sábado, 31 de julho de 2021

Leituras para férias

“Vamos Ler – Um cânone para o leitor relutante”
de Eugénio Lisboa



Eugénio Lisboa
“Vamos Ler – Um cânone para o leitor relutante” é um livro interessante e oportuno de Eugénio Lisboa, crítico literário e professor catedrático, sendo doutor honoris causa pelas universidades de Nottingham e  Aveiro. Tem uma vasta obra ensaística, três livros de poesia, seis volumes de memórias e três diários. Teve ainda prémios literários na poesia, no ensaísmo e no memorialismo. Assim se lê na última página deste livro de Eugénio Lisboa que nasceu em Moçambique em 1930. Tem, portanto, 91 anos.
O autor informa, logo a abrir, que congeminou este cânone de leitura para “atrair pessoas normalmente arredias de acto de ler”. Nessa linha, “não deveria incluir autores de acesso menos fácil”, porque “não é com vinagre que se apanham moscas”.
Eugénio Lisboa apresentou uma lista de 35 autores, todos portugueses, sugerindo de cada um a obra ou obras que considerou mais entusiasmantes. Começou com Miguel Sousa Tavares (Equador) e terminou com Camões (Sonetos). E sobre os demais que distingue, o autor de “Vamos Ler” refere as razões por que os escolheu, com notas muito curiosas.

Reencarnação?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Aliás, deve-se também perguntar: no ciclo das reencarnações, como é que se explicaria o crescimento da população mundial?

A doutrina da reencarnação é partilhada por mais de mil milhões de seres humanos. Basta pensar que ela é património das religiões de origem indiana: hinduísmo, budismo, etc. Embora se discuta a influência indiana sobre os primeiros pensadores gregos, é um facto que não só os órficos e Pitágoras mas também Platão e os neoplatónicos seguiram essa doutrina, bem como algumas seitas da Idade Média. Entre os seus sequazes contam-se inclusivamente grandes espíritos do classicismo e do romantismo alemão. Segundo a investigação de Hans Küng, "poetas e filósofos como Kant, Lessing, Lichtenberg, Lavater, Herder, Goethe e Schopenhauer seguiram, pelo menos durante algum tempo, a doutrina da reencarnação". Embora reinterpretando-a, também o filósofo Ernst Bloch começou por defender a metempsicose. Hoje, tanto na Europa como na América, a reencarnação é a crença de enorme número de pessoas, nomeadamente entre os adeptos do espiritismo, da teosofia e da antroposofia. Quase um quinto dos europeus adultos, incluindo católicos, dizem acreditar nela: 21%, segundo uma sondagem em vários países da Europa Ocidental.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

As bibliotecas e as leituras

Em tempo de férias, o PÚBLICO edita as respostas ao Questionário de Proust de personalidades portuguesas. Confesso que as leio todos por simples curiosidade, mas também para ficar a saber um pouco mais sobre a vida e o pensamento de políticos e artistas de várias áreas.
Ontem, à pergunta sobre “Qual o seu maior tesouro?”, o deputado Sérgio Sousa Pinto respondeu assim: “A biblioteca. Que acabará num alfarrabista, como as outras.”
Realmente, tanto quanto vou percebendo, a minha pequena biblioteca terá o mesmo fim. Hoje, não há tempo para ler e os interesses dos eventuais leitores são tão diversificados e envolventes que nem tempo há para leituras. As novas tecnologias, tão variadas e abrangentes, desde o acordar até altas horas da noite, não deixam tempo livre para os livros. Haverá alguns, que não sei quantificar, que continuam a ler, mas, pelo que vou sabendo, a maioria volta-se para outros gostos, que não deixarão de dar prazer nos tempos livres: futebol, telenovelas, algum cinema, programas televisivos,  algumas artes, poucas conversas, música e boas sonecas.
Aproveitem as férias para ler umas coisinhas... para variar.

Férias na Ria de Aveiro ou à volta dela

Ao abrir o meu computador, com dia de Verão que tarda em mostrar-se como deve ser, fixei a minha atenção nesta fotografia da nossa Ria, que nem sempre usufruímos em plenitude. Olhada de terra, coisa que faço com muita frequência, a nossa laguna é mesmo bela; navegando por ela, a beleza excede as expetativas. Se puderem, façam a experiência. Boas férias para todos.

