sábado, 19 de abril de 2008

BENTO XVI NA AMÉRICA


"É triste que tanta gente ache que a epidemia pedófila na Igreja foi uma inevitabilidade que decorre da intrínseca perversidade do clero; é triste que tantos outros considerem o caso um detalhe sem importância nem consequência. Creio, pelo contrário, que a pedofilia na Igreja foi um acontecimento repugnante mas evitável. E que muitos católicos ainda não se aperceberam do significado desta crise. Ainda há quem fale em acidentes isolados: mas foram cinco mil padres e 13 mil vítimas, só nos Estados Unidos. Que o clero católico, o mesmo que difunde uma ética exigente em tempos de caos ético, tenha estado implicado em tão grande escala em abusos de menores, eis o que não pode redundar senão em perda de autoridade moral e de confiança dos crentes."

Pedro Mexia escreveu hoje, no PÚBLICO, no caderno P2, um texto sobre a visita do Papa aos EUA. Para o ler, vá à página 2.

PONTES DE ENCONTRO


Velho, se posso e sei trabalhar?

Se já existiram tempos em que a velhice significava ter um estatuto, reconhecido, de honra, de dignidade, de sabedoria, de experiência ou de bom conselheiro, ela tende, cada vez mais, a representar um peso para a própria sociedade actual.
No dia 8 de Abril, do corrente ano, o Presidente da República, Cavaco Silva, proferiu um discurso na Fundação Calouste Gulbenkian, cujo tema era exactamente o envelhecimento.
No decorrer da sua excelente mensagem reflectiva (que deveria ser lida na íntegra), o Presidente da República afirmou, a dado passo: "No caso das empresas, questiono-me sobre se a obsessão sobre o contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores se traduz sempre num ganho efectivo de eficiência e se tal não poderá contribuir para um défice de identidade, de cultura organizacional e, mesmo, de rentabilidade.”
O Presidente da República, que até é economista, sabe bem, apesar de o nunca dizer na sua comunicação, porque é que estas coisas acontecem: a busca imediata, e a qualquer preço, do lucro das empresas, sobretudo das grandes empresas de referência nacional ou internacional.
Cavaco Silva bem sabe que a lógica que vigora nestas empresas é uma lógica que visa despedir (usa-se a expressão “emagrecer”) trabalhadores experientes, competentes e úteis, usando como pretexto (falso) o rejuvenescimento dos seus quadros.
A rentabilidade e a produtividade destas empresas, só em caso muito excepcionais, passa por medidas, deste género, que são sempre bem definidas, pontuais e transitórias.
O que se pretende com estes despedimentos, camuflados de “emagrecimentos”, ou “rejuvenescimento”, é pagar, aos novos e poucos trabalhadores que são contratados, – que são, naturalmente, inexperientes – ordenados muito mais baixos e fomentar os vínculos contratuais temporários. Reforça-se, assim, a precarização do novo trabalhador, prejudicando-se, quase sempre o Cliente, pelos maus serviços que lhe começam a ser prestados e desumaniza-se a própria empresa e a sociedade, em geral.
É verdade que, no imediato, esta forma de gestão de recursos humanos dá lucro, quase instantâneo, e os accionistas entram em gáudio, só que isto implica custos elevados, a prazo, para todos: trabalhadores, empresas, sociedade, Clientes e o próprio Estado.
Pelo mundo fora, algumas das grandes empresas que adoptaram esta política desastrosa – social e economicamente – já mudaram a sua forma de actuar e começaram a contratar os trabalhadores que, anos antes, tinham dispensado.
Esta mensagem do Presidente da República merece a atenção de todos os portugueses, pois trata de assuntos que, no caso de ele estar a exercer as funções de Primeiro-Ministro, dificilmente abordaria,
São estas aparentes contradições de discurso, resultantes dos cargos que se ocupam numa ou noutra ocasião, que acabam por desacreditar os princípios da ética e da moral. Eu sei que o Presidente da República sabe que este modelo económico, a que alguns chamam de desenvolvimento e progresso, não pode continuar por muito mais tempo, pois, de outro modo, não fazia o que fez nem deixava os recados que deixou, como é óbvio, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O nível de progresso de uma sociedade também se mede, cada vez mais, pela forma como ela vê e trata os seus idosos e não é conferindo-lhes o estatuto de inúteis ou de velhos, antes do tempo, quando estes estão em perfeitas condições para trabalhar, que ela é capaz de regenerar-se, humanizar-se, desenvolver-se e progredir solidamente. Em vez disso, regride, e não progride; escraviza e não liberta; discrimina e não congrega; divide e não une; desumaniza e não humaniza. No fundo, deseja que o homem acredite que já o não é, para que ponha em causa, o mais possível, a sua própria identidade.


