terça-feira, 31 de janeiro de 2023

BERTRAND - SOMOS LIVROS


De vez em quando, com a imaginação na sombra, regresso ao passado à cata de mensagens de que gostei. Hoje saiu-me na rifa esta que retrata bem a livraria por onde passo frequentemente. A Livraria Bertrand ofereceu aos seus visitantes e clientes este saboroso e poético escrito.

AS NOSSAS FLORES


Nas minhas caminhadas à volta de casa, no cumprimento de um dever que impus a mim próprio, aprecio sempre com prazer as flores que a Lita cuida com uma satisfação desmedida. Partilhá-las e louvar a cuidadora é um dever de gratidão.

O PROTESTO É O TEMPERO DA DEMOCRACIA

No PÚBLICO de hoje 

"Acreditar que o país é o que os extremos da esquerda ou da direita dizem é uma ilusão. O país vive aflito e desorientado, mas é muito mais inteligente, sensato e moderado do que o que eles dizem."


«Convém ter nervos de aço e sangue-frio na encruzilhada difícil e perigosa que vivemos. O protesto, como a oposição, é um tempero da democracia, não é o seu ingrediente essencial. Perder a noção desse equilíbrio e acreditar que o país é o que os extremos da esquerda ou da direita (esta num estilo e propósito mais funestos) dizem que ele é não passa de uma ilusão. O país vive aflito e desorientado, mas é muito mais inteligente, sensato e moderado do que o que eles dizem.»

No EDITORIAL do  Diretor 

NOTA: A democracia tem os seus temperos que agem nos momentos próprios. Como otimista, e por experiência própria, habituei-me à ideia de que, mais dia menos dia, a serenidade volta com a opção pelo diálogo. Sem ele, nenhum objetivo positivo surgirá.   

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A GAFANHA DA NAZARÉ MERECE SER VISITADA


 

Falar da terra que me viu nascer, já lá vão mais de 80 anos, é obrigação ou devoção que não dispenso. Que mais poderei fazer, se já ando afastado dos areópagos regionais? Então, hoje aposto, mais uma vez, no nosso Jardim Oudinot. Quando o inverno passar ou num dia de sol a brilhar, dê uma volta  por lá.

O TIMONEIRO NASCEU HÁ 66 ANOS

O nosso Timoneiro nasceu há 66 anos, concretamente no Natal de 1956, por iniciativa dos párocos da Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação, respetivamente, Pe. Domingos Rebelo dos Santos e Pe. António Augusto Diogo. Tinha apenas quatro páginas e, na prática, era o Pe. Domingos quem assumia as maiores responsabilidades, quer a nível da administração quer da redação.
O Timoneiro era um mensário de expressão católica, mas não deixava de divulgar acontecimentos de natureza civil, através de pequenas notícias, que os seus leitores, em especial os emigrantes, muito apreciavam.
Numa mensagem dirigida aos gafanhenses, com o título Saudação, garantidamente escrita pelo Pe. Domingos, lembram-se os que trabalham “nos campos verdejantes da Gafanha ou nas oficinas e secas”, os que sorriem na “felicidade relativa de um tranquilo viver”, “ao prostrado no leito”, tendo por “fiel companheira a própria dor”, e ainda aos que, “riscando poemas de heroísmo”, vão para o “alto mar em frágil embarcação, arrancar dos abismos o pão para os seus filhos”. Também se dirige às crianças que crescem “para a vida” e aos velhinhos “que dela se estão despedindo”, o Pároco os saúda no Natal de 1956.

A VIOLÊNCIA É UMA DERROTA



"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota."

Jean-Paul Sartre,
filósofo



Em Escrito na Pedra do PÚBLICO de domingo

domingo, 29 de janeiro de 2023

A INSPIRADA E INSPIRADORA SERRA DO PILAR

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Serra do Pilar

1. Algumas Igrejas cristãs viveram o Oitavário de Oração pela Unidade de todos os cristãos, purificando a memória das guerras do passado e trabalhando a erguer pontes, num tempo em que se voltou ao ridículo de acreditar que só podemos construir o bem de uns com o mal dos outros. Em vez da cooperação, voltamos às rivalidades de destruição. A vontade de servir a alegria não será melhor do que a vontade de dominar?
A história das divisões, entre cristãos, remonta ao primeiro século. No Domingo passado, já S. Paulo perguntava se Cristo estava dividido, para que alguns andassem a dizer: “Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu sou de Pedro, eu sou de Cristo.” Para se colocar fora dessa competição, acrescenta: “O baptismo que recebestes não é de Paulo nem de Pedro nem de Apolo. É de Cristo.”

sábado, 28 de janeiro de 2023

A GRANDEZA DE SER HUMILDE

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

Jesus é perentório no evangelho deste domingo: Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo. Longe de vós só há trevas e corrupção. E se não há luz fica tudo às escuras, tudo a deteriorar-se. Junta â sua palavra o exemplo da vida e a força do testemunho dizendo: Aprendei de Mim que sou manso e humilde do coração. A Homilética destaca no seu comentário a humildade como núcleo base da liturgia de hoje.
A humildade, ensina a Igreja, faz-nos realistas e permite-nos relacionar-nos com Deus e com os outros seres humanos admirando neles o rasto divino num amor feito serviço e não orgulho nem vã glória.

