quarta-feira, 30 de junho de 2021

Jardim Henriqueta Maia - Um espaço bonito e acolhedor

A Lita junto à estátua de Carlos Paião

Em Ílhavo, hoje, passámos pelo Jardim Henriqueta Maia, recentemente inaugurado, após profunda remodelação. Pouquíssima gente por ali circulava, mas tivemos a sorte de nos cruzarmos com um artista ilhavense que não víamos há muito, Carlos Paião de seu nome, um artista musical, compositor e intérprete consagrado. Pelo que vimos, estaria a chegar de um concerto de microfone na mão, onde, decerto, teria interpretado “#emPlayBack”, uma das suas mais expressivas composições que o próprio autor apresentou no Festival Eurovisão da Canção 1981. A escultura é obra do mestre Albano Martins.


Bispo e espaço museológico nas traseiras da igreja

O Jardim Henriqueta Maia ficou, realmente, mais arejado e convidativo e o povo de  Ílhavo saberá usufruí-lo e dinamizá-lo. Há espaços para tudo e os ornamentos naturais, árvores, arbustos, relvas e jardins, no tempo próprio, hão de proporcionar uma ambiência saudável e aconchegante. Espera-se que os ílhavos, com a ajuda das diversas instituições, saibam e queiram dar vida à praça que se apresenta com dignidade.
Há corredores cicláveis e pedonais, sanitários e jardim infantil, bancos para o descanso e para a conversa, e o aconchego do casario envolvente, com a Igreja do Divino Salvador disponível para quem precisar de uns momentos de reflexão. Para junto dela, foi agora a estátua do Bispo D. Manuel Trindade Salgueiro, Arcebispo de Évora e figura de destaque do Episcopado Português no seu tempo. Também tido como Bispo dos Pescadores do Bacalhau, presidindo à cerimónia da partida dos navios para os grandes bancos que se realizava em Lisboa. 
No espaço do antigo quartel dos Bombeiros, nas traseiras da Igreja, está a nascer ainda  um espaço museológico dedicado à religiosidade marítima dos ílhavos, mas também uma loja social. 

O gafanhão e a areia - 5


 Continua

terça-feira, 29 de junho de 2021

Dia do Papa

Confesso que não sabia que hoje se celebrava o Dia do Papa. Mas há toda a razão para o aceitar e celebrar, sobretudo pelos católicos. Pelo que li, tal comemoração apoia-se no Dia de São Pedro, um dos pilares da Igreja Católica e primeiro Papa.
Já agora, importa dizer que o atual Papa, que assumiu o nome de Francisco, tem o número 266 e é conhecido em boa parte do mundo pela sua simplicidade, frontalidade e humanidade. Os católicos não deixarão de rezar por ele para que Deus o ilumine até ao fim da sua vida terrena. É o que farei hoje com todo o empenho. 

Farol da Barra em dia sombrio

O tempo não estava agradável, mas o nosso farol continuava imperturbável a impor-se a quem está perto e a quem o vislumbra de longe. Sentado num banco à sua ilharga, disparei sem me levantar, meio torcido, e depois guardei-o nos meus arquivos. Hoje, partilho-o com os meus amigos que gostam dele.

O gafanhão e a areia - 4


 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Papagaios de papel no Jardim Oudinot


Nunca fui especialista na arte de construir papagaios de papel. Nunca fui artista de nada, mas havia colegas amigos com habilidade para criar originais papagaios que enfeitavam as nuvens da minha meninice.
Segundo os meus registos, esta fotografia tem cinco anos e esta cena desenrolou-se no nosso Jardim Oudinot. Se alguém a repetir nos arejados espaços da nossa sala de visitas comunitária,  eu estarei lá para ver.

O gafanhão e a areia - 3


Continua
 

domingo, 27 de junho de 2021

O Céu cuida da Terra

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

O Papa não fez um documento para figurar nas estantes dedicadas à religião. A encíclica Laudato Si’ era e é um instrumento de trabalho.

