Entender (o que move) a Ásia
1. A medicina chinesa tem cinco mil anos. A religião mais antiga do mundo, o Hinduísmo (posteriormente reinterpretado em diversas variantes) nasceu na Índia há seis-oito mil anos. Nos tempos pós-medievais e nos inícios da chamada Idade Moderna, o “sonho” era chegar à Índia, a terra nas novas promessas, concretização dos povos europeus que coube à comitiva portuguesa de Vasco da Gama. O pós-guerra de meados do século passado começa a ver um Japão erguido na base da tecnologias de vanguarda que, então, seduziam a América do norte.
2. Na actualidade a banca americana entra na “dependência” chinesa; os tecidos e louças da Índia e China “rebentam” com os modelos tipificados ocidentais; o Japão afirma-se como potência que soube captar o segredo da visibilidade aplicada às vanguardas da eficácia científica e tecnológica da imagem. No ano 2000 das dez torres mais altas do mundo (tidas “sinal” civilizacional de progresso), oito estavam erguidas no mundo asiático. Em termos demográficos o contraste entre a Ásia e o resto do mundo “obriga” à diáspora cultural do oriente pelo mundo fora. Mas na bagagem, discreta para ir bem mais longe, não se renega a essência cultural; esta é vivida e assumida (na generalidade) com orgulho preservador.
3. O chamado mundo ocidental (se é que esta designação em tempo global ainda faz sentido…) já parece resignado; o que há décadas parecia “estranho” hoje “entranha-se”. Ainda por cima num clima que parece desordenado em relação ao mundo do trabalho, do ambiente, da dignidade da pessoa humana. Os “novos-ricos” asiáticos, após as gerações escravas precedentes, sabem lidar no tabuleiro do xadrez global, tirando partido da necessidade (a caminhar para a dependência) que o resto do mundo começa a ter do oriente. A sua diáspora estendida por todo o mundo, num mundo ocidental que “não” tem filhos, vai fazer com que daqui a algumas décadas eles estão “em casa” em todo o planeta. Nada de mal, será um facto; desde que exista “casa para todos” na matriz cultural de cada um, mesmo para os que hoje habitam este lado do mundo…
4. A questão cultural das identidades e pertenças talvez se venha proximamente a colocar como nunca na história humana. Porque como nunca viajámos tanto e tão rápido. O desafio do “entendimento humano” das diversidades na base de uma “razão” aberta na sensibilidade à cultura, ergue-se como a “chave” que pode, apesar de tudo, preservar a concepção (tida para nós como) inalienável da dignidade da pessoa humana. Este aprofundamento, agarrando “asas” de transversalidade, pode ser a “nossa sabedoria” ocidental a confrontar criativa e inclusivamente estabelecendo diálogo e “parceria” com o potencial das imensas sabedorias asiáticas. Se não tivermos “sabedoria” um dia seremos estrangeiros, desidentificados, em nossa casa. O ser e o tempo não perdoarão a distracção ocidental! E o mundo precisa da preservação aprofundada dos valores que estão nas raízes do ocidente… O diálogo (não ausência) precisa de todas as partes em presença…
1. A medicina chinesa tem cinco mil anos. A religião mais antiga do mundo, o Hinduísmo (posteriormente reinterpretado em diversas variantes) nasceu na Índia há seis-oito mil anos. Nos tempos pós-medievais e nos inícios da chamada Idade Moderna, o “sonho” era chegar à Índia, a terra nas novas promessas, concretização dos povos europeus que coube à comitiva portuguesa de Vasco da Gama. O pós-guerra de meados do século passado começa a ver um Japão erguido na base da tecnologias de vanguarda que, então, seduziam a América do norte.
2. Na actualidade a banca americana entra na “dependência” chinesa; os tecidos e louças da Índia e China “rebentam” com os modelos tipificados ocidentais; o Japão afirma-se como potência que soube captar o segredo da visibilidade aplicada às vanguardas da eficácia científica e tecnológica da imagem. No ano 2000 das dez torres mais altas do mundo (tidas “sinal” civilizacional de progresso), oito estavam erguidas no mundo asiático. Em termos demográficos o contraste entre a Ásia e o resto do mundo “obriga” à diáspora cultural do oriente pelo mundo fora. Mas na bagagem, discreta para ir bem mais longe, não se renega a essência cultural; esta é vivida e assumida (na generalidade) com orgulho preservador.
3. O chamado mundo ocidental (se é que esta designação em tempo global ainda faz sentido…) já parece resignado; o que há décadas parecia “estranho” hoje “entranha-se”. Ainda por cima num clima que parece desordenado em relação ao mundo do trabalho, do ambiente, da dignidade da pessoa humana. Os “novos-ricos” asiáticos, após as gerações escravas precedentes, sabem lidar no tabuleiro do xadrez global, tirando partido da necessidade (a caminhar para a dependência) que o resto do mundo começa a ter do oriente. A sua diáspora estendida por todo o mundo, num mundo ocidental que “não” tem filhos, vai fazer com que daqui a algumas décadas eles estão “em casa” em todo o planeta. Nada de mal, será um facto; desde que exista “casa para todos” na matriz cultural de cada um, mesmo para os que hoje habitam este lado do mundo…
4. A questão cultural das identidades e pertenças talvez se venha proximamente a colocar como nunca na história humana. Porque como nunca viajámos tanto e tão rápido. O desafio do “entendimento humano” das diversidades na base de uma “razão” aberta na sensibilidade à cultura, ergue-se como a “chave” que pode, apesar de tudo, preservar a concepção (tida para nós como) inalienável da dignidade da pessoa humana. Este aprofundamento, agarrando “asas” de transversalidade, pode ser a “nossa sabedoria” ocidental a confrontar criativa e inclusivamente estabelecendo diálogo e “parceria” com o potencial das imensas sabedorias asiáticas. Se não tivermos “sabedoria” um dia seremos estrangeiros, desidentificados, em nossa casa. O ser e o tempo não perdoarão a distracção ocidental! E o mundo precisa da preservação aprofundada dos valores que estão nas raízes do ocidente… O diálogo (não ausência) precisa de todas as partes em presença…