RAMOS SECOS ESPERAM A PRIMAVERA

 

A beleza não está só na forma e colorido das flores ou dos trajes garridos. Não estará ela, também, nos ramos secos que em breve despontarão para a Primavera? 

BENTO XVI MORREU. E AGORA, FRANCISCO?

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Bento XVI morreu no passado dia 31 de Dezembro. As suas últimas palavras foram: "Senhor, eu amo-te." Não há dúvida de que o seu grande legado para a História foi a renúncia, sinal de humildade e dessacralizando o papado. Para lá disso, fica também, como sublinhou José Manuel Vidal, "o milagre da coabitação e da transição tranquila". Francisco punha fim a uma Igreja piramidal, clerical, carreirista, autorreferencial, e, agora, a caminho de uma Igreja sinodal, circular, "hospital de campanha". E podemos imaginar o sofrimento de BentoXVI ao "ver como a sua obra era derrubada" ao mesmo tempo que era "duro para o Papa Francisco este trabalho de desmontagem perante os olhos de Bento XVI... No entanto, de modo geral, a convivência durante quase dez anos foi delicada e até fraternal". Seja como for, não se deve de modo nenhum ignorar a diferença entre Bento XVI e Francisco, bem clara ao ler a obra póstuma de Bento XVI, Che cos"è il Cristianesimo (O que é o cristianismo), onde, por exemplo, defende uma ligação, dir-se-ia intrínseca, entre a ordenação sacerdotal e a obrigação do celibato.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

DIA DO DIÁCONO PERMANENTE EM ARADAS

Igreja de Aradas
As esposas dos diáconos 
são “âncoras fundamentais”


No passado domingo, 22 de Janeiro, celebrou-se na paróquia de São Pedro de Aradas, Diocese de Aveiro, o Dia do Diácono Permanente, Festa de São Vicente, Diácono e Mártir. 
Dois anos depois, por força da pandemia do Covid-19, os Diáconos aveirenses puderam conviver, refletir e celebrar a efeméride em torno do seu patrono, São Vicente.
No momento próprio, o nosso Bispo, D. António Moiteiro, frisou a importância das esposas dos diáconos no apoio que lhes prestam no dia a dia das tarefas apostólicas, lembrando a todos a responsabilidade do fiel cumprimento da missão que assumiram de se “identificarem com Jesus Cristo”. Recomendou, ainda, que, em cada paróquia e em cada comunidade, todos sejam “criadores e animadores de grupos de reflexão e de estudo da Palavra de Deus”.
As atividades iniciaram-se com um encontro-convívio entre os diáconos e esposas, seguindo-se a Eucaristia, presidida pelo Vigário Geral da Diocese, Padre Manuel Joaquim Rocha.
Ao abrir a celebração, o Diácono José Alves explicou o motivo da presença dos Diáconos Permanentes na Eucaristia, evocou os 13 Diáconos já falecidos e justificou a ausência de outros por motivo de doença.
Na homilia, o presidente da celebração fez referência à missão do Diácono nas diferentes áreas de ação, nomeadamente, na proclamação da Palavra, no Serviço do Altar e nos Serviços da Caridade. Também sublinhou a importância das esposas dos diáconos, considerando-as “âncoras fundamentais” dos seus maridos.
No momento próprio, de grande significado, os participantes  fizeram a renovação das Promessas Diaconais.

MULHERES DAS SECAS


Nas buscas que faço em horas de ócio nos meus arquivos, um tanto ou quanto desorganizados, encontro fotografias antigas que são, para mim, relíquias que não se podem perder. Desta feita, encontrei fotos de Mulheres das Secas que não será fácil identificar. Mas pode ser que tenhamos sorte. Alguém quererá ajudar?