Vamos ao encontro de Jesus, o Pão da Vida

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVIII do Tempo Comum


O Papa Francisco, na sua alocução no dia dos Avós, afirma: O verdadeiro milagre, disse Jesus, não é a multiplicação que produz orgulho e poder, mas a divisão, o partilhar, que aumenta o amor e permite que Deus faça prodígios

A “onda” de entusiasmo crescente impele a multidão a ir à procura de Jesus que lhe havia saciado a fome com a multiplicação dos pães. Sem medo nem previsões. Impele-a a tomar as barcas, guardadas na margem do lago e a rumar a Cafarnaum, aldeia a curta distância. Impele-a a abrir o diálogo “curioso” de saber há quanto tempo Jesus estava ali, pois havia-os deixado no momento mais eufórico da merenda/refeição: os beneficiados pretendiam aclamá-lo rei. Impele-a a manter-se firme e atenta, fazendo perguntas que Jesus, sabiamente, aproveita para abrir horizontes às suas mentes preocupadas, ao falar-lhes do pão da vida, do pão descido do céu, do pão que Deus dá para a vida do mundo, do pão que sacia todas as fomes, do pão que é Ele mesmo. E faz surgir uma pergunta que nos interpela: A nós que nos impele a procurar e seguir Jesus? Jo 5,24-35.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Nos Mares da Memória - "Estórias" de uma Faina Maior - 3

Apresentação do filme no MMI

ARGUS - Um símbolo da Faina Maior

Revi ontem, na RTP2, à hora previamente anunciada, o filme de Rui Bela, com guião de Senos da Fonseca, Nos Mares da Memória - "Estórias" de uma Faina Maior. Quem sentiu, quase desde que nasceu, como eu, o que foi a saga dos bacalhaus, com muitos homens da nossa região ausentes da família durante boa parte do ano, deve ter-se emocionado. Foi o que o filme me ofereceu na noite de ontem. Vi e ouvi homens sabedores e experientes que conheço ou conheci pessoalmente e cujos exemplos de vida perduram na nossa memória coletiva. E fui reler o que escrevi sobre a apresentação pública do filme no Museu Municipal de Ílhavo, em Dezembro de 2015, com destaque para o que afirmou Rui Bela:
«Se Portugal tivesse que enumerar alguns dos seus feitos mais gloriosos, a descoberta dos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia e a pesca do bacalhau no século XV seriam seguramente dois deles». E acrescentou que, ao longo de cinco séculos de história, «os portugueses levaram mais longe o conhecimento nas artes da navegação e da pesca».
Rui Bela garantiu que os portugueses foram «os primeiros colonizadores dessas terras tão longínquas», onde «deixaram marcas profundas na cultura local», e salientou a inovação na construção naval, «considerada a melhor por exímios navegadores».

Podem ver o filme aqui 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Igreja do Senhor das Barrocas reabre amanhã


Depois de obras de beneficiação que importaram em cerca de 85 mil euros, a Igreja do Senhor das Barrocas, em Aveiro, reabre amanhã, 29 de Julho. Pelas 21h00, atuará o Coral da Vera Cruz e será apresentada uma nova edição do livro “Igreja do Senhor das Barrocas”, da autoria de Monsenhor João Gaspar.
As obras foram o resultado de uma parceria entre  Câmara Municipal de Aveiro, a Direção Regional de Cultura do Centro e a Paróquia da Vera Cruz.

terça-feira, 27 de julho de 2021

O mar é mais horizonte que fronteira

Mar de São Miguel - Açores

“O mar é mais horizonte que fronteira e é onde sinto a palavra ‘infinito’ sem a saber definir, explicar, mas inunda-me, perpassa todo o corpo, mesmo quando vejo menos, quando desço, com a maresia mais atrevida. Há qualquer coisa que transcende quem mergulha. Quando mergulhamos com a máscara, vê-se a água numa determinada forma; quando atravessamos, já é outra perspetiva; quando sobe e vê a luz, e nós aceleramos o andar por causa da respiração, há uma alegria enorme por virmos respirar naturalmente e encontrar o planeta que tínhamos abandonado por momentos e que nos dá esta alegria de vivermos com estes dons de Deus”

E se transformássemos os nossos dias?

Uma reflexão para os tempos de hoje

Vera Menezes
«E se transformássemos os nossos dias? A nossa vida é tão passageira. É tão frágil. É tão imprevisível.
Não há garantias para ninguém. Pode terminar num piscar de olhos. Quantas vezes dizemos: “Amanhã faço”, “Amanhã digo”, “Depois vou lá”. Temos a tendência de deixar tudo esquecendo que o amanhã é incerto. 
Como cristãos, temos por missão combater o mal, a injustiça, a intolerância, o egoísmo, a miséria, a combater tudo o que impede as pessoas da nossa vida de viverem com dignidade e de serem FELIZES. Então, antes que seja tarde de mais, antes que fique sem tempo, antes que se esqueça, antes que deixe para amanhã, antes de qualquer desculpa, experimente pequenas coisas, gestos simples que enchem o coração e transformam os dias. 
As pequenas atitudes revelam o interesse, o sentimento, a preocupação, mostram que a outra pessoa tirou um pouco do seu tempo, da sua disponibilidade para lembrar-nos que somos importantes. Nada aquece mais a alma do que saber que somos queridos, que alguém se importa connosco. Há mil e uma maneiras de demonstrarmos afeto, de surpreender as pessoas que não conhecemos. 
Preste atenção às pessoas (aos avós, às pessoas mais velhas), olhe-as nos olhos, aprenda a escutar, deseje “Bom dia” a alguém e sorria (mesmo que não o conheça), ofereça a sua companhia com um «Eu estou contigo todos os dias», dê um abraço de coração… o coração agradece “estas coisas pequenas” que se tornam grandes!» Papa Francisco.

