sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Um 2022 cheio de paz

Daqui a momentos vamos dizer adeus a 2021 e saudar 2022, com votos das maiores venturas para todos. Vamos esquecer o que foi menos agradável e lembrar o que de bom nos foi dado viver. A minha balança inclina-se, notoriamente, para o lado positivo. Então, sinto que é minha obrigação formular votos a todos os meus leitores e amigos de um 2022 cheio de paz, porque só a partir daí contribuiremos para um mundo mais harmonioso e mais fraterno.
Bom ano para todos.

Fernando Martins

Acolher o Ano Novo como Maria, a Mãe de Deus

Reflexão de Georgino Rocha
para o Dia Mundial da Paz

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, e valei-nos nos esforços e acordos que somos chamados a fazer para a construção da paz, obra artesanal de todos os dias, suavizando tensões e acalmando conflitos, sanando feridas, promovendo a justiça e a solidariedade, educando as relações humanas e laborais, assumindo o compromisso da não-violência activa e alicerçando a firmeza das nossas convicções em Jesus Cristo, vosso filho, o príncipe da paz.

Tendo a esperança como estrela que ilumina o nosso caminhar, iniciamos o Ano Novo, invocando a Bênção divina, a protecção da Mãe de Deus e o Dom da Paz. Bênção que é Jesus que veio trazer a paz à humanidade (Jo 14, 27); Mãe de Deus é Maria que a liturgia da Igreja apresenta como mãe da humanidade a abrir-se ao Ano Novo que se inicia; Dom da Paz que é a plenitude do bem-estar global e da felicidade humana e a harmonia do universo.
“O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor para ti os seus olhos e te conceda a paz”, proclama-se na primeira leitura.
Maria surge no Evangelho, numa atitude modelo para todos os que buscam Jesus: contempla o seu Menino, escuta os dizeres dos pastores, guarda-os no seu coração e medita a mensagem contida nestes acontecimentos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Padre João Gonçalves — Memórias Biográficas

Um livro para nos inspirar e ensinar

Foi lançado recentemente, em Aveiro, um livro que tem o condão de nos inspirar e ensinar a agir solidariamente. Trata-se de "Padre João Gonçalves — Memórias Biográficas 1944-2020", uma obra que não pode nem deve ficar escondida nas prateleiras das nossas estantes.  Logo na capa, ao cimo para se ver bem, há uma frase bíblica — “Fiz-me tudo para todos” 1Cor 9,22 — que se aplica, muito justamente, ao biografado, o Padre João Gonçalves, natural da Gafanha do Carmo.
O livro foi coordenado pelo diácono permanente José Carlos Costa e editado pela Tempo Novo – Diocese de Aveiro, oferecendo aos seus leitores os testemunhos de 44 conhecedores das múltiplas tarefas do Padre João, que se deu, em plenitude, aos mais desprotegidos da sociedade. Viveu sempre ao lado dos doentes, dos privados da liberdade, dos moradores nas ruas, dos excluídos da sociedade, mas também animou a cidade com espírito evangélico e solidário, com festejos que gerassem proximidade e até cortejos carnavalescos, inéditos na Igreja Católica, tanto quanto sabemos.

Pórtico de Entrada no Ano Novo

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Sagrada Família

Família humana, comunidade natural recriada pelos seus responsáveis onde velhos e novos, frágeis e fortes, sãos e doentes, homens e mulheres, crescem na bondade e alimentam a alegria de viver.

O pórtico do ano novo na liturgia da Igreja abre com o domingo da Festa da Sagrada Família. É pórtico de entrada no lar de Nazaré, no estilo de vida de Jesus, Maria e José, no ambiente relacional com a vizinhança, na oração doméstica, no trabalho honrado, na harmonia e na paz. Estes são alguns dos valores que mais brilham e podem servir de referência para as nossas famílias. Lc 2, 41-52.
Valores altamente humanizantes para todos os tempos. Consciente de que “nenhuma família é uma realidade perfeita e confecionada de uma vez para sempre” (Papa Francisco «A Alegria do Amor» 325), enuncio, apenas alguns, em jeito de bem-aventuranças e faço votos para que a família, estruturada e feliz, continue a atrair os Jovens e a mobilizar as energias de quem se dispõe a promover o bem integral da humanidade.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Estou à espera de ser zaragatoado


Ainda não chegou a minha hora de ser zaragatoado, mas deve estar para breve porque o Covid-19 e seus irmãos ou filhos não param de se multiplicar pela humanidade. Estou então preparado para enfrentar a zaragatoa.
Já estamos habituados ao surgimento de novos vocábulos a partir de novas situações, como está a ser o caso da colheita de resíduos nas narinas dos humanos, com o objetivo de descobrir se o vírus está por ali escondido e à espera de atacar.
Como sou curioso, consultei o dicionário que me esclareceu, não de forma tão simples como seria de esperar. Zaragatoa: pequena haste ou vareta com uma porção de material absorvente numa das extremidades, que se usa para efetuar colheitas de exsudados, aplicar colutórios, etc.
O dicionário que consultei adianta mais umas informações, mas fica o essencial. E eu que nunca tinha ouvido tal vocábulo!

