sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Anselmo Borges - Progresso e esperança. 2


Como ficou dito, o livro Progresso, de Johan Norberg, apresenta dez razões para ter esperança no futuro. Continuo o seu elenco, para lá das apresentadas quanto à comida e ao saneamento.

3. Esperança de vida. Para não irmos a épocas anteriores piores, devemos referir que na década de 1830 a esperança de vida na Europa Ocidental ia até aos 33 anos e melhorou apenas de forma muito lenta. Antes de 1800, nenhum país do mundo tinha uma esperança de vida superior a 40 anos. O espantoso é que não existe um único país que não tenha visto melhorias na mortalidade infantil desde 1950.

4. Pobreza. Não precisamos de uma explicação para a pobreza porque é desse ponto que todos partimos. A pobreza é o que temos até criarmos riqueza. No início do século XIX, as taxas de pobreza eram superiores às dos países pobres hoje, até nos países mais ricos. Quando nos anos 50 do século XX a pobreza extrema foi erradicada em quase todos os países da Europa Ocidental, começou a segunda grande evasão da pobreza, na Ásia Oriental, com países como o Japão, a Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura, que acelerou quando os dois gigantes mundiais, a China e a Índia, decidiram começar a abrir as suas economias em 1979 e 1991, respectivamente. O segredo do desenvolvimento da Ásia foi a sua integração na economia global. Entre 1981 e 2015, a proporção de países de rendimento baixo a médio que sofriam de pobreza extrema foi reduzida de 54% para 12%. Em 1820, o mundo tinha apenas cerca de 60 milhões de pessoas que não viviam em pobreza extrema. Actualmente, mais de 6,5 mil milhões de pessoas não vivem em pobreza extrema.

5. Violência. Nos inícios da Idade Moderna, aconteceu uma coisa incrível: A taxa europeia de homicídios caiu de 30-40 para 19 por cada 100 mil vítimas no século XVI e para 11 no século XVII. No século XVIII, desceu para 3,2 e hoje é de apenas 1. Entre o século XVII e o século XVIII, o número anual de execuções por cada 100 mil pessoas baixou de mais de 3 para menos de 0,5. Hoje ronda os 0,1. Claro que os riscos de guerra, incluindo nuclear, estão aí à vista. Pense-se nisto: A qualquer momento um grupo terrorista pode deitar a mão a uma bomba nuclear. Mas as tendências gerais a favor do valor da vida e da paz são fortes.

6. Ambiente. Disse Indira Gandhi: Não são a pobreza e a necessidade os maiores poluidores? O ambiente não pode ser melhorado em condições de pobreza. Os danos maiores dão-se nos países pobres. Agora, há o acesso global à soma dos conhecimentos da humanidade, e isso pode significar que o dilema no centro do aquecimento global - a nossa necessidade de energia - na verdade é também a sua solução.

7. Literacia. A taxa global de literacia cresceu cerca de 21% em 1900 para quase 40% em 1950 e em 2015 era de 86%. Isso significa que actualmente apenas 14% da população adulta não sabe ler e escrever, ao passo que em 1820 apenas 12% sabiam.

8. Liberdade. No ano de 1900, exactamente 0% da população mundial vivia numa democracia verdadeira, na qual cada homem ou mulher vale um voto. Em 1950, 31% vivia em democracia e no ano 2000 ia nos 58%. Hoje, até os ditadores têm de fingir gabar a democracia e forjar eleições.

9. Igualdade. É um facto: continua a haver discriminação e intolerância contra as mulheres, os homossexuais, minorias étnicas e religiosas e há pessoas que são vítimas de preconceito, hostilidade e crimes de ódio. Mas hoje, com raras excepções, pela primeira vez, os governos defendem a igualdade e o direito de amarmos quem quisermos e os fanáticos já não têm o auxílio, nem sequer o silêncio, das maiorias. Quando se pensa na escravatura, no racismo, na opressão das mulheres, é difícil não constatar um progresso espantoso.

