segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

A alegria do amor é o melhor caminho

Crónica de  Bento Domingues 
no PÚBLICO

Não estamos condenados à tristeza da nossa condição finita. O ser humano afirma-se pelo sim que dá à vida.

1. O sentido das palavras depende muito do seu uso. Um caso interessante é o da palavra caridade. Foi destacada, por S. Paulo, como a mais excelente das três virtudes teologais – fé, esperança e caridade – que é um bem definitivo e que, neste Domingo, faz parte da liturgia da Palavra [1]. De repente, este hino à caridade foi substituído pelo hino ao amor. O ganho parece evidente: ninguém se casa por esmola, para fazer uma caridade. Por isso, desertou dos casamentos. A palavra caridade, no uso corrente, deixou de ser o amor mais excelente, o amor da pura gratuidade para ser apenas uma esmola.

As cegonhas no seu mundo

 

Ali, bem no alto, as cegonhas podem contemplar um panorama deslumbrante. O Homem soube ajudá-las e ano a ano elas não esquecem as condições que lhes foram oferecidas. Quem passa, mesmo ao longe, não deixará de usufruir o espetáculo das cegonhas a posar para a fotografia.

O povo é quem mais ordena


Ontem, dia das eleições, disse que éramos todos iguais na hora de votar. Ninguém duvida, eu sei, mas também sei que o povo é quem mais ordena. E o povo português decidiu responsabilizar o PS pela governação do País no mandato que agora se inicia, sem peias de qualquer espécie.
Os democratas aceitam as decisões eleitorais e no fim do mandato decidirão, em liberdade, o que acharem mais conveniente.
Os meus parabéns ao PS pela vitória alcançada e as minhas honras aos demais partidos pela forma digna como lutaram, tenham ou não assento no Parlamento.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Hoje somos todos iguais


A torre da igreja matriz da Gafanha da Nazaré ficou escondida, mas do recanto da janela do meu sótão não consegui melhor. A tonalidade, contudo, agradou-me bastante e aqui a dedico a todos os que hoje vão exercer um direito de cidadania. Há razões para dizer que na hora de votar todos os portugueses são iguais. Bom domingo para todos.

Mahatma Gandhi faleceu neste dia

Faz hoje anos que faleceu, em 1948, com 79 anos, Mahatma Gandhi. Ficou na história do seu país, a Índia, e do mundo como pacifista. Nasceu em 2 de outubro de 1869.
A sua vida é conhecida por todos os que assumem a defesa da verdade e a luta contra a injustiça de forma não violenta. Exemplo raramente seguido pelo mundo civilizado.
Importa reflectir sobre a lição que nos legou Gandhi para uma sociedade mais pacífica.

É de pequenino que se torce o pepino

Com saudades da Figueira da Foz


Na marina da Figueira da Foz, em tempo de pandemia, a prova evidente de que é de pequenino que se torce o pepino.

sábado, 29 de janeiro de 2022

A oração de Fernando Pessoa

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Rezar é fazer a paz dentro de nós e lembrar o essencial e olhar para o Infinito e ver o Divino em todas as coisas e contemplar a Presença viva de Deus no mais íntimo de nós e no rosto de cada homem e mulher...

1 "Não acredito em Deus porque nunca o vi." "Pensar em Deus é desobedecer a Deus, / Porque Deus quis que o não conhecêssemos / Por isso se nos não mostrou..." Estas são afirmações célebres de Fernando Pessoa.
É verdade: se não houvesse nenhuma experiência de Deus, se ele se não mostrasse, se não se desse nenhuma possibilidade de encontrá-lo, como é que alguém poderia acreditar nele?
À pessoa religiosa Deus manifesta-se tanto na natureza - na sua contingência e ao mesmo tempo na sua beleza, no seu fascínio e nos seus enigmas, remete para uma Fonte criadora -, como na história, concretamente na história da liberdade e nos seus dinamismos: no apelo ao bem e ao respeito incondicional pela dignidade humana em si mesmo/a e nos outros e nesse impulso imparável de transcendência em ordem à realização pessoal e colectiva e da realidade toda, que só no próprio Infinito pode encontrar a sua satisfação adequada.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Ser coerente como Jesus e seguir o seu caminho

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo IV do Tempo Comum


O diálogo de Jesus com os presentes na sinagoga de Nazaré põe em evidência uma coerência ousada que provoca reacções extremas. Não deixa ninguém indiferente. Dois campos se distinguem claramente. Os nazarenos passam da admiração à desconfiança, à contestação, à rejeição, ao propósito de eliminação física. Jesus, sereno, proclama a mensagem do profeta que aplica a si, e, de forma cáustica, interpela fortemente os seus contestatários. “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra” – diz-lhes, ilustrando o alcance desta afirmação com o que aconteceu a Elias e a Eliseu. Um e outro “atendem” e são ajudados por pessoas estranhas a Israel, coisa legalmente impensável pelo contacto de “impureza” que provocava. Jesus anuncia que Deus é de todos e para todos. Lc 4, 21-30.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Dia Internacional do Vinho do Porto

