quarta-feira, 30 de maio de 2018

Informação necessária


Os meus leitores e amigos hão de estranhar a minha ausência no ciberespaço, nos últimos tempos. Duas intervenções aos olhos (cataratas) impedem-me de ler e de escrever, o que é um drama para mim. Agora, só falta acertar os óculos para ler e ver ao perto. Mais uns dias e retomarei a vida com a disponibilidade de sempre. 
Até um dia destes, se Deus quiser. 

Fernando Martins

Diz Jesus - Fazei isto em memória de mim

Para a festa do Corpo de Deus 

Custódia da Igreja Matriz

Jesus vê chegar a hora do triunfo dos seus inimigos. E não quer deixar de estar presente junto dos amigos. Criativo como é, sonha uma forma especial de realizar o seu desejo. Não o quer fazer sozinho. Chama os discípulos que, preocupados, querem saber onde fazer os preparativos para a ceia pascal. E diz a dois deles: “Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Seguí-o”. E eles foram, encontraram tudo o que Jesus havia dito e prepararam a Páscoa.
Que maravilha: A liberdade em acção; a iniciativa por antecipação; o envolvimento como processo de intervenção e crescimento; o seguimento como via de realização; a alegria como leveza de missão e élan de prontidão. Faz-nos bem contemplar a atitude de Jesus que se manifesta na convergência de factores, na sintonia de vontades, na concórdia de actores intervenientes. Talvez nos sirva como referência para a preparação da celebração da Eucaristia, especialmente a dominical.
Uma vez à mesa e enquanto comiam, “Jesus toma o pão, dá graças, parte-e e reparte-o pelos discípulos, dizendo: “Tomai: isto é o meu Corpo”. O mesmo faz com a taça de vinho, de que todos beberam enquanto Jesus afirmava: “Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens”. E acrescenta que só voltará a beber “do vinho novo no reino de Deus”, encarregando os comensais de prosseguirem a sua missão, dizendo: “Fazei isto em memória de Mim”.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Congresso Eucarístico - Maria, Nossa Senhora da Esperança

ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO 



«Uma Igreja de rosto materno nunca está feita. Mas contemplando Maria sob o paradigma da graça e da esperança, a Igreja sabe donde vem e para onde vai, renova a sua fé no Deus Criador e Salvador, sabe-se acompanhada no seu caminhar na história em direcção à plenitude esperada.»

Borges de Pinho

O povo cristão reza na Salvé Rainha: “Mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa”. Faz uma leitura correcta da função de Maria no processo da salvação que Jesus, seu Filho, realizou. Indica o seu rosto materno como estrela a brilhar que ilumina os nossos caminhos.
E reza também: “Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia - Fruto do ventre sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria”. A sua sabedoria crente contempla o vínculo indissociável entre a Eucaristia e a Mãe de Jesus. Vínculo feito louvor e adoração, repassado de memória agradecida e de profecia confiante. Vínculo que é aliança definitiva selada num amor incondicional pelo bem de todos.

domingo, 27 de maio de 2018

Terceira Rosa de Ouro para Fátima?

Frei Bento Domingues

«O Papa não precisa de aumentar o número de cardeais que resistem, de forma activa e passiva, às reformas que ele anunciou desde a primeira hora e que procuram que essas reformas não lhe sobrevivam. A Igreja precisa de cardeais que ajudem este Papa e que sejam uma garantia de que estas reformas se tornem, de forma criativa, irreversíveis.
Não se pode deixar de realçar as declarações do bispo António Marto: O Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante.»

1. No Concílio de Trento (1545-1563), frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, teria afirmado que os eminentíssimos cardeais precisavam de uma eminentíssima reforma. Esta custou muito a chegar e, no nosso tempo, foi o papa Francisco que se empenhou na reforma da Cúria com uma coragem e desenvoltura que não fica nada a dever à do nosso bracarense. Perante as resistências activas e passivas que encontrou, já terá desistido? Há quem assim julgue e há quem assim espere. Creio que estão enganados.
Em 2017, pelo quarto ano consecutivo, Bergoglio voltou a usar a mensagem de Natal à Cúria Romana para sublinhar, com muita dureza: para servir a missão da Igreja na sociedade continuam a ser indispensáveis mudanças profundas na assembleia dos cardeais e na mentalidade de muitos elementos da hierarquia eclesiástica.
Destacou que alguns dos que formam o aparelho burocrático do Vaticano usam-no para formar grupos de pressão e de intriga, para impedir as reformas que ele próprio desencadeou. São um cancro que gera egoísmo e está infiltrado nos organismos eclesiásticos e nas pessoas que lá trabalham. A permanente denúncia que o Papa faz do clericalismo e do carreirismo destina-se a libertar a criatividade das comunidades cristãs, frutos da graça do Pentecostes, em saída para todas as periferias existenciais e prontas para todos os socorros como um hospital de campanha.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Festival da Sardinha

