domingo, 2 de abril de 2006

Morte de João Paulo II: um ano depois

Um farol para muitos de nós
A morte de João Paulo II, há um ano, não passou despercebida a ninguém, crentes, não crentes e indiferentes. A sua personalidade forte e por isso carismática marcou o nosso tempo de forma indelével. Mas os crentes, esses, sentiram de forma diferente a sua vida e o seu testemunho de fé. Um ano depois da sua partida para o Pai, não posso deixar de partilhar com os meus leitores quanto admirei (e ainda admiro) o Papa com quem mais me relacionei como homem e como católico interessado em lutar por um mundo melhor. Ao ler as suas encíclicas e outros documentos, ao ouvir a sua palavra em sentido de escuta, ao fixar-me nos seus olhos e nas suas expressões, continuo a experimentar uma certa tranquilidade. O arauto de Deus, o mensageiro da Boa Nova de Jesus Cristo e o lutador por uma sociedade mais justa e mais fraterna mantém-se presente no meu dia-a-dia, nos meus sonhos e projectos, mas também na minha fé em tempos de mais fraternidade universal. Afinal, o Papa peregrino de tantos horizontes, do diálogo entre gerações e entre religiões, o Papa da paz e da aproximação entre as pessoas, O Papa da libertação dos oprimidos e dos mais pobres dos pobres, dos jovens e dos mais velhos, o Papa do sorriso terno e do gesto simples, aí está entre nós. É bom, pois, recordá-lo neste dia em que celebramos a sua entrada definitiva na história dos homens e mulheres do nosso tempo, na certeza de que, por muitos e muitos anos, a sua palavra, escrita ou dita, permanecerá como farol para muitos de nós. Fernando Martins

Um poema de Sophia

O poema
O poema me levará no tempo Quando eu não for a habitação do tempo E passarei sozinha Entre as mãos de quem lê O poema alguém o dirá Às searas Sua passagem se confundirá Com o rumor do mar com o passar do vento O poema habitará O espaço mais concreto e mais atento No ar claro nas tardes transparentes Suas sílabas redondas (Ó antigas ó longas Eternas tardes lisas) Mesmo que eu morra o poema encontrará Uma praia onde quebrar as suas ondas E entre quatro paredes densas De funda e devorada solidão Alguém seu próprio ser confundirá Com o poema no tempo In Livro Sexto :
Nota: Este poema foi publicado no sábado, na revista XIS, por Laurinda Alves, em jeito de homenagem à Primavera e ao Dia Mundial da Poesia, que se celebraram no dia 21 de Março. Diz Laurinda Alves, na apresentação do poema e de um texto muito poético de Sophia, com que abre a revista: “com infinita gratidão pela luz com que ela [Sophia] continua a iluminar a nossa vida”. Subscrevo, obviamente. F.M.

João Paulo II: Um ano depois da sua morte

João Paulo II recordado em todo o mundo
Fiéis de todo o mundo preparam-se para comemorar hoje o primeiro aniversário da morte de João Paulo II. Um pouco por todo o lado, esta data vai ser assinalada com numerosas celebrações, mas os olhares vão estar voltados, com toda a atenção, para a Praça de São Pedro, em Roma, lugar onde o Papa, à hora precisa do falecimento de João Paulo II (21:37H, hora local), irá dirigir-se aos cerca de 120 mil peregrinos esperados, a partir da janela, e recitar a oração do Terço em memória de seu predecessor.
Nesta vigília promovida pela Diocese de Roma, a Praça de São Pedro vai reviver, a partir das 20h30 (menos uma em Lisboa) o ambiente que precedeu o momento da morte do Papa polaco, começando com a actuação do Coro diocesano, que apresentará cânticos marianos e passagens de textos de Karol Wojtyla aos peregrinos.
Ao mesmo tempo, em Cracóvia e Varsóvia, na Polónia, centenas de milhar de polacos no decorrer de grandes missas campais erguerão ao céu velas acesas para recordar Karol Wojtyla. Já hoje ao final da tarde o antigo secretário pessoal de João Paulo II, o cardeal Stanislaw Dziwisz, actual arcebispo da cidade de Cracóvia, presidirá à celebração que marca o final dos trabalhos do tribunal rogatório para a causa de beatificação, sem que, no entanto, esteja concluída a fase diocesana deste processo.
Em Moscovo será celebrada uma missa solene na Catedral da Imaculada Conceição, na presença do corpo diplomático e de representantes de diferentes confissões. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o centro cultural João Paulo II, em Washington, organiza este domingo um dia de comemoração com missa, concerto e uma conferência sobre a herança do antigo papa.
Na Segunda feira, dia 3 de abril, pelas 17h30 locais, o Bento XVI presidirá a uma Missa de sufrágio por João Paulo II, no exterior da Basílica de São Pedro.
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Fonte: Ecclesia