Vera Menezes

Nota: Texto apresentado, como reflexão, no final da Eucaristia das 10h30, 
na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré

Nos Mares da Memória - "Estórias" de uma Faina Maior - 2

RTP2 
Quarta-Feira
28 de Julho
23h30


Se Portugal tivesse que enumerar alguns dos seus feitos mais gloriosos, a descoberta dos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia bem como a pesca do bacalhau no século XV, seriam seguramente dois deles. Ao longo de cinco séculos de história os portugueses levaram mais longe o conhecimento nas artes da navegação e da pesca. Foram os primeiros colonizadores dessas terras tão longínquas e, ainda hoje, apesar de praticamente terem abandonado esses lugares, deixaram marcas profundas na cultura local.
Notáveis na inovação e na construção naval, considerada a melhor por exímios navegadores, detiveram uma das maiores frotas de pesca do mundo e o que resta, são unicamente cinco embarcações: o "Creoula", o "Santa Maria Manuela", o "Argus", o "Santo André" e o "Gil Eannes". Perdem-se no tempo as memórias dos poucos que fizeram da pesca do bacalhau a sua senda de vida. Escasseiam as vivências dos que as experienciaram com tanto sacrifício e dedicação.

NOTA: Texto da RTP.

Realização - Rui Bela
Pesquisa e Guião: Senos da Fonseca

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Rapazes e velhos

Publicado neste dia de há seis anos

"Enquanto houver rapazes de quarenta anos, é justo que se desculpem as leviandades dos velhos de dezassete"

Camilo Castelo Branco 
(1825-1890),
escritor português

Papa defende um mundo com alimentos para todos

O Papa enviou hoje uma mensagem ao secretário-geral da ONU, António Guterres, 
defendendo um mundo com alimento para todos, 
que dê prioridade às populações mais excluídas.


Diz o Papa Francisco que temos de "garantir o direito fundamental a um padrão de vida adequado e cumprir os nossos compromissos para atingir a meta da Fome Zero". Acrescenta que "é necessária uma nova mentalidade", criando "sistemas alimentares que protejam a Terra e mantenham a dignidade da pessoa humana no centro; que garantam alimentos suficientes globalmente e promovam trabalho decente localmente; e que alimentam o mundo hoje, sem comprometer o futuro".
Refere o Papa que é "imprescindível recuperar a centralidade do setor rural, do qual depende a satisfação de numerosas necessidades humanas básicas", sendo urgente "que o setor agropecuário reconquiste um papel prioritário no processo decisório político e económico, visando delinear o quadro. do processo de 'reinicialização' pós-pandémica em construção". 
"Nesse processo, os pequenos agricultores e famílias agrícolas devem ser considerados atores privilegiados. Seu conhecimento tradicional não deve ser esquecido ou ignorado, enquanto seu envolvimento direto permite que eles entendam melhor as suas reais necessidades e prioridades", lembra o Santo Padre. E ainda frisa que é fundamental "facilitar o acesso dos pequenos agricultores e da agricultura familiar aos serviços necessários à produção, comercialização e utilização dos recursos agrícolas", salienta o Papa na sua Mensagem dirigida à pré-cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU.

Ler toda a mensagem aqui 

domingo, 25 de julho de 2021

Frei Bento Domingues regressa em Setembro

Frei Bento Domingues está de férias no PÚBLICO. Voltará em Setembro. Assim esperam os seus leitores habituais de domingo. Como eu.
Realmente, costumo publicar a sua crónica no meu blogue, com todo o prazer, ou não seja Frei Bento Domingues um despertador extraordinário que nos indica, semana após semana, caminhos inspirados nos ensinamentos de Jesus Cristo. 
Eu sei que há outros cronistas que também nos iluminam trajetos de vida que nos conduzam para além dos quotidianos triviais, mas sinto que Frei Bento tem um dom especial para nos acordar. 
Por aqui ficaremos à sua espera em Setembro, com votos de reconfortantes férias.

sábado, 24 de julho de 2021

O sétimo mandamento: contra os ladrões

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



«O roubo começa e está presente das maneiras mais diversas, até na vida quotidiana: viajar nos transportes públicos sem bilhete, não chegar a horas ao trabalho, evasões fiscais, estragar a natureza, construções sem garantia, declarações falsas de doença, fogo posto, má condução nas estradas, incompetência no desempenho das diferentes tarefas e funções, tráfico de drogas, branqueamento de capitais, danificar a propriedade pública e privada, irresponsabilidade no uso e aplicação dos dinheiros públicos, corrupção activa e passiva, falsificações alimentares, tirar aos outros o seu tempo precioso...»

