domingo, 2 de abril de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Diálogo
inter-religioso
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Uma religião não começa por ser uma doutrina, pois tem a sua raiz numa experiência: a experiência do Sagrado, do Mistério vivo, que traz salvação aos homens e dá Sentido último à existência.
No cristianismo, essa experiência do Sagrado dá-se pela mediação do encontro com Jesus Cristo, que revelou que Deus é amor. Essa experiência necessita também de uma tradução doutrinal e, sendo vivida comunitariamente, portanto, em Igreja, requer um mínimo de organização institucional.
Mas nunca se pode esquecer que o núcleo da Igreja é a experiência viva do Deus vivo, cuja outra face é o amor e o serviço da Humanidade. O Deus de Jesus não se revelou para que lhe prestemos culto, mas para que nos respeitemos e amemos uns aos outros. O interesse de Deus são mulheres e homens vivos. Portanto, a concentração na doutrina e na instituição pode levar a distorções da mensagem originária do Evangelho.
Aliás, no que se refere aos aspectos doutrinais e institucionais, não se deve esquecer a necessidade de atender às diferentes culturas, para se não cair na uniformidade. Há um só Evangelho, mas expresso em quatro evangelhos: segundo São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.
Que compreensão teríamos de Jesus se as primeiras comunidades cristãs, em vez de derivarem de Jerusalém para Atenas e Roma, tivessem caminhado para a Índia e para a China? O Evangelho é tão rico que exclui toda a tentativa de uniformização. Dirigindo-se a mulheres e homens concretos, que são constitutivamente seres culturais, tem de encarnar nas diferentes culturas.
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