A NOSSA IGREJA FOI INAUGURADA HÁ 111 ANOS

Segundo o Pe. Resende, autor da “Monografia da Gafanha", a nossa Igreja Matriz foi inaugurada em 14 de Janeiro de 1912, “a cuja bênção” assistiu. Completou este mês, portanto, 111 anos.  Refere o autor, pároco da Gafanha da Encarnação, que  se trata de uma igreja “cheia de  luz e digna do seu fim”, tendo sido o resultado da “febre e gosto da autonomia”. Porém, Nogueira Gonçalves informa, no seu Inventário Artístico de Portugal, que a nossa Igreja Matriz foi inaugurada em 1918. A disparidade de datas sugere que terá havido nesta altura alguma cerimónia festiva respeitante à conclusão de obras importantes. 

Certo é que as obras prosseguiram e em 1916 ou 1917 a nossa primeira matriz, localizada na Chave, foi demolida, “de forma tão vandálica e desnecessária”, podendo servir hoje [1958] “para descongestionar a grande afluência de fiéis, que frequentam em grande massa a igreja paroquial”, lembrou o citado Pe. Resende em artigo publicado no jornal “O Ilhavense”.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

AFONSO LOPES VIEIRA NASCEU NESTE DIA

26 de  janeiro 1878
25 de janeiro 1946
A minha homenagem a um poeta
que tanto gostava de ler na minha infância e juventude

O VENTO É BOM BAILADOR

O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia.
Baila, baila e rodopia
E tudo baila em redor.
E diz às flores, bailando:
- Bailai comigo, bailai!
E elas, curvadas, arfando,
Começam, débeis, bailando.
E suas folhas, tombando,
Uma se esfolha, outra cai.
E o vento as deixa, abalando,
- E lá vai!...
O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia,
Baila, baila e rodopia,
E tudo baila em redor.
E diz às altas ramadas:
Bailai comigo, bailai!
E elas sentem-se agarradas
Bailam no ar desgrenhadas,
Bailam com ele assustadas,
Já cansadas, suspirando;
E o vento as deixa, abalando,
E lá vai!...
O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia
Baila, baila e rodopia,
E tudo baila em redor!
E diz às folhas caídas:
Bailai comigo, bailai!
No quieto chão remexidas,
As folhas, por ele erguidas,
Pobres velhas ressequidas
E pendidas como um ai,
Bailam, doidas e chorando,
E o vento as deixa abalando
- E lá vai!
O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia,
Baila, baila e rodopia,
E tudo baila em redor!
E diz às ondas que rolam:
- Bailai comigo, bailai!
e as ondas no ar se empolam,
Em seus braços nus o enrolam,
E batalham,
E seus cabelos se espalham
Nas mãos do vento, flutuando
E o vento as deixa, abalando,
E lá vai!...
O vento é bom bailador,
Baila, baila e assobia,
Baila, baila e rodopia,
E tudo baila em redor!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SÃO PAULO CELEBRA-SE HOJE

A conversão de São Paulo, que ocorreu quando se dirigia a Damasco para prender seguidores de Jesus, celebra-se hoje, 25 de Janeiro. 
Segundo o livro Atos dos Apóstolos, caiu por terra, fulminado por uma luz, ficou cego e ouviu uma voz que abriu portas à sua adesão ao Nazareno. De perseguidor dos primeiros cristãos passou a seguidor do Mestre que amou incondicionalmente como ninguém.
Tolentino Mendonça, no seu livro "METAMORFOSE NECESSÁRIA - Reler São Paulo", de que dei nota no meu blogue, refere que a conversão de São Paulo, a caminho de Damasco, foi “imediata, total, fulgurante, na forma absoluta como acontece”, transformando o perseguidor em seguidor apaixonado pela mensagem de Jesus.
Reforço o conselho de que leiam  o livro citado, que nos leva a redescobrir "um dos pensadores fundamentais do Ocidente", como se lê na contracapa da obra elaborada pelo Cardeal Tolentino. 

VELAS BRANCAS


 Mais um verdadeiro espetáculo de velas brancas em que a nossa terra é fértil. E não haverá arte nas manobras para se aproveitarem os ventos dominantes? 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

BOCA DA BARRA


A Boca da Barra de Aveiro, na Gafanha da Nazaré, é sempre um atrativo para quem chega, de perto ou de longe, para refrescar as ideias.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE

O Dia Mundial da Liberdade celebra-se a 23 de janeiro, por decisão da ONU e proclamação da UNESCO. Mas, para nós,  portugueses, o Dia da Liberdade é no dia 25 de Abril, que todos cultivamos, por razões que ninguém ignora.
Todos sabemos que a liberdade é um direito de os seres humanos poderem  optar pelas suas próprias escolhas e decisões, sem nunca esquecerem os legítimos direitos dos outros. Aliás, é a partir desse direito que traçamos as nossas opções de vida. Assim o possamos fazer no dia a dia da nossa existência.

