segunda-feira, 3 de abril de 2006

ARTE SACRA: Restauros

RESTAUROS: Todo o cuidado é pouco
Há muitas histórias de restauros (?) de Arte Sacra que me deixam perplexo. Por ignorância de quem os encomenda e por incom-petência de quem os faz. Daí que se exija a uns e a outros que não brinquem com coisas sérias e que consultem quem sabe do assunto, para se evitarem erros que podem levar a perdas irreparáveis.
Portugal é rico em Arte Sacra, o que tem de levar a um redobrado cuidado para se não perder ou prejudicar um património de valor incalculável, normalmente na posse da Igreja Católica. A Arte Sacra exposta nos museus e que, em muitos casos, é património do Estado, está, em princípio, salvaguardada dos ataques de curiosos e de incompetentes. Mas a outra, a que ainda ornamente alguns templos, essa deve merecer de todas as comunidades e dos seus primeiros responsáveis um carinho muito especial e um esforço muito grande de preservação.
Quando for chegada a hora do restauro, que é uma forma de se evitar a morte lenta das peças artísticas, então que se siga a via da consulta a quem sabe, para que o trabalho seja executado com todo o rigor e apoiado em bases científicas.
F.M.

2 comentários:

  1. Achei interessante a forma clara como colocou o tema “Restauros”.
    É uma crítica construtiva e que deveria merecer todo o empenho na divulgação de um assunto tão delicado como este e que é, directa e indirectamente, tão desprezado por todos nós…
    A minha experiência dita-me erros graves não só de quem faz, mas também, de quem manda fazer “Restauros”. Quantas vezes aparece um cliente que quer alterar totalmente a sua peça… Quantas vezes a peça pode ser recuperada mantendo todos os traços originais e isso não vai de encontro à vontade do cliente? Quantas peças me aparecem pintadas com tinta celulósica e outras ainda com mistura de areia? Mas, por vezes, é difícil convencer o proprietário que a peça deverá permanecer sempre com seus traços originais, deixando realçar a sua beleza natural! Ninguém imagina como é difícil trabalhar com algumas pessoas que não têm a mínima sensação do que é uma obra de arte. Mas, como meus antepassados diziam: “o cliente tem sempre razão”…
    Contudo, também há situações de restauros caricatas, executadas por pessoas que se dizem possuir todo o reportório de qualificação para executar restauros. Eis algumas: Aplicações de mármores em zonas onde só existe granito; substituição de telha de monumento por chapas de cobre; tratar o cancro da pedra mármore colocando-lhe por cima uma massa aglutinada com cimento; limpar talha com escovilhão e, de seguida, dar-lhe aparelho e logo dourá-la; e, para terminar, num dos últimos edifícios onde estive a trabalhar, dos mais importantes do País, vi estarem a limpar a mármore do edifício e, com certa frequência (quatro vezes ao dia) a mulher da limpeza com uma esfregona a limpar o mármore do chão com produtos que eram abrasivos…
    Bem, não quero ser cansativo mas este assunto também me incomoda muito e, ainda mais porque trabalho com gosto e tenho também todo o gosto de dar garantia a todos os meus trabalhos executados, enquanto Deus me der saúde.

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  2. Achei interessante a forma clara como colocou o tema “Restauros”.
    É uma crítica construtiva e que deveria merecer todo o empenho na divulgação de um assunto tão delicado como este e que é directa e indirectamente tão desprezado por todos nós…
    A minha experiência dita-me erros graves não só de quem faz mas também de quem manda fazer “Restauros”. Quantas vezes aparece um cliente que quer alterar totalmente a sua peça… Quantas vezes a peça pode ser recuperada mantendo todos os traços originais e isso não vai de encontro à vontade do cliente? Quantas peças me aparecem pintadas com tinta celulósica e outras ainda com mistura de areia? Mas, por vezes, é difícil convencer o proprietário que a peça deverá permanecer sempre com seus traços originais, deixando realçar a sua beleza natural! Ninguém imagina como é difícil trabalhar com algumas pessoas que não têm a mínima sensação do que é uma obra de arte. Mas, como meus antepassados diziam: “o cliente tem sempre razão”…
    Contudo, também há situações de restauros caricatas, executadas por pessoas que se dizem possuir todo o reportório de qualificação para executar restauros. Eis algumas: Aplicações de mármores em zonas onde só existe granito; substituição de telha por chapas de cobre; tratar o cancro da pedra mármore colocando-lhe por cima uma massa aglutinada com cimento; limpar talha com escovilhão e, de seguida, dar-lhe aparelho e logo dourá-la; e, para terminar, num dos últimos edifícios onde estive a trabalhar, dos mais importantes do País, vi estarem a limpar a mármore do edifício e, com certa frequência (quatro vezes ao dia) a mulher da limpeza com uma esfregona a limpar o mármore do chão com produtos que eram abrasivos…
    Bem, não quero ser cansativo mas este assunto também me incomoda muito e, ainda mais porque trabalho com gosto e tenho também todo o gosto de dar garantia a todos os meus trabalhos executados, enquanto Deus me der saúde.
    http://restauros.blogspot.com/

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