10. A próxima geração. Apesar do que se diz nos noticiários, as condições da infância nunca foram tão benévolas como agora. O autor pede para se imaginar uma menina de 10 anos há duzentos anos. Fosse onde fosse, não esperaria viver mais de 30 anos. Fora criada em condições que hoje consideramos insuportáveis. Vivia num mundo implacável, onde o risco de morte violenta era quase três vezes superior ao actual. Desde então, a humanidade assistiu a uma revolução nos níveis de vida material e à consciência dos direitos humanos. E quando se pensa nos avanços em conhecimento de todo o género em que essa menina vai hoje poder participar, deve reconhecer-se que está a dar os primeiros passos num mundo novo. O nosso futuro está nas mãos dela.

11. Epílogo. As coisas terem melhorado - esmagadoramente - não garante o progresso no futuro. É evidente. Pense-se inclusivamente na possibilidade do Apocalipse: armamento nuclear nas mãos de grupos terroristas. A nova situação do mundo não faz correr o risco da morte global?
No meu entender, neste livro tão animador há um vazio: a falta da invocação da transcendência. Para, concretamente num tempo de desorientação, de inesperança, de consumação do niilismo, niilismo sedado, responder às perguntas metafísico-religiosas, inelimináveis: viver para quê?, qual o sentido último do progresso e da existência?
Pensando precisamente no futuro da humanidade, que na sua grande maioria ainda se afirma religiosa, poderíamos esperar que, como líder global, Francisco dê impulso à reunião do Parlamento Mundial das Religiões para tratar de problemas cuja urgência para a humanidade ninguém pode negar, como a salvaguarda da mãe Terra, questões de bioética e relacionadas com as NBIC (nanotecnologias, biotecnologias, inteligência artificial, ciências cognitivas e do cérebro), diálogo intercultural e inter-religioso, governança global, a justiça e a paz mundial, trans-humanismo e pós-humanismo, a esperança e o sentido.

Anselmo Borges no Diário de Notícias 

Padre e professor de Filosofia

Georgino Rocha — Na Missa da Imaculada Conceição


ACÇÃO DE GRAÇAS

Jesus, bom amigo de todos, obrigado pela Tua Mãe que quiseste que fosse nossa também. Às vezes, esquecemo-nos, mas o Papa Francisco veio a Fátima avivar a memória quando afirmou: “Temos Mãe”.
Hoje, fazemos a festa da Tua Mãe e nossa Mãe. É uma grande alegria para nós e para Portugal, o nosso amado País, que escolheu a Imaculada Conceição para padroeira. Queremos ser dignos desta escolha. Ajuda-nos, Senhor!
Em Maria, vemos os seus Pais, Ana e Joaquim, moradores em Nazaré da Galileia. São eles que, hoje, estão a apresentar a sua menina, a dizer-nos como era o ambiente no lar, como foi a educação, como a levavam à sinagoga para o culto semanal, e tantas outras coisas belas. A sua obra estava tão perfeitinha que o Anjo Gabriel, quando a visita, lhe chama “cheia de graça”. Os Pais têm esta nobre missão na educação dos filhos. Obrigado, Ana e Joaquim, pela filha que preparastes para ser a Mãe do Filho de Deus.
Em vós e em Maria, vossa amada Filha, vemos os nossos Pais. Hoje destacamos a Mãe pela sua missão de ternura familiar e de presença amiga. Vós, bem sabeis, o que é para cada filho/a a sua Mãe. Por isso, queremos dar-vos graças pelas nossas Mães.
A sua dedicação enche o nosso coração de gratidão e cobre alguma impaciência que teve para connosco. O seu rosto amigo continua a brilhar no nosso olhar e faz esquecer alguma lágrima que nos fez chorar. O seu amor, expresso de tantas formas, vive sempre em nós e dá-nos alento para sermos amigos confiantes e persistentes. A sua coragem anima-nos nas dificuldades que a vida nos traz e ajuda-nos a seguir em frente. A sua fé ilumina as nossas dúvidas e incertezas, aponta-nos a verdade e liberta-nos dos medos e ansiedades. Infunde-nos confiança, tão necessária ao nosso viver quotidiano. 
Por tudo isto e por tantas outras coisas boas que recebemos dos nossos Pais, nós te damos graças, Senhor, e te pedimos que os abençoeis para sempre. Ámen!