Celebra-se hoje, 27 de janeiro, o Dia Internacional do Vinho do Porto. Esta data foi criada em 2012 pelo Center for Wine Origins, uma instituição dos Estados Unidos da América, da qual o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) faz parte.
Segundo li no Google, “Neste dia, em qualquer parte do mundo, as pessoas são convidadas a provar um copo de vinho do Porto, a partilhar a experiência e a saber mais sobre a bebida”.
Contudo, a 10 de setembro também se comemora o Dia do Vinho do Porto, desde 2014, uma vez que foi a 10 de setembro de 1756 que foi criada pelo Marquês de Pombal aquela que é considerada a primeira região demarcada  e regulamentada do mundo, o Douro Vinhateiro.
Por estas razões, temos a obrigação de festejar o nosso Vinho do Porto, que bem o merece. E à saúde de quem o produz com garantias de excelente qualidade vou já preparar o cálice para saborear o precioso néctar.

MOÇAMBIQUE - A pobreza em pleno século XXI


“Mais de 24 mil pessoas foram afetadas, mais de 1200 casas foram totalmente destruídas, 4211 parcialmente destruídas, temos três óbitos a registar e muitas infraestruturas destruídas, pontes que obrigaram as vias de acesso a ser interrompidas”, disse o diretor da Cáritas de Moçambique, Santos Gotine, à Agência ECCLESIA.

Nota: A imagem da pobreza está patente nesta foto. Mesmo com a natureza bondosa e bonita, a pobreza persiste naquele país a que os portugueses estão ligados por laços de séculos. Os que puderem ajudar não desistam de o fazer.

Ovos Moles de Aveiro

 

Nas buscas pelos meus arquivos, veio à rede este registo referente aos Ovos Moles, doce típico de Aveiro, de que toda a gente gosta. Nos nossos convívios familiares, lá vêm eles de vez em quando para os mais gulosos, que são a maioria. Não interessa tanto a sua história, mas é justo sublinhar quanto este doce se impôs com grande êxito entre os naturais da região e também entre os turistas e demais visitantes. Se passar por Aveiro, não se esqueça de saborear os famosos Ovos Moles.

Cinema em Aveiro


Já perdi a conta aos anos que não entro numa sala clássica de cinema. Vejo filmes em casa na televisão, nos canais normais ou nos específicos, mas não é a mesma coisa. E tenho saudades.
Há tempos, vi numa grande superfície a informação de que as salas de cinema vão voltar e fiquei satisfeito com a novidade. Julguei que tais salas teriam ficado no limbo do esquecimento, assumindo a derrota imposta pelos diversos canais televisivos, mas ainda bem que vão renascer em Aveiro para os amantes dos filmes de qualidade, logicamente selecionados, para gáudio dos apreciadores.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Políticas Públicas no envelhecimento

COSTA NOVA
Cais Criativo 
11 de fevereiro

O 2.º Encontro de Políticas Públicas na área do Envelhecimento, promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo, irá decorrer no dia 11 de fevereiro, no Cais Criativo da Costa Nova, com o objetivo de “partilhar e aumentar o conhecimento sobre o envelhecimento”.
O evento promoverá debate sobre temas como boas práticas no envelhecimento, a mobilidade dos idosos na cidade, a violência sobre idosos ou as tecnologias em casa dos idosos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Era preciso sanear a região para salvar o homem

Gosto de recordar o passado
para pensar o futuro

Foto deste século

Nos finais do século XVII, sublinha o Comandante Silvério Ribeiro da Rocha e Cunha, no seu trabalho “AVEIRO – Soluções para o seu problema marítimo, a partir do século XVII”, que «A desordem económica gera a desordem dos espíritos. Cada um cobiça o pedaço de pão negro do vizinho, ou a magra caldeirada que, de quando em quando, pôde tirar da água lodosa da laguna; os povos limítrofes disputam, espancam-se brutalmente, e continuam a morrer de fome.
Das dezasseis casas nobres, que tinha havido na vila [Aveiro], restavam duas, e no caos de misérias só ficaram de pé as ordens religiosas por disciplina e obediência à sua finalidade».
Foi nesta altura e neste ambiente que os avós dos primeiros gafanhões se estabeleceram nos areais inóspitos que constituem as Gafanhas dos nossos dias.
Mais adiante, refere que no último quartel do século XVIII o problema se apresentava como necessidade «de salvação pública», condicionada «por dificuldades severíssimas. E acrescenta: «Era preciso sanear a região para defender a vida do homem, e pôr à disposição da sua actividade as riquezas latentes para lhe garantir a subsistência.»

