quinta-feira, 10 de abril de 2008

ANO INTERNACIONAL DA BATATA


Com uma lógica muito mais pertinente do que a da batata, a ONU proclamou 2008 como Ano Internacional da Batata (além de Ano Internacional do Planeta Terra).
Parece estranho escolher um alimento para focar nele as atenções, mas o que acontece é que uma boa parte da humanidade sofre de desnutrição, pelo que a ONU quer sublinhar que a batata tem “potencial para vencer a fome”. Vejamos: algumas das 5000 variantes da batata produzem-se em locais onde a terra é reduzida e pouco fértil; a batata requer relativamente pouca água (ao contrário do arroz e de outros cereais); 85 por cento do seu peso é comestível (50 por cento para a maior parte dos cereais); é um alimento muito nutritivo.
Estimando-se que nos próximos 20 anos a população mundial aumente 100 milhões de pessoas por ano, a batata pode desempenhar o importante papel de fornecer sustento sem delapidar o ambiente.
Como o objectivo da declaração dos anos internacionais é, em primeiro lugar, sensibilizar o público, aqui fica um alerta. Quando trincar um destes tubérculos que veio dos Andes (cordilheira da América do Sul), lembre-se que é um alimento em que o mundo põe grande esperança.

J.P.F.
Fonte: Correio do Vouga

ENTRE O SOL E A CHUVA, ONDE ESTÁ DEUS?


Neste passado domingo, dia 6, o tempo estava primaveril e eu e a minha mulher, com mais quatro casais amigos, decidimos desfrutar da tarde, amena, com um piquenique à mistura, conversando das coisas correntes da vida de cada um.
A dada altura, o Jorge refere que o calor que se faz sentir é de mais para a época do ano e que vai fazer mal a algumas culturas que tem no seu quintal.
- A continuar assim, amanhã, já vou ter que ir regar e não me convinha nada, pois estou cheio de trabalho. Pode ser que chova, amanhã – acrescentou.
O Luís, adianta que se prevê, a partir de segunda-feira, chuva, coisa de que ele não gosta muito, mas que para o Jorge era um bom sinal.
- Isso é mesmo verdade? – questiona, pouco convencido, o Jorge.
O Balseiro, disse que tinha combinado, para o dia seguinte, ter lá em casa um empreiteiro, para umas pequenas obras de reparação de um beiral dos arrumos e, se chovesse, teria que cancelar tudo.
O Paulo, o único agnóstico do grupo, juntamente com a sua esposa, culto, sadio provocador em questões religiosas, mas com uma grande dimensão espiritual e de generosidade, vira-se para mim, a sorrir, e diz-me:
- Vítor, lá tens que falar com o teu Deus para ver se Ele consegue safar o pessoal todo!
Virado para o Paulo, mas com todo o grupo a ouvir, disse-lhe que na Igreja Católica não temos deuses feitos por medida nem ao gosto dos crentes. Há um Deus único, que nos ama a todos, que não faz distinções entre homens e dá a estes plena liberdade para optarem pelas acções que melhor acharem para a sua vida e muito menos é um gestor de interesses particulares.
Desiludam-se se acham que o Paulo ficou calado. Não, não ficou. Não é hábito nele.
Como o Paulo é um homem culto e sabedor, começou a falar de toda uma série de práticas que, segundo ele, são correntes na Igreja Católica, como sejam as promessas do tipo “dás-me aquilo e eu dou-te isto”, passando pelos vários humores que temos, enquanto cristãos, na nossa relação pessoal com Deus, indo buscar exemplos do género: “Se a vida vos corre bem, Deus é bom. Se a vida vos corre mal perguntam que mal fizeram a Deus para serem castigados, logo Deus é mau, e isso é decidido por vós.”
Pouco depois, a conversa terminou e a comida e as bebidas, descontraidamente, chamavam por nós, o que muito nos confortou para o convívio poder continuar.
Uma conversa, banal e fortuita, sobre o estado do tempo e as expectativas que cada um tinha sobre o mesmo, para dia seguinte, de acordo com as suas necessidades, revelava até que ponto somos frágeis na nossa fé e nos esquecemos do Criador.
Entre o sol para uns e a chuva para outros, senti que se caminhava, ali, naquela hora, mais depressa para a manipulação de Deus do que para a compreensão do semelhante.
As dificuldades que os homens sentem em adaptarem-se a Deus são imensas, pelo que, alguns, estão sempre prontos a tentar ver se Ele se adapta a eles, mesmo não o pensando. A tentação é grande e só não o sabe quem ainda não a experimentou.
Durante alguns minutos, só se ouvia a minha voz e a do Paulo. Nem ele nem eu chegámos a saber o que o restante grupo pensava.
“Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Bem basta a cada dia o seu trabalho” (cf.: Mt 6,34).
Seria nisto que o restante grupo estava a pensar? E nós, no que pensamos?

