É óbvio que o confinamento, nas suas mais diversas variantes que às vezes até nos confundem, é fruto da pandemia a que todos, no mundo, não podemos escapar. Uns respeitam e outros fazem ouvidos de mercador. Vai daí, os que respeitam, cumprindo a lei, ficam em casa mas precisam de ser criativos para equilibrar a cabeça e a paciência. Os outros, que se consideram espertos, contribuem para o alastramento do contágio. Eu pertenço ao primeiro grupo, mas não quero cruzar os braços à espera que o drama acabe depressa. Então, para não ser ferido pela pasmaceira, procuro conviver com saudáveis recordações, como esta que aqui partilho.
Partindo de Chaves, eu a Lita e a Aidinha, seguimos a rota de Bragança, cuja meta distava 100 Km. A dada altura deparámos com a Pedra Bolideira, a tal que estava em posição instável. A Lita e a Aidinha aproximaram-se, corajosas, para pôr a rocha a dançar. Eu, de máquina em punho, registaria o facto. Os telemóveis não eram sonhados. Mas o pedregulho, ou metade dele, mais ou menos, não reagia. Aproxima-se um vizinho, solícito, e exemplifica como seria fácil pôr a Pedra a bulir. E depois, seguindo a explicação, a Lita e a Aidinha cantaram vitória. O segredo estava, realmente, na descoberta do ponto ideal.
NOTA: Dedico esta foto aos meus amigos que, durante anos, nos acolheram em sua casa: António Fernandes (já falecido mas presente na nossa memória) e Nazaré Chaves, mas também aos seus filhos, netos e noras. Um filho, o José Carlos, também falecido, ocupa um recanto especial no coração da nossa família.