quarta-feira, 9 de julho de 2008

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 2

Os primeiros passos da que é hoje a Filarmónica Gafanhense podem ser lidos em Galafanha.

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 1

Subsídios para a história do Clube Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar, em galafanha.

PONTES DE ENCONTRO

Paulo e a universalidade do cristianismo Como estava anunciado, há muito, pela Santa Sé, iniciou-se, no passado dia 28 de Junho, a celebração do Ano Paulino, que coincide com o bimilenário do nascimento do Apóstolo Paulo. Para o efeito, O Papa Bento XVI deslocou-se, nesse dia, à Basílica de São Paulo Fora de Muros, onde presidiu à celebração das primeiras Vésperas da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo. Nesta cerimónia estiveram presentes delegações de outras confissões cristãs, para além do Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I. Gestos que se traduzem num expressivo sinal de universalidade e de sentido ecuménico da fé em Jesus Cristo, através do testemunho do Apóstolo das Gentes. Nesta comemoração de fé e júbilo, Bento XVI teve ocasião de dizer, a propósito de Paulo, que: “A sua fé é o ser atingido pelo amor de Jesus Cristo, um amor que o abala até às entranhas e o transforma. A sua fé não é uma teoria, uma opinião sobre Deus e sobre o mundo. A sua fé é o impacto do amor de Deus sobre o seu coração. E, assim, esta mesma fé é amor por Jesus Cristo.” Também, o Patriarca Bartolomeu I se referiu a Paulo como o homem que estabeleceu a aliança entre a língua grega e a mentalidade romana do seu tempo, “despojando a cristandade, de uma vez para sempre, de qualquer estreiteza mental, e forjando, para sempre, o fundamento católico da Igreja ecuménica.” Paulo, como ninguém, até aí, não só tem a experiência e a vivência contínua de que é amado por Cristo, como ele próprio afirma: “vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a Si mesmo por mim” (Gal 2,20), bem como sente a universalidade deste mesmo amor, pelo que a mensagem que proclama só adquire o seu pleno sentido desde que ultrapasse todo o tipo de fronteiras existentes e vá ao encontro de cada um homem e mulher, sem limites geográficos, distinção de estatuto económico-social ou origem cultural. “Não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo” (Gal 3,28). Num mundo, como eram as cidades greco-romanas, onde os escravos, as mulheres e as crianças eram humanos, mas não pessoas, pois só os cidadãos livres eram pessoas com plenos direitos e deveres, o cristianismo, através de Paulo, não só ultrapassa estas fronteiras sociais e culturais como oferece, a cada cidadão, uma nova consciência de si próprio, que se traduz numa nova pertença real, solidária e simbólica. Esta nova pertença a uma nova Humanidade tem o seu centro comum no baptismo, ou seja, na decisão de cada pessoa colocar a sua existência sob o amor incondicional de Jesus, crucificado e ressuscitado, e a aceitação de um novo caminho para a sua vida. “Foi num só Espírito que todos nós fomos baptizados, a fim de formarmos um só corpo, quer de judeus, quer de gregos, quer escravos, quer livres…” (1º Cor 12,13). A esta dimensão comum e universal do amor de Cristo por todos os homens e da opção, livre, destes, através do baptismo, acederem a um novo caminho e a uma vida nova – “Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova” (Rm 6,4), Paulo acrescenta aquilo que será o centro imutável da sua fé, ao longo de toda a sua pregação e ressurreição de Jesus “E se Cristo não ressuscitou, é vã nossa pregação e vã a nossa fé” (1º Cor 15,14). Contudo, para Paulo, este centro fixo não lhe tira o discernimento nem a capacidade de ter um pensamento móvel; antes o reforça. Tudo isto permite-lhe estar sempre atento às circunstâncias e necessidades, sobretudo doutrinais e catequéticas, de cada momento e local, onde o cristianismo estava a florescer, através da genialidade e da singularidade com que se expressa na pregação transformadora e salvífica da Boa Nova.
Vítor Amorim

Mycarlo: o gosto pela música

Em entrevista que me concedeu, Mycarlo, de seu nome Carlos Alberto Sarabando, mostrou a sua paixão pela música. Discos de vários estilos e épocas, ao lado de instrumentos musicais um pouco de todos os continentes, reflectem, de forma palpável, essa paixão.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Começou com os cães

A Tita, a nossa cadela de estimação e amiga de todas as horas, já tem chip, há anos.
A partir de hoje [4 de Julho] os novos cães portugueses passam a ter obrigatoriamente implantado um micro processador que os identifica. Os cães passam a ter bilhete de identidade escrito no corpo, e um número único, como se fosse um código de barras. Nada impede que o que se está a fazer aos cães se faça aos humanos e estou convencido que será apenas uma questão de tempo. No século XX muitos humanos estiveram já marcados, como o gado, nos campos de concentração.
ler mais no Abrupto

