sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Estátua de José Estêvão

1889 - 12 de agosto
 
 
«Estando presente a veneranda viúva D. Rita de Moura Miranda Magalhães, foi solenemente inaugurada a estátua do tribuno aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães, havendo por esse motivo três dias de festas – 11, 12 e 13 – entre elas um luzido cortejo cívico, no dia 12, em que figuraram diversos carros alegóricos. Foi lavrado um auto da inauguração do monumento, que se guarda no arquivo do Liceu (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, cols. 81'-83'; Arquivo, V, pgs. 134-135) – A.»
 
"Calendário Histórico de Aveiro",
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Ílhavo é uma cidade fantasma e na Gafanha da Nazaré está tudo a falir

Em entrevista ao jornalista Miguel Souto, da Lusa,
o capitão Valdemar Aveiro diz que
«Ílhavo vive a “agonia” da pesca do bacalhau»



Valdemar Aveiro (foto do meu arquivo)
Valdemar Aveiro diz, nessa entrevista, que «A cidade de Ílhavo monopolizava a pesca do bacalhau. As classes dirigentes, tanto na oficialidade, capitães e imediatos, como nas mestranças, era tudo de Ílhavo, incluindo contramestres, cozinheiros e motoristas».
Refere que «A Gafanha da Nazaré, mais terra de pescadores e hoje igualmente cidade, assistiu no século XX ao crescimento de secas, armazéns, oficinas e estaleiros, primeiro, depois de câmaras frigoríficas e unidades industriais de transformação de pescado.»
Da sua cidade natal, Valdemar lembra que «Ílhavo era uma terra essencialmente marítima focada na pesca do bacalhau. Era uma cidade muito alegre e cheia de vida e hoje não tem nada. Começaram com o abate dos navios e hoje é uma cidade fantasma e na Gafanha está tudo a falir».
Ler reportagem de Miguel Souto aqui

NOTA: A destruição  da frota bacalhoeira foi, realmente, um crime. Um crime que os nossos governantes aceitaram ou foram obrigados a aceitar. Não houve firmeza nas negociações nem respeito pelas nossas tradições históricas no âmbito da pescas. Portugal foi na onda das promessas e dos dinheiros fáceis e o resultado está à vista. Mas admito que os nossos povos souberam dar a volta ao crime que lhes impuseram, voltando-se para outras atividades. Também me custa aceitar que Ílhavo não tenha nada  e que na Gafanha esteja tudo a falir.

O meu neto Dinis


 Afastado voluntariamente do ciberespaço para prestar mais atenção ao meu neto Dinis, o mais novo dos três netos que tenho, volto hoje ao convívio dos muitos amigos destas andanças pela aldeia global. O meu neto merece realmente muita atenção, sobretudo quando nos interpela por isto e por aquilo. As respostas, adequadas à sua idade, nem sempre são fáceis, exigindo de cada um de nós, tantas vezes, um raciocínio pronto e claro. Outras tantas vezes as nossas explicações provocam uma catadupa de perguntas do Dinis.
Não é fácil educar, em especial no presente, tal é a quantidade de desafios lançados à gente mais nova, veiculados pelos diversos órgãos de comunicação social, numa mescla de publicidade e informação: Livros, CD, Vídeos, Revistas, Jogos, Cadernos para ilustrar, Puzzles, Filmes, Legos, Computadores, PlayStation, Dominós e mais uma panóplia de formas de entretenimento que o Dinis conhece pelo seu nome próprio e que eu, seu avô, até ficava baralhado. O mesmo se diga da avó.
Para nosso descanso, a sesta era o único momento para descontrairmos. Hoje, que partiu para férias, o silêncio da nossa casa até se tornou frustrante, de tão habituados estarmos à sua inquietude, exigência e genica. Que Deus o conserve assim, com muita saúde.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Elegia para a Europa

Da crónica de António Barreto no DN



«Esta Europa, sonho, projecto, história ou esperança, desaparece. Financiado por poderosos, protegido por Estados maléficos e apoiado por organizações legais, o terrorismo islâmico está a destruir a Europa que conhecemos. Pior do que a destruição, está a fomentar o medo como modo de vida. Está a estimular todos os reflexos de defesa, de segurança, de abuso da lei e de reacção agressiva que desfiguram a Europa. O fanatismo islamita está a ressuscitar deliberadamente o racismo e a xenofobia que os europeus se esforçam há tantos anos por liquidar.»