1- Há um mandamento da lei de Deus (quem é que ainda se lembra que os mandamentos são dez?) - o sétimo - que diz: "Não roubarás."
Antes de mais, é preciso esclarecer que os mandamentos da lei de Deus - o Decálogo - são dados em nome do Deus libertador do povo escravizado no Egipto. Todo o Antigo Testamento tem como eixo essa experiência essencial da libertação da escravidão. Assim, por paradoxal que pareça, os mandamentos, em última análise, resumem-se nesta ordem: sois livres, não escravizeis ninguém, não vos deixeis escravizar por nada nem por ninguém, não sejais escravos de vós próprios.

Férias só para alguns?

António Marcelino, 
antigo  Bispo de Aveiro 

«Muitas instituições particulares de solidariedade social têm proporcionado uns dias de praia às crianças. Algumas destas instituições, pelas restrições a que têm sido sujeitas, vão deixando de o poder fazer. Outras, com dificuldade embora, têm continuado a proporcionar este bem.
Recordo que uma diocese de Portugal, a de Coimbra, promoveu, há tempos, férias para filhos de pais desempregados. Não poderão outras entidades fazer o mesmo? Não poderão também algumas famílias assumir nas suas férias uma ou mais crianças que precisem de sol e mar e que os pais não lhos podem dar

Ler mais aqui 

NOTA: Boa questão é esta que o antigo Bispo de Aveiro levantou, há 10 anos, com verdadeiro sentido de oportunidade. 

sexta-feira, 23 de julho de 2021

A Terra não nos pertence


“A Terra não nos pertence. Esta noção fundamental é-nos lembrada pelos ecologistas. Deixando de lado todos os fenómenos espúrios, considero que esta nova atenção consagrada ao ambiente é um acontecimento capital para a história da Humanidade.”

Abbé Pierre

Nota: Se vai de férias, reconheça a riqueza que é para nós podermos usufruir da natureza linda, limpa e asseada. E deixe-a melhor do que a encontrou. 

Tranquilidade na Ria





Ontem, a Ria estava tranquila e convidativa. Talvez por isso, não faltaram barquinhos à vela em jeito de treino, aprendizagem e recreio. O dia estava claro e só para olhar a paisagem valeu a pena sair de casa para andar por ali, com a Costa Nova nas minhas costas. Ganhei uns momentos de tranquilidade plena. Experimentem...

Pão repartido sacia as fomes do mundo

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVII do Tempo Comum



Ontem como hoje, as multidões têm fome de toda a espécie de pão que corresponde a todas as dimensões do ser integral da pessoa humana.

A atitude da multidão denota o alcance da acção missionária de Jesus. Vê o que faz aos doentes e sente-se atraída. Deixa o rame-rame da vida e segue-o. Deleita-se com os ensinamentos que ouve e nem sequer se preocupa com a fome que lhe consome as energias. Mas preocupa-se Jesus: Ao ver a multidão pergunta a Filipe: Onde encontrar pão para tanta gente?. Jo 6, 1-15. Se então eram muitos, hoje são milhões.
Segundo dados do último relatório da Oxfam/ONG italiana, a situação é alarmante: “Acontece que 20 milhões de pessoas a mais que no ano anterior estão à beira da morte porque não têm alimentação suficiente: 155 milhões no mundo … A emergência é global e afeta principalmente as camadas mais vulneráveis da população, começando pelas mulheres, que em muitos casos abrem mão da comida para alimentar seus filhos”, afirma Paolo Pezzati… Em que mundo vivemos se esta emergência não está no topo das agendas políticas comuns?” E das nossas preocupações diárias?

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Edifício JARBA - Conjunto de Interesse Municipal


O Edifício da JARBA [Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro] e Oficinas, situado no Forte da Barra de Aveiro, na Gafanha da Nazaré, foi classificado como Conjunto de Interesse Municipal (CIM). O documento que conclui o procedimento de classificação, assinado pelo presidente do executivo municipal ilhavense, Fernando Caçoilo, no passado dia 1 de julho, reconhece o edifício da JARBA e as oficinas como sendo “um importante testemunho do património cultural municipal, refletindo, de acordo com o estabelecido no artigo 2º da lei nº 107/2001, valores de identidade e de memória coletiva, bem como de antiguidade, autenticidade, originalidade, singularidade e exemplaridade”. 
Ao contrário do que normalmente acontece com a classificação de monumentos, neste caso não foram definidas zonas de proteção ao conjunto agora classificado, uma vez que o mesmo está abrangido pela zona geral de proteção, conferida pelo decreto que procedeu à classificação do Forte da Barra de Aveiro como Imóvel de Interesse Público (IIP), decreto nº 735/74.


