quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Gafanha da Nazaré - A paróquia foi criada neste dia

Bispo de Coimbra,
D. Manuel Correia de Bastos Pina,
decreta a criação da nossa paróquia 
no dia 31 de Agosto de 1910


«Vistos estes autos, etc. Pelo que d’elles consta mostra-se que muitos habitantes do logar da Gafanha, freguesia d’o Salvador de Ílhavo, no concelho do mesmo nome, d’esta Diocese, requerera a Sua Magestade El-Rei Houvesse por bem determinar que pelos meios competentes se procedesse à creação de uma nova parochia, com séde no dito logar da Gafanha e formada pelos povos do mesmo logar, o qual para esse fim será desanexado da referida freguesia de Ílhavo; Mostra-se que sua Magestade El-Rei atendendo a que a providencia reclamada é de grande conveniencia para o bem espiritual e temporal dos requerentes, sem prejuiso para a conservação da dita freguesia de Ílhavo, e conformando-se com os pareceres das superiores auctoridades ecclesiastica e administrativa e com a consulta do Supremo Tribunal Administrativo, Houve por bem por decreto de 23 de junho do corrente anno auctorisar a desanexação do referido logar da parochia a que actualmente pertence e a creação de uma parochia que com elle se pretende formar; – e – Attendendo a que pelo Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e da Justiça Nos foi enviada Copia auttentica do referido Decreto para procedermos ao respectivo processo de creação e erecção canónica.
Attendendo a que no mesmo Decreto se acha já arbitrada em cem mil reis annualmente a congrua ou derrama para o respectivo parocho da nova parochia;

Farol da Barra de Aveiro: Cronologia

Farol na atualidade


Farol em construção

Filatelia


1808 — Abril, 3 … Abertura da Barra de Aveiro;

1812 — Documentação diversa atesta a falta de um farol;

1856 — Janeiro, 28 … O Ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, ordenou a escolha do local para a construção de um farol, entre o Douro e o Mondego;

1862 — Julho, 4 … José Estêvão, na Câmara dos Deputados, solicitou ao Governo a construção de um farol na nossa costa;

1863 — Setembro, 15 … A Câmara Municipal de Aveiro apresentou a El-Rei D. Luís I uma exposição, impetrando a edificação de um farol ao sul da Barra;

1863 — Setembro, 26 … Portaria governamental ordenando que se fizesse o projeto e o orçamento;

1884 — Abril, 5 … Conclusão do projeto;

1885 — Março … Início dos trabalhos da construção;

1893 — Agosto, 31… Inauguração oficial do farol;

O Conselheiro Bernardino Machado, Ministro das Obras Públicas, ido de Aveiro, onde chegara na véspera, procedeu à inauguração do Farol da Barra: «subindo à lanterna, aí se lavrou o auto de inauguração, acendendo-se nessa ocasião pela primeira vez o mesmo farol». (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro). In Calendário Histórico de Aveiro.

1893 — Outubro, 15 … Aceso definitivamente o aparelho iluminante que funcionava a petróleo;

1936 — Montagem de grupos electrogéneos;

1951 — Rede de distribuição de energia elétrica;

1958 — Ascensor;

1987 — O Farol da Barra de Aveiro foi escolhido para figurar numa exposição filatélica; Sobre ele foi publicado um artigo no n.º 4 do mesmo ano do Boletim da Associação Internacional de Sinalização Marítima, que o ostenta na capa.


Fernando Martins

NOTA: Fontes diversas

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Igreja Sinodal na Sociedade Secular

A experiência sinodal abre caminhos.
A sociedade secular espera o contributo
dos cidadãos cristãos
para fomentar a humanização integral


(Foto Google)

A sociedade secular com a autonomia que lhe advém do Criador e da sabedoria humana que se espelha nas culturas e organizações políticas e religiosas, ó o único espaço onde a Igreja pode realizar a missão que Jesus Cristo lhe confia. A sociedade habitada pelos seres criados e enriquecida pelos dons da natureza e do trabalho humano, como bem se afirma na apresentação do pão e do vinha na eucaristia.
Esta verdade sublime tem outra face como adverte o Cardeal de Goa e Damão, na Índia, D. Filipe Néri Ferrão.
Sobre os desafios atuais dos cristãos na Índia, onde o cristianismo é minoritário, observa que ser cristão na Índia hinduísta “apresenta o mesmo tipo de problemas e desafios” que se vivem num mundo caracterizado pelo secularismo, materialismo, consumismo, “com o seu inevitável impacto sobre a vida e a vivência cristã, em entrevista à Rádio Renascença.