1. Parece que, para algumas pessoas, ainda não passou o tempo de associar as palavras religião e alienação. Foram consideradas como equivalentes e, por vezes, com alguma razão. No entanto, esta identificação não tinha nem tem em conta a grande variedade de religiões do mundo, nem as suas histórias de fidelidade à sua inspiração mais profunda e os seus momentos de traição. Mas, como ignorar o vasto mundo que encontra, na fé religiosa, motivação e energia para enfrentar os desafios da sua própria vida e que mantém aberta a pergunta: em que posso ajudar? Tornar-se cada vez mais competente, para melhor servir, devia ser a preocupação fundamental da existência humana. A religião, quando é verdadeira, quando faz coincidir a sua abertura à transcendência com a sua abertura à transformação do mundo, não enfraquece o ser humano, robustece-o em todas as suas dimensões.

O gafanhão e a areia - 2



Continua

Livre arbítrio de António Gedeão

 Poema do livre arbítrio

Há uma fatalidade, intrínseca, insofismável,
inerente a todas as coisas e nelas incrustada.
Uma fatalidade que não se pode ludibriar,
nem peitar, nem desvirtuar,
nem entreter, nem comover,
nem iludir, nem impedir,
uma fatalidade fatalmente fatal,
uma fatalidade que só poderia deixar de o ser
para ser fatalidade de uma outra maneira qualquer,
igualmente fatal.

Eu sei que posso escolher entre o bem e o mal.
Eu sei que posso fatalmente escolher entre o bem e o mal.

E já sei que escolho o bem entre o mal e o bem.
Já sei que escolho fatalmente o bem.
Porque escolher o bem é escolher fatalmente o bem,
como escolher o mal é escolher fatalmente o mal.
O meu livre arbítrio
conduz-me fatalmente a uma escolha fatal.

In "6 Poemas de António Gedeão"

sábado, 26 de junho de 2021

Pela Positiva há dez anos

«A Beleza é que atrai, faz deslocar o coração, toma e transfigura. Temos, por isso, de ultrapassar o silêncio a que uma certa estação racionalista, mesmo dentro da teologia e da espiritualidade cristã, a votava. Reconciliemo-nos com a Beleza, deixemo-nos transformar interiormente por ela.»
...

E acrescento hoje:

«Vivemos de opiniões, de verdades parciais e provisórias, de paixões, vivemos aparências  e modas como se a vida fosse isso. Esgotamo-nos a desfilar cascas e camadas, sem um centro que nos dê realmente acesso ao pleno sentido.»

José Tolentino Mendonça
“O Tesouro escondido — Para uma arte da procura interior”

NOTA:  Este é um livro que recomendo para férias, destinado a quem gosta de momentos de silêncio e reflexão. 

O gafanhão e a areia - 1

Uma página por dia


Continua 
 

Virtude e virtudes

Crónica de Anselmo Borges 
Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Numa palavra, praticar a virtude é estar de acordo 
com a humanidade em nós e dignificá-la.

1 Não me parece que a virtude tenha hoje grande cotação. O que actualmente parece ser mais valorizado tem que ver com o ter, o prazer e o poder, a qualquer preço. Daí que, quando se está minimamente atento, se veja o que se vê - apenas exemplos: a calamidade da corrupção; o estado da Justiça; bancos a afundar-se e os contribuintes a pagar; por mais apoios que cheguem da Europa, milhões, mais milhões, mais milhares de milhões, parece que caem num abismo sem fundo e o que é facto é que continuamos sempre na cauda (onde estão a organização e o investimento inteligente?); a irresponsabilidade pelos erros cometidos: alguém conhece alguém que se assuma como responsável (capaz de responder, que é isso que quer dizer responsável) por um erro ou mesmo um crime?...
Desgraçadamente, a virtude ou uma pessoa virtuosa, de virtudes, parecem hoje associadas a beatice e menoridade. Mas isso não é de modo nenhum correcto, mesmo de um ponto de vista meramente etimológico. De facto, virtude - do latim vir, virtute -, é, como pode ler-se no Dicionário de Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, "o conjunto das qualidades que dão valor ao Homem, moral e fisicamente; carácter distinto do Homem, mérito essencial, valor característico, virtude, qualidades morais; qualidades viris, vigor moral, energia, coragem, valentia; a virtude, a perfeição moral".