F. M.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Gafanha da Nazaré - Retalhos para a história dos mercados

Uma verdadeira flotilha
de barcos moliceiros no cais da cidade

Venda de produtos junto da igreja, na rua, e depois no largo lateral 

Recorrendo à memória de algumas pessoas mais idosas e a poucos registos, sabe-se que os antigos gafanhões, agricultores, viviam, fundamentalmente, do que a terra produzia. O remanescente era vendido nos mercados de Aveiro. Leite de Vasconcelos refere, a este propósito, que «a venda de batatas e géneros conexos» se processava na praça de Aveiro. Citando o Padre Resende, acrescenta: «Aos domingos vê-se uma verdadeira flotilha de barcos moliceiros no cais da cidade, que no sábado à tarde ali chegam das margens de todas as Gafanhas». Diz ainda que, «com o produto da venda acode-se a despesas miúdas de primeira necessidade (comestíveis, etc.). Em casos de maior vulto (compra de adubos, lenhas, transacções de gado, etc.), recorre-se à venda por atacado dos mesmos géneros a negociantes revendedores».

Pela década de 50 do século passado, os nossos pais e avós começaram a vender os seus produtos aos domingos de manhã, na actual Avenida José Estêvão, frente à igreja matriz. De um lado e doutro da rua, alinhavam-se os vendedores. Depois das missas, os compradores enchiam o espaço. No Verão, sobretudo, tudo se complicava, com a intensificação do trânsito rumo às praias da Barra e da Costa Nova. Havia que deslocar o mercado para outro sítio. O escolhido e mais à mão foi o espaço em frente ao cemitério.
Mais amplo e sem movimento automóvel, os vendedores foram-se multiplicando, vindos da região. E dos géneros oferecidos pela terra, depressa surgiram outras mercadorias, desde roupas, calçado, utensílios domésticos até alfaias agrícolas. Os vendedores da “banha da cobra” e de produtos similares e milagrosos aproveitavam novos mercados. Cedo se reconheceu a necessidade de criar um mercado de raiz, com mais condições para compradores e vendedores, mas ainda com mais higiene.

F, M, 

Nota: Reedição 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Dia Mundial da Liberdade


O Dia Mundial da Liberdade celebra-se a 23 de janeiro, por determinação da ONU, sendo posteriormente  proclamado pela UNESCO. A liberdade é um direito de todos os seres humanos, no sentido de cada um poder fazer as suas escolhas e determinar as suas opções de vida, sem ferir as liberdades dos demais. Contudo, em Portugal, o Dia da Liberdade é festejado no dia 25 de abril, no respeito pela revolução que nos ofereceu a liberdade política, mas não só.
Importa sublinhar que a liberdade precisa de ser celebrada não apenas neste dia, mas todos os dias da nossa vida.

Dia da Escrita à Mão


Hoje, 23 de janeiro, celebra-se o Dia da Escrita à Mão. Não fazia a mínima ideia, mas o Google não pode errar nestas e noutras informações que diariamente nos faculta.
Tanto quanto sei, o hábito ou a regra de escrever à mão está a cair em desuso. Talvez nas escolas ainda se use, mas no dia a dia o computador e os simples telemóveis ocupam o espaço de cadernos de apontamentos, cartas e postais. No entanto, acredito que haja quem ainda cultive o prazer de escrever à mão.
Quem já leu “Leva-me contigo”, um livro de Afonso Reis Cabral, sabe que o jovem escritor escreveu o diário da sua viagem a pé, de Chaves a Faro, pela Estrada Nacional 2, no seu telemóvel.
As novas tecnologias, contudo, não deixarão de ditar as suas leis e mais dia, menos dia, a escrita à mão cairá nos braços dos museus.

F. M.

sábado, 22 de janeiro de 2022

São Vicente - Patrono dos Diáconos Permanentes de Aveito

Em ambiente de confinamento,
mais uma vez

São Vicente

Celebra-se hoje, 22 de janeiro, o dia de São Vicente, padroeiro de Lisboa e, decerto, de muitas outras terras ou comunidades. Em Aveiro é patrono dos Diáconos Permanentes, cujo primeiro grupo foi ordenado em 22 de maio de 1988, na Sé de Aveiro, em cerimónia presidida por D. António Baltasar Marcelino. A propósito desta data, que nunca esquecerei por pertencer àquele grupo, recebi hoje algumas notas e palavras de quem está atento à vida da Diocese de Aveiro, em que evocam o Dia do Diácono na Igreja Aveirense vivido num domingo próximo do padroeiro da capital portuguesa.
Contando com a participação dos diáconos disponíveis e suas esposas, bem como do presbítero assistente, o encontro é sempre um dia de reflexão, de celebração eucarística e de convívio, preciosos contributos para alimentar o espírito fraterno indispensável na vida e na missão evangelizadora da Igreja.

O Outono no Inverno

 


O Outono no Inverno sabe bem. É quente e sóbrio.  E encanta-me  neste dia de vento e frio. Bom fim de semana para todos.