Grande passo para a humanidade

Neil Armstrong na Lua

"É um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade"

Neil Armstrong, 
primeiro homem na Lua

No PÚBLICO de hoje

Notas: 

1. Frase oportuna. Depois do falhanço recente do regresso da ciência às viagens interplanetárias, foi bom para eu recordar a chegada do primeiro homem à Lua;
2.  Assisti, via TV, à chegada do Homem à Lua, na sala onde estou. Comigo estava a Lita, o Pe. Domingos e sua irmã, Maria Luísa.

Ria de Aveiro — Harmonia e tranquilidade

A laguna no seu melhor

 A Ria de Aveiro, com o seu ar harmonioso, mostra cores para muitos gostos. Mas o que mais me impressiona é a serenidade de todo um ambiente capaz de nos transmitir tranquilidade ao corpo e à alma.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

António Aleixo — A sabedoria de um poeta popular


Perdida de canto a canto,
dormindo em qualquer portal;
se era rica, causa espanto,
se era pobre… é natural.

Nem sempre temos razão;
nos defeitos que apontamos,
nem todas as coisas são
como nós as encaramos.

Entre leigos e letrados,
fala só de vez em quando,
que nós, às vezes, calados
dizemos mais que falando.

domingo, 28 de agosto de 2022

Festa de Nossa Senhora da Nazaré

Nossa Senhora da Nazaré

Igreja Matriz

Não podiam faltar as cavacas

Está a decorrer até amanhã a festa de Nossa Senhora da Nazaré, com programação para todos os gostos. Hoje, além da Eucaristia, às 10h30, presidida pelo nosso prior, Pe. César Fernandes, realizou-se a procissão pelas 16h30, como manda a tradição. O coral da Filarmónica Gafanhense ficou responsável pelos cânticos. Sou testemunha de que tudo decorreu dentro da normalidade, mas não posso deixar de sublinhar a presença do Pe. Sarrico que, com os seus 94 anos, tem demonstrado uma vitalidade enorme para se dar ao serviço da comunidade. E na proclamação do Evangelho a sua voz, pausada e firme, mostra à evidência o seu entusiasmo para se dar ao serviço do Povo de Deus, na nossa terra. Isto mesmo sublinhou o nosso prior no final da Eucaristia.

Tempo de Férias




Verão. Tempo de férias para muitos. Tempo de praia para tantos. Tempo de descanso e descontração para outros. Nós embarcámos no último grupo. Fomos de abalada para o cais do Ferry que liga a Gafanha da Nazaré a São Jacinto. Carros com pessoal sem prazer de sair, que o vento cortante e fresco não aconselhava outra coisa. Nós saímos e olhámos à volta. Fotografei e desandamos.
Que todos tenham melhor sorte neste domingo da Festa de Nossa Senhora da Nazaré.

Monografia da Gafanha - 1.ª Edição

Ontem estive a ler excertos da Monografia da Gafanha, 1.ª edição, do Padre João Vieira Rezende, com data de 1936 e registo da Gráfica Ilhavense. Na capa diz 1938. Nem sei há quantos anos sonhei com esta edição. Os dias foram passando e nunca me decidira passar por um alfarrabista, numa tentativa de a comprar. Mas hoje lembrei-me de telefonar ao meu amigo Jorge Pires Ferreira, jornalista e alfarrabista, com um jeito raro de publicitar o que tem em armazém ou na sua livraria, Ror de Livros, e daí a uns minutos tinha à minha disposição a 1.ª edição da Monografia da Gafanha.
Há anos, quando ia ao Porto, em especial no dia do meu aniversário, costumava frequentar os alfarrabistas à cata de livros sobre a nossa região, mas não só. Agora, já não é preciso, porque a Ror de Livros serve bem, e quando não tem, procura.
Comprar livros em segunda mão compensa. Livros quase novos ou novos a preços módicos. E como todos andamos em maré de poupanças, vale a pena visitar os alfarrabistas.