Georgino Rocha

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Anselmo Borges: “Francisco — Desafios à Igreja e ao Mundo”



“Francisco — Desafios à Igreja e ao Mundo” é o mais recente livro de Anselmo Borges, padre da Sociedade Missionária Portuguesa e Doutor em Filosofia pela Universidade de Coimbra, em cuja Faculdade de Letras é Professor. O Prefácio é de Artur Santos Silva e merece ser lido antes de entrar no trabalho meticuloso, oportuno e esclarecedor do autor, sobre a personalidade marcante do Papa Francisco que, dia a dia, não se cansa de lançar desafios à Igreja e ao mundo, sempre na perspetiva da construção de uma sociedade mais fraterna e mais justa. Este trabalho de Anselmo Borges, cujas crónicas semanais, publicadas no Diário de Notícias, edito no meu blogue Pela Positiva, há uns 12 anos, mostra à evidência o pensar e o agir do Papa Francisco, que veio do outro lado do mundo para acabar com a sonolência na Igreja que amamos, e que, por isso, em muitas áreas, ficou parada no tempo. Não haverá temas, desafios, propostas, conselhos, exemplos, ralhetes, sorrisos, tristezas, mágoas, sofrimentos, alegrias e a fé desafiante do Papa que tenham sido ignorados pelo autor de “Francisco — Desafios à Igreja e ao Mundo”. 
A leitura deste livro entusiasmou-me sem nunca me cansar. Cada página contém matéria desafiante e estimulante para prosseguir, mas diversas vezes fui levado a reler para ficar mais esclarecido. Todos os textos, curtos, estão ricamente documentados por dezenas e dezenas de citações dos mais eminentes filósofos, teólogos, pensadores, biblistas, académicos, e outras figuras proeminentes da cultura contemporânea e doutras era, sem esquecer os Doutores da Igreja, os clássicos, sejam crentes e não crentes, cristãos de várias correntes e ateus ou agnósticos. 
Artur Santos Silva diz, logo a abrir o Prefácio, que «Este é um livro altamente inspirador para as gerações que vivem os tempos conturbados dos nossos dias», e logo a seguir salienta que «Muito admira Anselmo Borges, para além das suas qualidades pessoais, pela sua capacidade de mobilizar e gerar conhecimentos, pela liberdade com que aborda as grandes questões da sociedade em que vivemos», procurando «ajudar-nos a responder às nossas mais profundas dúvidas e interrogações». 
Santos Silva refere, citando Frederico Lourenço: «No cerne do seu valor ético, a mensagem de Jesus continua hoje tão válida, tão certeira e tão urgente como era há 2000 anos.»
Sobre Francisco, Anselmo Borges frisa na Apresentação que Francisco «é um Papa cristão, que antepõe o Evangelho ao Direito Canónico, que gosta das pessoas, as ama e serve, as anima, lhes dá esperança e confiança, como Jesus fez». E adianta: «Sendo um papa cristão, no sentido autêntico da palavra — que segue Jesus, para quem Jesus é determinante na vida e na morte —, a sua urgência maior, ad intra, é tentar converter os católicos, a começar pelos cardeais, bispos, padres, a cristãos, num discipulado evangélico, abandonando o clericalismo eclesiástico e seguindo o caminho de Jesus.»
O livro “Francisco — Desafios à Igreja e ao Mundo” está ordenado em quatro capítulos: De Bento XVI a Francisco, Sexualidade e Família, Pessoa, Ética e Política e Para uma Igreja do Século XXI. São 439 páginas, edição da Gradiva.

