sexta-feira, 29 de julho de 2016

Grandes Veleiros — 5 a 8 de agosto

O que resta de religioso nesta sociedade "laica"

Reflexão de José Tolentino Mendonça




As nossas sociedades tornam-se fisicamente extenuantes para os indivíduos, e parece faltar um apoio para as difíceis questões que respiram em nós com maior frequência: «Porquê precisamente a mim?»; «Que fazer da minha vida quando tenho de decidir sozinho?»; «Para que serve viver, se temos de desaparecer sem deixar rasto?»

Relativizado o círculo confessional, a religião tornou-se um estimulante terreno inculto para a produção científica e cultural mais heterogénea. É um fenómeno aparentemente inexaurível de meditação no qual todos têm alguma coisa a dizer: sociólogos, antropólogos, pensadores de teoria política, romancistas...
Nos nossos dias vão adquirindo plausibilidade, aplicadas ao religioso, expressões que aos ouvidos de outros séculos pareceriam totalmente insólitas, como «restrição de campo», «reconfiguração», «deslocação para a esfera íntima», «mudança de papel social», «religião implícita», tudo expressões que dizem muito do processo epocal em que nos encontramos.

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SER RICO AOS OLHOS DE DEUS

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus termina com esta afirmação exortativa a parábola do homem rico que conseguiu uma boa colheita e possuir grande riqueza. Narra esta parábola para fazer uma “catequese” sobre o valor dos bens materiais e a atitude a cultivar na relação com eles. Quer deixar claro que o projecto de Deus se manifesta no sentido da vida dos discípulos missionários e nas prioridades que eles assumem. O mais importante deve marcar as pautas de comportamento. A liberdade em segurança vive-se com regras. O possível comporta energias a desabrochar. Em cada opção corrente está contida o gérmen da opção final.

Jesus é surpreendido pelo pedido de um anónimo que ergue a voz do meio da multidão: ”Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo”. Lucas, o narrador do episódio, nada diz sobre os motivos de tal pedido: Injustiça na retenção da herança, ganância do irmão, cobiça do queixoso? Outras razões? Nada. É pedido que pode nascer no coração humano que sente o pulsar da vida. O apelido de “mestre” pôe em evidência o reconhecimento do nível (status) de Jesus. O uso da palavra “amigo” indica a atenção e a proximidade da relação. A parábola dá a resposta em género de “conto” de uma situação existencial bem conhecida pelos ouvintes. E deixa-os a pensar, a ponderar. A narração visualiza com grande realismo o alcance das opções correntes e o “balanço” final de toda a existência.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A enguia na Ria de Aveiro

Uma riqueza gastronómica regional 

Caldeirada de enguias
«Pela abundância com que ocorreu na laguna e pela sua qualidade alimentar, a enguia é uma imagem da Ria de Aveiro, diremos que um ex-libris. A pesca exercida sobre esta espécie espalhava-se da Torreira à Vagueira, através do chinchorro, com galrichos, numa área mais ampla, e à sertela (ou minhoqueiro). As capturas eram abundantes e fomentaram duas atividades económicas que ainda persistem e continuam a ser de relevo elevado para a região: o turismo gastronómico e a indústria conserveira.»

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quarta-feira, 27 de julho de 2016

SPA salínico revitaliza salinas de Aveiro

Notícia da LUSA editada pelo Diário das Beiras

DR
«Um “SPA salínico” é inaugurado quinta-feira em Aveiro, numa iniciativa privada que procura revitalizar as marinhas “Grã Caravela e Peijota”, transformando-as em piscina salgada, a par da exploração do sal.
Outrora o “ouro branco” aveirense, devido à sua importância na conservação dos alimentos, o sal de Aveiro era já explorado antes mesmo da fundação da nacionalidade, como o atestam documentos coevos e marcou a paisagem da cidade, rodeada de “mosaicos” de água, mas a atividade entrou em decadência e das 252 marinhas referenciadas na Ria de Aveiro já só apenas nove estavam em laboração em 2009.
A “Grâ Caravela” e a “Peijota” são duas marinhas sobreviventes “às portas da cidade”, junto ao Ecomuseu Municipal da Troncalhada, cujos proprietários procuram agora reanimar, dando-lhes novos usos num “Salinário” de utilidade também terapêutica.»