TERRA DA ALEGRIA E DA JUSTIÇA

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


O Pe. Alberto Neto era não só, nesses encontros, uma festa contínua, como despertava, com liberdade, a liberdade e a alegria dos outros, em relação a tudo e a todos

1. Tinha previsto, para esta crónica, a ressonância actual do texto do Evangelho seleccionado para a Missa deste Domingo, cheio de avisos para a escolha das lideranças de qualquer associação, religiosa ou não. Sem recorrer a todo o passado, a Igreja Católica sofre, hoje, trágicas consequências de não ter sido atenta ao que escondia o carreirismo eclesiástico, finalmente denunciado pelo Papa Francisco. As respostas prontas a um convite, para colaborar nas aventuras de um projecto novo, podem ser comandadas por desejos contrários aos inscritos no convite. O texto é de S. Mateus com paralelos nas outras narrativas evangélicas.
No seu retiro no deserto, Jesus tinha sido assaltado por messiânicas tentações diabólicas. Rejeitou-as radicalmente. Entretanto, tendo ouvido dizer que João fora preso, abandonou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, cidade situada à beira-mar na Galileia dos gentios.

domingo, 22 de janeiro de 2023

JOSÉ MATTOSO NASCEU NESTE DIA

José Mattoso, grande medievalista, completa hoje, 22 de Janeiro, 90 anos. Acabei de saber há pouco e não resisto à ideia de sublinhar o facto, pelo respeito e admiração que tenho por ele, desde que o descobri.
Diversos livros de sua autoria e coleções que orientou sobre temas em que era e é especialista têm lugar de destaque nas minhas estantes. E quando no meu espírito bailam dúvidas é a ele que recorro.
Permitam-me que transcreva um texto que já publiquei no meu blogue: «O historiador José Mattoso foi distinguido com o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes 2019, atribuído pela Igreja católica, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, para destacar um percurso ou obra que, além de atingirem elevado nível de conhecimento ou criatividade estética, refletem o humanismo e a experiência cristã. O alto valor científico da sua investigação historiográfica, o pensamento sobre a identidade nacional portuguesa e a trajetória espiritual foram algumas das virtudes relevadas pelo júri, que decidiu, por unanimidade, atribuir pela primeira vez a um historiador aquele prémio.»

sábado, 21 de janeiro de 2023

DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO

Celebra-se nesta data, 21 de Janeiro, o Dia Mundial da Religião. Esta celebração nasceu em 1949 com o propósito de promover, tanto quanto possível, a aproximação, cooperação  e eventual união, em diversas iniciativas, de todas as religiões existentes no mundo. Tarefa muito difícil ou mesmo impossível, contudo seria muito bom que todas se respeitassem mutuamente, sem guerras nem proselitismos.
Este dia ganharia muitíssimo se fosse possível programar ações em comum, fundamentalmente ao nível da espiritualidade e das artes. Vamos pensar nisso?

UMA AVÓ DA MINHA INFÂNCIA

 


Há anos, alguém teve a gentileza de me oferecer esta fotografia, como sendo de uma gafanhoa dos tempos dos nossos avós. Por essa altura, ainda conheci muitas velhinhas que se vestiam assim, sobretudo se eram viúvas. Depois, as mulheres deixaram de usar chapelinho (acho que era assim que se chamava) e o xaile também passou de moda. 
Esta velhinha, de luto pesado, com chanatos, meias grossas, saia e blusa pretas e avental da mesma cor, com lenço a cobrir todo o cabelo, era, realmente, uma mulher conformada com a vida. 
Haja uma, ao menos, que se apresente assim no nosso Etnográfico. Mas que não seja uma moça jovem, que naqueles tempos as raparigas já não se apresentavam desta maneira.

NOTA: Não conheço a origem da foto. Não há quem me possa ajudar?

A HERANÇA DE BENTO XVI

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

Na presente crise gigantesca da Igreja, impõe-se continuar com a reforma que o Papa Francisco pôs em marcha. Para ela, há que contar também com contributos e reflexões de Bento XVI, apesar das duras críticas que justamente se levantam contra ele. Não se pode esquecer que a primeira herança a ter em conta é justamente Francisco. Repare-se em algumas dessas reflexões, que mostram não ser possível contrapor pura e simplesmente Francisco e Bento XVI. Ficam aí alguns exemplos.

CASA GAFANHOA MERECE UMA VISITA


A Casa Gafanhoa merece ser visitada por todos os gafanhões, mas não só. Sei que algumas escolas aproveitam as visitas para os alunos ficarem com uma ideia da vida de outros tempos, mas há muita gente que passa indiferente pela casa que foi de um gerente e sócio de uma empresa ligada ao bacalhau, Virgílio Ribau, cuja esposa, Maria Merendeiro, era agricultora.
As visitas podem ser feitas às quartas-feiras, da parte da tarde, ou a pedido.

