sábado, 4 de novembro de 2006

Um poema de António Correia de Oliveira

O PERFUME
O que sou eu? – O Perfume, Dizem os homens. – Serei. Mas o que sou nem eu sei... Sou uma sombra de lume!
Rasgo a aragem como um gume De espada: Subi. Voei. Onde passava, deixei A essência que me resume.
Liberdade, eu me cativo: Numa renda, um nada, eu vivo Vida de Sonho e Verdade!
Passam os dias, e em vão! – Eu sou a Recordação; Sou mais, ainda: a Saudade.
:: António Correia de Oliveira In "Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade" Org. de José Fanha e José Jorge Letria Lisboa, Terramar, 2002

Capitão Francisco Marques

FALECEU UM HOMEM BOM
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Ontem, no regresso a casa, encontrei a notícia muito triste do falecimento do Capitão Francisco Marques. A comunicação social deu nota do facto, sublinhando as qualidades excepcionais do cidadão exemplar e do oficial náutico de renome, mas também do homem que ajudou a pôr de pé uma das mais representativas exposições do Museu Marítimo de Ílhavo - FAINA MAIOR -, em homenagem aos bacalhoeiros de que a Vila Maruja foi expoente máximo no País. O presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, mostrou à comunicação social a sua tristeza pela morte de um amigo, que foi também Director do Museu de Ílhavo, durante a fase difícil da sua ampliação. E prometeu que, apesar de já ter sido homenageado em vida, a autarquia vai levar a cabo outras iniciativas para perpetuar a memória deste ilhavense ilustre. Das vezes que privei de perto com o Capitão Francisco Marques, guarda na minha memória a simplicidade de um homem bom, que falava das coisas da pesca do bacalhau com saber e sabor raros. Em conversa amena, não raro lhe ouvi expressões bacalhoeiras para retratar situações do quotidiano. Sempre com um sorriso nos lábios e com certo sentido de humor, falava de Ílhavo com enlevo. E do Museu, a que dedicou imenso dos seus conhecimentos, sublinhava a necessidade de toda a gente o visitar e conhecer, como riqueza nossa que importa amar e divulgar. Fernando Martins

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Raspa-se a zagaia

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Os dóris não se afastam do navio, mas será que não se apanha um bacalhau fresco? Raspa-se a zagaia, experimenta, lá vem um, quase todos se estreiam, arranja-se peixe que ainda se come, frito. Içam-se os dóris e já ficam distribuídos por lados, a bombordo, o do piloto, o pessoal do Norte; do lado do capitão a estibordo os pescadores do Sul. Termina o serviço de “quartos”, corre vigia de pesqueiro, – dois pescadores do convés, durante uma hora, mas teve-se em conta que não devem ser parentes, nem da mesma terra… assim não há familiaridades, nem combinações. Distribuem-se agora umas espingardas e cartuchos ao contra-mestre e a quatro ou cinco pescadores de mais confiança para caçarem as cagarras e distribuírem pelos grupos que formaram. “Seja louvado e adorado Nosso Senhor Jesus Cristo, são quatro horas, vamos arriar.” Come-se a “espessa sopa de feijão”, bebe-se café. O cozinheiro avia o pessoal: pão, umas postas de peixe frito, azeitonas, café, uma garrafa de água. Arruma-se tudo no foquim, de mistura com anzóis, gagim, cigarros feitos na vigia. Veste-se a roupa de oleado. O rapaz da câmara enche o corninho de aguardente, mata o bicho. “Vamos arriar com Deus” – ordena o capitão.

:: In “FAINA MAIOR – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova”, de Ana Maria Lopes e Francisco Marques

PRAIAS PORTUGUESAS

PRAIAS DO CENTRO
SÃO AS MELHORES DO PAÍS
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Para mim, este é mais um motivo para preferirmos as praias da região a que pertencemos. As praias do Centro são consideradas as melhores do País, segundo um estudo feito pela Associação Bandeira Azul durante a última época balnear. A qualidade das areias e a pureza das águas ditaram a sentença.
Isto não quer dizer que agora podemos ficar a gozar o facto à sombra da bananeira, devendo antes continuar a apostar na melhoria das infra-estruturas existentes, para não se perder o lugar cimeiro em que estamos.
Há sempre algo a melhorar... há sempre algo a descobrir para que as nossas praias continuem a atrair mais veraneantes.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Fé e Cultura no Centro