Fernando Martins

RUY VENTURA — NATAL INCÓMODO



«Época de alegrias, de felicidade - mas também de euforias fabricadas, manipuladas pelo consumo -, o Natal leva-nos, frequentemente, ao esquecimento daqueles que assim não sentem, travando diariamente uma terrível luta com a angústia, com o vazio ou com o negrume, mal conseguindo esboçar um sorriso perante as agruras da doença, do desemprego ou de uma dignidade perdida, tentando arranjar uma réstia de ânimo para se levantarem da cama sabendo-se alvo de injúrias e de incompreensões, querendo elevar o coração apesar de se verem sem teto, sem alimentos dignos, sem uma companhia ao lado ou à distância, sem os seus entes queridos. Mesmo quando os lembramos nesta época de preparação para a festa do nascimento de Jesus Cristo, tantas vezes os olhamos como grãos de pó que é importante sacudir da lembrança, não vá ela ficar toldada (menos “alegre”) pelas suas nuvens incómodas. E, no entanto, foi sobretudo para estes nossos companheiros de existência que a encarnação do Divino Infante aconteceu e continua a acontecer, enquanto recordação rediviva e atuante. Bem sei que esse acontecimento milenar pouco ou nada interessa a uma sociedade onde o dinheiro é deus e rei, mas a verdade não tem outro conteúdo nem a festividade outro sentido, mesmo que o alheamento das luzes comerciais e financeiras nos tentem virar o olhar para lugares distintos e sentimentos menos nobres. Esquecer o sentido do Natal é esquecer tudo. Não há outro caminho. Ou somos incomodados por ele ou não vale a pena comemorá-lo.»

Ler todo o texto aqui 

Georgino Rocha - ALEGRA-TE COM MARIA, A MÃE DE JESUS

Nossa Senhora da Conceição - Gafanha da Nazaré
Na festa da Imaculada Conceição

Maria, a cheia de graça, é apresentada pela Igreja como a mulher escolhida para ser a Mãe de Jesus e dar rosto humano a quem se prepara para o Natal do Senhor. Olhando para ela, sentimos a esperança como motor do caminho a percorrer, a alegria como energia espiritual a elevar o coração, o sonho da comunhão a fazer-se realidade no dia-a-dia.
Maria de Nazaré, a Senhora da Conceição, vê reconhecida pelo Anjo de Deus a sua singularidade: Desde os primeiros instantes da existência no seio de Ana, sua Mãe, é abençoada com a graça da integridade, isenta do inumano que há na nossa natureza pessoal, liberta da tendência para a autoafirmação eivada de presunção e orgulho, típicos dos protagonistas dos alvores da criação, Eva e Adão. Conserva intacta esta graça durante a sua vida e corresponde-lhe generosamente. Por isso, a Igreja a celebra como a Imaculada, a Virgem-Mãe, a Senhora do sim total. E Portugal a consagra como sua Padroeira, após a restauração da independência, confirmando uma tradição antiga do nosso povo.
“Tendo entrado onde ela estava”, refere Lucas no relato do encontro do Anjo Gabriel com Maria. (Lc 1, 26-38). Em estilo solene e diáfano, demarca assim onde se faz o diálogo da anunciação. É uma afirmação lapidar que pode servir-nos de “ponto de partida” para uma reflexão encorajante. Onde está Maria? O programa pastoral 2017/2018 da nossa Diocese faz outra parecida: “Onde está o teu Irmão?” E o Evangelho induz-nos a outra ainda mais pertinente: “Onde estou eu”? As respostas têm de ser dadas no santuário da nossa consciência como faz Maria, após diálogo de clarificação confiante. 
Em casa dos Pais, pode responder-se, reportando-nos ao espaço físico. Mas há outros não menos importantes. Está no desempenho das tarefas domésticas, em reflexão sobre notícias preocupantes da vizinhança, em oração reconfortante que alimenta a esperança na vinda do Messias prometido a Israel, seu povo, em divagação mental com os sonhos de noivado com José, em visão antecipada da sua vida familiar em Nazaré. Em tudo, estava em si mesma, com a educação recebida de seus Pais e avós, com o fervor religioso alimentado na assembleia da sinagoga, onde se fazia o culto semanal, aos sábados e participado pelos vizinhos piedosos. E o Anjo vem encontrar-se com ela, desvendando a grandeza do seu estado: “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”.
Que novidade reconfortante para os Pais que, como Ana e Joaquim, cuidam da educação dos filhos com esmero e dedicação. Abertos à presença de Deus que quer o melhor para todos, especialmente para as crianças como Jesus mostrará ao abraçá-las e ao recomendar aos discípulos: “Deixai-as vir a Mim; não as impeçais”. Como será encorajante sentir que este desvelo de Deus é vivido pelos pais de hoje no seio das nossas famílias. Que Ana e Joaquim nos inspirem e estimulem na realização desta delicada missão. Não deixemos defraudar a confiança que Deus tem em nós e nos familiares mais chegados aos pais e avós.
“O que aconteceu em Maria, afirma uma mulher teóloga ao comentar o Evangelho de hoje, não é uma excepção, mas a verdadeira «regra» que Deus pensou para todos nós quando nos criou. Pois saímos das suas mãos e, portanto, somos bons por natureza. Ao contrário do que podemos pensar a conceição imaculada converte Maria numa criatura ainda mais humana, já que o pecado não é de Deus, nem está inscrito na nossa natureza”[i]. A autora tem em conta a dignidade original de Eva e Adão e vê Maria no seu prolongamento. A tradição bíblica refere que o sonho de Deus é perturbado com a atitude de Eva que contagia Adão de quererem ser donos da sabedoria moral, por meio da liberdade do desejo. Ao não aceitarem os seus imites, introduzem o que veio a ser chamado pecado, desfigurando o humano que, de novo, se configura em Maria, a Mãe de Jesus. E o pecado manifesta-se na alteração de valores e na confusão de verdades. Dai, o cortejo de atropelamentos à dignidade humana onde Deus se revê com a transparência original.
A festa de Maria representa a nova oportunidade que Deus oferece à humanidade, não apenas porque a faz voltar às origens, mas porque lhe abre as dimensões do futuro que Jesus vem inaugurar. Vale a pena recentrar a mensagem que a festa da Imaculada Conceição nos traz e viver a alegria do Evangelho, dando testemunho da esperança que nos anima.

