para o Domingo I do Advento do Natal
Era costume dos judeus abastados e ricos, quando tinham de se ausentar, confiar os seus bens aos cuidados dos servos, atribuindo-lhes responsabilidades concretas. Deviam desempenhá-las bem, até que os patrões regressassem, não deixando ou enviando qualquer pré-aviso. O proceder dos servos manifestava a qualidade da relação com os seus senhores.
Jesus conhece bem os usos e costumes dos seus conterrâneos. Recorre frequentemente a eles, dando-lhes novas dimensões, enriquecendo-os com elementos que abrem horizontes mais vastos e interpelantes. Com estes recursos pedagógicos, os discípulos podem captar mais facilmente a mensagem que lhes quer transmitir. Hoje, lança mão da parábola do dono da casa que a confia aos seus empregados e parte de viagem. Deixa duas recomendações: cumprir responsavelmente a tarefa atribuída e estar vigilantes. Ê adianta uma breve explicação: O regresso pode acontecer a qualquer hora. “O que vos digo a vós, digo--o a todos”. Mc 13,33-37.
“A vigilância, adianta Manicardi, é a fidelidade à terra na plena consciência de estar na presença de Deus. A vigilância nasce de uma unificação da pessoa diante do Senhor, o que a leva a ser lúcida, atenta a si própria e aos outros.”
A vinda do senhor da casa polariza a atenção comum, dá sentido ao comportamento de cada um, desperta energias que tendem a adormecer, mantém em todos a espera vigilante e activa. É o futuro que introduz, no presente, dinamismos de intervenção, fruto da análise crítica das situações e das atitudes que condicionam a conservação da casa e a realização das tarefas.