sábado, 27 de agosto de 2022

Formação Sinodal — Nó górdio da Igreja

O nó górdio da Igreja está no desafio de desatar os nós da instituição para lançar as pontes de união indispensáveis para vivermos em comunhão missionária. Esta dinâmica passa necessariamente pela formação sinodal como tem sido atestado pelos relatos diocesanos.
“Que é isso? Questiona um canonista que com a sua jurisprudência se apressa a fazer uma leitura do que acontece na Igreja e acrescenta: Não se fala disso nem se manifesta alguma curiosidade.
Realismo? Distância crítica? Outras hipóteses são possíveis. Assumo neste artigo os relatos dos mencionados autores e proponho-me fazer um espécie de retrato da situação.

Renovar e restaurar a esperança

Salman Rushdie e o diálogo inter-religioso

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1 - Em 2006, realizou-se, em Santa Maria da Feira, o V Simpósio "Sete Sóis Sete Luas", que teve como tema "Qual é o Deus do Mediterrâneo?" Foram conferencistas Salman Rushdie, Cláudio Torres e eu próprio. O debate, moderado por Carlos Magno, durou quatro horas, com uma assistência atenta, que esgotou todos os lugares disponíveis da auditório da Biblioteca Municipal.
Evidentemente, a figura central era Salman Rushdie contra quem tinha sido lançada em 1989 pelo ayatollah Khomeini uma fatwa, isto é, um decreto religioso, condenando-o à morte por blasfémia. Trinta e três anos depois, no passado dia 12 de Agosto, Rushdie foi esfaqueado, quando se preparava para uma palestra em Nova Iorque. O atacante é Hadi Matar, um homem de 24 anos, de origem libanesa. A fatwa nunca foi levantada e havia até um prémio de mais de 3 milhões de dólares para quem assassinasse o acusado de blasfémia por causa do livro Os Versículos Satânicos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Teatro Aveirense tem nova imagem

O Teatro Aveirense acaba de lançar a sua nova identidade gráfica. A nova imagem representa uma mudança na forma de comunicar, estando presente em todos os suportes de divulgação da sua atividade.

Festa de Nossa Senhora da Nazaré

Na Gafanha da Nazaré, já se respira o ambiente da tradicional festa em honra da nossa padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, que se celebra no último domingo de Agosto. Suspensa durante dois anos, por força da pandemia, volta este ano para alegria dos devotos de Nossa Senhora e dos que vivem com prazer os momentos festivos.
O dia principal será no domingo com Eucaristia, às 10h30, na Igreja Matriz, e procissão, à tarde, às 16h30.  Uma hora antes há desfile de bandas na avenida José Estêvão.
A noite de domingo vai ser  animada por Quim Barreiros.
As festas são uma necessidade dos homens e mulheres, jovens e menos jovens, de todos os tempos. Servem para animar  e promover a alegria das pessoa, afugentar o stresse, esquecer canseiras e  trabalhos duros e criar laços de proximidade e  fraternidade. Vêm de tempos ancestrais, muitas herdadas de diversas civilizações. 
Em Portugal, realizam-se à sombra de padroeiras e padroeiros das paróquias e de outros santos e santas da agenda católica. Normalmente, acontecem no Verão. 
Presentemente, o povo de todas as idades e culturas participa em festas, com as mais variadas origens, de música, teatro,  danças e cantares, folclore e etnografia. Contudo, as tradições mais antigas continuam a manter-se.

