URGE DESCOBRIR
UM TEMPINHO
PARA LER
Eduardo Prado Coelho abordou, ontem, um tema pertinente, na sua crónica “O fio do horizonte”, que sai no PÚBLICO, de segunda a sexta-feira. O título, “PNL para ‘profs’”, vem ao encontro do que muitos sabem, isto é, de que há bastantes professores que pouco lêem.
Diz Prado Coelho que nas Escolas não há ambiente para se ler e que, no fim das aulas, cansados, os docentes não terão disponibilidade interior para se debruçarem sobre um bom livro. Por isso, propôs “um Plano Nacional de Leitura (PNL) especificamente para professores”, porque é “preciso levá-los a ler para além do Código Da Vinci, Margarida Rebelo Pinto ou Susana Tamaro. É preciso que eles conheçam os autores clássicos e contemporâneos, e que vejam teatro ou cinema, e visitem exposições”.
Concordo com Eduardo Prado Coelho, porque, pelos meus contactos com muito professores, tenho constatado essa realidade. Noto que a maioria pouco ou nada lê, mostrando uma ignorância atroz sobre os nossos escritores, clássicos ou mais recentes, como mostram uma falta de cultura muito grande a outros níveis. E se é certo que os livros são uma fonte de conhecimentos, como é possível haver bons professores que pouco ou nada lêem? Será que muitos dos nossos professores apenas se apoiam nos livros de estudo e nos saberes que adquiriram enquanto estudantes? Num ou noutro jornal e revista? Mas isso é muito pouco… isso está ao alcance de qualquer cidadão comum. Os professores têm a obrigação de aprofundar a sua cultura, para mais facilmente abrirem os alunos a novos horizontes.
Urge, pois, que descubram, no meio da vida esgotante, um tempinho para ler. Livros muito bons não faltam por aí.
Fernando Martins