Na imagem, pode apreciar-se o poço de rega, a sala do Senhor e a cozinha.

Contactos: 234 040 938 ou 911 599 733

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

EÇA DE QUEIRÓS PROFETA?


«Portugal tem atravessado crises igualmente más — mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não […] e os homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política.»

Eça de Queirós, Correspondência (1891)

Publicado na revista LER há anos

JESUS ANUNCIA O DEUS DA MISERICÓRDIA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

Um mundo em que haja paz

Os nazarenos ouviram notícias acerca de Jesus e sentiam-se orgulhosos. Finalmente um “filho” da terra tinha nome e fama. De Cafarnaum, sobretudo, provinham comentários muito abonatórios e religiosos. E Jesus lembra-os no comentário tenso ocorrido na sinagoga após a proclamação do «manifesto do Reino» feita a partir do texto de Isaías. “Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. Finalmente, alguém podia “resgatar” a memória das vítimas trucidadas pela repressão romana e fazer ressurgir a consciência e a dignidade da autonomia “nacional”.
Orgulhosos acolhiam Jesus nas visitas que fazia à terra natal, depois do início da missão em público. A fama credenciava a recordação agradável da vida em família, da convivência com a vizinhança, do cumprimento dos preceitos religiosos, na simplicidade na arte de ganhar ao pão e de fazer algo socialmente útil. Acolhiam e gostavam de o ouvir falar, pois dizia “palavras cheias de graça” de que suscitavam pergunt7as existenciais.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

EUGÉNIO DE ANDRADE NASCEU NESTE DIA

Homenagem a um grande poeta



POEMA DE INVERNO

Veio de longe, e mal chegou
partiu para mais longe ainda:
só o tempo justo para fazer
das águas dormentes do meu trôpego
coração
um rumor de sílabas matinais.

Como toda a gente que partilha
com luz a sua vida
era muito inocente, trazia do local
onde nascera
o ardor das coisas do mar.

Não sei de alegria tão pura
como a que morava nas molhadas
pedras dos seus olhos,
e baila ainda nas chamas
em qualquer lugar da casa.
Ao fim da tarde, o canto
do pequeno pássaro e o vento diziam
a mesma coisa: não deixes  o incêndio
do deserto invadir-te o coração.
Sem que tu o suspeites, sequer.

Eugénio de Andrade
(1923-2005)

In "POESIA "

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

GAIVOTA COM SORTE

 

A gaivota que me permitiu fazer este registo esteve ali bastante tempo, fixada decerto num panorama fascinante. De outra forma, teria levantado voo e procurado outro ponto ainda mais alto para se deslumbrar. Deixei-a tranquila e fui à minha vida, com pena de não poder imitá-la, de um momento para outro.

PODER E TIRANIA



"Quando o poder dirige a sua mira para o bem pessoal de quem o exerce, já degenerou em tirania."


Jaime Balmes,
filósofo e teólogo
(1810-1848)

In Escrito na Pedra 
do PÚBLICO de hoje

O MEU SILÊNCIO


Há dias, alguém me questionou sobre o meu silêncio face às notícias relacionadas com a política nacional, concretamente sobre os eventuais crimes atribuídos aos autarcas, mas não só. Respondi que o facto de serem acusados não os tornam culpados. Têm de ser julgados e só depois disso podemos pronunciar-nos. O problema está na Justiça portuguesa, muito lenta, provavelmente por falta de meios, que não posso confirmar. Haverá  outras razões?
Realmente, para quem não conhece os meandros do poder judicial, é estranho verificar as demoras do resultado das decisões dos julgamentos. Até parece que, quem tem dinheiro, consegue sempre uma forma de escapar à Justiça, servindo-se das leis que ela própria estabelece. 

NOTA: Há anos, quando andava pelos diversos concelhos do distrito de Aveiro, em tarefas profissionais, encontrei, na hora do café, um juiz meu amigo. Estranhei a sua presença por ali, porque o imaginava noutra localidade. Respondeu-me que teve o azar de ser colocado no tribunal daquela cidade, com trabalho acumulado de vários anos.
— Como assim? Há por aqui tantos crimes?
— Há imenso trabalho porque o colega que aqui esteve antes de mim gostava pouco de trabalhar. Preferia andar à caça de coelhos nas matas da periferia.
Hoje, julgo eu, não será assim. Mas como explicar as demoras dos julgamentos e das penas aplicadas?