A possibilidade de reencontrar a vida

"Silêncio! Uma rã mergulha dentro de si."
(Matsuo Bashô)
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Este vaivém que Julho e Agosto introduzem (com viagens mais próximas ou longas, tráfegos de vária ordem, alterações ao quadro de vida corrente…) constitui, para lá de tudo o mais, uma espécie de coreografia interior. Dir-se-ia que a própria vida solicita que a escutemos de outra forma. De facto é disso que se trata, mesmo que se não diga. É com esse imperativo que cada um de nós, mais explícita ou implicitamente, luta: a necessidade irresistível de reencontrar a vida na sua forma pura. Se a linha azul do mar tanto nos seduz é também porque essa imensidão nos lembra o nosso verdadeiro horizonte. Se subimos aos altos montes é porque na visão clara que aí se alcança do real, nessa visão resplandecente e sem cesuras, reconhecemos parte importante de um apelo mais íntimo. Se buscamos outras cidades (e nessas cidades uma catedral, um museu, um testemunho de beleza, um não sei quê…) é também perseguindo uma geografia interior. Se simplesmente investimos numa dilatada experiência do tempo (refeições demoradas, conversas que se alongam, visitas e encontros) é porque a gratuidade, e só ela, nos dá o sabor adiado da própria existência. Entendemos bem aquele verso de Rilke que diz: "Espero pelo Verão como quem espera por uma outra vida." Na verdade, não é por uma vida estranha e fantasiosa que esperamos, mas por uma vida que realmente nos pertença. Por isso é tão decisivo que as férias, tempo aberto às múltiplas errâncias, não se torne um período errático e vago; tempo plástico e criativo e não se enrede nas derivas consumistas; tempo propício à humanização não se perca na fuga a si mesmo e no ruído do mundo. Em toda a tradição bíblica o repouso é uma oportunidade privilegiada para mergulhar mais fundo, mais dentro, mais alto. É aceitar o risco de sentir a vida integralmente e de maravilhar-se com ela: na escassez e na plenitude, na imprevisibilidade dolorosa e na sabedoria confiante. José Tolentino Mendonça

Na Linha Da Utopia

Made in Pamplona
1. As notícias quase que estranham o facto de ainda não ter havido neste ano, até ao momento, nenhum morto. A largada de touros pelas ruas de Pamplona, por ocasião das festas de São Firmino (um dos santos patronos da região de Navarra, que nada tem a ver com isto…!), pertence àquelas tradições que nos deixam sem palavras. A “barbárie” recheia o turismo mas faz mal à mente; são milhares e milhares os turistas provenientes de muitos países para ver e, corajosamente, correr à frente dos touros que atravessam os cantos e recantos da cidade antiga de Pamplona. Diz-se que os turistas vêm à procura de grande “adrenalina”; mas não a querem por completo pois não correm de frente para os touros! Os resultados são feridos e mortos; todos na lógica o sabem e atiram-se com predisposição ao que vier… No primeiro dia só conseguiram oito feridos! 2. Mobilizam-se os serviços de urgência, bombeiros a socorrer os voluntariamente atropelados; os cuidados de saúde ajudam os que quiseram, consciente e livremente, ser “comidos” pelos touros. Nas bermas bate-se palmas aos valentes corajosos, grita-se, descarrega-se numa catarse a ver quem fica no chão. Os touros vão correndo no seu instinto a limpar o caminho até à arena final, a praça de touros. Tudo estranho e organizado; tudo, diga-se, sinal explícito de subdesenvolvimento civilizacional que vende grandes lugares turísticos, e ainda por cima continua a usar-se um “nome de santo” para carimbar a fasquia da intocável tradição. Faz lembrar o que acontece com São João Baptista, foi condenado por causa de uma festa e um baile, depois de defender causas de libertação, verdade e justiça; e agora fazem-se festas e bailes em nome do Santo...
3. A proclamada ordem do progresso e do desenvolvimento no não foi capaz de diferenciar e “libertar” a história de certas amarras que em nada contribuem para um diário bem comum. Há romarias e tradições lindas e dignificantes (a fortalecer e a continuar); mas há determinados hábitos tradicionais que em nada favorecem uma sociedade pacífica e harmoniosa (estes a redireccionar ou mesmo, corajosamente, a terminar). Até parece que o próprio “princípio da racionalidade” como diferenciador do que é bom e do que é mau, acaba por ficar diluído e longe das grandes manifestações colectivas que representam a ponte com a história das gentes. E mais ainda: quase que se procura o que é esquisito, diferente, contra-natura, enaltecendo-se esses heróis que enfrentam as fronteiras da vida e dos touros. 4. As ruas de Pamplona, que já não precisavam de tanta publicidade; estão em todas as estradas do mundo quando os valores da paz e do sentido de Humanidade é ameaçado. Pena que assim continua a ser! Claro que se alguém lá disser isto está liquidado… Mas também “temos” parcelas desta inquietação. A razão humana ainda tem “faces animalescas”, ainda não cresceu até ao nível de cada momento de vida pensar e activar o desígnio da paz! A única via para o futuro comum.

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