Dia Mundial do Cão

A Lita com o Totti e a Tita

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Cão, em homenagem ao animal de estimação mais fiel ao ser humano. Diz-se que terá sido o primeiro animal a ser domesticado pelo Homem. Não faltam provas da sua lealdade e do prazer que sente em estar junto dos humanos. E quando é abandonado ou se perde, não descansa enquanto não descobre o caminho de regresso à casa onde se sentiu mais feliz. Há imensas provas da sua lealdade a quem lhe abriu as portas e dele tratou.
Pela nossa casa, passaram e viveram diversos caninos, mas os dois últimos, o Totti e a Tita, foram os que mais nos amaram. Escrevo a palavra amaram porque não encontro outra que traduza a sua dedicação e lealdade a todos os membras da família.
Foi a Lita quem os educou desde que entraram na nossa casa. E com a morte natural deles, não encontrámos coragem para os substituir. Não há um ditado que diz "Quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães"?

Um exercício interessante


Jesus convida-te: Amigo, vem ocupar o teu lugar

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXII do Tempo Comum

Na comunidade de Jesus, as atitudes devem ser diferentes, convergindo, todas, na humildade e na verdade, na gratuidade e no amor desinteressado, na atenção preferencial e delicada ao esquecido e abandonado.

Este apelo-convite surge na parábola do banquete, narrada por Jesus, na conversa, à mesa, com um fariseu que o havia convidado a tomar uma refeição em sua casa. Constitui uma espécie de resposta às atitudes dos comensais que buscam os primeiros lugares, sinal ritual da importância social e religiosa de cada um. Serve de contraponto e realça valores fundamentais a quem pretende ser discípulo e fazer parte da comunidade dos que o seguem. Lc 14, 1. 7-14.
“Jesus contrapõe à conduta regida pela lei da reciprocidade comercial – dou-te se me dás… e para que me dês também – a atitude da generosidade gratuita. Esta é a do discípulo: amar a fundo perdido. Jesus quer que os discípulos colaborem na construção do Reino para ir forjando o mundo mais humano e fraterno querido por Deus”. J. Casanova, Homilética 495, Ano C.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Poliedro Pastoral


O sonho de uma Igreja missionária capaz de construir pontes e não muros, pode refletir-se através de uma figura apresentada pelo Papa Francisco: o poliedro… Esta figura orienta-nos para saber que ser Igreja em saída significa ir em busca de todas as partes, a fim de uni-las no poliedro, arquétipo de construção social. Por isso é necessário assumir o desafio a converter o olhar e o método de interpretar a realidade a uma dimensão sistémica da vida. Cardeal Tolentino, SNPC 2.08.2022.

FÉRIAS — Museu Municipal de Ílhavo

 

Como sugestão de férias, aconselho  o Museu Municipal de Ílhavo, onde há muito que apreciar. E quando lá for faça perguntas ou leia as legendas do que está exposto. 

Há tempo para tudo

Neste mundo, tudo tem a sua hora, 
cada coisa tem o seu tempo próprio

Tempo de paz


Há o tempo de nascer e tempo de morrer;
o tempo para plantar e o tempo para arrancar;
o tempo para matar e o tempo de curar;
o tempo de destruir e o tempo de construir;
o tempo de chorar e o tempo de rir;
o tempo de estar de luto e o tempo de dançar;
o tempo de atirar pedras e o tempo de as juntar;
o tempo de se abraçar e o tempo de se afastar;
o tempo de procurar e o tempo de perder;
o tempo de guardar e o tempo de deitar fora;
o tempo de rasgar e o tempo de coser;
o tempo de calar e o tempo de falar;
o tempo de amar e o tempo de odiar;
o tempo de guerra e o tempo de paz.

(Ecl 3. 1- 8)

Em  Bíblia para todos - Edição literária 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A nostalgia faz bem à saúde

«Nos últimos anos, mais de uma dúzia de estudos analisaram o poder predominantemente “positivo” e “restaurador” da nostalgia, definindo-a como um “tampão” contra a instabilidade emocional e um “importante recurso para manter e promover a saúde psicológica”»

Afinal, a nostalgia faz bem saúde. E eu pensava que não. 