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Há quase 900 anos Portugal «nasceu para ser igual e livre»

Arcebispo de Braga 
evocou ontem a batalha de S. Mamede


A 24 de junho de 1128, próximo de Guimarães, D. Afonso Henriques venceu a batalha de S. Mamede e abriu caminho à independência. Hoje, todos são chamados a alistar-se para a «batalha da fraternidade», que se trava num único lugar, mas «em todas as casas, nas escolas, nas fábricas, nas empresas, no mundo da justiça e da saúde, nos programas da política». Aliás, «não há lugar onde ela não deve ser combatida».
«Não sabemos quantos morreram no campo de S. Mamede. Sei que salvaremos muitas vidas quando nos alistarmos nas fileiras de um exército que, de um modo consciente e responsável, luta e trabalha por um mundo mais fraterno que se empenha numa ecologia integral para salvar a humanidade e a natureza. Portugal, neste dia primeiro da sua existência, nasceu para ser igual e livre. Só o será quando todos formos irmãos e amarmos a terra maravilhosa que Deus criou para embelezar a família humana.»
Foi com estas palavras que o arcebispo de Braga [D. Jorge Ortiga] evocou nesta quinta-feira, na “cidade-berço”, a batalha de S. Mamede, no «primeiro dia de Portugal», durante a homilia da missa a que presidiu, inspirada pela encíclica “Fratelli tutti”, do papa Francisco, «sobre a fraternidade e a amizade social», na qual lançou apelos tanto aos políticos como aos católicos.

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Tempo de Verão

 

Hoje está um tempo de Verão. Quente e luminoso. Sadio e convidativo para tomar um refresco com praia à vista. Depois, não faltará um barquinho a deslizar serenamente para regalo dos olhos e alimento dos sonhos. As nossas praias, Barra e Costa Nova, com bandeiras azuis, prometem o acolhimento que todos desejamos.

Boas férias para todos

Furadouro - Ovar 

Com Junho vem o Verão, que nos desperta para períodos de descontração e lazer, curtos e frequentes, mas também um tanto ou quanto mais prolongados, a que chamamos férias. As temperaturas amenas e a ausência de chuvas impelem-nos para passeios que nos enriquecem e rejuvenescem. Todos gostamos do Verão, penso eu.
Praias, serras, aldeias típicas, monumentos, paisagens, cidades e gentes diferentes do nosso dia a dia esperam por nós, sem grandes despesas. Importa que saibamos preparar programas atempadamente. Por aqui vou dando umas dicas a partir das minhas experiências.
Boas Férias para todos.

Fernando Martins

A fé confiante em Jesus cura e liberta

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIII do Tempo Comum

Ainda hoje, numa curva do caminho perto do lago da Galileia, junto a Cafarnaum, pode ler-se numa pedra a inscrição: «Aqui, neste lugar, a mulher considerada impura, mas cheia de fé, tocou em Jesus e ficou curada.»

O mar de Tiberíades é palco qualificado da missão de Jesus. Aqui ocorrem cenas marcantes que desvendam os segredos de que é portador: a pesca e a vocação dos apóstolos, a barca amarrada na praia e os horizontes novos abertos aos “pescadores” de homens, a travessia serena e a tempestade acalmada que confirma a suspeita dos discípulos inquietos e sobressaltados, a afluência de multidões ávidas do encanto da Palavra e carecidas de ajuda para as suas necessidades vitais. Mc 5, 21-43.
O encontro de Jairo, o chefe da sinagoga de Cafarnaum, dá-se precisamente à beira-mar. Ao ver Jesus, cai-lhe aos pés, gesto de profunda humildade e reconhecimento, e faz-lhe um pedido insistente: a minha filha está a morrer, vem impor-lhe as mãos, liberta-a dos males, faz com que viva, dá-lhe a salvação. A morte ameaçadora da saúde precária da filha personaliza a morte do ser humano, simbolizada na agitação dos mares revoltos e na turbulência dos “vendavais” da vida. O contraste não pode ser mais significativo: a puberdade, com a sua carga explosiva da vida, – a menina tem 12 anos, idade núbil – confronta-se com a iminência da lei da caducidade, do definhamento, da morte “inexorável”. E o alcance deste episódio percorre toda a história humana e suscita a mais viva indignação de quem aprecia a vida como dom inegociável, sem preço nem condição.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Cansaço de Álvaro de Campos