NOTA: Publicado no TIMONEIRO

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Qualquer bom cidadão tem o ideal de lutar por um mundo melhor

Miguel Neto em entrevista ao TIMONEIRO

Iniciámos no mês passado, no Timoneiro, a divulgação do que vai acontecendo, na paróquia, sobre a caminhada dos nossos jovens, rumo às Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que ocorrerão em 2023 em Portugal, concretamente na região de Lisboa.
Dulce Faria vai-nos elucidando sobre a forma como os jovens se vão envolvendo na comunidade, lembrando que a caminhada, já iniciada, pressupõe disponibilidade para agir nas periferias, porque é fora da Igreja que temos de mostrar aos outros “o amor ao próximo e a presença de Deus na vida deles”, referiu. Ainda nos disse que tem por companheiras, como catequistas, a Mariana Ramos e a Patrícia Teixeira.
Na conversa via e-mail que tivemos com o Miguel Neto, um dos jovens que assumem a caminhada de treino para as JMJ, ficámos a saber que o grupo reconhece que, “apesar de Deus estar sempre preparado para nos ouvir, auxiliar e amparar, nós nem sempre estamos preparados para O sentir na sua plenitude”. Por isso, vê as JMJ como “um incentivo extra para fortalecer a nossa sensibilidade”. Nessa linha, frisou que têm procurado mais informações sobre as jornadas anteriores, ao mesmo tempo que têm participado em atividades que reforcem “a união entre os membros da paróquia”.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cesário Verde - Uma evocação

Ave-Marias

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba-me;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos,
Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinido de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!

In O Livro de Cesário Verde

NOTA: Cesário Verde morreu neste dia, 19 de Julho,  de 1886.

Nem Jesus teve as férias que planeou

Crónica de Bento Domingues 



Não temos as férias que precisamos ou desejamos. São as possíveis e, muitas vezes, são impossíveis. São o reflexo de uma sociedade muito desigual e injusta.


1. Estamos em época de férias. O ser humano, para se respeitar a si próprio, tem de satisfazer várias dimensões da sua vida. O descanso, as férias, segundo as diferentes culturas, lembram que o ser humano não é só para trabalhar.
Não temos as férias que precisamos ou desejamos. São as possíveis e, muitas vezes, são impossíveis. Dependem de muitos factores: da idade, da saúde, da profissão, da capacidade económica, etc. A fragilidade das férias depende da fragilidade das pessoas, das situações e das instituições. À partida, são o reflexo de uma sociedade muito desigual e injusta. O direito a férias não as pode garantir.
Na aldeia em que nasci, ninguém sabia o que eram férias. Eram sobretudo as festas religiosas, muito frequentes a partir de Maio, que interrompiam a dureza do trabalho e incentivavam as expressões da cultura popular. É verdade que, semana a semana, o Domingo marcava o ritmo do tempo, chovesse ou desse sol. Nesse dia e nos dias “santos de guarda”, o trabalho era obrigatoriamente suspenso.

domingo, 18 de julho de 2021

Dia Internacional de Nelson Mandela

Hoje, 18 de Julho, celebra-se o Dia Internacional de Nelson Mandela, um dos grandes obreiros da democracia e da paz mundial. Nasceu a 18 de julho de 1918 e faleceu a 5 de dezembro de 2013. No seu país, África do Sul, conseguiu pôr fim ao apartheid e lutou incansavelmente para acabar com o racismo, a pobreza e a desigualdade, marcas terríveis da sua pátria. Em 1993 recebeu o Prémio Nobel da Paz.
Pela sua grande capacidade de perdoar, é considerado um santo laico.


Férias - Um direito de quem trabalha ou estuda


As férias são um direito de quem trabalha ou estuda e não dos que nada fazem nem querem fazer. De quem trabalha e estuda seja em que área for e tenha a idade que tiver.
Para além de um direito, as férias são também uma necessidade. Todo o ser humano,  por mais capacidade que tenha, sentirá que o físico e a mente têm limitações que o aconselham a parar para refazer energias e para  se reorganizar com vista a tornar-se mais eficiente no dia a dia.
Porque a vida não pode ser só trabalho e preocupações, tenciono oferecer aos meus leitores, periodicamente, algumas sugestões para os tempos de férias ou lazer. E também gostaria de publicar sugestões dos meus amigos e leitores. Fico a aguardar.
Boas férias e excelentes momentos de lazer para todos.