Tudo profano, tudo sagrado

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

O ser humano é tão religioso quando reza como quando estuda ou realiza qualquer outra dimensão do seu ser

Embora simplificando muito, pode-se dizer que ao longo da história da humanidade reflexiva se impuseram três concepções fundamentais de mundo. Assim: uma concepção dualista: na raiz, há dois princípios - o princípio do bem e o princípio do mal; uma concepção monista: em última análise, há só a matéria, ou Deus e a Natureza fazem uma só realidade; o monoteísmo: o Deus transcendente e pessoal, absolutamente perfeito em si mesmo, criou o mundo a partir do nada.
Porque é que Deus criou e continuamente cria? Apresentou-se permanentemente como razão da criação a maior glória de Deus. Mas um Deus que criasse para a sua maior glória seria um Deus carente e egoísta, portanto, um Deus contraditório, um Deus que não é Deus. Assim, Deus não criou pelo seu interesse, mas apenas para o bem e a felicidade das criaturas. O único interesse na criação é o bem-estar e a realização plena das criaturas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

D. Júlio Tavares Rebimbas: Exposição e fotobiografia

No Centro de Religiosidade Marítima
até 15 de agosto, com visita gratuita

Cem anos após o nascimento de D. Júlio Tavares Rebimbas, o Centro de Religiosidade Marítima, polo museológico do Museu Marítimo de Ílhavo, inaugura uma exposição foto biográfica, na qual se realçam as qualidades de padre exemplar, nos 16 anos empenhados como prior em Ílhavo, e de um Bispo e Arcebispo com dons de eleição, nas Dioceses do Algarve (1965), Lisboa (1972), Viana do Castelo (1977) e Porto (1982).
A exposição “D. Júlio Tavares Rebimbas: centenário, exposição e fotobiografia” reúne memórias e objetos do sacerdote querido dos ilhavenses, permanecendo no Centro de Religiosidade Marítima até 15 de agosto, com visita gratuita.

Há horas para tudo

Há horas para tudo, principalmente na minha idade. Não me dou bem com euforias e muito menos com desânimos. Fico no meio termo. 
Porque estou confinado, que outra atitude não posso assumir face às notícias com que somos bombardeados a toda a hora sobre os efeitos perversos do Covid-19 e seus derivados, fico preocupado e torno-me mais cuidadoso. 
Para não falar mais do mesmo, volto-me para quem carinhosamente me acompanha em horas de maior isolamento. A Nina torna-me num privilegiado. Só me deixa por razões de força maior: comer, beber e tomar ar. E ali está junto aos livros. 
De vez em quando, desaparece, escondendo-se no meio deles. Será que anda envolvida em leituras de seu interesse?

Olhos fixos em Jesus atraídos pela Sua Palavra

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo III do Tempo Comum


A pandemia, paradoxalmente, refina o desejo de partilhar da “ceia do Senhor”, fonte e ápice da vida cristã, sacramento dos sacramentos, lugar experimental de um novo modo de viver na Igreja e no mundo

A leitura que Jesus faz na sinagoga de Nazaré, sua terra de referência, desperta a atenção da assembleia, a ponto de todos ficarem encantados e fixarem nele o olhar. A que se deverá esta atenção expectante dos presentes e esta fixação convergente de olhares? Lc 1, 1-4: 4, 14-21.
Ao facto de ser um conterrâneo recém-chegado a fazer a leitura, ele que regressava do rio Jordão, onde se tinha feito baptizar, começando a sua vida pública? Ao texto escolhido e proclamado, certamente bem conhecido, pois faz parte do livro escrito por um profeta anónimo, pelos anos 537-520 e colocado sob a autoridade de Isaías? À mensagem tão contrastante, então como agora, que convida a uma viragem interior completa: os desanimados para alimentarem a esperança, os abandonados para acreditarem que são reintegrados, os pobres e oprimidos para confiarem na libertação que se aproxima? Ao jeito e à posição de Jesus que atraía e insinuava a boa notícia contida na passagem anunciada? À afirmação inicial da sua homilia: “Hoje, cumpriu-se a mensagem da Escritura que acabais de ouvir”?.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Aveiro - Na memória de Mons. João Gaspar

“Quando penso na história milenar de Aveiro e da sua região, logo assoma em mim a rara sensação de uma estranha e única composição de terra, de água, de sol, de ar e de luz, que, no rodar da existência, é difícil encontrar em qualquer outra parte. As vagas do Atlântico, as ondinas da ria, as velas dos barcos, as proas dos moliceiros, o remanso do Vouga, a beleza dos horizontes, a pujança dos campos, o verde das florestas, o contorno das serranias, a diversidade das povoações, o primor dos edifícios, o sinuoso das ruas, a singularidade dos costumes, a característica do folclore, a animação das festas, a galhardia dos cortejos, o sentimento das devoções, a originalidade das maneiras, a esperança das famílias, a traquinice das crianças, o entusiasmo dos jovens, a faina dos marnotos, a labuta dos agricultores, a canseira dos trabalhadores, a preocupação dos empresários, o talento dos letrados, a formosura das mulheres, o altruísmo dos voluntários, a coragem dos mártires, a vida das terras, a graça das gentes…”