Vítor Amorim

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Forte da Barra em ruínas espera pela recuperação


"Estão degradadas e ao abandono as instalações do antigo Forte da Barra, na freguesia da Gafanha da Nazaré, Ílhavo, um imóvel classificado de interesse público pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), sobranceiro à ria de Aveiro, que se estima ter sido construído em 1640, durante a Guerra da Restauração.
"O estado em que aquilo se encontra é fácil de ver, é só passar por lá e pela sua área circundante, com a erva a crescer por todo o lado, no meio de restos de comida que parece ser a alimentação de gatos ou de ratos ou de outro tipo de animal sem dono", desabafou, ao JN, António Angeja, do Clube Natureza e Aventura de Ílhavo. O coronel na reserva, que na sua vida profissional esteve colocado no Museu Militar, em Coimbra, preocupa-se com a história da região.
"Aquilo está tudo abandonado e acho que alguma coisa poderia ser feita", considera António Angeja, que recorda que não há muito tempo chegou a alertar os deputados eleitos para a Assembleia da República por Aveiro, "mas até agora não tive resposta nenhuma", afirmou. "Mandei-lhes um e-mail onde se diz 'Pobre Forte da Barra de Aveiro, belo ao longe mas em ruína'", contou. "Aquilo está mesmo ao lado do Jardim Oudinot, onde se tem gasto muito dinheiro em recuperação", disse.
Para António Angeja, as instalações do Forte da Barra poderiam ter bastante interesse para muitas coisas, inclusive para um Museu da Ria". "Era um óptimo local", refere."
Pode ler todo o trabalho de Jesus Zing, no Jornal de Notícias

ÍLHAVO: Serviço de Atendimento Social

Entrou em funcionamento no passado dia 8 de Abril o novo Serviço de Atendimento Social Integrado do Município de Ílhavo. Esta iniciativa permite aos utentes poderem tratar de todos os assuntos relacionados com a área social.

Na Linha Da Utopia


Entender (o que move) a Ásia

1. A medicina chinesa tem cinco mil anos. A religião mais antiga do mundo, o Hinduísmo (posteriormente reinterpretado em diversas variantes) nasceu na Índia há seis-oito mil anos. Nos tempos pós-medievais e nos inícios da chamada Idade Moderna, o “sonho” era chegar à Índia, a terra nas novas promessas, concretização dos povos europeus que coube à comitiva portuguesa de Vasco da Gama. O pós-guerra de meados do século passado começa a ver um Japão erguido na base da tecnologias de vanguarda que, então, seduziam a América do norte.
2. Na actualidade a banca americana entra na “dependência” chinesa; os tecidos e louças da Índia e China “rebentam” com os modelos tipificados ocidentais; o Japão afirma-se como potência que soube captar o segredo da visibilidade aplicada às vanguardas da eficácia científica e tecnológica da imagem. No ano 2000 das dez torres mais altas do mundo (tidas “sinal” civilizacional de progresso), oito estavam erguidas no mundo asiático. Em termos demográficos o contraste entre a Ásia e o resto do mundo “obriga” à diáspora cultural do oriente pelo mundo fora. Mas na bagagem, discreta para ir bem mais longe, não se renega a essência cultural; esta é vivida e assumida (na generalidade) com orgulho preservador.
3. O chamado mundo ocidental (se é que esta designação em tempo global ainda faz sentido…) já parece resignado; o que há décadas parecia “estranho” hoje “entranha-se”. Ainda por cima num clima que parece desordenado em relação ao mundo do trabalho, do ambiente, da dignidade da pessoa humana. Os “novos-ricos” asiáticos, após as gerações escravas precedentes, sabem lidar no tabuleiro do xadrez global, tirando partido da necessidade (a caminhar para a dependência) que o resto do mundo começa a ter do oriente. A sua diáspora estendida por todo o mundo, num mundo ocidental que “não” tem filhos, vai fazer com que daqui a algumas décadas eles estão “em casa” em todo o planeta. Nada de mal, será um facto; desde que exista “casa para todos” na matriz cultural de cada um, mesmo para os que hoje habitam este lado do mundo…
4. A questão cultural das identidades e pertenças talvez se venha proximamente a colocar como nunca na história humana. Porque como nunca viajámos tanto e tão rápido. O desafio do “entendimento humano” das diversidades na base de uma “razão” aberta na sensibilidade à cultura, ergue-se como a “chave” que pode, apesar de tudo, preservar a concepção (tida para nós como) inalienável da dignidade da pessoa humana. Este aprofundamento, agarrando “asas” de transversalidade, pode ser a “nossa sabedoria” ocidental a confrontar criativa e inclusivamente estabelecendo diálogo e “parceria” com o potencial das imensas sabedorias asiáticas. Se não tivermos “sabedoria” um dia seremos estrangeiros, desidentificados, em nossa casa. O ser e o tempo não perdoarão a distracção ocidental! E o mundo precisa da preservação aprofundada dos valores que estão nas raízes do ocidente… O diálogo (não ausência) precisa de todas as partes em presença…

UM PAÍS DESENCONTRADO


"Em nome de um laicismo que nada tem a ver com uma laicidade correcta e com um pluralismo esclarecido e construtivo, o Estado legisla à margem de exigências, põe-se do lado de quem adultera e despreza valores e princípios, sem pensar que está a caminhar para a sua ruína e a arrastar no mesmo sentido muita gente. O que está a acontecer, por força de leis, em relação ao casamento e à família, parece-nos de uma inconsciência sem limites. Outros não pensam assim. Mas, se a família tem o valor social que tem, torna-se urgente um diálogo construtivo e não uma tolerância vazia."


António Marcelino, no Correio do Vouga

CASA GAFANHOA

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