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

À espera de melhores dias


Tenho andado por aqui a olhar o tempo e à espera de melhores dias para poder sair sem restrições, mas as condições impostas pelo coronavírus e suas variantes assustam. A ciência bem se esforça por dominar o "bicho", única forma de nos tranquilizar, mas o problema não está fácil. Pode ser que, de um dia para o outro, todo o mundo possa ficar descansado.
Durante a minha longa vida passei por receios semelhantes e por momentos complicados, mas tudo foi ultrapassado, apesar de muitas famílias enlutadas. Hoje, com a ciência a bater recordes mundiais na descoberta e produção de vacinas, creio que o coronavírus mais dia menos dia será derrotado. Vamos acreditar nisso, alimentando o nosso espírito de otimismo.
Que 2022 seja muito melhor para todos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Tantas razões sugerem esta imagem

 

Solidão? Procura de paz? Hora de descanso? Leitura tranquila? Oração? Fuga ao barulho ensurdecedor do mundo? Meditação?

O tempo

Para começar a semana

"Não há poder maior no mundo que o do tempo: tudo sujeita, tudo muda, tudo acaba."


Padre António Vieira
(1608-1697)

Em Escrito na Pedra do PÚBLICO

Natal e Novo Ano

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O Papa Francisco não manifesta muito apreço pelo reino das abstracções. Os seus textos referem-se sempre a situações concretas que procuram socorrer o presente e abrir o futuro.

1. O Natal de Jesus de Nazaré inspirou, em todas as épocas, as mais belas obras de arte – música, literatura, pintura, arquitectura – e é possível encontrar nelas uma fonte de alegria porque, como diz Emir Kusturica, a felicidade produzida pela arte é o maior feito dos seres humanos [1]. Inspirou, sobretudo, uma nova arte de viver.
Como escreveu Frederico Lourenço, na Introdução aos Quatro Evangelhos [2], “Na segunda metade do século I da era cristã, o manancial (já de si tão rico) de textos em língua grega veio a enriquecer-se ainda mais com o aparecimento de quatro textos que mudaram para sempre a História da Humanidade. Nesses textos, o leitor escolarizado da época ter-se-ia confrontado com uma temática muito diferente da que conhecia de Homero, Sófocles ou Platão. Pois nestes quatro textos não se falava das façanhas heróicas de reis e de guerreiros, nem se reportavam as conversas de aristocratas atenienses com o lazer e o dinheiro para se dedicarem à filosofia. Aqui falava-se de pescadores e de leprosos; falava-se de pessoas desprezadas pela baixa condição na sociedade, pelas suas deficiências físicas, pelos seus problemas de saúde mental; falava-se de figuras femininas que não eram as rainhas e princesas da epopeia e da tragédia gregas, mas sim mulheres normais da vida real (a queixarem-se da lida da casa ou a exercerem, talvez, a mais antiga profissão do mundo).

domingo, 26 de dezembro de 2021

Dá-me a alegria


dá-me a alegria, a sem razão nenhuma que se veja,
dou-te alegria, a sem caminhos na clareira,
a de nenhum sinal em terra nua.
dá-me a tristeza, a toda certa sem fronteiras.
dou-te tristeza, a cinza em cinza devastada,
a oiro no silêncio debruada.

por águas me verti, por rios, sementes.
de terra me vestes, a sombra do dia,
o sítio das flechas no corpo, na árvore.
no sossego das chuvas me reparto.
ficas no escuro, nos ramos nos frutos,
embrulho novelo a desajeito.

a porta quase aberta diz que me recebes,
quase fechada diz que me visitas.
assim te visite, assim te receba.
nenhuma palavra que o gesto não faça.
de águas me vista, em terra me vertas.
no corpo das flechas o sítio, nos rios.

António Franco Alexandre, Poemas 

Assírio & Alvim, pág 290

sábado, 25 de dezembro de 2021

Natal: a dignidade infinita de ser Homem

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

"O Natal do comércio chega de um dia para o outro. Fácil, tilintante, confuso, pré-fabricado. É um Natal visual. Um amontoado de símbolos. Dentro de nós, porém, sabemos que não é assim. Para ser verdade, o Natal não pode ser só isto. Não pode ser apenas para uma emoção social, para um corrupio de compensações, compras e trocas. Para ser verdade, o Natal tem de ser fundo, pessoal, despojado, interpelador, silencioso, solidário, espiritual. Acorda em nós, Senhor, o desejo de um Natal autêntico."

José Tolentino Mendonça

A festa do Natal tem de ser, é, mais do que o festival do comércio natalício. Há pessoas que chegam à noite de Natal cansadas e desfeitas, por causa dos presentes. No último instante, ainda tiveram de ir à última loja aberta, por causa de mais uma compra. Há inclusivamente pessoas para as quais o tormento das compras natalícias começa logo em janeiro, uns dias após o Natal: o que é que vão dar como presente àquele, àquela, no Natal seguinte?!...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Bom Natal para todos

Para mim, a quadra mais bonita do ano é a que estamos a viver. O Natal, e nele incluindo o Dia de Ceia, como antigamente se dizia, mexe comigo e até me comove. Tantas recordações povoam o meu espírito  e tantos familiares e amigos, que já estão em Deus, voltam hoje para a ceia da consoada, em jeito de ensaio para a confraternização universal. E se à mesa me calar, não se assustem, estou à conversa com alguém de quem tenho tantas saudades!