Vítor Amorim

sexta-feira, 18 de abril de 2008

ARTESÃOS DA REGIÃO DE AVEIRO





A região de Aveiro é rica em artesanato. Naturalmente, também em artesãos.

Fotos do meu arquivo. Clicar nas fotos para ampliar.




REGIÃO DE TURISMO ROTA DA LUZ


"A primeira surpresa de quem visita a Região de Turismo Rota da Luz é a de tudo estar tão perto, de como em poucos minutos se pode passar dos extensos areais cheios de sol para a frescura dos pinhais e dos vinhedos, das alturas de ar vivificantes.
Porque, na verdade, apenas alguns quilómetros separam as zonas do litoral de Ovar, Murtosa, Aveiro, Ílhavo e Vagos das serranias verdejantes de Vale de Cambra e de Águeda, ou das margens do Rio Douro, em Castelo de Paiva, permitindo num dia só, bronzear o corpo numa praia e passar horas agradáveis numa paisagem de verdes e água.
A segunda é dada pela Ria, pelos seus horizontes feitos de muitos tons de azul, recortados, aqui e além, pelas pirâmides brancas do sal, as velas dos moliceiros, os milheirais e pastagens."


Fonte: Texto da Rota da Luz; Foto do meu arquivo

BENTO XVI DEFENDE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Papa na ONU

“A promoção dos direitos humanos continua a ser a estratégia mais eficaz para eliminar a desigualdade entre os países e os grupos sociais, como também para construir um maior sentimento de segurança”, afirmou Bento XVI na Assembleia Geral das Nações Unidas. A primeira missa nos EUA não coube dentro do estádio. Ler PÚBLICO on-line, página 22.

PSD: Menezes bateu com a porta

É público que Luís Filipe Menezes bateu com a porta. Registo o facto, porque o maior partido da oposição estava de rastos, com os grandes inimigos entre os seus próprios militantes. E quando assim é, não há líder que possa resistir.
Menezes bateu com a porta, mas ainda pode voltar. Se isso acontecer, Sócrates vai continuar a cantar de galo, porque os críticos de Menezes não se calarão. Com opositores destes qualquer Governo dorme descansado.
Mesmo não sendo do PSD, nem de qualquer outro partido, embora me sinta um político no activo (a política não se vive só dentro dos partidos), tenho pena que o antigo PPD de Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Magalhães Mota e outros, não consiga posicionar-se numa alternativa credível. O pior que pode acontecer a uma democracia é uma situação como esta, susceptível de levar o Governo, qualquer que ele seja, a ter no horizonte o caminho livre para fazer o que lhe apetecer.
O que me ocorre dizer neste momento é muito simples: que o PSD encontre depressa, entre os diversos candidatos à liderança ou entre os seus membros, um líder carismático, ponderado, arguto e capaz de oferecer luta, dentro de uma sociedade democrática como a nossa. Se optar por um líder de vistas curtas, de cultura mediana e sem postura de Estado, adeus PSD.
FM

