, objectos diversos, bicicletas, dinheiro aos velhos, computadores, etc,, etc. Hesitou porque de todas as vezes que foram feitas queixas nunca houve qualquer sequência, nem sequer a polícia veio interrogar quem fez a queixa. Zero, nada. As pessoas duvidam que valha a pena o trabalho e o risco. Mas fez. Pouco tempo depois chega um carro da GNR."
Podem ler o resto da história de Pacheco Pereira na SÁBADO, ou no Abrupto

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