Dia Internacional do Riso


Celebra-se hoje, 18 de Janeiro, o Dia Internacional do Riso, razão suficiente para nos lembrarmos da importância de promovermos o sorriso, como resultado ou fonte da nossa alegria de viver. Diz-se, com verdade, que o riso faz bem a quem cultiva a boa disposição e o otimismo, contagiando quem nos cerca.
Sabemos, por experiência própria, que nem sempre estamos bem dispostos, porque a vida, direta ou indiretamente, nos traz problemas e dificuldades, mas nem por isso ficamos dispensados de promover o sorriso.
O sorriso reduz o stresse, melhora a qualidade do sono, afugenta o pessimismo, atrai amizades, estimula a criatividade e promove a criação de laços otimistas com a família e amigos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

MIGUEL TORGA FALECEU NESTE DIA




MIGUEL TORGA faleceu em 17 de Janeiro de 1995, em Coimbra, com 87 anos. Adolfo Correia da Rocha era o seu nome de batismo.
Foi um dos mais importante escritores do século XX. Diarista, contista e inspirado poeta desafia-me a releituras com frequência.
Aqui deixo um poema em sua memória.

O que é bonito neste mundo e anima,
é ver que na vindima
de cada sonho
fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura que se não prova
se transfigura
numa doçura
muito mais pura
e muito mais nova

Miguel Torga

AS VARAS DO PODER



"As varas do poder, quando são muitas, elas mesmo se comem, como famintas sempre de maiores postos"

Padre António Vieira

 
In Escrito na Pedra" do PÚBLICO

PALMEIRAS DESEJOSAS DE UM BANHO

 

As fotografias são, imensas vezes, o reflexo do nosso estado de espírito. Nesta  foto de Carlos Duarte, o meu amigo quis mostrar-me um recanto do nosso Oudinot, com as palmeiras desejosas de um banho nas águas do canal.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

PECAR É ESTRAGAR

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

João batiza Jesus 
Não vale pôr tudo às costas de Deus e do seu Filho Jesus Cristo. Somos nós que estragamos a nossa vida, a vida dos outros e a natureza

1. No âmbito de uma cultura laica, não se fala de pecado. É uma linguagem que parece reservada para as diversas e complexas expressões do mundo religioso. Há tantas formas de pecar quantos os modos de estragar a própria vida, a vida dos outros e a natureza.
Vamos por partes. Na passada segunda-feira, foi celebrado o Baptismo de Jesus, o nazareno. Esse acontecimento é apresentado nos quatro Evangelhos, embora com tonalidades diferentes. Para esse dia, neste ano, foi escolhida a versão de S. Mateus. Para este Domingo foi seleccionado um fragmento da versão de S. João. Para o situar no seu contexto, preciso de recorrer a uma passagem que precede esse fragmento.

sábado, 14 de janeiro de 2023

PORTUGUESES LEEM MUITO POUCO

Manuel Alberto Valente debruçou-se, na sua coluna da revista E do EXPRESSO, sobre um tema angustiante: 61% dos portugueses não leram um único livro em 2021, enquanto em Espanha os números atingem 38% e em França apenas 8%. Não vale a pena dissertar sobre as razões que levam os portugueses a fugir da leitura de livros como o diabo da cruz. Contudo, segundo diz o cronista, os autores do estudo referem que as condições sociais ajudam a compreender aqueles resultados. Ontem, quando no carro esperava a Lita, minha mulher, apreciei quem passava pelos passeios e confirmei o que já sabia:

AÇORES - SÃO MIGUEL

 

Dia sombrio. O sol escapuliu-se. Nada fiz para ele fugir de mim. E emigrei através das minhas memórias primaveris. Fui até aos Açores, ilha de São Miguel.
Disseram-me à chegada que haveria de experimentar uma paisagem singular, com dias de quatro estações. Confirmei. Mas imagens como esta passaram a viver comigo.

BENTO XVI: O PAPA QUE ABDICOU

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Tive uma vez um breve encontro com ele em Roma. A impressão que me ficou: uma pessoa agradável, afável, reservada e tímida. E pude aperceber-me também da importância decisiva que tinha para ele o que se pode chamar a "pastoral da inteligência", isto é, a reflexão sobre o diálogo entre a razão e a fé.
Joseph Ratzinger também teve o seu momento de rebeldia e de progressismo, no Concílio Vaticano II, como aqui expliquei em múltiplas crónicas, concretamente em 2020, em cinco textos sobre "Bento XVI. Uma vida". Não se deve esquecer o que, imagino, foi para ele, mais tarde, um escândalo: defendeu a possibilidade de pôr fim à lei do celibato obrigatório e ordenar como padres homens casados exemplares bem como de recasados poderem aceder à comunhão. Chegou a dizer nas aulas, em Tubinga: "em Roma, como sabem, não se faz boa Teologia".