FM

sábado, 17 de julho de 2021

Ética e religião

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Anselmo Borges 
Aí está um tema cujas relações precisam de esclarecimento, nem sempre fácil. Várias vezes aqui referi a Declaração sobre Ética Mundial, assinada em Setembro de 1993, em Chicago, por representantes das grandes religiões e movimentos religiosos do mundo. Nela se escreve que há princípios éticos fundamentais e universais em que, desde que se preste atenção, as pessoas religiosas estão de acordo: "Não matarás, não mentirás, não roubarás, não abusarás da sexualidade." Deverá mesmo afirmar-se que historicamente a moral deriva das religiões, estas foram estabelecendo regras morais.
No entanto, o próprio teólogo Hans Küng, que faleceu em Abril deste ano, principal responsável pela Declaração, reconheceu que também sem fé em Deus se pode ter uma atitude ética: um agnóstico ou um ateu podem "assumir perfeitamente a totalidade da Declaração sobre ética mundial". A moral é autónoma.
Do ponto de vista histórico, é sabido que as religiões também propuseram ou defenderam comportamentos que hoje consideramos imorais. Qual é, por exemplo, a religião que não tem responsabilidade alguma em guerras por motivos religiosos? É incontável o número de pessoas que ao longo da história viram a sua vida torturada e envenenada pela religião.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Praia de São Jacinto

Foto registada em 2008


 Praia de São Jacinto, a única praia marítima do concelho de Aveiro. Registei esta foto em 2008 em dia que me ficou na memória pelo ambiente que interiorizei. A natureza na sua pureza, com ar fresco e sadio, e a possibilidade de se caminhar para ver o mar que nos une a diversíssimos povos. Longe de ruídos e agitações, a Praia de São Jacinto é espaço à espera de quem aprecia uma vida serena no contacto com horizontes inebriantes. Mesmo de passagem, vale a pena uma visita sem pressas.

Um olhar positivo e de esperança

Artigo/Crónica por António Moiteiro
no Diário de Aveiro

Não existem dúvidas de que a imprensa regional é a grande fonte de informação da população e é relevante na divulgação de acontecimentos locais e crucial para o desenvolvimento de uma comunidade. É com alegria que saúdo o jornal Diário de Aveiro na celebração dos seus 36 anos de existência ao serviço das gentes de Aveiro.
Celebrar esta efeméride é ocasião propícia para fazer uma reflexão com os leitores que procuram nas suas páginas as informações mais destacadas da sua terra. Não é possível fazer a história da cidade e da própria Diocese nestes anos sem recorrer às suas páginas. Este Diário tem contribuído para a preservação do património cultural, histórico e social e regional, dando visibilidade a pessoas, instituições e eventos.
Como bispo da diocese de Aveiro, gostaria de partilhar com os leitores alguns dos desafios que se colocam à comunidade crente, que participa das alegrias e tristezas das pessoas que vivem nesta zona do nosso país. O primeiro é a promoção da dignidade do ser humano.

Que bom! Descansar com Jesus em missão

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVI do Tempo Comum



O descanso convida à contemplação da beleza e da bondade, à experiência fruitiva do lazer, à valoração da sabedoria, ao crescimento humano, à satisfação das carências fundamentais a fim de alcançar uma personalidade amadurecida.

“Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco” é o apelo/convite e a recomendação de Jesus, após ter acolhido e ouvido os discípulos regressados da primeira experiência missionária. Como Jesus é humano, está atento, é compassivo! Mc 6, 30-34.
A narração do que acontecera deixava perceber que a missão decorrera bem. As instruções tinham sido observadas. A confiança na palavra do Mestre estava confirmada. O êxito enchia de alegria contagiante o coração de todos. A sobriedade de meios, a simplicidade de vida, a itinerância doméstica, a eficácia do anúncio, a libertação do espírito oprimido pelas forças do mal são credenciais comprovadas e adquirem valor distintivo de quem é discípulo de Jesus em qualquer circunstância. Partilham o belo da missão. Nada que pareça fofoquice, reacções negativas das pessoas, sacudidelas do pó das sandálias, comentários negativos ao que viram e ouviram.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Placa do centenário

 



De passagem pelos meus arquivos, com mais de dez mil fotografias, encontrei esta alusiva ao centenário da Gafanha da Nazaré. Manifesta um voto que reputo de muito interesse, ou não fosse ele uma sugestão para a vida de cada um de nós.

Paróquia da Moita homenageia Mons. João Gaspar


Monsenhor João Gonçalves Gaspar foi homenageado de surpresa pela paróquia da Moita, Anadia, na manhã de 12 de julho. Nas paredes do Centro Social Paroquial da Moita foi descerrada uma placa de “reconhecimento pelo trabalho, por vezes silencioso, de apoio aos bispos e padres e imenso serviço prestado a diocese”, nas palavas do pároco, P.e Vítor Espadilha. “Monsenhor João Gonçalves Gaspar / Sempre gratos pela presença amiga”, lê-se na placa. Assistiram ao evento, além do homenageado, D. António Moiteiro (Bispo de Aveiro), P.e Joaquim Rocha (vigário geral), o pároco da Moita e mais alguns colaboradores da paróquia e do Centro Social.