Georgino Rocha

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

EDUCAÇÃO — ARMA PODEROSA



"A educação é a arma mais poderosa 
que pode ser usada para mudar o mundo."

Nelson Mandela (1918 - 2013)

Nota: Gosto muito deste pensamento de um homem bom e sábio. E no meio de tanta barafunda com provocações de toda a ordem, no meio de tanta generosidade que salva o mundo, ouso pensar que todos devíamos lutar por uma educação forte e sadia, no dia a dia, na certeza de que a sociedade seria bem diferente.

Fernando Pessoa - Avé Maria



AVÉ MARIA

Avé Maria, tão pura
Virgem nunca maculada
Ouvi a prece tirada
No meu peito da amargura.

Vós que sois cheia de graça
Escutai minha oração,
Conduzi-me pela mão
Por esta vida que passa.

O Senhor, que é vosso Filho,
Que esteja sempre connosco,
Assim como é convosco
Eternamente o seu brilho.

Bendita sois vós, Maria,
Entre as mulheres da Terra
E voss'alma só encerra
Doce imagem d'alegria.

Mais radiante do que a luz
E bendito, oh Santa Mãe
É o fruto que provém
Do vosso ventre, Jesus!

Ditosa Santa Maria,
Vós que sois a Mãe de Deus
E que morais lá nos céus,
Orai por nós cada dia.

Rogai por nós, pecadores,
Ao vosso Filho, Jesus,
Que por nós morreu na cruz
E que sofreu tantas dores.

Rogai, agora, oh Mãe qu’rida
E (quando quiser a sorte)
Na hora da nossa morte
Quando nos fugir a vida.

Avé Maria, tão pura
Virgem nunca maculada,
Ouvi a prece tirada
No meu peito da amargura.


12-4-1902

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