Bom Natal para todos

Fernando Martins

O regresso do irmão pródigo

Um conto de natal - 2007


Nas vésperas da noite de consoada falta sempre qualquer coisa mais ou menos importante para a festa da família, associada, há muito, ao nascimento de Jesus. Prendas, sobretudo. Porque não se contava com a visita de um familiar, porque as destinadas ao filho mais velho ou mais novo não se coadunavam, afinal, com os seus desejos ditos em jeito de brincadeira, porque a filha precisava de algo diferente para decorar a sala.
Não cultivo muito o gosto de fazer compras, excepto de livros, mas acompanhei uma familiar pelas lojas mais na moda ou mais agressivas na publicidade aos seus produtos. Essa minha pouca apetência pelas compras não foi fruto de uma qualquer catequese mal alinhavada, que leva à conta de puro consumismo tudo o que diz respeito a dar lembranças em datas marcantes das nossas vidas, mas, sim, a uma inexplicável falta de habilidade. As prendas, no fundo, e em especial as de Natal e Páscoa, são normalmente sinais dos nossos afectos e do nosso amor para quantos nos rodeiam. Por isso, até foi com satisfação que acompanhei, também com a minha opinião, as últimas aquisições para a noite de consoada.

O SOL BRILHOU ABRIU-SE O DIA


O SOL BRILHOU ABRIU-SE O DIA

Obrigada, Senhor
porque abriste o dia
como quem abre a porta de um sacrário.
O sol brilhou e em curtos instantes
tudo se coloriu em sintonia.
As flores sorriram, as árvores bailaram
num véu de alegria os pássaros voaram.
O que meus olhos viram
me encheu de esplendor.
O pavor fugiu
só o medo ficou escondido num canto
à espera de ver se podia ficar
mas logo lhe disse que não tinha lugar
porque o sol me lembrara
que mesmo não vendo vizinho ou vizinha
em momento algum eu estava sozinha.
A causa do medo volveu-se em vigor
por sentir a presença de Ti, Meu Senhor.
E neste Natal, esqueçamos o medo
Pensemos no muito que já se venceu
E junto ao presépio cantemos com os anjos
Em doce alegria, Hinos de louvor.


Aida Viegas

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Palheiro de José Estêvão

Gravura retirada da revista 
Arquivo do Distrito de Aveiro


NOTA: Uma curiosidade para quebrar alguma monotonia. 

Corro as portadas do meu Presépio


NATAL

Corro as portadas do meu Presépio
Aqui pousado,
Debruçado sobre a ria que lhe corre à porta.
Com os meus vivos já escassos,
Sentados em volta da mesa,
Convido os meus mortos
A entrar.

Há um rio amargo de silêncio
Que corre por todos nós.
A mesa está limpa de manjares;
Apenas as minhas lembranças
Navegam nela.
Verdadeiro maná sagrado de uma vida,
Banquete irreal de iguarias
Que partilho hoje com todos.
Já longa vai a minha jornada,
Nem sei se rasto nela deixo,
Tantas foram as vezes que bati em seixo
Esquecido no leito da estrada.

Deitaram-me à vida...
Não vieram reis, nem magos, nem estrelas
Para adoçar meu caminho magoado
Feito de rumos errantes em mar irado,
E por vezes enevoado.
Apenas me foi dito:
Vai! e sê tu todo, verdadeiro.
Nunca mostres as sombras de que és feito
Os caminhos tropeçam e enganam,
E ainda que os horizontes te pareçam negros
Nunca lhe vires as costas.
A vida é uma dança,
Depois da tempestade vem a bonança.
-------------------------------------------------------
Mãe?!... porque é que tu
E todas as «Marias»,
Pariram filhos «adormecidos»,
Sem ao menos os acordar,
E lhes perguntar
Se viver lhes era apetecido...

SENOS DA FONSECA

A maravilha de crescer em humanidade

Reflexão de Georgino Rocha
para a Missa da Aurora

 
NATAL DE ONTEM, NATAL DE HOJE

O nascimento de Jesus suscita um dinamismo extraordinário que Lucas narra de forma sóbria e discreta. Maria e José aconchegam o Menino e vêem realizadas as promessas feitas há meses pelo enviado de Deus. Contemplam-no, mais com o coração do que com os olhos, e deixam que seja o silêncio a falar. Acolhem quem O visita e ouvem quanto se diz a respeito do recém-nascido. Lc 2, 1-20.
Os pastores acorrem apressados e expectantes. Querem confirmar o que lhes havia sido anunciado. Os magos, despertos e orientados na sua curiosidade, põem-se a caminho e, errantes, vagueiam até chegar ao local do encontro. Herodes e os seus conselheiros reúnem de emergência e, temendo o pior, armam ciladas a quem os consulta e procuram eliminar a presumida ameaça ao poder. O Céu une-se à terra em admirável exultação festiva e maravilhosa coincidência.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O Moliceiro dá espetáculo

 

Ao passar hoje pela versão do meu Pela Positiva no Sapo, encontrei na primeira página esta foto que exibe um moliceiro a dar um espetáculo. Vejam como é bonito!