O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Jardim Henriqueta Maia com estátua de Carlos Paião


No próximo dia 26 de junho, depois de amanhã, às 18h30, a Câmara Municipal de Ílhavo vai inaugurar a Requalificação do Jardim Henriqueta Maia e a Estátua de Homenagem ao músico ilhavense Carlos Paião.

O jardim foi durante décadas o centro vital dos ilhavenses, particularmente aos domingos. O povo juntava-se naturalmente com a Rádio Faneca a animar o convívio espontâneo. Outros tempos, digo eu. É que agora o povo tem outras formas de conviver, tão diversificadas quanto as idades. Contudo, um jardim, bem arranjado, é sempre útil, até porque espelha a beleza de quem o cuida e frequenta. Quem vai a Ílhavo, em maré de folgas e lazer ou em trabalho, passa por lá. É como faço. Se encontro alguém amigo, converso, recordo outros tempos e se houver atrativos saberei apreciar. Com o tempo se saberá como vão reagir os ilhavenses.

Serra do Buçaco - Cruz Alta

Verão de 2013




Registo do Verão de 2013. Há oito anos, mais dia,  menos dia. Inicio assim o dia 24 de Junho, festa de São João,  como desafio a desejado passeio, na busca de novos ares e novas emoções. Porque parar é morrer, assumo a vontade e o prazer de sair de casa. O confinamento não pode tolher a alegria de viver. Vacinados contra o Covid-19, haverá garantias de mais tranquilidade. Bom Verão para todos.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Desconfinar passa por encontrar os outros

Marcelo Rebelo de Sousa incentiva 
a «ir mais longe» na promoção da liberdade religiosa

O presidente da República afirmou ontem, na sessão comemorativa dos 20 anos da Lei da Liberdade Religiosa, que Portugal tem de ser uma sociedade “mais tolerante, mais integradora, mais generosa”. “Neste tempo pós pandemia em que saímos de tanto sacrifício, tanta solidão, tanta luta pela sobrevivência, física, mental, económica e social, tanta tentação do salve-se quem puder, do egoísmo, desconfinar passa por reencontrar os outros, a sua diferença, os seus valores e as suas práticas, a riqueza das diversidades”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Referiu que é importante "ir mais longe no aprofundamento da ligação entre a liberdade religiosa e outras liberdades e condições económicas, sociais, culturais, jurídicas e politicas dos seus titulares”.
Em entrevista à Agência Ecclesia, o Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Vera Jardim, referiu que “As religiões podem vir a dar um contributo importante para um entendimento maior entre as forças sociais, políticas", frisando que o Papa, quer se queira, quer não, quer se seja católico ou não, é hoje visto como a figura universal aceite e marcante da sociedade mundial moderna, pelo que tem escrito, pelas mensagens essenciais que tem mandado para o mundo, mensagens até para a sobrevivência da própria humanidade”.
Vera Jardim assinala “um ambiente que pode ser extremamente positivo para o futuro da Europa”, fruto do diálogo entre as várias religiões, e que apesar de a história europeia estar cheia de “lutas religiosas”, “o movimento generalizado de diálogo entre as Igrejas de que o Papa Francisco é um dos grandes obreiros” tem conduzido a um “clima de entendimento”.

Fonte: aqui e aqui 

PORTO DE AVEIRO continua a crescer


O Porto de Aveiro continua a crescer, em contraciclo com os outros portos nacionais. Segundo os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), o Porto de Aveiro voltou a mostrar-se no topo da sua forma, ao bater novamente recordes de movimentação de tonelagem no primeiro trimestre de 2021. Boa notícia para a região e para o país. 

Diogo Landô expõe "ICONIC"


A Galeria de Arte Contemporânea Nuno Sacramento convida-nos a visitar a Exposição individual e virtual "ICONIC" do artista plástico Diogo Landô, inaugurada na passada sexta feira, dia 18 de presente mês. Para quem não teve a oportunidade de estar presente, poderá visitá-la aqui.