FÉRIAS — Marinhas


Aproveite as férias para visitas. Sugiro uma passagem pelas Marinhas ou Salinas que foram reaproveitadas para turista ver. Quando lá fui encontrei turistas estrangeiros, certamente aconselhados pelas agências.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Santo André espera visitantes

 

O Santo André, navio museu, é um desafio a quem passa pelo Jardim Oudinot. Renovado com gosto, é um digno representante da pesca do arrasto do fiel amigo nos mares da Terra Nova e da Groenlândia. Mas também proporciona panoramas lindíssimos a quem por ele ciranda, sobretudo em dias luminosos.

O Dia Internacional do Tráfico de Escravos e sua Abolição

(Foto Google)

O Dia Internacional do Tráfico de Escravos e sua Abolição tem lugar a 23 de Agosto. Foi escolhido o dia 23 de Agosto, em homenagem à revolta de escravos de São Domingos em 1791, pondo fim ao sistema de escravidão, que deu lugar à Independência do Haiti. Foi adotado pela UNESCO, sendo celebrado desde 1998.
A escravatura existiu desde sempre no mundo, continuando hoje, aberta ou camufladamente. A nossa história diz que a primeira “partilha” de escravos em Portugal aconteceu sob tutela do Infante D. Henrique, em Lagos, no ano de 1444. Mais de 200 homens, mulheres e crianças foram disputados entre os interessados. Li há muitos anos que o Infante D. Henrique foi o primeiro a escolher a sua quota de um quinto dos escravos, selecionando os que mais lhe convinham. Li ainda que a escravatura vai manter-se no reino até meio do século XIX, apesar de serem do Marquês de Pombal as primeiras leis que impediam a sua importação para o país, uma proibição que não se alargava a outras paragens do Império. Ainda há pouco tempo foi julgado um casal, acusado de manter trabalhadores em regime de escravatura.

Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo


Libertação de presos políticos em Portugal

O Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo celebra-se a 23 de agosto, desde 2008, quando foi assinada a Declaração de Praga sobre a Consciência Europeia e Comunismo, segundo li no Google. Este dia também é denominado por Dia da Fita Preta, como tributo a todas as vítimas dos regimes autoritários e totalitários. Quem não se lembra das vítimas da PIDE?
Se pensarmos bem, as vítimas dos regimes políticos, democráticos ou não, continuam nos dias de hoje, quando sentimos e vemos autênticos escravos em trabalhos desumanos, violentos e forçados, com salários que mal dão para comer e sem regalias. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

A Gafanha foi à bulha

Para não cair no Esquecimento

João Sarabando
              A Gafanha foi à bulha
              E a Barra foi acudir;
              S. Jacinto teve medo,
              Costa Nova pôs-se a rir...

              Ó pinheirais da Gafanha,
              botai fora o nevoeiro;
              quero ver o meu amor
              que anda no largo de Aveiro.


Em Cancioneiro de Aveiro, 
João Sarabando; 1966

domingo, 21 de agosto de 2022

Eugénio de Andrade - Um poema para este domingo

O mar. O mar novamente à minha porta.
Vi-o pela primeira vez nos olhos
de minha mãe, onda após onda,
perfeito e calmo, depois,

contras as falésias, já sem bridas.
Com ele nos braços, quanta,
quanta noite dormira,
ou ficara acordado ouvindo

seu coração de vidro bater no escuro,
até a estrela do pastor
atravessar a noite talhada a pique
sobre o meu peito.

Este mar, que de tão longe me chama.
que levou na ressaca, além dos meus navios?


Nota: A poesia tem sempre espaço no tempo de férias... e fora delas.  Boas férias para todos.