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NOTA: Texto e foto do Notícias Google

calado como na missa?!

Uma reflexão de Pedro José Lopes Correia

calado como na missa ?!


“Chamo liberdade à minha ignorância do destino; e destino ao meu ignorar da liberdade”. Agostinho da Silva (1906-1994, filósofo e ensaísta português) in Público, 26-07-16.

[No contexto de receber o troco ao balcão… no almoço de 3 trabalhadores]

[1ªvoz – gerente] – Fica por 20,20 euros… fica por 20,00 euros certos.

[2ªvoz – cliente] – 0,20 cêntimos já dá para pôr de oferta na missa…

[3ªvoz – cliente] – 0,20 cêntimos não chega para nada, a pintura da Igreja é mais de 100.000 mil!

[2ªvoz – cliente] – o resto que ponha o Padre, que também ganha!?

Eu ouvia – calado como na missa?! – e aguardava a vez para pagar o meu almoço-refeição – na escolha da ementa económica: 6,00 euros – num restaurante implantado na Gafanha da Nazaré. Não longe da nossa Igreja Matriz. Suspeito que não falavam assim… Sabendo que eu era padre, residente e trabalhador, na paróquia, e estava ao seu lado no balcão do pagamento. Sabendo ou não. Não fiz “alarme” de nada… Falar o quê? Deus é Silêncio. Tornei a mastigar, por dentro, a comida que me foi excelentemente servida. Agora sem serviço às mesas repartidas.

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terça-feira, 26 de julho de 2016

À descoberta da Gafanha da Nazaré




Das dunas batidas por vento agreste, um povo
habituado a vida dura noutras paragens,
soube tirar o seu sustento.
A laguna deu-lhe o moliço com que fertilizou os campos.
Gente humilde e trabalhadora juntou ao das terras
o amanho das águas de onde tirou sal.
Aventurou-se e fez-se ao mar, em demanda do fiel amigo,
e o mar deu-lhe riqueza, mas reclamou inúmeras vidas.
De todo o lado vieram e fizeram grande
esta terra de oportunidades e tolerância
que ainda busca identidade.
Para os visitantes reserva sempre a melhor parte
e um convite para que venham…

Helena Maia Silva, João Alberto Roque
Roteiro Turístico
Junho de 2016



Ficha Técnica

Iniciativa: Departamento de Línguas do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré
Coordenação: Helena Maia Silva
Pesquisa e redação: Alda Fernandes, Helena Maia Silva e João Alberto Roque
Edição: João Alberto Roque
Tradução: Elementos do Departamento de Línguas
Fotografia: Helena Maia Silva e João Alberto Roque (ver nota)
Tratamento de imagem: João Alberto Roque
Impressão: Tip. Minerva Central, Lda – Aveiro
Tiragem: 1500 exemplares
                Junho de 2016

Apoios: Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré
Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré
Câmara Municipal de Ílhavo

Nota: Algumas fotos relativas a associações e eventos foram retiradas dos respetivos sítios da internet, blogues ou facebook e não foi possível identificar os autores.
O mapa foi elaborado a partir dos mapas Sapo.

