Ainda fui a tempo...
Pintura de Zé Penicheiro está patente ao público no Centro de Artes e Espectáculos (CAE), da Figueira da Foz, até 5 de Novembro, precisamente na sala que tem o seu nome. A exposição foi inaugurada em 14 de Outubro e contou, decerto, com muitas visitas, ou não fosse o artista marcado por aqueles ares, onde passou a sua juventude. Fui ver e apreciar a exposição, quase na altura do encerramento, mas ainda fui a tempo. Gosto de ver a arte de Zé Penicheiro porque ela toca, com muita sensibilidade, o que nos diz respeito. O mar, a ria, a água, gente do povo, gestos e sombras, cores e traços que fazem parte do nosso quotidiano ali estão. Como convite a quem passa pelo CAE, há um excerto de um poeta figueirense, João de Barros, que reflecte um pouco o que está em exposição. Diz assim:
“Aquele mar que vês além
é sempre o mar da tua infância
é sempre o mar da tua vida…”
In “Eterno Mar”
Quando aprecio a pintura deste artista, agora radicado em Aveiro, revivo cenas e acontecimentos de há muito, recordo silhuetas de pessoas e de barcos que povoam a minha imaginação, sinto o palpitar de tradições que podem perder-se. Por isso, sempre que se anuncia uma sua exposição, lá estou eu, na certeza de que vou gostar. Mesmo que haja uma repetição de temas e de figuras, de motivos e de cores. Afinal expressões da sua arte.
Fernando Martins