sábado, 20 de agosto de 2022

Dia Internacional do Animal Abandonado

A  nossa Nina

Celebra-se hoje, terceiro sábado de Agosto, o Dia Internacional do Animal Abandonado. Esta celebração acontece desde 1992 e tem por princípios fundamentais sensibilizar as pessoas para não abandonarem os seus animais, recolhendo e encaminhando os vadios  para estruturas vocacionadas para os receberem.
Se é verdade que há gente capaz de estimar os seus animais domésticos, também não falta quem os abandone à sua sorte, por razões nem sempre compreensíveis. Se houver dificuldades económicas, podemos garantir que os animais domésticos são os primeiros a adaptarem-se à nova situação, sem protestos. 
Por experiência própria, podemos garantir que os nossos animais, gatos, presentemente, têm alimentação garantida, cuidados recomendados pelos médicos veterinários, nomeadamente as vacinas e a esterilização.
A Nina não nasceu em berço de ouro. Veio num grupo de gatos vadios a quem garantimos água fresca e alimentação a horas certas.  Não se deixam apanhar, por mais carinhosa que a Lita se mostre. A  Nina, porém,  talvez por temperamento mais dócil, aceitou o convite para viver connosco. E cá está sempre à espera de  nos sentarmos a jeito para ela dormir uma boa  soneca, bem aconchegada.

O Apocalipse, as doze estrelas, Salman Rushdie

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

No contexto de uma reflexão sobre o Apocalipse, quero sublinhar como decisivo o diálogo inter-religioso, em ordem a evitar uma catástrofe apocalíptica. Por paradoxal que pareça, desse diálogo fazem parte também os ateus - os ateus que sabem o que isso quer dizer -, pois, "de fora", talvez mais facilmente se apercebam da superstição, idolatria, inumanidade, que tantas vezes envenenam as religiões. Voltarei ao tema.


1- O Apocalipse, último livro da Bíblia, anda constantemente associado ao esotérico, à catástrofe, ao fim do mundo... Quem nunca ouviu falar da besta, do dragão, do número 666? Quando se quer aludir a catástrofes, horrores, guerras, fim do mundo, lá vem o adjectivo tenebroso "apocapítico".
Quem quiser uma informação rápida, científica e séria, consulte as páginas que lhe dedicou o grande exegeta Padre Carreira das Neves na obra que escreveu a meu pedido: O que é a Bíblia. A título de exemplo, lá encontrará a explicação para os números: 3 é um número perfeito e o número de Deus; 3+4=7 ou 3x4=12, para simbolizar a plenitude (os dias da criação ou a aliança de Deus, respectivamente), os 144.000 assinalados são o múltiplo de 3x4x12x1.000 - 1.000 é o símbolo da universalidade - e simbolizam o novo povo de Deus. Em sentido contrário, a metade destes números só pode significar o não-tempo de Deus e a sua não-aliança, como é o caso de três e meio e de seis. Assim, 666 é o número da besta, um símbolo numérico do nome e título de Domiciano como imperador. A mulher pode designar a Igreja perseguida, a prostituta ou a noiva do Cordeiro...

A Igreja quer ouvir-te



Este convite chega-me do Conselho Episcopal Latino-Americano, CELAM. Fico surpreendido, tanto mais que vem acompanhado pelo nome do Papa Francisco. Desperta o meu desejo constante de acompanhar e viver o que acontece na Igreja. Por isso resolvi dar-lhe resposta, que partilho neste artigo.

A Igreja quer escutar-te

A Igreja quer escutar-te é uma iniciativa da RILA - Rede Informática da Igreja na América Latina – que foi apresentada à Secretaria Geral do Sínodo da Sinodalidade. Pretende levar a cabo o processo sinodal, em curso, no mundo digital para poder escutar mais pessoas sem ter importar as fronteiras e como Igreja fazer-nos cada vez mais nesta realidade.
Qual tem sido a tua experiência com a Igreja Católica? Pergunta interpelante porque não aponta a teorias, mas à relação, à vivência. Crente ou não crente, queremos que compartas a tua experiência, se te sentistes acolhido ou não. As tuas experiências nos ajudarão a reflectir e a dar o primeiro passo para uma renovação da Igreja. E para não nos remetermos à mera subjectividade, apresenta um guia pedagógico. Ajuda-nos preenchendo o questionário e a darmos o primeiro passo para uma renovação da Igreja. Responde com sinceridade e confiança.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

FAROL — De um passeio pela Ria

 

O nosso Farol da Barra de Aveiro fotografado em dia de um passeio pela laguna  em lancha segura. Refiro segura porque, como não sei nadar, nunca arriscaria a vida entrando num barco que, à vista, me não oferecesse garantias de segurança. E confesso que gostei. Quem está em terra não faz ideia da sensação de ver as povoações a partir do meio da laguna.

