Um livro para nos inspirar e ensinar
Foi lançado recentemente, em Aveiro, um livro que tem o condão de nos inspirar e ensinar a agir solidariamente. Trata-se de "Padre João Gonçalves — Memórias Biográficas 1944-2020", uma obra que não pode nem deve ficar escondida nas prateleiras das nossas estantes. Logo na capa, ao cimo para se ver bem, há uma frase bíblica — “Fiz-me tudo para todos” 1Cor 9,22 — que se aplica, muito justamente, ao biografado, o Padre João Gonçalves, natural da Gafanha do Carmo.
O livro foi coordenado pelo diácono permanente José Carlos Costa e editado pela Tempo Novo – Diocese de Aveiro, oferecendo aos seus leitores os testemunhos de 44 conhecedores das múltiplas tarefas do Padre João, que se deu, em plenitude, aos mais desprotegidos da sociedade. Viveu sempre ao lado dos doentes, dos privados da liberdade, dos moradores nas ruas, dos excluídos da sociedade, mas também animou a cidade com espírito evangélico e solidário, com festejos que gerassem proximidade e até cortejos carnavalescos, inéditos na Igreja Católica, tanto quanto sabemos. Foi, realmente, tudo para todos em inúmeras frentes, sempre com um sorriso cativante e um sentido de responsabilidade que só a leitura deste livro de 330 páginas poderá elucidar.
No Prólogo, Mons. João Gaspar sublinha que, na paróquia de Nossa Senhora da Glória, «Eram os velhinhos que aguardavam uma palavra amiga, os casais um conselho esperado, os jovens uma atenção apropriada e as crianças um ensinamento de catequese». E no Prefácio, o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, frisa que o Padre João procurou ao longo da vida «partilhar o pão com o faminto, ser voz dos que não têm voz, acolher os imigrantes, defender os direitos dos encarcerados, acompanhar os doentes , dar esperança aos que a perderam ou ajudar à reconciliação os que vivem em discórdia». O nosso bispo deixa ainda um voto: «Que este livro de homenagem no primeiro aniversário da morte do Padre João Gonçalves nos ajude a viver e a concretizar as causas que deram sentido à sua vida de cristão e de sacerdote.»
Fernando Martins