Um Verão em cada dez é frio, ventoso e chuvoso


«Um Verão em cada dez é frio, ventoso e chuvoso. Isto mesmo disse ontem, na televisão, um meteorologista, numa tentativa de explicar o que está a acontecer com o Verão de 2007. Acrescentou ele que esta verdade, estatística, não tem explicação científica, mas que é mesmo assim.
Hoje andei, de manhã, pela Praia da Barra e constatei que era muito incómodo cirandar ou estar por ali, com o ventinho cortante a aconselhar-me a regressar a casa. Foi o que fiz. No entanto, andava pelo areal muita gente ávida de sol e de maresia, com capacidade para enfrentar, corajosamente, o triste Verão que tem estado por estas bandas. Para o ano que vem, uma vez que já suportámos o tal Verão fraquinho que se verifica em cada dez, teremos, então, o calorzinho por que tanto esperamos.»

NOTA: Escrevi este texto no Verão de 2007, já lá vão uns 14 anos. Será que a referida estatística ainda se mantém?  

São João Batista - Um hino à vida, dom de Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para a festa de São João

Ele é o precursor de Jesus, anunciará a sua chegada como profeta do Reino, preparará o seu acolhimento como mestre da Palavra que cura e salva.

A alegria do nascimento de João irrompe na família e estende-se na aldeia e nos arredores: a mãe Isabel contempla o menino, concebido na sua velhice, o pai Zacarias liberta-se da mudez e entoa um dos hinos bíblicos mais belos, os parentes congratulam-se com a vitória da fecundidade sobre a esterilidade, os vizinhos entram em alvoroço e fazem comentários auspiciosos, todos os que ouvem a narração dos factos alimentam, no coração, a esperança de saber o futuro da criança-surpresa. Esta alegria vive-se, ainda hoje, nos festejos populares, com tantos matizes, na poesia e na arte, nas orações e celebrações litúrgicas. Por vezes, com humor muito discutível e até “lesivo” da honra do santo e de alguns dos seus devotos. Lc 1, 57-66.80.

terça-feira, 22 de junho de 2021

EVOCAÇÃO: Ordenação Presbiteral do Diácono Carlos Alberto

D. António Marcelino: 
“A hierarquia é o primeiro serviço da comunhão na Igreja”




“A hierarquia é o primeiro serviço da comunhão na Igreja”, afirmou D. António Marcelino na cerimónia de ordenação presbiteral do Diácono Carlos Alberto Pereira de Sousa. A ordenação foi na igreja matriz da Gafanha da Nazaré [29 de Junho de 1996], estando presentes os superiores e colegas do novo Padre, pertencentes ao Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, outros Padres e Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro, familiares e amigos.
À homilia, o Prelado aveirense sublinhou o facto do novo sacerdote pertencer à comunidade dos Padres de Schoenstatt, e a propósito referiu que tudo seria diferente na Gafanha da Nazaré, e não só, se não houvesse o Movimento de Schoenstatt. Lembrou o antigo prior desta paróquia, Padre Rubens Severino, falecido há anos, ainda jovem, mas a quem todos muito devemos e que nos deixou com gratidão e saudade.
D. António Marcelino falou depois da importância dos Movimentos Apostólicos no contexto das comunidades diocesanas, pois que os carismas que o Espírito Santo suscita, através deles, são fundamentais ao serviço da comunhão da Igreja. “Os Movimentos laicais e mesmo sacerdotais manifestam a grande preocupação de Deus de pôr na sua Igreja os instrumentos de salvação”, disse.
O Bispo de Aveiro evocou o espírito de “cristandade” que perdura em muitas comunidades e logo acrescentou que a hierarquia não pode obscurecer Deus, antes deve, com vida, torná-lo acessível a todos os povos. “A hierarquia encarna o poder sagrado, não para submeter a si quem quer que seja, mas para a todos submeter ao Espírito Santo”, sublinhou D. António.
Falando ainda dos Movimentos, o nosso Bispo afirmou que eles são a esperança e a primavera da Igreja, mostrando a comunhão.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O perdão deu resultado