SONHEI...

Sonhei:
que os corações
tinham mudado;
que havia lugar na estalagem
em qualquer lado;
que a Luz dissipara as trevas
por todo o descampado;
que o Sol da Justiça
aquecera a Humanidade,
alegre, feliz,
na humildade de acolher
o Verbo da Verdade!…

O que encontrei?
Portas fechadas,
corações empedernidos. 
Barreiras levantadas;
muros de exclusão,
arame farpado;
preconceito, intolerância,
violência, perseguição;
um mar imenso
feito sepulcro de sonhos,
túnel de trevas, solidão;
multidões errantes 
em busca da Estrela,
sedentas de um bafo
terno e carinhoso…
 
Afinal,
o Meu Presépio continua!
Mas não desisto 
de sorrir e contagiar
tantos pastores multiplicados,
muitos reis magos animados,
todos disponíveis
para fazer vencer a Luz,
para fazer crescer o Amor,
para fazer sentir
que, mesmo assim,
Eu sou o Emanuel,
que sempre estou no seio
deste Mundo que caminha,
em busca de novos Céus e nova Terra,
sem dor, sem luto, sem guerra,
de vida plena e gloriosa.

Sonhei e sonharei…
E o sonho será realidade
em cada Natal
que deixes acontecer!

Querubim Silva

Participação e corresponsabilidade na Igreja

Flausino Silva
Está em marcha a caminhada sinodal desencadeada pelo Papa Francisco. É, na opinião de muitos, o maior acontecimento eclesial, depois do Concílio Vaticano II. Pela sua oportunidade, num momento conturbado da vida da Igreja (o problema da pedofilia e outros afins) e do Mundo (o terrível fenómeno dos campos de imigrantes e refugiados) e pelo modo de preparação, extensivo e aberto, desafiando leigos e cristãos das margens a dar o seu contributo. 
Desde logo nas Paróquias e suas estruturas de participação - Conselhos de Pastoral, as mais das vezes fechados, passivos e inoperantes. Mas também no plano diocesano, em que se questionam os Conselhos Presbiterais e de Pastoral, que frequentemente rodam em círculo fechado, assemelhando-se, em muitas circunstâncias, às estruturas de gestão do Estado com as suas portas giratórias. 
O êxito da caminhada também depende de cada um de nós! Tudo começa por mim, ou não começa!

Flausino Silva

NOTA: Publicado no "Correio do Vouga"

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NATAL DE LUZ

 

NATAL DE LUZ

Tanta luz
Tantas compras
Tanta festa!
Jesus!?
Que vida esta
Em que Teu esplendor
Já nem reluz.

E na azáfama
No bulício
Na confusão
Quanta ilusão!

Esquecem que há festa
Somente apenas
Porque há dois mil anos
Naquela gruta
Fria e modesta
Envolto em panos
Por nosso amor
Nasceu Jesus
Nosso Senhor.

Aida Viegas

Flor de arbusto

Flor de um arbusto do nosso quintal

Quando falta o apetite para escrever, haverá sempre uma flor para publicar. E não é verdade que uma flor, imensas vezes, diz mais que muitas palavras ou frases?

Um barco divaga

UM BARCO

Um barco divaga
sonolento
sob as ondas
redondas
do mar.

Um barco único,
minúsculo,
como uma estrelinha
brilhando
no imenso crepúsculo.

Um barco…
sem remos,
sem velas,
sem asas…

Um barco sereno,
como a brisa do mar.

Norberto Rosa

In Timoneiro,
Setembro/Outubro de 1980


Chegou o Inverno


Chegou o Inverno, para o qual fomos preparados pelo Outono. E daqui a três meses voltará  a Primavera a 20 de Março de 2022. Até lá, temos que suportar o pior que a natureza nos dá: frio, chuva e vento. Uma ou outra tempestade, mas que não seja muito agreste para ninguém, são os meus votos. 

Fernando Martins

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Boas leituras

"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde,
um cego que guia, um morto que vive."

Padre António Vieira

Com votos de boas leituras. E já agora, uma sugestão: Leiam poemas de Natal; Há tantos de tantos poetas e tão expressivos!

Os incontáveis rostos de Deus

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


O Papa Francisco, desde o começo do seu pontificado, não só não descrimina os cristãos dos não-cristãos como tudo faz para colocar todas as pessoas e grupos em diálogo, que começa pelo acolhimento recíproco.

1. As boas causas, para vencerem, precisam de bons argumentos. O ridículo não é a melhor recomendação. A defesa da igualdade não precisa de ofender a diversidade. Não se pode exigir que, na Europa, sejam erradicadas as palavras Natal e Maria como também ninguém pode ser obrigado a usá-las. Estou a referir-me a uma pergunta que fizeram ao Papa, durante a sua viagem de regresso a Roma, depois da peregrinação ecuménica a Chipre e à Grécia, à qual reagiu: “Ah, o senhor refere-se ao documento da União Europeia sobre o Natal. Isto é um anacronismo. Ao longo da história, muitos, tantas ditaduras procuraram fazê-lo. Pense em Napoleão. Pense na ditadura nazista, na comunista...É moda própria de uma laicidade aguada, de água destilada. Mas não resultou na história. Pensando na União Europeia, há uma coisa que considero necessária: a União Europeia deve assumir os ideais dos Pais fundadores, que eram ideais de unidade, de grandeza, e ter cuidado para não abrir espaço a colonizações ideológicas. Isto poderia chegar a dividir os países, causando o colapso da União Europeia.

domingo, 19 de dezembro de 2021

Proposta do Papa para este Natal

“Façamos como Maria: olhemos à nossa volta e procuremos alguém a quem possamos ajudar. Conheço algum idoso a quem possa dar alguma ajuda, fazer companhia? Que cada um pense nisso. Um serviço a alguém, uma gentileza, um telefonema? A quem posso ajudar?”