In NA MEMÓRIA, do livro de Mons. João Gonçalves Gaspar

À nossa volta

Pintura de uma jarra 

Com a pressa da vida, nem sempre nos damos conta do que existe de expressivo à nossa volta. Há sempre algo que nos distrai, nos chama para isto e para aquilo e nos rouba o tempo e a liberdade de apreciar o que de singelo, mas bonito, nos pode animar a nossa oportunidade de gozar a beleza. Bom dia a pensar no que está à nossa volta.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Mata da Gafanha – Um pulmão da nossa região

Mata da Gafanha

Toda a gente sabe que a Mata da Gafanha é o principal pulmão da nossa região e a sua extensão não permite que os povos que a rodeiam ou nela habitam a conheçam em profundidade­. Muitos a cruzam em todos os sentidos e identificam alguns instituições, mas tudo o mais ignoram.
O Pe. João Vieira Rezende diz, na Monografia da Gafanha, de sua autoria, que «A sementeira do penisco, começada a norte em 1888, tem sido muito morosa, ultrapassando somente depois de 1939 o sítio da capela de N. Senhora-da-Boa-Hora. Hoje [1944] está ligada com a Mata de Mira».
Como facilmente se compreende a Mata da Gafanha serviu para defesa dos terrenos agrícolas que lhe ficavam a sul, fustigados pelos ventos e pelas areias dunares, Entretanto, os seus pinheiros forneciam lenha para as lareiras gafanhoas. A recolha da frança (ramos secos que caíam naturalmente) era por vezes gratuita, ou paga, sob controle dos Guardas Florestais. Os dias de apanha eram anunciados previamente. Estavam longe outras formas de energia para o nosso povo.
Posteriormente, nasceu a Colónia Agrícola da Gafanha, de que falaremos numa próxima oportunidade.

F. M.

Nota: Publicado no TIMONEIRO

Medo da Luz


«Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, mas a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz»

Platão

Descansar também é preciso


Descansar também é preciso. Esta frase está carregada de verdade. Realmente, passei por essa análise um dia destes quando os meus olhos mo pediram. E parei a pensar nuns tempos de folga. Seria uma semana, mas não resisti. 
Cá estou de volta com a promessa de seguir alguma moderação.

Fernando Martins


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

História de um novo caminho

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A problemática do poder de dominar não é um assunto menor dos quatro Evangelhos. Era tema de debate entre os discípulos quando o mestre não estava presente: quem seria o maior quando Jesus tomasse o poder?

1. Estamos em período de eleições. Os cristãos não podem pedir aos seus escritos fundadores, ao Novo Testamento, indicações para formar partidos políticos. Jesus Cristo não deixou nenhuma receita económica, política ou religiosa para governar a sociedade. Não é desprezo pela política. Esta é uma realidade humana fundamental, bem ou mal configurada segundo os povos e as culturas, que deveria ser para conseguir o bem comum, o bem de todo o povo. Mas vamos encontrar, nesses textos, algo de radicalmente novo acerca do poder económico, político e religioso.

sábado, 15 de janeiro de 2022

Capelinha de São João da Barra

 

Já não entrava na Capelinha de São João da Barra há bastante tempo. Esta capelinha foi centro de culto durante muitas décadas. Somente deixou essa posição quando foi inaugurada a igreja da Sagrada Família, na década de 80 do século passado, que assumiu o lugar de culto mais adequado aos tempos próprios de uma terra que tem crescido social, balnear e demograficamente. Mas a capelinha lá está aberta aos seus devotos ou, melhor dizendo, aos devotos das imagens que estão patentes na zona frontal do altar-mor do pequeno templo.

Casamento saudável

 

Para abrir o apetite ao otimismo neste sábado friorento, aqui fica um casamento saudável entre o azul do céu e o ramo de flores emoldurado pelo pinheiro. Votos de excelente fim de semana.

Saborear o vinho bom que Jesus nos oferece

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo II do Tempo Comum

Este domingo inicia, no ano litúrgico, a fase do tempo comum que abre com a festa de um casamento, em que participa Jesus, sua Mãe e os discípulos, além de outros convivas. A Igreja quer destacar a importância deste episódio que tem valor de sinal de uma realidade superior: a do amor de Deus por nós, seu povo. Realidade protagonizada por Jesus que dá rosto humano a este amor divino. Que maravilha a contemplar e que apelo a acolher, a meditar e viver. Jo 2, 1-11.
A boda dos noivos de Caná da Galileia é para Jesus a oportunidade de manifestar a relação do casamento natural com o amor de Deus pelo seu povo. A relação tem o valor de símbolo e a manifestação constitui o primeiro sinal da novidade que Jesus traz à realidade humana, conjugal e familiar. A oportunidade surge quando, no decorrer da festa, vem a faltar o vinho – o que provoca um certo desconforto entre os mais atentos e solícitos.