Dia Mundial da Fotografia - Avô Facica

Celebra-se hoje, 19 de Agosto,  o Dia Mundial da Fotografia, data em que se evoca a invenção do daguerreótipo, um processo fotográfico criado por Louis Daguerre em 1837. Posteriormente, em janeiro de 1839, a Academia Francesa de Ciências anunciou a invenção do daguerreótipo e a 19 de Agosto do mesmo ano o governo francês considerou a invenção de Daguerre como um presente “grátis para o mundo”.
Graças a esta invenção, passámos a ver o mundo com outros olhos e eternizamos no tempo as maravilhas  que nos cercam e que podemos contemplar em qualquer momento. Hoje, por exemplo, evoco, com que saudade!, o meu avô Manuel José Francisco [Facica] da Rocha, falecido em 1950. 
Depois, os artistas, aqueles que veem para além do normal, brindam-nos com momentos deliciosos de contemplação.

Tempo de Férias — Figueira da Foz: Abadias

 

A beleza da vida está em sabermos fazer pontes. Grandes ou pequenas, são fundamentais nas nossas relações pessoais. 

Nota: Figueira da Foz - Abadias, há anos.

Cuidado convosco. É estreita e baixa a porta de entrada

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXI do Tempo Comum



“Serão muitos os que se salvam?” A resposta é nossa. A decisão depende de cada um. A urgência aperta. A coerência serve de critério aferidor. A prática da justiça constitui, segundo Jesus, a porta estreita de “entrada na casa” da salvação.

A vida humana tem futuro? O que fazemos agora esgota-se no momento em que acontece ou prolonga-se para além do tempo? O que sobrevive de mim, após a morte, tem algo a ver comigo que procuro realizar-me em cada momento? O que me aguarda definitivamente tem algo a ver com as opções que faço, em cada dia, e a vida que levo?
Estas e outras preocupações – talvez não tão elaboradas – atormentam os acompanhantes de Jesus, no seu “percurso” para Jerusalém. Um anónimo ergue a voz, no meio da multidão, e condensa-a na pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” - pergunta que fica sem resposta directa. Lc 13, 22-30.
Jesus lança mão da metáfora da porta estreita e exorta a que nos esforcemos para entramos por ela na sala da felicidade. Metáfora que nos reporta à Igreja da Natividade, em Belém da Palestina.

Vila Nova de Gaia vista do Porto

 Férias com  olhos de ver



A pressa das viagens, em jeito de quem está a participar numa prova de velocidades, está muito na moda.  E a pressa de chegar ao destino de férias também nos leva a ignorar povoações talvez com passado histórico. E delas ficamos sem nada saber.

Gaia não prescindiu, tanto quanto sei, do seu nome original [Vila Nova de Gaia], nome de batismo. Nem todas as povoações procedem assim.


Como concelho, tem mais habitantes do que a chamada "capital do Norte" que é o Porto. Em comum, têm o Rio Douro e o célebre Vinho do Porto. Em Gaia ficam os armazéns de firmas que o vendem para todo o mundo. 


Da cidade do Porto, nos jardins do Palácio de Cristal, registei as fotos que hoje publico, homenageando, assim, o povo de Vila Nova de Gaia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O calão no linguajar dos ilhos


Um livro para as férias



O mais recente livro de Senos da Fonseca veio na hora certa para o tempo de férias. “O calão no linguajar dos ilhos” é um brinde para quantos respeitam os que nos antecederam “em tempos longínquos”, sendo certo que os mais idosos talvez consigam sacar do fundo das suas memórias muitas palavras e expressões, base deste livro. O autor diz sob o título Nova emposta… que as estórias apresentadas neste seu trabalho são reais, umas, e outras um pouco romanceadas, por necessidade de fixar em texto aqueles ilhavismos que, ao longo da vida, recolheu e tratou.
Quem conhece a sua obra, extensa e multifacetada, em prol da cultura dos ilhos, sabe que Senos da Fonseca salta, num ápice, das ideias para o trabalho, brindando-nos com publicações que ocupam lugares especiais nas prateleiras dos apaixonados pela leitura de obras que não cansam.
O calão faz parte das estórias, em itálico, e no final do livro, no Glossário, o leitor encontra, por ordem alfabética, o significado de cada ilhavismo.