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o Pe. Alexandre Cruz adianta as razões para a presença da Igreja Católica no mundo académico, atenta a professores e alunos
IGREJA CATÓLICA
NO MUNDO ACADÉMICO
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É Director do Centro Universitário Fé e Cultura. Nas actividades que promove faz transparecer o Evangelho e cria pontes entre a fé e a razão. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o Pe. Alexandre Cruz adianta as razões para a presença da Igreja Católica no mundo académico, atenta a professores e alunos.
Agência ECCLESIA (AE) - Em que medida é importante este serviço da Igreja no mundo universitário? Pe. Alexandre Cruz (AC) - Onde está a comunidade humana e onde habita a sociedade, a proposta do sentido religioso deve ser inerente. Descendo à realidade temos de nos aperceber que mais de 400 mil estudantes estão permanentemente em estabelecimentos do Ensino Superior. Uma percentagem grande da população nacional. Onde estão pessoas a estudar, estão os futuros profissionais por isso toda a formação humana é essencial. Estamos em contextos sociológicos diferentes, outrora as propostas de fé não eram tanto propostas mas imposições. O tempo é outro e desafia-nos à criatividade e a estimular a vida no seu sentido mais pleno. A estimular a outra face da vida. O processo de Bolonha - a licenciatura passa para três anos - desafia os agentes da Pastoral Universitária à participação e à dinâmica. Todo o contexto do Ensino Superior é um terreno onde é importante ir semeando conteúdos para além da dimensão profissional.
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Ler toda a entrevista em ECCLESIA

PINTURA DE ZÉ PENICHEIRO

No CAE da Figueira da Foz, até 5 de novembro

Ainda fui a tempo...



Pintura de Zé Penicheiro está patente ao público no Centro de Artes e Espectáculos (CAE), da Figueira da Foz, até 5 de Novembro, precisamente na sala que tem o seu nome. A exposição foi inaugurada em 14 de Outubro e contou, decerto, com muitas visitas, ou não fosse o artista marcado por aqueles ares, onde passou a sua juventude. Fui ver e apreciar a exposição, quase na altura do encerramento, mas ainda fui a tempo. Gosto de ver a arte de Zé Penicheiro porque ela toca, com muita sensibilidade, o que nos diz respeito. O mar, a ria, a água, gente do povo, gestos e sombras, cores e traços que fazem parte do nosso quotidiano ali estão. Como convite a quem passa pelo CAE, há um excerto de um poeta figueirense, João de Barros, que reflecte um pouco o que está em exposição. Diz assim: 

“Aquele mar que vês além 
é sempre o mar da tua infância 
é sempre o mar da tua vida…” 

In “Eterno Mar” 

Quando aprecio a pintura deste artista, agora radicado em Aveiro, revivo cenas e acontecimentos de há muito, recordo silhuetas de pessoas e de barcos que povoam a minha imaginação, sinto o palpitar de tradições que podem perder-se. Por isso, sempre que se anuncia uma sua exposição, lá estou eu, na certeza de que vou gostar. Mesmo que haja uma repetição de temas e de figuras, de motivos e de cores. Afinal expressões da sua arte.

Fernando Martins

PNL para “profs”

URGE DESCOBRIR
UM TEMPINHO
PARA LER
Eduardo Prado Coelho abordou, ontem, um tema pertinente, na sua crónica “O fio do horizonte”, que sai no PÚBLICO, de segunda a sexta-feira. O título, “PNL para ‘profs’”, vem ao encontro do que muitos sabem, isto é, de que há bastantes professores que pouco lêem. Diz Prado Coelho que nas Escolas não há ambiente para se ler e que, no fim das aulas, cansados, os docentes não terão disponibilidade interior para se debruçarem sobre um bom livro. Por isso, propôs “um Plano Nacional de Leitura (PNL) especificamente para professores”, porque é “preciso levá-los a ler para além do Código Da Vinci, Margarida Rebelo Pinto ou Susana Tamaro. É preciso que eles conheçam os autores clássicos e contemporâneos, e que vejam teatro ou cinema, e visitem exposições”. Concordo com Eduardo Prado Coelho, porque, pelos meus contactos com muito professores, tenho constatado essa realidade. Noto que a maioria pouco ou nada lê, mostrando uma ignorância atroz sobre os nossos escritores, clássicos ou mais recentes, como mostram uma falta de cultura muito grande a outros níveis. E se é certo que os livros são uma fonte de conhecimentos, como é possível haver bons professores que pouco ou nada lêem? Será que muitos dos nossos professores apenas se apoiam nos livros de estudo e nos saberes que adquiriram enquanto estudantes? Num ou noutro jornal e revista? Mas isso é muito pouco… isso está ao alcance de qualquer cidadão comum. Os professores têm a obrigação de aprofundar a sua cultura, para mais facilmente abrirem os alunos a novos horizontes. Urge, pois, que descubram, no meio da vida esgotante, um tempinho para ler. Livros muito bons não faltam por aí. Fernando Martins

"CHINA" NO CUFC

8 de Novembro,
quarta-feira,
pelas 21 horas
QUE ‘SONHO’
COMANDA A CHINA?
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Na próxima quarta-feira, 8 de Novembro, pelas 21 horas, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), vai ter lugar mais uma Conversa Aberta, integrada no Fórum::UniverSal, com entrada livre para toda a gente, em especial para alunos das diversas escolas superiores de Aveiro e sua região. O tema, “Que ‘sonho’ comanda a China?”, vai ser apresentado por João de Deus Ramos, ex-embaixador de Portugal na China e membro da Fundação Oriente. A moderação será de Manuel Serrano Pinto, da Associação para a Cooperação Cultural Portugal-China. Esta iniciativa foi organizada pelo CUFC e pela Fundação João Jacinto de Magalhães – Editorial UA.

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