Li  aqui

Boas Festas das nossas amigas rolas


Ao fim da tarde de hoje recebemos uma visita especial, ao jeito de uma saudação de Natal. Rolas, porventura nascidas e criadas nas nossas árvores, não esquecem, julgo eu, as suas origens. Viram-nos e esperaram que as fotografássemos. Depois, foram dar uma volta.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Bacalhau é Rei

Rei Bacalhau: MMI

Vamos entrar na semana em que o bacalhau é rei e senhor todo poderoso das mesas portuguesas. Das minhas memórias, posso afiançar que o bacalhau sempre foi rei na ceia da consoada. Posta grossa bem demolhada, com batatas, couves e ovo cozido, tudo bem regado com azeite de qualidade, de preferência, mais um cheirinho de vinagre, o nosso Rei no prato é sempre saudado com ditos a condizer: A posta tem bom aspeto, é de boa lasca, está no ponto de salga. Um ou outro atira para a conversa que nunca comeu bacalhau tão bom na vida. E os entendidos avançam que este é do Atlântico Norte, que o do Pacífico é fibroso.
Quem o demolhou, cá em casa, explica o cuidado que teve: Água fresca, de manhã e à noite, sem esquecer a lasquinha arrancada com a ponta da faca para saber o estado do Rei para a festa da família. Depois saltam os doces: rabanadas, bilharacos, aletria e bolo-rei. Tudo bem regado com vinhos conforme as posses. E votos, muitos votos de que no próximo ano tudo se repita.
Boa consoada para todos os meus leitores, amigos e suas famílias.

Fernando Martins

O Natal é Deus connosco

 

Se tens tristeza, alegra-te!
O Natal é alegria.
Se tens inimigos, reconcilia-te!
O Natal é paz.
Se tens amigos, busca-os!
O Natal é encontro.
Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os!
O Natal é dádiva.
Se tens soberba, sepulta-a!
O Natal é humildade.
Se tens pecados, converte-te!
O Natal é vida nova.
Se tens trevas, acende a tua lâmpada!
O Natal é luz.
Se vives na mentira, reflete!
O Natal é verdade.
Se tens ódio, esquece-o!
O Natal é amor.
Se tens fé, partilha-a!
O Natal é Deus connosco.

Nota: De apontamentos pessoais guardados, mas cuja autoria não consigo recordar. Se alguém souber, agradeço informação.

Herbert Haag: 20 anos depois

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

O meu querido amigo Herbert Haag, talvez o maior exegeta católico do século XX, morreu fez este ano 20 anos: "partiu" no dia 23 de Agosto de 2001. Era realmente um dos maiores especialistas em ciências bíblicas, até porque dominava, para lá do latim e do grego, o hebraico, o aramaico, o ugarítico, o árabe...
O mistério da morte é que se parte sem deixar endereço. Ele acreditou, e eu com ele, que na morte não cairia no nada; pelo contrário, entraria em plenitude no mistério da infinita misericórdia de Deus, o Deus bom e amável, que Jesus anunciou por palavras e obras. Mas como é ninguém sabe. A morte é o mistério pura e simplesmente. O Absoluto tem duas faces: precisamente a morte e Deus.
Ficou a obra (Liberdade aos cristãos e A Igreja católica ainda tem futuro? estão traduzidos em português), a amizade, a saudade. Saudade, essa palavra que só a língua portuguesa tem e que, se tiver a sua raiz no latim salutem dare, donde vem também saudar, exprime o desejo de que, esteja onde estiver, esteja bem. Se a ligação for com solitate, então exprime a tristeza de quem está só porque o amigo já não está e faz-nos falta.

Dia de Nossa Senhora do Ó

Celebra-se hoje, 18 de dezembro, o dia de Nossa Senhora do Ó, cujo culto vem desde o século sétimo. Rezam as crónicas que terá começado em Toledo, atual Espanha, no ano 656. Na época de D. Afonso Henriques, esta imagem era conhecida por Nossa Senhora de Almonda. A partir de 1212, com a edificação da igreja, começou a ser conhecida por Nossa Senhora do Ó.
Nossa Senhora do Ó é a representação de Nossa Senhora grávida do Menino que haveria de estar na base de uma grande revolução que marcou a nossa era e teve por base a  construção de uma nova civilização, também chamada a civilização do amor. Projeto lindo que continua a inspirar os homens e mulheres de boa vontade.
Nossa Senhora do Ó mora também em nossa casa, concretamente no nosso quarto, por opção da Lita, com a qual concordei. Quando nos levantamos, ela olha-nos fixamente, como que a recomendar-nos que nos portemos bem. Fazemos por isso.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Papa Francisco celebra 85 anos

O Papa Francisco celebra hoje 85 anos, razão para humildemente o felicitarmos com votos de que continue a pautar a sua vida por uma entrega total à missão que assumiu, já com idade avançada. O seu amor à Igreja, indesmentível e estimulante, não deixa ninguém indiferente, mesmo os não crentes. Que Deus o proteja e o ajude a manter-se firme ao leme da barca de Pedro.