E se Deus não existisse?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Bertolt Brecht, o dramaturgo marxista ateu, para quem a Bíblia era livro fundamental de referência, deixou esta história: "Alguém perguntou ao senhor K. se Deus existe. O senhor K. disse: Aconselho-te a reflectir sobre se o teu comportamento mudaria segundo o tipo de resposta à pergunta. Se não mudaria, podemos deixar cair a pergunta. Se mudaria, então posso pelo menos ajudar-te até ao ponto de dizer-te que já te decidiste: Precisas de um Deus."
O dramaturgo alemão viu claramente que a fé em Deus por interesse, de tal modo que se acreditaria para alcançar o Céu ou para evitar o inferno, está ferida de suspeita. Se Deus existisse como recompensa para que as pessoas façam o bem e sobretudo como travão para que deixem de fazer o mal, não estaríamos em presença de Deus, mas do Polícia do mundo. Esse Deus está ameaçado de não passar de projecção do desejo humano e do medo. Desse modo, Freud teria razão no seu ataque à religião, ao considerá-la uma ilusão infantil e infantilizante, que leva o crente simultaneamente ao aconchego e à blasfémia.
Ao crente é preciso perguntar: Se lhe fosse revelado que afinal Deus não existe?! Sentir-se-ia aliviado? Finalmente livre? O que é que mudaria na sua vida? Seria a derrocada moral? Ou pura e simplesmente não aceitaria essa "revelação", porque, ao viver de certa maneira - na dignidade, na solidariedade, na fraternidade, na beleza, na interrogação radical e sem limites... -, já experienciou que a realidade e a sua própria existência devem ter um valor e Sentido últimos? Deus não é o garante da vida moral, mas pode ser experienciado enquanto co-implicado nas grandes experiências humanas, também na existência moral. A fé significa essencialmente uma determinada atitude face ao todo da realidade e da existência.

Gafanha da Nazaré - Rua Eng. Oudinot

Jardim Oudinot


Reinaldo Oudinot nasceu em Sampigny, Diocese de Verdun, França, a 7 de outubro de 1744. Filho de Jean Oudinot, advogado e procurador fiscal do concelho.
O Engenheiro Oudinot veio para Portugal em 1766, sendo nomeado ajudante de Infantaria com exercício de engenheiro por decreto de 3 de setembro. No ano de 1768 integrou a equipa de Guilherme Elsden para levantamentos do Tejo, tendo, em 1773, assumido a direção dos trabalhos hidráulicos do Rio Lis (Leiria). Simultaneamente desenvolveu também vários estudos agrícolas relacionados com o Pinhal de Leiria.
No ano de 1770 contraiu matrimónio com Maria Vicência Mengui. Deste enlace nasceu Maria Francisca Paula Oudinot que casou com o Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, assistente do pai.
Reinaldo Oudinot assumiu, em 1801, as funções de Governador das Armas da Cidade do Porto, em plena Campanha da Guerra das Laranjeiras.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Evocando um casal amigo - Capitão Fernandes e esposa

O casal amigo 

Muitas vezes me saltam da memória inúmeras histórias e pessoas com quem convivi e de vizinhos amigos que já nos deixaram, sentindo eu a necessidade de trazer até ao presente gestos, conversas, ensinamentos e simpatias que me marcaram.
Quando nos casámos, em 1965, eu e a Lita viemos viver para a casa que ainda hoje habitamos, construída num terreno que fazia parte do quintal dos meus pais. Foi concluída, precisamente, durante a chamada lua de mel. Tempos que recordamos com muita saudade, como é compreensível.
Vivíamos para o trabalho, para os filhos que começaram a nascer e para tarefas dispersas por vários quadrantes que me não davam tempo para olhar para o quintal. Mas um dia, um vizinho amigo, em conversa amena, alertou-me para as vantagens de plantar umas árvores... demorariam o seu tempo a crescer, mas depois poderia haver fartura de fruta. Não liguei muito porque pouco conhecia dessas coisas. Porém, de vez em quando ele insistia com um sorriso sereno para me dar a volta.
Quando hoje e desde há muitos anos saboreio as nossas laranjas, vêm sempre à memória as conversas mantidas com meu vizinho, Capitão Fernandes, com quintal anexo ao meu, cheio de árvore de fruto, com predominância de laranjeiras, que ele e sua esposa, Dona Maria Júlia, mais conhecida por Dona Micas, cuidavam com esmero.
Certo dia, perante mais uma simpática insistência, disse-lhe que nada sabia de laranjeiras nem como e onde plantá-las, avançando ele de imediato: — Eu trato disso; vamos a um viveiro escolher as laranjeiras e depois tudo se resolve.
O viveiro ficava em Vale de Ílhavo. Era um sábado. O Capitão Fernandes, que conhecia o viveirista, começou a dizer o que queria, sublinhando as variedades bem definidas de que eu nunca ouvira falar. Calculou o número de árvores para a primeira fase da plantação e regressámos. No terreno, fez as medições adequadas, enxadas e pás em ação, e plantámos nem sei quantas. Os conselhos para que as laranjeiras vingassem não ficaram esquecidos. Depois seguiram-se outras árvores de fruto.