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Jogos Olímpicos: Papa escreveu à equipa dos refugiados

Francisco deseja que representação inédita 
seja sinal de fraternidade universal


O Papa enviou uma carta aos membros da Equipa Olímpica de Refugiados que participam nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o que acontece pela primeira vez na história da competição.
Francisco saudou cada um dos dez membros da equipa, citando os seus nomes, e desejou-lhes sucesso para as provas em que vão estar envolvidos.
A seguir, expressou seu desejo de que eles tenham sucesso nas Olimpíadas.
“Que a coragem e a força que trazem dentro de vós possam transmitir, através dos Jogos Olímpicos, o vosso grito de fraternidade e de paz”, desejou, numa mensagem divulgada pela Rádio Vaticano.

Ler mais aqui 

E assim vai algum jornalismo

A tão apregoada honestidade de algum jornalismo cai imensas vezes para níveis baixíssimos. Ou, de outro modo, deixa-se levar na onda de influências perniciosas que ofendem a verdade escandalosamente. Fui alertado por um blogue que sigo para apreciar um esclarecimento e pedido de desculpas do JN que me deixou perplexo. Para nos sentirmos informados em quem devemos confiar?

sábado, 6 de agosto de 2016

O Salva-vidas que foi e o Salva-vidas que é






O Salva-vidas que foi e o Salva-vidas que é. Cada um cumpriu a sua missão à medida das suas capacidades e da generosidade dos seus profissionais. Não conheço, com dados estatísticos, o trabalho de socorros a náufragos desde a primeira hora da sua existência entre nós, mas gostaria de conhecer. Tenho a certeza de que, numa barra difícil, com o mar enraivecido muitas vezes, a história destas embarcações deve registar muitas estórias dignas de serem conhecidas.

A vela do moliceiro



Eu percebi que o moliceiro navega com motor. A vela serve apenas para enfeitar. Contudo, fico com a sensação de que a vela não foi feita à medida do mastro deste moliceiro. Ou estará tudo certo?

O grande Brasil

Crónica de Miguel Esteves Cardoso
no Público de hoje

Nestes jogos olímpicos já estou a torcer pelo Brasil e para que tudo corra bem. Li algures que só os atletas de todo o mundo podem salvar estes jogos, como se os brasileiros nada tivessem feito para isso.
Visto de fora e do alto o Brasil e os brasileiros fizeram um esforço enorme e conseguiram organizar o maior de todos os espectáculos, contra uma oposição feroz e constante. Só por isso estão de parabéns.
Acho graça ler comentadores de países pequenos, a grande maioria dos quais nunca foi ao Brasil, a lamentar que está tudo atrasado, que todos estão corrompidos e a avisar que vai tudo correr mal.
Não sabem que o Brasil é um país enorme, habituado a fazer as coisas em grande escala. Não sabem que o Brasil é um país espectacular, onde o espectáculo se sente em casa. Não sabem que o Brasil sabe fazer uma festa como ninguém.
É normal, para o Brasil, que os jogos olímpicos corram bem. Não é uma vitória milagrosa contra todos os obstáculos. Organizar um grande espectáculo e ser um grande anfitrião é normal para o Brasil. O Brasil é espectacular. Os brasileiros são os melhores do mundo a dar show – melhores ainda do que os EUA, porque carregam mais na emoção e porque cada brasileiro sabe estar na festa. Não é só uma questão de artistas e espectadores. Está tudo misturado e é por isso que é mágico, seja futebol, música, dança ou jogo olímpico.
Os comentadores burros e preconceituosos bem podem esperar pelos desastres que não vão acontecer. O Brasil sabe fazer tudo.
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A nossa gente — Júlio Pinheiro