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Diálogo
inter-religioso
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Uma religião não começa por ser uma doutrina, pois tem a sua raiz numa experiência: a experiência do Sagrado, do Mistério vivo, que traz salvação aos homens e dá Sentido último à existência.
No cristianismo, essa experiência do Sagrado dá-se pela mediação do encontro com Jesus Cristo, que revelou que Deus é amor. Essa experiência necessita também de uma tradução doutrinal e, sendo vivida comunitariamente, portanto, em Igreja, requer um mínimo de organização institucional.
Mas nunca se pode esquecer que o núcleo da Igreja é a experiência viva do Deus vivo, cuja outra face é o amor e o serviço da Humanidade. O Deus de Jesus não se revelou para que lhe prestemos culto, mas para que nos respeitemos e amemos uns aos outros. O interesse de Deus são mulheres e homens vivos. Portanto, a concentração na doutrina e na instituição pode levar a distorções da mensagem originária do Evangelho.
Aliás, no que se refere aos aspectos doutrinais e institucionais, não se deve esquecer a necessidade de atender às diferentes culturas, para se não cair na uniformidade. Há um só Evangelho, mas expresso em quatro evangelhos: segundo São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.
Que compreensão teríamos de Jesus se as primeiras comunidades cristãs, em vez de derivarem de Jerusalém para Atenas e Roma, tivessem caminhado para a Índia e para a China? O Evangelho é tão rico que exclui toda a tentativa de uniformização. Dirigindo-se a mulheres e homens concretos, que são constitutivamente seres culturais, tem de encarnar nas diferentes culturas.
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GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 11

E SE O ARCO-ÍRIS QUEBRASSE AS ROTINAS?
Caríssimo/a: Dizia-me um Amigo: “Olha, cá estamos de novo a recriar as nossas rotinas: uns a ir aos médicos, outros a fazer aquilo de que gostam.” E eu fiquei-me a pensar nesta das rotinas... Rotina... aquilo que se repete... e repete... e repete... até ao infinito... Dirão alguns: mas que seca! ... Mas o Lúcio, é dele que se trata (vós não o conheceis), acrescenta: outros a fazer aquilo de que gostam! Quer dizer que a rotina também nos pode dar prazer!... E à medida que vamos avançando, não será a rotina a maneira de nos tornar a vida mais fácil?! Bem, o certo é que aqui estou sentado dentro do carro, a ouvir música sinfónica, enquanto escrevo (outras vezes, leio), à espera dos netos que vão sair das aulas... Também já outros tiveram a sua rotina à nossa espera... De vez em quando é bom quebrar as rotinas, tal como o está fazendo o Arco-Íris que nos mimoseia com uma valente chuvada! Mas depois volta a sorrir, prazenteiro no seu colorido que, apesar de ser sempre o mesmo, até ao infinito, nos adverte perguntando: Será que já não gostas das minhas cores? Rotinando e saudando, Manuel
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Foto de um "site" brasileiro

sábado, 1 de abril de 2006

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

Fazer melhor com menos dinheiro
Portugal atrasa-se no con-junto das economias euro-peias porque a produtividade portuguesa é inferior à da maioria dos nossos parceiros e não tem melhorado.
Dantes, desvalorizava-se o escudo para manter competitivas as exportações e o turismo. Desvalorizar significava ser preciso exportar mais para importar o mesmo. Era uma forma de empobrecimento nacional, mas dava jeito aos empresários, que assim não precisavam de se esforçar muito em melhorias de produtividade. Mas o euro acabou com a bengala da desvalorização da moeda.
Tudo isto é sabido, falta é aumentar a nossa produtividade. Aqui jogam inúmeras variáveis, desde a utilização de novas tecnologias aos factores culturais (como os nossos maus hábitos em matéria de pontualidade, aversão ao risco e sentido de organização, ou o baixo nível de formação dos gestores e dos trabalhadores). É difícil atacar todos esses factores e alguns deles, os culturais, demoram gerações a mudar. Ora há uma área onde poderemos obter substanciais subidas directas e indirectas de produtividade em tempo relativamente curto: o Estado, que gasta quase metade do PIB português.
É certo que cerca de um terço da despesa pública são meras transferências (pensões, subsídios de desemprego, etc.).
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António Guterres recebe Prémio Personalidade do Ano 2005

"Já é prémio suficiente o que estou a fazer"
António Guterres aceitou ontem o Prémio Personalidade do Ano 2005, atribuído pela Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) com agrado evidente. Confessou-se "surpreendido" pela honra, tanto mais que "é já prémio suficiente estar a fazer aquilo que estou a fazer, que era exactamente aquilo que queria nesta fase da minha vida", sustenta. Uma missão de serviço público que procurou, e à qual se candidatou, a recolher agora os frutos mais visíveis.
O facto de Kofi Annan ter escolhido o seu nome para o Alto-Comissariado facilitou a tarefa à Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal. Os membros foram unânimes na decisão de lhe atribuírem o galardão, ninguém hesitou na resposta final.
"Os últimos meses do ano costumam ser tensos para nós, muitas vezes as preocupações chegam mesmo a ameaçar-nos o Natal. Mas este ano não, foi tudo muito fácil e um enorme prazer. Não tivemos problemas existenciais", brincou o presidente da AIEP, Ramón Font, na cerimónia de entrega que animou a noite de quinta-feira no Casino Estoril, apoiada pela RTP.
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