Feliz és tu porque acreditaste, Maria

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IV do Advento

"Alia a fé confiante à ousadia criativa como Isabel e Maria e ajuda a ser mais humano e feliz o Natal de tantos menosprezados sem teto nem pão, sem agasalho nem trabalho, sem consolação nem alegria de viver. Que a porta da cova de Belém se abra e haja Natal abrigado e feliz para todos."

Isabel proclama feliz, Maria, sua prima, porque acreditou na mensagem que Gabriel, o enviado de Deus, lhe anunciara. A fé de Maria abre caminho a quem acolhe Deus na sua vida e com Ele colabora na realização do projecto de salvação. A felicidade de Maria – expressa tão bem no poema/cântico do Magnificat composto certamente por Lucas – brota da leitura da história, tempo e espaço onde Deus actua e quer envolver-nos. A nossa correspondência livre e generosa origina a experiência feliz de sermos amados e responsabilizados. Lc 1, 39-45.
A fé “incarna na vida concreta, afirma o Papa Francisco na recitação do ângelus perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Toca a carne e transforma a vida de cada um”. E acrescenta: “Cada um de nós – não o esqueçamos – é uma missão a cumprir. Portanto, não tenhamos medo de perguntar ao Senhor: o que devo fazer?”

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Ordenação episcopal de D. Manuel de Almeida Trindade

EFEMÉRIDE
1962
16 de dezembro

Durante uma imponentíssima cerimónia litúrgica, realizada na Sé Nova de Coimbra e presidida pelo bispo-conde Dom Ernesto Sena de Oliveira, recebeu a  ordem episcopal D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo de Aveiro.

Calendário Histórico de Aveiro 
de António Christo 
e João Gonçalves Gaspar


Ao procurar nas redes sociais uma foto de D. Manuel de Almeida Trindade para ilustrar a nota da sua ordenação episcopal,  dei de imediato o primeiro lugar a esta. D. Manuel está nos aposentados  que a Diocese de Coimbra lhe destinou, após  o termo da sua missão em Aveiro, como segundo Bispo da restaurada diocese de aveirense. E tenho uma razão para isso.
Um dia, no regresso a Aveiro de uma reunião, eu e o saudoso Daniel Rodrigues resolvemos visitar  D. Manuel. Fizemo-nos anunciar e logo ele veio ao nosso encontro. Seguiu-se o convite para o acompanharmos. Recebeu-nos com a lhaneza que sempre cultivou. Mostrou-nos o seu recanto e o velho seminário onde havia sido professor e reitor. E como passa o tempo, D. Manuel? - A rezar, a ler e a escrever; tenho todo o tempo ocupado. Mais uma curta memória: No lançamento de um dos seus livros (Sinfonia - Notas biográficas sobre o Padre Arménio), à minha pergunta sobre o que iria fazer depois deste livro, respondeu-me de  pronto: - Vou escrever outro!

David Mourão-Ferreira - Voto de Natal


VOTO DE NATAL

Acenda-se de novo o Presépio no Mundo!
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!
Como quem na corrida entrega o testemunho,
passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.

E a corrida que siga, o facho não se apague!
Eu aperto no peito uma rosa de cinza.
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
para sentir no peito a rosa reflorida!

Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,
como a casca do ovo ao latejar-lhe vida...
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:
dentro de mim não sei qual é que se eterniza.

Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas!
Ó calor destas mãos nos meus dedos tão frios!
Acende-se de novo o presépio nas almas.
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.

David Mourão-Ferreira

NOTA: No Natal, tenho sempre presente a poesia de David Mourão-Ferreira


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

O Douro fica sempre na alma de quem o visita

Ontem, a RTP ofereceu-nos no programa da Carlos Daniel um debate sobre o Douro e suas potencialidades, que segui com interesse. Tanto bastou para me trazer à memória uma viagem oferecida pela Câmara de Ílhavo  em 2008. Por isso, aqui partilho o que então escrevi.




“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…

Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”

Miguel Torga, 
in “Portugal”

Ontem subi o Douro com olhos bem abertos à contemplação das belezas de que tanto tenho ouvido falar. E lido, em autores que cantam o rio que cortou cerce o seu leito, deixando marcas de feridas que os séculos fizeram secar. As chagas sararam, mas as crostas ressequidas lá estão, oferecendo a quem as aprecia a dureza da corrida desenfreada das águas soltas e apressadas com vontade de descansarem no oceano.
E se a beleza da paisagem é indiscutível, ao modo de nos obrigar a voltar, a paisagem bonita das velas dos barcos, de que fala Miguel Torga, já se foi com a voracidade do progresso. Os rabelos há muito que perderam o privilégio de temperar e refinar o Vinho Fino nas bolandas da descida da Régua até Gaia. Aqui recebeu o baptismo de Vinho do Porto, numa clara manobra de marketing, bem engendrada há séculos, que tais técnicas não são exclusivas dos nossos tempos.