Fonte: "Correio do Vouga", texto e foto.

NOTA: Li com muita satisfação, no "Correio do Vouga",  a referência à homenagem que a paróquia da Moita, decerto pela sensibilidade do seu pároco, Pe. Vítor Espadilha, prestou a Mons. João Gaspar, que ao longo de tantos anos se deu à Igreja Aveirense e ao seu povo, a título oficial e particular. Os meus parabéns à Paróquia da Moita pela iniciativa. Ao Mons. desejo saúde e otimismo para que possa continuar a ser útil entre nós.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Quem deu o nome às nossa língua?

Durante os primeiros séculos do reino, 
a língua não se chamava português. 
Quem lhe deu o nome?

No meu blogue, apresentei um companheiro de jornada, denominado Blogue da Semana - Certas Palavras, de Marco Neves, que aborda temas interessantes relacionados com a Língua que falamos. Sugiro uma ou mais consultas para confirmarem o que digo.
Hoje indico o tema: "Quem deu o nome à nossa língua?"

segunda-feira, 12 de julho de 2021

A nossa gente: Manuel Cravo Júnior



Mausoléu da família
Manuel Cravo Júnior nasceu na Gafanha, a 15 de junho de 1891. Filho de Francisco Cravo e Maria Rosa Rocha, lavradores.
Manuel Cravo Júnior era um comerciante com uma loja estabelecida na Chave (Gafanha da Nazaré), onde vendia adubos. Era também proprietário de diversas marinhas de sal na zona de Setúbal e de diversos terrenos na Costa Nova e na Praia da Barra, onde foram construídos dois bairros de habitação, o Bairro Popular, na Barra e o Bairro do Cravo.
A 3 de fevereiro de 1913 contraiu matrimónio com Maria da Conceição Conde. Deste enlace, sabemos que nasceu Carlos da Rocha Cravo, futuro comerciante da Gafanha da Nazaré.
Manuel Cravo Júnior ficou igualmente muito conhecido entre os ilhavenses por ser, nos anos de 1934 a 1937, arrematante dos impostos indiretos das rendas do vinho, bebidas alcoólicas e da lenha.
Mas que o significava ser arrematante dos impostos indiretos? Neste período, o poder municipal colocava à venda anualmente os impostos que deveria receber. Os arrematantes pagavam numa única parcela e adiantado o valor destes impostos, cabendo ao arrematante durante o ano cobrar às populações o valor devido em imposto.

domingo, 11 de julho de 2021

O PROFETA - Do casamento


Então Al-Mitra falou de novo e disse:
E a propósito do casamento, Mestre?
E ele respondeu:
Nascestes juntos e juntos permanecereis para sempre.
Juntos estareis quando as brancas asas da morte tiverem despedaçado os vossos dias.
Sim, juntos estareis mesmo na memória silenciosa de Deus.
Mas que na vossa união haja espaços.
E deixai, entre vós, dançar os ventos dos céus.

Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão: 
Que seja antes um mar em movimento entre as margens das vossas almas.
Que um encha a taça taça do outro, mas sem beber pela mesma taça.
Dai um ao outro o vosso pão, mas sem comer o mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos e alegrai-vos, mas que cada um de vós seja um, 
como as cordas de uma lira que, embora isoladas vibram ao som de uma  mesma melodia.

Entregai os vossos corações, mas sem que um se feche sobre o outro.
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E mantendo-vos juntos, mas não demasiado perto um do outro:
Pois os pilares do templo elevam-se à distância, 
e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.

Em “O Profeta” de Khalil Gibran

Barra e Costa Nova ligadas por passadiço


Os que gostam ou precisam de caminhar com mar à vista entre as praias do concelho de Ílhavo já podem avançar. Os passadiços que ligam a Barra e a Costa Nova já foram inaugurados. As obras integraram-se na Recuperação e Estabilização do Cordão Dunar e o passadiço, sobrelevado, contempla uma extensão de 1236 metros.
O Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Fernando Caçoilo, e o Vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, realizaram uma visita técnica que validou a abertura ao público do passadiço, a partir de 10 de julho, o que significa que já tem as portas de entrada escancaradas.
Boas passeatas a todos os eventuais utilizadores, sejam jovens ou menos jovens.

Perguntas e mais perguntas

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Papa e Edgar Morin

A encíclica Fratelli Tutti é o livro da nossa identidade, servida ou traída. É o grande tratado prático de antropologia dos começos do século XXI.