 

Esta ameixieira foi plantada há bastante tempo, mas nunca deu fruto que satisfizesse a família. Duas ou três ameixas que caíam sem viço. Diversas vezes foi ameaçada de morte por decapitação para dar lugar a outra, mas foi escapando. No ano passado demos-lhe mais uma oportunidade. Continuou a ser regada e cuidada como as demais árvores do nosso mediano pomar. E este ano, apesar do seu pequeno porte, decerto da raça, carregou de fruta apetitosa. O perdão deu resultado. 

Chegou o Verão com férias nas agendas




Hoje, 21 de Junho, é o primeiro dia do Verão. O solstício está marcado para as 4h32. Será o maior dia do ano e, consequentemente, a menor noite. Quando acordarmos, ficaremos à espera que o Verão nos traga calor, luminosidade, alegria, praias ou campos serenos com férias para quem as tiver e puder gozar, sempre com as regras do coronavírus à vista, que as novas variantes são imprevisíveis. 
Com o Verão, sentimo-nos mais leves, mais abertos, mais disponíveis para a partilha de sentimentos e emoções, para os  encontros familiares e para a recuperação física e mental. Depois voltaremos à vida habitual, com trabalho e preocupações, talvez mais recuperados e reconfortados.
Que o Verão venha em boa hora e nos faça esquecer depressa a triste Primavera que tivemos. Falo por mim.
Boas férias para todos.

Fernando Martins

domingo, 20 de junho de 2021

Figueira da Foz - Para avivar saudades


Paisagem vista da janela da nossa sala

Lita na hora do descanso na  Feira das Velharias

Cumprir as regras do Covid-19
Serra verdejante

Marina com ponte à vista

Abrigo da Montanha - Restaurante que deve abrir no Verão

Farol do Cabo Mondego

Menino já treina na Marina

Ontem, sábado, foi dia de visitar a Figueira da Foz, cidade e região a que me ligam vivências que perduram desde o ano 2000. Por ali passei temporadas, todas marcantes e descontraídas porque relativamente afastado dos quotidianos de trabalhos e canseiras assumidos com consciência e entusiasmo ao longo da minha vida ativa. A idade e as forças assim o permitiam e eu até gostava de me sentir útil ao mundo em que me integrava com empenho.
Com o quebrar das forças e do ânimo e com o entusiasmo a ficar para trás, a Figueira da Foz seguiu o seu caminho com pernas que eu já não tenho para a acompanhar neste entardecer  da vida, que só Deus sabe quando terminará. Mas ontem estive na Figueira da Foz com a Lita, graças ao apoio do nosso filho Fernando. Foi muito bom.
Deambulámos um pouco ao sabor da maré, com marina e ponte à vista, em dia de Feira de Velharias, tão ao gosto da Lita. Almoçámos num restaurante conhecido, onde predomina o peixe, e depois do necessário descanso, impunha-se a visita à Serra da Boa Viagem com os seus miradouros a levarem-nos muito longe, apesar das neblinas nos perturbarem a visão de paisagens mais expressivas. Mas o que ainda pudemos ver mereceu o nosso entusiasmo. 
Não sabemos quando será possível repetir a visita. Sei apenas que jamais me cansarei daquela terra e da sua serra verdejante, que proporciona viagens reconfortantes.

Fernando Martins

As lágrimas de Pedro

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO



Todas estas três cartas exemplares ajudam, não apenas a uma nova visão da Igreja, mas ao seu exercício em actos e compromissos efectivos.