AGNÓSTICOS E IGREJA CATÓLICA


Sempre que na Igreja há qualquer acontecimento que a comunicação social realça, normalmente os primeiros comentadores vêm do lado dos que se professam agnósticos ou são conhecidos como tal. Penso que é bem que assim aconteça. É sinal de que o que se passa não deixa desatentos os que se preocupam com o evoluir da sociedade e reconhecem que a acção dos cristãos ou incomoda ou não é sempre de desprezar.
Mesmo entre estes comentadores, os tons são diferentes, as perspectivas nem sempre coincidem, o que para uns é mais ou menos indiferente, para outros não o é tanto. Há preconceitos não ultrapassados e nostalgias difíceis de apagar ou esquecer.
Não falta quem se fixe mais nas pessoas da Igreja, outros mais nas suas afirmações, sempre com um misto de cultura adquirida noutro contexto e com horizontes onde a Igreja ainda cabe, apesar de tudo. Procuro estar muito atento e apreciar, sem rótulos nem preconceitos, estas críticas. Estou convicto de que se a Igreja não atende os que não concordam com ela ou pensam que os seus caminhos devem ser outros, estará cada vez estará mais ausente de tudo e mais fechada numa torre inacessível, mas insegura.
A história está cheia de páginas que denunciam atitudes de superioridade e sobranceria de membros da Igreja, sempre carregadas de consequências que não foram de conversão evangélica.
Vasco Pulido Valente faz também a sua leitura da última assembleia dos bispos, insistindo nos incómodos da Igreja ao verificar que perde cada vez mais a sua influência na sociedade portuguesa, e conclui o seu artigo no Público (4.4.08) dizendo: “Se a Igreja quer recuperar o que perdeu, esqueça finalmente o Estado e os ridículos privilégios de que ainda goza, e venha para a rua. Não há outra maneira de ganhar uma existência pública e política”.
A Igreja quando intervém em problemas de ordem ética e moral ou de bem comum e humanização social, não pode esquecer quem actua no mesmo terreno. Como instituição religiosa que tem por missão servir, também não pode pretender a recuperação de prestígios e privilégios. A sua missão é dar um contributo, no meio do marasmo reinante e, também, do pluralismo aceite, para o reencontro normal, no seio da sociedade portuguesa, do sentido da vida e da dignificação pessoal e comunitária, no contexto cultural e histórico que nos plasmou.
Também eu estou de acordo que é na rua que se ganham as batalhas em que vale a pena entrar. A Igreja tem por vocação viver com as pessoas e sempre próxima das suas vidas. Nasceu no meio do povo, sente-se ao seu serviço, alegra-se e sofre com ele, bebe da sua sabedoria e enriquece esta com a mensagem e a solidariedade evangélica. A sua pedagogia não é de palácios, de linguagem erudita, de trato privilegiado com os senhores, sem que deixe de ser para todos e para a todos ajudar a ser mais de Deus, origem e a garantia da sua dignificação. É uma pedagogia de presença e de testemunho convincente. Foi isso que o Concílio Vaticano II lhe veio recordar, quando a levou a considerar que, por sua natureza, ela é povo e não elite, povo que serve, porque ao ser servido pela hierarquia, deve ter capacidade para se tornar um povo original, fermento e referência de valores novos e determinantes, que o tempo não pode desgastar, porque são indispensáveis na ordenação da sociedade e na relação das pessoas.
Quando se esqueceu ou menosprezou o rumo certo, deu-se mais valor ao templo, que é sempre um lugar de passagem, e menos à rua, onde a vida é concreta e se joga todos os dias o destino, se alcançam as vitórias e se sentem as derrotas.
Concordo com VPV. A Igreja tem de andar na rua, falar uma linguagem que todos entendam, dialogar com todos, concordem ou não com a sua mensagem.
O mundo laico e plural aceita a Igreja hoje, se ela aceitar e respeitar as regras do jogo.

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