Inês Margaça: É preciso sorte para singrar no mundo do espetáculo

Inês Margaça em entrevista ao Timoneiro


A menina que começou a gostar de música aos quatro anos e que aos cinco enfrentou as teclas de um piano, sob a orientação da professora Delta Ribau, é hoje professora de canto e intérprete de canto lírico. Soprano com domínio de voz e alma da artista, ensina canto, dá concertos e estuda a caminho do mestrado, tendo beneficiado de uma bolsa, no âmbito do Projeto Erasmus, em Itália, para onde seguirá brevemente. É ela Inês Margaça, com quem tivemos a oportunidade de conversar há dias.
O Timoneiro não pode ficar indiferente aos projetos de uma artista que assume conscientemente os desafios do Canto Lírico e merecedora de ser conhecida pelos seus conterrâneos, os gafanhões, muitos dos quais se orgulham de ela ser uma artistas qualificada e digna dos grandes palcos, aos quais há de chegar, porque vontade não lhe falta.
Depois dos primeiros passos no piano, passou pelas escolas da Casa do Povo da Gafanha da Nazaré, onde recebeu lições da Prof. Rute Simões que a ajudou a entrar no Conservatório de Aveiro, aos 9 anos, ao mesmo tempo que frequentava o ensino oficial.
Com o 3.º grau de piano, percebeu que os seus professores gostavam da sua voz. “Eu cantava tudo e mais alguma coisa e todos diziam que eu era afinadinha e que a minha voz tinha um bom timbre”, disse.
Depois, com toda a naturalidade, deu o salto para a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, do Porto, que ainda frequenta, agora no primeiro ano de mestrado. E quem sabe se logo depois não surgirá a vontade de avançar para o doutoramento!

Centro de Religiosidade Marítima merece uma visita



O Centro de Religiosidade Marítima nasceu em Ílhavo na requalificação do espaço do antigo quartel dos Bombeiros Voluntários, nas traseiras da igreja matriz de São Salvador. O espaço foi construído com gosto e arte, fundamentalmente concebido para preservar e mostrar a religiosidade marítima dos ílhavos através dos tempos. Trata-se de uma obra da responsabilidade da Câmara Municipal de Ílhavo, à qual se associou a paróquia de São Salvador, com imensas peças de âmbito religioso, muitas delas retiradas há muito dos serviços litúrgicos, mas perfeitamente restauradas. 
Muito se tem falado das preciosidades expostas, mas não posso deixar de reconhecer que tudo excedeu as minhas expetativas, tal a beleza estética, a sensibilidade artística e a riqueza do espólio que pude apreciar quando lá fui, dali saindo com a promessa de voltar. Daí que recomende vivamente aos meus leitores e amigos uma visita quanto antes. Até ao fim desde mês de dezembro a entrada é gratuita.

Horário: 
Terça a sábado 
10:00 - 13:00 / 14:00 - 18:00 
Domingo 14:00 - 18:00

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Luís Cipriano de Magalhães faleceu neste dia

Efeméride
1935
14 de Dezembro

Faleceu no Porto o Conselheiro Luís Cipriano Coelho de Magalhães, filho do Tribuno José Estêvão Coelho de Magalhães, que vivamente se interessou pelo progresso de Aveiro, mesmo pela restauração da sua Diocese. (Arquivo, XXVIII, pg. 245: Correio do Vouga, 29-2- e 23-12-1944) – J.

In "Calendário Histórico de Aveiro"

Nota: Tinha 76 anos de idade e frequentou a nossa região, habitando o célebre Palheiro da Costa Nova. Cantou a Ria e a sua família cuidou da capelinha de Nossa Senhora da Saúde. Também ali acolheu o célebre escritor Eça de Queirós. 

O Menino vem a caminho



Muito do que ouvimos, vemos e sentimos nos diz que o Menino do Presépio vem a caminho com toda a sua candura e o Advento litúrgico que a Igreja nos propõe não é mais do que uma proposta para vivermos esta quadra como um desafio à nossa responsabilidade de cristãos, que se há de projetar no tempo. No fundo, o que se pretende é que todos saibamos sair das nossas comodidades e indecisões, avançando corajosos para a construção da paz, da harmonia, da partilha solidária e da contemplação, rumo à fraternidade universal.
Santo Natal para todos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Ajudar o Advento da Alegria

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

Não podemos baixar os braços. Igrejas que entrem num verdadeiro processo de conversão ajudam o Advento da Alegria. Preparam o Natal.

1. Há exortações e exortações. Algumas parecem tão exageradas que exprimem mais o desejo de quem as faz do que a possibilidade de poderem ser levadas a sério pelos seus destinatários. A Missa deste Domingo começa com um imperativo impossível: alegrai-vos sempre! Parece uma exortação inútil, como se alguém estivesse triste porque queria. Aliás, o mesmo S. Paulo também faz outra exortação ainda mais inútil: alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram[1]. No entanto, a exortação que deu o nome ao 3.º Domingo do Advento, ao alegrai-vos sempre, acrescenta: no Senhor, isto é, no Ressuscitado, alma do Domingo para se tornar alma de toda a semana. É este o próprio fundamento do movimento cristão, com modalidades diferentes, segundo os tempos e lugares.