domingo, 24 de julho de 2016

Os dominicanos em Angola

Crónica de Frei Bento Domingues

1. No Domingo passado, não tive condições para mandar, de Angola, a minha crónica para o PÚBLICO. A pedido do meu Provincial, vim a Luanda participar num conjunto de iniciativas de estudo organizadas pelos dominicanos angolanos. A perspectiva que me orienta, na realização do programa desenhado, é esta: outro mundo, outra Igreja e outra vida dominicana são possíveis. É uma questão de fidelidade à mensagem cristã. Jesus Cristo cresceu e foi educado nas tradições da religião de Israel. Quando hoje se fala de inculturação do Evangelho, algumas práticas pastorais julgam que se trata de adaptar o Evangelho a uma cultura. Se assim fosse, Jesus Cristo não tinha nada que fazer, pois já estava moldado pela sua herança judaica, cultural e religiosa. O que pode ser observado, tanto nos escritos de Paulo como nas narrativas dos Evangelhos, é que Jesus de Nazaré não se apresentou para perpetuar os costumes do seu tempo. Teve de discernir o que havia de mais vital na herança recebida e o que havia de opressor na religião mais recomendada, sob a invocação de Moisés: disseram-vos, mas Eu digo-vos!
Continuamos com certas orações que podem sugerir a consagração do conservadorismo: assim como era no princípio agora e sempre pelos séculos dos séculos, Ámen. Ora, no principio era a criatividade. A fé cristã está ligada a um Deus que não passou à reforma, mas que é criação contínua, suscitando criadores, não repetidores. Rezamos para que "pelos séculos dos séculos" não se extinga a criatividade dos que desejam ser fiéis ao Evangelho.

Papa Francisco e os jovens em 10 frases


Espero que façam barulho
Não olhem a vida da varanda
Não beber a fé espremida
Não aos jovens de museu, sim aos jovens santos
Viver, em vez de ir vivendo
Sonhai grandes coisas
Aprendamos a chorar
Sede castos, sede castos
É preciso andar contracorrente
Quem não arrisca não caminha

Propomos uma recolha de dez frases, na expectativa de outras surpresas "fora do programa" que o papa Francisco poderá reservar nos dias da próxima Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, Polónia, durante os dois encontros no Parque Jordan de Blonia (a cerimónia de acolhimento dos jovens, na próxima quinta-feira, 28 de julho, e a via-sacra da sexta-feira seguinte) e no "Campus Misericordiae" (vigília de sábado) e a missa conclusiva, no domingo, dia 31. A puxar por Francisco, segundo as previsões oficiais, estarão entre um milhão e meio e dois milhões de jovens, de 187 países.

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sábado, 23 de julho de 2016

As obras de misericórdia (1)

Crónica de Anselmo Borges 


Há hoje um acordo praticamente unânime. Jesus de Nazaré foi um homem, talvez o único, que viveu e comunicou uma experiência sã de Deus, sem desfigurá-la com os medos, ambições e fantasmas que, habitualmente, as diversas religiões projectam sobre a divindade." Quem isto escreve é o grande exegeta José Antonio Pagola. A citação provém do livro Entrañable Dios. Las obras de misericordia: hacia una cultura de la compasión, que escreveu com outro grande teólogo, Xabier Pikaza, e aparece no contexto da definição de Deus. O nome de Deus é misericórdia. "A compaixão é o modo de ser de Deus."
Neste sentido, Jesus contou histórias que abalam uma Igreja clericalizada, centrada no culto. Lá está, por exemplo, o bom samaritano. Um homem foi espancado e roubado, ficando meio morto à beira da estrada. E passou por ali um sacerdote, que se desviou para nem sequer o ver. O mesmo fez um levita que servia no Templo. Mas um samaritano, estrangeiro e considerado herético pelos judeus, que não frequentava o Templo, comoveu-se, aproximou-se, cuidou dele e pagou adiantadamente na estalagem, para o tratarem, prometendo que, na volta, pagaria o que faltasse. O doutor da Lei tinha perguntado: "Quem é o meu próximo." Agora, é Jesus que lhe pergunta: "Quem foi o próximo daquele desgraçado?" "O samaritano." E Jesus: "Vai e faz o mesmo." Não o mandou para o Templo. De que vale o culto desligado da justiça, da proximidade de quem se encontra na valeta da vida?

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