1. Já foi dito, de muitos modos, que o ser humano nasce prematuro. Para estar pronto para a vida, seria preciso, não apenas nove meses, no seio da mãe, mas vinte. Como isso não é possível, os pais têm de contar, à partida, com a fragilidade da criança. Somos frágeis por natureza, não nascemos prontos, equipados para enfrentar os desafios da vida, como acontece com outros animais. Isto não tem só inconvenientes. O ser humano forja-se, desde o nascimento, como relação, num face-a-face carinhoso.
A sua natureza é dotada, no entanto, de capacidades de conhecimento e afecto a desenvolver, com os outros, em culturas inventivas de interajuda ou em astúcias da vontade de dominação, traindo a sua condição original. Em ambos os casos, será sempre um ser frágil e incompleto que tem de se realizar ou destruir-se com os outros. A sua autonomia não se realiza pelo isolamento, mas pelo reconhecimento das outras autonomias fraternas, pois será sempre uma autonomia relativa. Descobrirá que o seu passado começou pelo acolhimento de um dom. Quando se toma verdadeiramente consciência dessa condição fundamental, podemos receber também a suprema iluminação: tenho de fazer da minha vida um dom. 

sábado, 10 de julho de 2021

Dia Mundial da Pizza - Bom apetite

Celebra-se hoje, 10 de Julho, o Dia Mundial da Pizza. Não sabia, mas fiquei a saber. Pensando bem, tinha de haver um dia especial para celebrar um petisco tão ao gosto de tanta gente, incluindo eu.
Segundo li, a pizza é considerada uma das mais adoradas invenções culinárias da história da humanidade e até, conforme  se diz, trata-se de uma invenção dos egípcios há mais de cinco mil anos, pois foram os primeiros a misturar farinha com água, cuja massa tinha de passar por fornos rústicos. É claro que decerto ainda não haveria chouriços, paios, presuntos e queijos... Mas se calhar haveria coisas parecidas. Diz-se também que os fenícios acrescentavam carne e cebola ao pão, mas cá para nós,  os italianos, já nos nossos tempos, é que foram espertos. E nós, em casa ou fora dela, apreciamos mesmo uma boa pizza! Por isso, o nosso jantar de hoje vai ser pizza. 

Quem tem medo da liberdade?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

A angústia da liberdade e a procura do regaço quente da segurança explicam a facilidade da entrega a poderes totalitários, a seitas cegas, a colonizadores de corpos e de almas, a vendedores de "verdades e certezas" tapadas, tantas vezes malévolas e irracionais.

1. Aparentemente, não há nada que o Homem tanto preze como a liberdade. Mas, frente à necessidade de ter de optar entre a segurança - intelectual, espiritual, psicológica, social, económica, politica, religiosa - e a liberdade, não se sabe quantos ficariam do lado desta e não daquela, do lado da liberdade e não da segurança.
Dostoiévski disse-o de modo ácido e também superior num texto em que também se critica a Igreja de Roma. Fá-lo num dos maiores romances da literatura mundial, Os Irmãos Karamázov, no poema de Ivan intitulado "O Grande Inquisidor".
A história passa-se em Espanha, em Sevilha, nos tempos terríveis da Inquisição, precisamente no dia a seguir a um "magnificente auto-de-fé" em que foram queimados de uma assentada, na presença do rei, da corte, dos cardeais e das damas mais encantadoras da corte e de numerosa população de Sevilha, quase uma centena de hereges. Cristo "apareceu, devagarinho, sem querer dar nas vistas e..., coisa estranha, toda a gente O reconhece." Mas o cardeal inquisidor aponta o dedo e manda que os guardas O prendam. E é num calabouço do Santo Ofício que lhe diz que no dia seguinte O queima na fogueira como ao pior dos hereges. E a razão é que a liberdade de fé tinha sido para Cristo a coisa mais preciosa. Não foi Ele que disse tantas vezes: "Quero tornar-vos livres"?

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Estive ontem em Águeda




Fui ontem a Águeda, cidade bonita, para um tratamento no hospital local, onde me acolheram e trataram com a lhaneza já habitual. Assim tem acontecido comigo no SNS. Sublinho o facto porque, por vezes, ouço queixas desagradáveis, talvez de gente que pertence ao grupo dos que dizem mal de tudo o que do Estado vem.
Depois do tratamento dei uma curta passeata pelo centro para ver os guarda-chuvas que cumprem um papel decorativo original e, por isso, atraente e agradável de ver. Recordei amigos aguedenses e apreciei o desenvolvimento citadino a vários níveis.
Estava um agradável dia de Verão. Esplanadas cheias de convívios. Gente de todas as idades alheias, ao que parece, aos queixumes de tantos, assumindo o salutar princípio de que tristezas não pagam dívidas.
Não sei se é sempre assim, se tudo isto estaria ligado ao encerramento das aulas ou, pensando melhor, se tudo seria fruto do bom tempo, próprio da estação em curso, perspetivando  época que fará esquecer as agruras de um Inverno que se prolongou pela Primavera.
Vamos aguardar, esperando um belo fim de semana.