1. Há gestos, atitudes, acontecimentos que abrem um futuro de esperança, sem enterrar os crimes do passado e a responsabilidade actual de toda a Igreja. Não me vou referir às iniciativas e decisões corajosas e radicais do Papa Francisco, sobre a protecção de menores e pessoas vulneráveis na Igreja Católica, nem às resistências que têm encontrado na sua aplicação. Já existe muita informação disponível acerca dessa questão vergonhosa.
Vou limitar-me a três cartas exemplares: a justificação do pedido de renúncia do cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising; o Papa, em vez de aceitar a renúncia, agradece a atitude do cardeal, confirma-o na sua missão e envolve toda a Igreja no pedido da graça da vergonha; o cardeal não resistiu à carta do Papa, que o comoveu.
Não vale a pena comentar essas cartas sem as conhecer. Como não podem ser apresentadas na íntegra, o melhor é dar a palavra aos intervenientes, no que julgo que têm de essencial. Todas elas ajudam, não apenas a uma nova visão da Igreja, mas ao seu exercício em actos, em tomadas de posição, em compromissos efectivos.
Comecemos pela carta do cardeal: “Na minha opinião, para assumir a responsabilidade, não basta reagir apenas quando os erros e omissões podem ser comprovados a partir dos autos dos processos. Em vez disso, como bispos, temos de deixar claro que nós também representamos a instituição da Igreja como um todo.

sábado, 19 de junho de 2021

Abusos de menores no Código de Direito Canónico

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1 O Evangelho é duríssimo. Nele, diz-se: "Deixai vir a mim as criancinhas", mas também se diz: "Ai de quem escandalizar uma criança! Era melhor atar-lhe uma mó de moinho ao pescoço e lançá-la ao mar." O que tem acontecido na Igreja quanto aos abusos de menores é pura e simplesmente execrável.
Em 2019, Francisco tomou uma iniciativa histórica, convocando uma Cimeira para o Vaticano, com 190 participantes, entre os quais 114 presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, bispos representando as Igrejas católicas orientais, alguns membros da Cúria, representantes dos superiores e das superioras gerais de ordens e congregações religiosas, alguns peritos e leigos. Os três dias estiveram sob o lema: "responsabilidade", "prestação de contas", "transparência". O Papa quer - não se trata de mero desejo - implantar "tolerância zero".

2 Para implantar essa "tolerância zero" e pôr fim a esta catástrofe na Igreja, publicou o Motu Proprio "Vos estis lux mundi" (Vós sois a luz do mundo), decretando medidas concretas contra a pedofilia na Igreja.
Estas normas contra os abusadores e os encobridores impõem-se, porque, escreveu Francisco, "o delito de abuso sexual ofende Nosso Senhor, causa danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e prejudica a comunidade dos fiéis."

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Dia Internacional do Piquenique - Recordações que não quero perder

Mata entre São Jacinto e Torreira
Sem muito sol e com aragem a propor abrigo, não faltaram hoje no parque que habitualmente atravesso famílias em piqueniques. O aconchego do arvoredo e as mantas estendidas convidaram quem estava, e muitos eram, a saborear os farnéis que de longe vislumbrei. E pela forma como eram degustados, sem pressas e sem complexos, posso garantir que estavam apetitosos. Depois, seguiu-se a soneca dos mais pesados e a bola dos mais miúdos. Tanto bastou para eu recuar uns bons 40 anos, quando, com a família, bem unida e concordante, fazia o mesmo, quer na mata da Torreira e S. Jacinto, quer entre a Costa Nova e a Vagueira. Não era pela poupança, embora não fosse despiciendo pôr de lado essa vertente. Bons tempos.

Escapar entre os pingos da chuva

 

O Covid-19, com as suas novas estirpes, continua a atacar os humanos, sem discriminação, incluindo os vacinados. Quando todos embandeirámos em arco, convictos de que estaríamos protegidos, a verdade é que não temos assim tantas certezas. E os cuidados, face ao que está a acontecer, têm de ser retomados. No fundo, temos de aprender a escapar entre os pingos da chuva.

Ler mais informação aqui 

Pela Positiva há 10 anos - Elogio da Fraternidade

7.ª Jornada da Pastoral da Cultura



DOIS REFLEXOS

1. José Mattoso

Falando de Sabedoria e Fraternidade, o historiador medievalista José Mattoso afirmou que, «se algum progresso houve, foi à custa da fraternidade», já que a técnica se torna «impotente para resolver os problemas da humanidade». Afirmou, a dado passo da sua intervenção, que a fraternidade valoriza as relações humanas, enquanto a sabedoria gera a partilha. Também referiu que «podemos sofrer, mas não podemos fazer sofrer».