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro

 

"Tal como aconteceu com os pastores e com os Magos, que não só se puseram a caminho, mas a partir daquele momento começaram algo novo, também cada cristão e cada comunidade são chamados a interpretar os sinais que nos vêm de Deus e a ir ao seu encontro. Viver o Natal é fazer o caminho que eles percorreram para se encontrarem consigo mesmos e com Aquele que vinha apontar um caminho de salvação."

Ler toda a mensagem aqui

Piódão para começar a semana

Recanto 
No museu local

Igreja matriz 

Um dos meus prazeres é recordar vivências que permanecem em recantos especiais da minha memória. Hoje venho com marcas da minha passagem por Piódão, aldeia típica famosa pela originalidade do seu casario e pelas histórias que lhe estão associadas. Hoje fico-me pelas imagens, destacando a falta de gosto da igreja que destoa numa terra de xisto. A lenda (ou história) de em Piódão se ter refugiado Diogo Lopes Pacheco, um dos que assassinaram Inês de Castro, a tal que terá sido coroada rainha depois de morta, também está associada a esta terra da serra do Açor.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Manuel Ribau Teixeira já está no regaço maternal de Deus

Ontem à noite, faleceu em Lisboa o meu bom amigo Manuel Ribau Teixeira. Radicado na capital, com a família, esposa e filhos, Manuela Godinho, Pedro e Margarida, respetivamente, já está no regaço maternal de Deus um dos meus melhores amigos da infância e juventude. O seu corpo vai deixar-nos, mas o seu espírito de homem bom, dialogante, fraterno e generoso permanecerá nos seus familiares e amigos e nos que tiveram a dita de com ele trabalhar e conviver.
O seu sorriso aberto e franco e a sua palavra próxima e interessada com que me ouvia, bem como a simplicidade e humanidade das suas considerações a propósito das minha vida e projetos tocavam-me vivamente. Era, realmente, o amigo que sabia acolher e ouvir e com quem dava gosto conversar.
A nossa amizade vem da adolescência e juventude. Tempos de convívios fraternos, de diversões sadias. Sem televisões, os nossos domingos à tarde eram passados em casa dos seus pais, com a música a marcar o ritmo das nossas vidas. O Manuel tocava violino e os irmãos completavam a orquestra: O Ângelo, viola; o Plínio, bandolim ou banjo; o Diamantino, guitarra. Juntavam-se outros  que gostavam de música: O António, filho de um cantoneiro, banjo; e o Olívio Rocha, meu parente, rabecão. Eu, sem jeito para músico, ficava no lugar do público. Preferia a biblioteca da família Ribau, herdada de dois tios (Um padre e outro professor de matemática no Liceu de Aveiro), falecidos muito cedo.
O Manuel Ribau Teixeira, o mais velho, sobressaiu pelo seu apego ao estudo. Licenciou-se em Física, empregou-se e avançou para o doutoramento. Teve a gentileza de me oferecer a tese que defendeu na Universidade de Lisboa em 1983: “Processos atómicos em descargas luminescentes de Cátodo OCO.” Confessei-lhe que não percebia nada do que ele demonstrara. Ele riu-se, como era natural, e insistiu na oferta, que guardo religiosamente.
Um dia escrevi, num jornal, que o meu amigo Manuel Ribau Teixeira teria sido o primeiro doutorado da Gafanha da Nazaré. Se me enganei, não fui desmentido nem informado do contrário.
Hoje, depois de saber da sua partida para a ternura misericordiosa de Deus, elevo uma prece ao Senhor de todos os dons para que lhe dê um cantinho de onde possa contemplar os seus familiares e amigos até à hora do encontro final.

Fernando Martins

EXÉQUIAS

Velório: Amanhã, às 18 horas, na Igreja de Santa Joana Princesa, em Alvalade;
Missa de corpo presente na terça feira às 14h00;
Saída para o cemitério dos Olivais às 14h30;
Funeral às 15h00.

NO)TA: O Ângelo, o Plínio e o Josué também já faleceram. Ainda estão connosco, felizmente, o Diamantino e a Maria de Fátima.

sábado, 11 de dezembro de 2021

Papa Francisco em Lesbos

“Estamos na época dos muros e do arame farpado. […] mas não é erguendo barreiras que se resolvem os problemas e melhora a convivência. Antes pelo contrário, é unindo as forças para cuidar dos outros [...] colocando sempre em primeiro lugar o valor incancelável da vida de cada homem, de cada mulher, de cada pessoa.” O Cardeal Tolentino Mendonça conclui a sua crónica na Revista E do EXPRESSO — QUE COISA SÃO AS NUVENS — com estas palavras do Papa Francisco proferidas em Lesbos “diante de uma dolorosa migração real que não devemos esquecer”. 
A revista do EXPRESSO concluiu cada número semanal com a crónica do Cardeal Tolentino, em jeito de sugestão para nos fins de semana termos algo de positivo e expressivo para reflexão.

Se gostar de conhecer o que o Papa Francisco disse na última visita a Lesbos, clique aqui.