Neste mês de agosto, em que se realiza a edição 2016 do Ílhavo Sea Festival, a rubrica “a nossa gente” é dedicada a Júlio Pinheiro, Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro.
Júlio Pinheiro nasceu a 3 de novembro de 1958, na Freguesia de S. Salvador, Município de Ílhavo. Concluído o ensino primário na antiga Escola Primária Ferreira Gordo, em Ílhavo, prosseguiu os seus estudos no Ciclo de Ílhavo e mais tarde, no Liceu José Estêvão, em Aveiro.
Oriundo de uma família ligada ao Mar, o seu sonho sempre foi ingressar na Escola Náutica em Lisboa, o que aconteceu em 1977.
Três anos depois, este ilhavense embarcava em navios de pesca do bacalhau por mares da Terra Nova, Gronelândia, Noruega, entre outros. Seis anos depois, regressou à Escola Náutica para frequentar o Complementar que lhe deu equivalência à licenciatura. Voltou ao mar por mais quatro anos, até que, em 1991, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Lisboa, onde entrou em fevereiro desse ano. Nesse mesmo ano, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Leixões, dando assim, em agosto, o primeiro “salto” para se aproximar de casa. Em 1996 concorreu novamente e foi transferido do Porto de Leixões, onde permaneceu cinco anos, para o Porto de Aveiro.
Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro desde 2007, Júlio Pinheiro afirma que este é um porto muito difícil, com fundos muito dinâmicos, fortes correntes de água e exposto a todo o tipo de ondulação. É gratificante para si, assistir a um aumento sustentado da tipologia de navios que atualmente demandam o porto, o que tem grande reflexo no crescimento e no desenvolvimento da Região.
Antigamente “a menina dos seus olhos” era um porto bacalhoeiro, mas segundo Júlio Pinheiro “estamos noutra era”. “Este inverno de 2016 foi o primeiro em que o porto manteve a navegação a navios com um comprimento até 175 metros e calados até 9,50 metros, tendo agora como objetivo os 180 metros de comprimento e os 10,5 metros de calado. Já foram manobrados, até esta data, vários navios com 170 metros de comprimento e calados de 10 metros, o que é meio caminho andado para atingir o objetivo.
“Cerca de 40% da carga movimentada a nível mundial é contentorizada, sendo que, neste momento, o Porto de Aveiro, manobra navios com uma capacidade de manobra muito mais reduzida e com cargas muito mais perigosas do que os navios que transportam contentores”. Para Júlio Pinheiro, seria uma mais-valia para toda a Região de Aveiro, a implementação de linhas regulares de contentores que contemplassem este porto.
Depois da Regata dos Grandes Veleiros, em 2008, e da primeira edição do Ílhavo Sea Festival, em 2012, Júlio Pinheiro juntamente com o Comandante Martins da Cruz voltam a coordenar, com o Departamento de Pilotagem, a entrada e saída dos navios, em que o fator mais preponderante são as correntes de água, uma vez que alguns dos veleiros têm uma capacidade de manobra muito reduzida e vão chegar numa data de marés muito vivas, o que irá dificultar e restringir a navegação para perto das estofas (águas mais paradas). Mas está tudo devidamente preparado e acautelado para bem receber os mais belos veleiros, de 5 a 8 de agosto, dependendo apenas de S. Pedro a boa visibilidade, para que todos possamos apreciá-los à entrada e à saída do Porto de Aveiro.

Nota: Não tenho o prazer de conhecer Júlio Pinheiro, Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro, o homenageado deste mês referido na agenda “Viver em…” da CMI. O seu currículo é elucidativo e as suas qualidades humanas justificaram garantidamente a sua inclusão na rubrica “A nossa gente”.
Penso que as autarquias devem exercer um papel pedagógico na sociedade, apresentando aos nossos concidadãos aqueles que, pelos seus méritos, servem indiscutivelmente de exemplo a todos os que lutam por um mundo mais solidário. Daí o meu gosto em ler e divulgar a referida agenda.
Os meus parabéns a Júlio Pinheiro, com votos, neste mês de agosto, de excelentes férias.

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