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

O NOSSO CATO

 Arranjo do Google


Começo o dia, sexta-feira, dia 13, com um arranjo do Google. Não é dia de azar. Esta ilustração é um ponto de partida neste recomeço, depois de uns dias de folga. Descansar também é preciso. Bom fim de semana para todos.

O VINHO DE JESUS É A NOSSA ALEGRIA. EXPERIMENTA

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo II do Tempo Comum

A festa de um casamento oferece a Jesus a oportunidade de iniciar a série de sinais da novidade da sua missão. Sete são apontados por João evangelista como especialmente significativos, mas confessa que há muitos outros. Todos e cada um manifestam, à saciedade, o seu amor de incondicional doação, a paixão constante de doação por um mundo novo.
“Há muito a fazer no interior da Igreja, no campo laboral, também”, afirma D- António Francisco, convidando a comunidade católica a “denunciar-se a si própria quando não é capaz de viver aquilo que a Doutrina Social da Igreja propõe e impõe”. O responsável lamentava a falta de atenção para situações em que as famílias são “fragilizadas” na sua vida, pedindo uma maior “proximidade” por parte das comunidades católicas pela “família no seu todo”, entrevista à Ecclesia, preparando as Jornadas Nacionais dedicadas à "Família e Transformação Social".

VIVE A LIBERDADE QUE JESUS TESTEMUNHA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

O desejo ilimitado de ser ouvido
Jesus escolhe a sua terra natal para fazer a proclamação oficial da sua missão. Vai à sua sinagoga, participa na celebração, pega no livro que lhe é apresentado, lê com clareza o texto, enrola o pergaminho, fecha o livro, entrega-o ao ajudante e declara com serena firmeza: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. Movimenta-se livremente na assembleia que, n’Ele, tinha os olhos fixos. Adopta atitudes de mestre reconhecido. E Lucas, autor do relato evangélico, adianta a observação pertinente: “Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras que saíam da sua boca”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

GAFANHA DA NAZARÉ — FORTE DA BARRA


 Uma página dedicada a quem precisa de matar saudades da nossa terra, suas paisagens e ambientes. 

REABRIR O DEBATE QUE FALTA

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Bento XVI
É fundamental conhecer a reacção do Prefeito da CDF – futuro Bento XVI – à paralisante declaração de João Paulo II que, ainda hoje, continua a impedir a plena igualdade eclesial de homens e mulheres.

1. O cristão não considera a morte como o último acontecimento da vida humana, mas apenas como último acontecimento da sua dimensão histórica, que não é a única. Morrer é ser acolhido pelo irrepresentável mistério da infinita misericórdia divina, não como coroa dos méritos conseguidos durante a existência terrestre, mas devido à insondável graça do amor que Deus nos tem [1]. É convicção da fé que morrer é nascer para a vida ressuscitada, sem sabermos como será, mas acreditando que será uma vida de pura alegria. Poderão ser feitas biografias e balanços do percurso terrestre dos seres humanos, nas suas manifestações entre o nascimento e a morte. Depois, adensa-se o mistério.

domingo, 8 de janeiro de 2023

CORTEJO DOS REIS - 2023

Foi cumprida a tradição


Manda a tradição secular que nesta quadra se realize na Gafanha da Nazaré, mas não só, o Cortejo dos Reis, com organização e responsabilidade do Conselho Económico da Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré. Quer chova ou faça sol, os gafanhões vêm para a rua, ostentando trajes de outros tempos, muitos dos quais guardados como recordação dos seus antepassados.
O ambiente é de festa animada pela alegria da partilha em prol das muitas despesas da comunidade católica, concentrada na Matriz, na Chave e na Cale da Vila. Autos do Natal com cânticos bem ritmados pelo percurso que se inicia no lugar de Remelha, culminando junto da Igreja, com o encontro dos Reis Magos, no palácio de Herodes, com o rei tirano,  seguindo-se a linda cerimónia do Beijar do Menino ao som de cânticos natalinos. Depois vem o leilão dos presentes dos participantes, mas não só.

Este ano, por razões de saúde que me têm limitado, não pude associar-me à festa da nossa paróquia, mas nem por isso fujo à obrigação de evocar o tradicional Cortejo dos Reis, na certeza de que o nosso povo saberá criar raízes de longa duração.