2. Lídia Jorge

«Quando pensávamos que o progresso era ilimitado, que os estados seriam parceiros e amigos da vida, os bancos um cofre inesgotável, a juventude o futuro que não conhecia decadência, o cartão de identidade um documento dispensável substituído por um cartão de crédito, que as fronteiras seriam abolidas, de súbito tudo se alterou”, referiu a escritora. E acrescentou: «o homem esperançoso confunde a causa dos outros com a sua; é a certeza que este futuro existe, que nos dá confiança.»

Ler o que então escrevi aqui 

Papa Francisco - A fome aumentou durante a pandemia

O Papa alertou para o aumento da fome no mundo, durante a pandemia, apelando a um sistema alimentar global “capaz de resistir a crises futuras”. Numa carta dirigida à 42ª sessão da Conferência da FAO, a decorrer em Roma, Francisco pede à comunidade internacional que desenvolva os esforços necessários para “alcançar a autonomia alimentar, tanto através de novos modelos de desenvolvimento e consumo, quanto através de formas de organização comunitária que preservem os ecossistemas locais e a biodiversidade”.
A crise provocada pela Covid-19, indica a mensagem, deve ter como resposta, entre outras, a promoção de “uma agricultura sustentável e diversificada” que leve em conta “o papel precioso da agricultura familiar e das comunidades rurais”.
Francisco observa que são “exatamente aqueles que produzem alimentos que sofrem com a falta ou escassez” dos mesmos, sublinhando que “três quartos dos pobres do mundo” dependem principalmente da agricultura, mas estão afastados “dos mercados, da propriedade da terra, dos recursos financeiros, das infraestruturas e das tecnologias”. O Papa alerta que o número de pessoas “em risco de insegurança alimentar aguda” atingiu o seu máximo em 2020, um quadro que “pode piorar no futuro para milhões de pessoas”

Fonte: "Correio do Vouga"

Jesus atravessa connosco o mar da vida

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XII do Tempo Comum

Lago de Tiberíades

Georgino Rocha
Após um dia de trabalho cansativo, Jesus deixa a multidão que o acompanhava e ordena aos discípulos para fazerem a travessia do lago de Tiberíades. Era ao entardecer. A viagem ia fazer-se durante a noite favorável. Acomodado à popa, rapidamente adormece. Pouco tempo depois, as águas começam a agitar-se fortemente, os ventos a soprar, a tormenta a crescer a ponto de meter medo àqueles homens habituados às lides da pesca. Jesus não dava por nada; dormia profundamente. É acordado pelos discípulos que lhe gritam: “Mestre não te importas que pereçamos”? Mc 4, 35-41.
Luciano Manicardi, prior da comunidade monástica de Bose, afirma que: “A inação de Jesus é como que o eco do silêncio de Deus muitas vezes denunciados nos salmos, e os gritos alarmados dos discípulos fazem eco do desespero do homem que clama a Deus para que intervenha no momento de necessidade e angústia”. E menciona “situações de angústia e de morte evocadas simbolicamente pelo entardecer, pelo mar, pela tempestade, pelo risco de naufrágio, pelo sono”. E lembra a “angústia que nasce também da sensação de precariedade, de instabilidade, de fluidez em que acontece a travessia da vida. E ali a fé configura-se como passagem do medo à confiança, do estar centrado em si à abertura a Cristo Senhor, do temor paralisante da morte e da perda à confiança que suscita esperança mesmo na maior angústia e do abismo da morte…

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Costa Nova - Os peixes saltaram para a praça

 

Eu sei que há quem não goste dos peixes que saltaram do mar ou da ria para a praça porque quiseram ver pessoas ou mostrar que dão vida a muita gente, o que é legítimo. Temos de convir que gostos não se discutem. Eu gosto.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Paisagem açoriana - São Miguel

Moinho de Água

As fotos Google são, para mim, um manancial de memórias. Uma simples imagem, no meio de centenas, transporta-me logo para locais que visitei há anos. Neste caso, em 2016. Um moinho de água em plena laboração.