terça-feira, 4 de abril de 2006

A Gafanha vista por Júlio Dinis

"IMAGINEI-ME TRANSPORTADO À HOLANDA"
“Escrevo-te de Aveiro. São 7 horas da manhã do histórico dia de S. Miguel. Acabo de me levantar. Acordou-me o silvo da locomotiva. Abri de par em par as janelas a um sol desmaiado que me anuncia o Inverno. A primeira coisa que este sol alumiou para mim, foi a folha de papel em que te escrevo; aproveito-a, como vês, consagrando-te neste dia os meus primeiros pensamentos e o meu primeira quarto de hora. Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali. Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela. Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui. A casa em que eu moro fica fronteira à que pertenceu ao José Estêvão. Há ainda vestígios das obras que ele projectava fazer-lhe e que, por sua morte, ficaram incompletas. Tudo isto se vendeu, e dizem que por uma ninharia. Chequei a Aveiro um pouco dominado pela apreensão de que talvez viesse ser infeccionado pelos eflúvios pantanosos da terra e cair atacado por sezões, circunstância que não obstante o colorido local que me havia de dar, nem por isso me havia de ser muito agradável. Nada porém de novo me tem por enquanto sucedido, e continuo passando bem, e, o que é mais, engordando”.
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Carta escrita em Aveiro,
em 28 de Setembro de 1864,
e dirigida ao seu amigo Custódio Passos

Visita à Costa Nova

COSTA NOVA, RENOVADA, À ESPERA DE VERANEANTES (Para ver melhor clique na foto)

MENSAGEM DE PÁSCOA DO BISPO DE VISEU

Páscoa, Festa da Vida A Páscoa acontece no tempo da primavera, quando a natureza desperta e a vida ressurge e refloresce como que por milagre. Neste contexto natural do ressurgir da vida, a Páscoa cristã celebra a vida ressuscitada de Cristo como explosão de vida nova para o mundo: é, ao mesmo tempo, a festa da vida de Deus em nós, a festa da vida humana renovada em Cristo, a festa da esperança mais forte do que a morte. Por isso, esta festa expande-se: sai das igrejas para as ruas, através da visita pascal, para levar o canto do Aleluia a todas as casas e a todos os corações; comunica-se com um sorriso e um gesto de amizade nas ruas, nos autocarros, no trabalho, na escola, na família, na paróquia, nos hospitais.
O canto pascal do Aleluia mostra que a voz humana não sabe apenas gritar, gemer, chorar, mas também cantar a vida e a sua beleza. Afirma que Jesus Cristo vive, que vale a pena viver e gritar a bondade e a beleza da vida humana, protegê-la, defendê-la e promovê-la em todas as circunstâncias.
A Páscoa propõe-nos pois um programa de vida que compete a cada um acolher e realizar. Anuncio-o e ofereço-o a todos vós, com os votos de que vos ajude a compreender e a viver a alegria da Vida em Cristo e a beleza de levar apoio fraterno a cada existência humana.
Feliz Páscoa em Cristo Ressuscitado! Aleluia!
D. António Marto,
Bispo de Viseu

segunda-feira, 3 de abril de 2006

As nossas paisagens

FAROL DA BARRA DE AVEIRO
Hoje, no meu passeio matinal, um pouco antes de o Sol se ver na sua plenitude, cruzei-me com amigos na Praia da Barra. Captei, na fotografia, o casamento entre o Farol e o Obelisco, cujas inscrições valem como lição de história.
Vi que muitos passavam a correr sem as ler e senti a falta de curiosidade que algumas pessoas ostentam. Acho que não podemos nem devemos andar sempre a correr. De quando em vez vale bem a pena parar e ler o que nos é oferecido, sem nada nos exigirem em troca. Aqui fica a sugestão.

ARTE SACRA: Restauros

RESTAUROS: Todo o cuidado é pouco
Há muitas histórias de restauros (?) de Arte Sacra que me deixam perplexo. Por ignorância de quem os encomenda e por incom-petência de quem os faz. Daí que se exija a uns e a outros que não brinquem com coisas sérias e que consultem quem sabe do assunto, para se evitarem erros que podem levar a perdas irreparáveis.
Portugal é rico em Arte Sacra, o que tem de levar a um redobrado cuidado para se não perder ou prejudicar um património de valor incalculável, normalmente na posse da Igreja Católica. A Arte Sacra exposta nos museus e que, em muitos casos, é património do Estado, está, em princípio, salvaguardada dos ataques de curiosos e de incompetentes. Mas a outra, a que ainda ornamente alguns templos, essa deve merecer de todas as comunidades e dos seus primeiros responsáveis um carinho muito especial e um esforço muito grande de preservação.
Quando for chegada a hora do restauro, que é uma forma de se evitar a morte lenta das peças artísticas, então que se siga a via da consulta a quem sabe, para que o trabalho seja executado com todo o rigor e apoiado em bases científicas.
F.M.

domingo, 2 de abril de 2006

Exposição na antiga Capitania: algumas imagens

"O sentido da vida: que horizontes?"

Exposição na antiga Capitania

A não perder, até 23 de Abril “O sentido da vida:
que horizontes?”
Ontem, ao fim da tarde, a antiga Capitania, um ex-libris de Aveiro, franqueou as suas portas para que os amigos das Artes Plásticas pudessem apreciar trabalhos de 48 artistas. Com predominância de pintura, fruto das mais diversas técnicas, os artistas que responderam à chamada da Comissão Diocesana da Cultura (CDC) e da AveiroArte, com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, disseram o que pensavam do tema que lhes foi proposto: “O sentido da vida: que horizontes?”. Esta iniciativa, nascida no seio da CDC, criada há menos de um ano por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, traduz-se num passo significativo de aproximação entre a Igreja Católica e os artistas da região aveirense, em especial, numa época em que se tem verificado um certo divórcio entre fé e cultura, em especial as artes. Já lá vai o tempo em que a Igreja se manteve como o grande mecenas dos artistas. Atestam-no os ainda hoje belíssimos templos de todos os Estilos arquitectónicos, as estátuas e estatuetas que os ornamentam, as pinturas e outros traços artísticos que os decoram, bem como os museus cheios de Arte Sacra que nem sempre recebem a atenção de muitos crentes e dos amantes da arte em geral. Esta mostra, que exibe sensibilidades para todos os gostos, que reflecte maneiras de pensar sobre o sentido da vida e sobre os horizontes em que essa mesma vida se pode projectar, merece mesmo uma visita. Até 23 de Abril, da parte da tarde, não deixe de passar pela antiga Capitania, um edifício que é coevo da Arte Nova. Fernando Martins
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Foto: Claudette Albino e Gaspar Albino, que orientaram uma visita à exposição, apresentam Maria Aurora, antiga professora de Matemática, que começou a pintar há 13 anos, apenas quando se aposentou.

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