NOTA: Ilustrações de Manuel Correia para o livro "Cortejo dos Reis - Um Apontamento Histórico" de Padre  José Fidalgo e Professor Fernando Martins

sábado, 7 de janeiro de 2023

EVANGELHOS DA INFÂNCIA: verdade histórica e verdade teológica

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Jesus Cristo - o Filho do Deus vivo
Não há figura mais estudada do que Jesus Cristo e não há hoje nenhum historiador sério que ponha em causa a sua existência histórica.
Depois, é preciso saber que a história se lê de trás para a frente; a partir do princípio, evidentemente, mas tem sobretudo de ser lida do fim para o princípio. Portanto, com a história e a razão hermenêutica. No caso de Jesus e do cristianismo, essa leitura é essencial, para se não cair em alçapões mortais.
Os Evangelhos escrevem sobre realidade histórica, mas foram escritos por quem, à luz do fim, já acreditava que Jesus é, na confissão de São Pedro, "o Filho do Deus vivo". Concretamente no que se refere aos Evangelhos da infância, é necessário ter em atenção a sua significatividade mais do que a historicidade. De facto, eles são construções teológicas, colocando no princípio a revelação do fim: Jesus é o Messias. Se é o Messias, nele realizam-se as profecias e as promessas de Deus. Assim:

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

ESTOU BAPTIZADO. VIVO COMO CRISTÃO?

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

As festas natalícias convergem e abrem horizontes à compreensão da pessoa de Jesus e da missão que lhe está confiada. O menino de Belém portador de paz e alegria, o adolescente de Nazaré fiel aprendiz da vida familiar e da arte do artesão, o orante contemplativo das maravilhas de Deus na humanidade na criação, surge agora como adulto entre os pecadores que demandam o baptismo de penitência.
João acolhe-o e tem com ele um diálogo muito significativo, eloquente, assertivo. Aceita fazer o que lhe pede. Deixa que mergulhe nas águas do rio, se banhe como qualquer outro penitente, que assuma os pecados quais limos que se pegam ao corpo e lhe introduzem marcas profundas, a viva experiência original. Jesus, entretanto, entra em profunda e expressiva oração. Manifesta o que realmente é e vive, Deus humanado. Mt 2, 1-12. Plenamente humano. Plenamente Deus.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

ZAQUEU


A árvore foi a forma de te ver
E desci para abrir a casa.
De me teres visitado e avistado
Entre os ramos
Fizeste-me passagem
Da folha ao voo do pássaro
Do sol à doçura do fruto.
Para me encontrares me deste
A pequenez.

Daniel Faria
(1971 - 1999)


In VERBO - DEUS COMO INTERROGAÇÃO NA POESIA PORTUGUESA

Seleção e prefácio
de José Tolentino Mendonça
e Pedro Mexia

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

BOM ANO PARA TODOS

A gaivota prepara-se para retomar o trabalho
Já vamos no quarto dia do mês de janeiro de 2023 e ainda não me agarrei ao trabalho. Estarei à espera de inspiração? Não sei, mas sei que na vida temos a obrigação de trabalhar, com ou sem inspiração. Pode dar-se o caso de sair coisa de jeito ou sem jeito nenhum. Nesse pressuposto, o importante é que se trabalhe, com mais ou menos esforço, mas com coragem e determinação.
Posto isto, é preciso dizer que à falta de vontade para escrever, resta-me criar condições para abrir a porta quando ela se aproximar de mim.
Não é a primeira vez que isto me acontece e sempre tenho dado a volta à preguiça, com mais ou menos vontade. Depois de matutar sobre o meu estado de espírito, resolvi pôr-me para aqui a arrumar papelada entre outras coisas. Uma mesinha noutra posição, o PC noutra base, troca de cadeira para ver se altera o ânimo e comecei a escrever esta nota para me abrir ao mundo dos meus amigos.
Bom ano de 2023 para todos.

Fernando Martins

BENTO XVI VISTO POR PACHECO PEREIRA

Uma muito boa retrospectiva do Papa Bento XVI foi referida por Pacheco Pereira num programa televisivo. Infelizmente, foi muito pouco tempo que teve para o fazer. Sendo um grande conhecedor de todo o legado do Papa emérito, quis desfazer a opinião generalizada de se tratar de um conservador. Foi filósofo, teólogo e religioso, baseando os seus trabalhos na dicotomia razão-fé. Foi da maior importância o seu trabalho na preparação e redacção final de uma boa parte dos textos do Concílio Vaticano II. Foi quem abriu o caminho para o encontro de todas as Igrejas. Teve a enorme tarefa de denunciar os crimes sexuais praticados no seio da Igreja. Quando se sentiu sem forças e com pouca saúde para estar à frente da Santa Sé, teve a coragem de resignar não sem que antes tivesse preparado o caminho para que Francisco viesse a ser seu sucessor. Foi sem dúvida um grande humanista e homem da fé.

António Barbosa

No Público de hoje, página 6