Os paroquianos quando se empenham fazem maravilhas

OFERTAS DOS REIS

Na impossibilidade de se realizar o tradicional Cortejo dos Reis, pela segunda vez consecutiva, por razões ligadas ao Covid-19, o nosso povo não deixou de colaborar, organizando-se para entregar as suas ofertas, destinadas ao leilão, cujo rendimento ainda não foi possível apurar.
O Conselho Económico e Pastoral esmerou-se, pedindo aos paroquianos que contribuíssem com as suas ofertas que foram expostas nos corredores dos salões da nossa igreja matriz, para que os interessados as pudessem apreciar e comprar, contribuindo assim para as múltiplas despesas da comunidade paroquial.
Deu para perceber que as pessoas têm saudades do Cortejo dos Reis, que se realiza na Gafanha da Nazaré há mais de um século. Por isso, compraram-se todos os presentes e, se mais houvesse, mais seriam adquiridos pelos paroquianos.
A propósito desta iniciativa, o nosso prior, Pe. César, comentou, com satisfação: “Os paroquianos quando se empenham fazem maravilhas.»

Eleições Legislativas - 30 de janeiro

Os que fugirem deliberadamente ao ato eleitoral
perdem o direito de criticar os que nos governam


No próximo dia 30 de janeiro, vamos ser chamados a votar para as legislativas. Os inscritos nos cadernos eleitorais têm a obrigação moral e cívica de participar nas eleições, votando nos partidos legalmente constituídos, contribuindo, assim, para a escolha dos que hão de responsabilizar-se pela governação do país. 
Todos sabemos que o número de abstenções tem sido elevado por razões diversas, mas é chegada a hora de acreditarmos na importância das eleições, sobretudo agora em que o nosso país precisa da colaboração de todos para sair da triste situação de um dos mais endividados da Europa. 
Os que fugirem deliberadamente ao ato eleitoral perdem o direito de criticar os que nos governam.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

GAFANHA DA NAZARÉ - Primeira Junta de Freguesia

No dia 2 de Janeiro de 1914 tomou posse a primeira Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, que substituiu a Comissão Paroquial Administrativa que geriu os destinos da nossa terra desde 27 de Outubro de 1910 a 31 de Dezembro 1913. Naquele dia, compareceram os cidadãos José da Silva Mariano, Manuel José Francisco da Rocha, Manuel Conde, Alberto Ferreira Martins e João Sardo Novo, ultimamente eleitos membros efectivos da nova junta da Paróquia desta freguesia da Gafanha, como consta das respectivas actas arquivadas na secretaria da Câmara Municipal deste concelho e na secretaria do Governo Civil deste distrito, e o senhor regedor desta freguesia, Silvério Vieira, também estava presente.
Os eleitos, constituídos em sessão, elegeram José da Silva Mariano como presidente e João Sardo Novo como Tesoureiro, nomeando seu secretário o vogal Alberto Ferreira Martins. A nova Junta também elegeu para vice-presidente Manuel José Francisco da Rocha e deliberou que as suas sessões se efectuassem na sacristia do lado oeste da Igreja Paroquial desta freguesia pelas onze horas do primeiro e terceiro domingo de cada mês.

Notas:
1. A foto da igreja que substituiu a primitiva, localizada na Chave, foi inaugurada em 12 de Janeiro de 1912;
2. A sacristia referida ficava do lado direito do templo, ao fundo;
3. Texto reduzido.
4. Não haverá por aí, perdidas em gavetas, fotografias dos membros da primeira Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré?  Eu possuo a do meu avô, Manuel José Francisco da Rocha. 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

FAROL ornamentado

 

O nosso farol, o mais alto de Portugal, mantém sempre o mesmo interesse apoiado na sua dignidade. Gostamos dele como símbolo da determinação de quem o requereu e exigiu. E ali está, firme e altaneiro, desde 1893, a requerer a nossa atenção, com ou sem decoração.

ÍLHAVO - Restauração do concelho foi há 124 anos


Amanhã, 13 de janeiro, pelas 17h30, decorre no Centro de Religiosidade Marítima, em Ílhavo, uma sessão sobre a restauração do concelho, com o lançamento da biografia de Manuel Maria Bolais Mónica, de António Vítor Carvalho; a palestra “Manuel Bolais Mónica e a religiosidade bacalhoeira”, por Pedro Silva; a visualização do filme “O bota-abaixo do S. Jorge”, comentado por Ana Maria Lopes, e a inauguração de uma exposição sobre os Estaleiros Mónica.

Andanças: São Miguel - Lagoa

 


Nas minhas andanças, em dia enevoado, em São Miguel, esta imagem de Lagoa, com o branco do casario a sobressair entre o verde sempre presente da vegetação, fixou-se na minha memória. Tudo tão simples, tão natural, tão bonito.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Dia Internacional do Obrigado

Celebrou-se hoje, 11 de janeiro, o Dia Internacional do Obrigado. Agradecer com um obrigado tantas gentilezas com que nos brindam, amigos e até desconhecidos, está nos hábitos de gente educada, mas ainda encontramos nos caminhos do nosso dia a dia algumas pessoas indiferentes à boa educação. Contudo, é certo que esta celebração nasceu para crescermos nesta linha. E se nos habituarmos, confirmaremos que não custa nada sermos mais atenciosos, delicados e agradecidos.