Os meus parabéns ao Senos da Fonseca por mais um livro de grande valia, na minha ótica. E aos que gostam de ler, aqui fica a minha proposta: Leiam porque vale a pena.

F. M. 

Hora mágica

 
Para começar o dia, que vai ser quentinho, como eu gosto, nada melhor do que esperar pela hora mágica de o sol  se afogar no mar.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Tempo de Férias - Passagem por Vieira de Leiria

Tempo de férias em Vieira de Leiria

Agosto, o mês de férias por excelência, já passou para a segunda quinzena. Como o tempo passa tão a correr! Esperado por mim com ansiedade, o melhor mês do ano, com tempo quente e sem responsabilidades de maior, permite-me recordar férias de outras épocas, com os filhos à nossa volta e longe dos  hábitos do dia a dia e de tarefas profissionais. Fico, frequentemente, quietinho a lembrar terras por onde passámos e amigos que ficaram para a vida. É certo que muitos já não estão entre nós, mas de quando em vez lá nos cruzamos nas redes sociais com companheiros de horas de lazer e de vivências em comum. E quando me cruzo com alguns, ao fixá-los, faço as contas aos anos que já passaram. E são tantos, já!

Em Vieira de Leiria

E enquanto olhava à volta, dei comigo a pensar, nem sei por que carga d’ água, que era nesta praia, mais metro menos metro, que as personagens principais do célebre romance de Eça de Queirós – O Crime do Padre Amaro – veraneavam, carregando para aqui, desde Leiria, o essencial de que precisavam, para umas boas férias, de banhos de mar e de sol.

F. M. 

Erro meu ou do sistema?


A nível de informática sou pouco mais que analfabeto. Autodidata, iniciei-me por instinto, com um ou outro conselho de amigos. Depois, quando há mudanças, surgem problemas que me dão cabo da cabeça. Tento descobrir as causas e só arranjo sarilhos. Recorro a amigos e por uns tempos tudo fica bem. Hoje foi um dia desses, mas tudo se recompôs, inesperadamente. Seria erro meu ou do sistema? Será melhor atribuir a culpa ao sistema. Até ver.
Não tenho sofrido muito com os confinamentos e máscaras, talvez por estar ocupado com as questões acima referidas. Realmente, se fosse uma pessoa limitada às paredes da casa e à televisão, daria em maluco, porque nem só de leitura e de uma ou outra tarefa caseira pode viver um homem de idade avançada. Graças a Deus, vamos tendo computadores e Internet para nos informar, ensinar e ocupar, embora por vezes me deixem fora dos esquemas normais. Hoje foi um dia desses.

F. M.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

SABER APRENDER – A ler diariamente

Uma excelente reflexão 
de Miguel Oliveira Panão

1. O nosso cérebro não está preparado para ler, por isso, quando lês, estimulas o cérebro e começas a pensar melhor, diminuindo o risco de contrair doenças como a demência e o Alzheimer.

2. Quando lês, a mente entra gradualmente num período de relaxamento, desviando a nossa atenção das coisas que nos preocupam. E como a mente pode facilmente começar a vaguear enquanto lê, muitas vezes, surgem-nos, de repente, a solução para o problema que nos atormentava.

3. A mente aguçada pela leitura começa a perceber melhor a realidade, em vez da fantasia que nos oferecem através do entretenimento. Nem é tanto pelo conhecimento adquirido enquanto lemos porque o mais normal é esquecermo-nos as coisas que lemos. E sim mais a percepção que nos leva a pensar que nem tudo o que nos querem vender tem lógica e os nossos olhos começam a ver para além das palavras ou imagens bonitas. Melhoramos a capacidade de analisar o que se passa à nossa volta e sentimos que a capacidade de concentração cresce.

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Nota: Foto da rede global