A dança das gaivotas



Nós somos assim: Ora melancólicos, ora esfusiantes. De manhã acordei assim-assim. Depois, na Praia da Barra, com farol à vista e mar a encher os olhos de quem o vê, tudo se modifica para o bem. As gaivotas esfomeadas perseguem o barco que regressa a caminho do Porto de Pesca Costeira, decerto com peixe fresco. Algum cairá na rede delas. E a anunciar a proximidade do petisco, ensaiam uma dança de alegria incontida.

Hoje acordei assim


O nosso estado de espírito é como as marés. Vai e vem a ritmos certos, quer chova quer faça sol. Umas vezes andamos eufóricos e de vez em quando ficamos apáticos sem razões que o justifiquem. Gostava de saber por que razão estou hoje como estes blocos tristes. Talvez o sol que brilha lá fora me anime porque a vida tem mesmo de continuar.  

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O Natal que não passa

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

"Jesus não nasceu feito, foi-se fazendo como ser humano, na relação com Deus e com o mundo."

1. Desde o século XVIII, foram muitas as pesquisas sobre o Jesus da história e o Cristo da fé. Hoje, já não estamos habitados pela fúria historicista. A grande questão actual é a da significação do itinerário de Jesus espelhado no Novo Testamento, quer seja nas epístolas, mas sobretudo nos quatro Evangelhos. Podemos sempre perguntarmo-nos: que sentido, que beleza, que responsabilidade, que alimento a sua presença viva traz à nossa vida quotidiana? Jesus é uma presença que alimenta a vida do amor, da esperança, da fé num mundo que, muitas vezes, parece absurdo. É a adesão à pessoa e à mensagem de Jesus Cristo que se torna a alma da nossa alma.
É verdade que a referência essencial do Natal é Jesus que “nasceu durante o reinado do imperador romano Augusto, certamente antes da morte de Herodes, o Grande, porque teve lugar na Primavera do ano 4 a. C. Não é possível precisar mais a data exacta do seu nascimento. Os historiadores coincidem em situá-la entre os anos 6 e 4 antes da nossa era. Provavelmente, nasceu em Nazaré, embora Mateus e Lucas falem de Belém, por razões teológicas. De qualquer maneira, Nazaré foi a sua primeira pátria. Os seus pais chamavam-se Maria e José”[1].

domingo, 9 de janeiro de 2022

Lurdes Castro - Aprende tudo o que há por aí


"Ou tu és um pintor primitivo, e estás no teu cantinho, ou, se estás de olhos abertos, trata de aprender tudo o que há por aí"

Lurdes Castro
(1930 - 2022)

Em "Escrito na Pedra" 
no PÚBLICO de hoje

Nota: A artista faleceu ontem com 91 anos

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«A sua obra torna-se um rito de elogio do vivo e de louvor do dom da vida, que nos propõe comungar tanto numa manifestação simples e rigorosa da alegria, quanto no crescimento do amor para a eternidade. Como evidenciam várias das suas mais significativas criações e algumas imperecíveis experiências de irradiação espiritual na receção da sua obra – veja-se, por exemplo, o grande painel na parede por trás do altar da Capela do Rato”»

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Os Navios dos Descobrimentos – Memórias e Modelos


Ler “Os Navios dos Descobrimentos – Memórias e Modelos” de António Marques da Silva, editado por Amigos do Museu de Ílhavo, com data de Novembro de 2021, é ficar a saber mais sobre os “navios que se admite terem sido utilizados pelos portugueses, desde que decidiram dobrar o malfadado Cabo Bojador”, afirma o autor na Introdução a esta obra de excelente apresentação. Trabalho que dedicou "aos amigos do modelismo náutico, que com os seus pequenos modelos perpetuam as imagens dos navios que pelo valor que representam não devem ser esquecidos".
Diz mais adiante, no mesmo espaço, que “os modelos desta coleção foram construídos na escala 1/75, para que melhor se possa apreciar e comparar a grande diferença que existia entre a pequena barca com que Gil Eanes dobrou o cabo Bojador e a nau que foi construída na ribeira de Lisboa para que Vasco da Gama chegasse por mar, à tão desejada Índia das especiarias”.
No Prefácio, Luís Miguel Correia, antigo aluno do autor, refere que neste livro estão “reunidos os navios que se criaram e desenvolveram especificamente para o século de ouro da navegação portuguesa, começando pela modesta barca de vela e remo, as caravelas pescaresa, de dois mastros, de três mastros e redonda e culminando na nau S. Gabriel da armada de Vasco da Gama”.
Na ficha técnica indica-se que a coordenação da edição foi de Tito Cerqueira, sendo as fotografias de Joaquim Marques da Silva e João Martins Silva.
Para além das belas ilustrações dos navios, não faltam especificações claras e projetos, bem como um Glossário esclarecedor.
O livro está à venda no MMI.

Fernando Martins