Ainda falta muito tempo, 
mas a notícia serve para aguçar o apetite 
e registar na agenda 


«A APARA , Associação de Pesca Artesanal de Aveiro, está já a preparar a segunda edição do Festival da Sardinha da Costa Nova.
O certame decorre nos dias 19, 20, 21 e 22 de Julho, no relvado daquela praia do concelho de Ílhavo, e promete superar os números e a qualidade da edição do ano passado. A única coisa que se irá manter passa pela aposta em servir apenas sardinha fresca e de qualidade.»

A morte: irreversível

Anselmo Borges

«É claro que esta questão [eutanásia] configura uma mudança civilizacional. E não se pense em progresso, pois é de retrocesso que se trata. A eutanásia significa uma derrota: o que o Estado tem para oferecer às pessoas em extrema dificuldade é conceder-lhes o direito de pedir que as matem? De facto, se a eutanásia fosse aprovada, ficaria em vigor uma lei que concede o direito de pedi-la e o Estado teria mais um dever: concretizar esse direito, nos casos aceites, matando. Não se fuja às palavras, pois é de homicídio que se trata, ainda que a pedido.»



1. No passado dia 6, Jürgen Habermas, que continua a ser o filósofo vivo mais influente do mundo, deu uma longa entrevista ao El País. Logo de entrada, estando de acordo com a afirmação de que há a decadência da figura do intelectual comprometido, diz: "A pergunta nostálgica "porque é que já não há intelectuais?" está mal feita. Não pode havê-los, se já não há leitores aos quais continuar a chegar com argumentos." Se foi "determinante uma esfera pública", o que se passa é que "as suas frágeis estruturas estão agora a sofrer um processo acelerado de deterioração". A esfera pública liberal na sua configuração clássica vivia de bases culturais e sociais, "principalmente da existência de um jornalismo desperto, com meios de referência e uma imprensa capaz de dirigir o interesse da grande maioria da cidadania para temas relevantes e a formação de opinião política. E também da existência de uma população de leitores que se interessa pela política e tem um bom nível de educação, acostumada ao processo conflitual de formação de opinião, dedicando tempo a ler imprensa independente de qualidade. Hoje, esta infra-estrutura já não está intacta. O efeito de fragmentação da internet deslocou o papel dos meios de comunicação tradicionais, sobretudo nas novas gerações. Antes de entrarem em jogo estas tendências centrífugas e atomizadoras dos novos media, a desintegração da esfera cidadã já tinha começado com a mercantilização da atenção pública. Agora os novos meios de comunicação praticam uma modalidade muito mais insidiosa de mercantilização".

O Deus em quem eu creio. E tu?

Georgino Rocha
Santíssima Trindade

"Quando o amor é o caminho, a pobreza torna-se história. Quando o amor é o caminho, a Terra será um santuário. Quando o amor é o caminho, vamos baixar as espadas e os escudos junto ao rio para não estudarmos mais a guerra. Quando o amor é o caminho, existe muito espaço para todas as crianças de Deus. Porque quando o amor é o caminho, tratamo-nos uns aos outros como se fôssemos verdadeiramente uma família"

Michael Curry's, 
bispo da Igreja Episcopal dos Estados Unidos.


A Igreja celebra hoje a festa da Santíssima Trindade, insondável no seu ser, acessível no seu agir. Tudo na vida cristã começa e termina nesta realidade admirável. “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” abre e fecha toda a celebração; está presente e actuante, de modo singular, na Eucaristia; acompanha e guia a Igreja na sua missão no mundo; anima os seres humanos no cuidado da natureza e da criação; abre-lhes horizontes de beleza nas obras de arte e de músca; atrai-os com a harmonia do universo.

Os sábios de todas as culturas descobrem os seus vestígios e dão-lhe nomes diversos; os profetas intuem o seu mistério e apontam possíveis vias de acesso; os estudiosos deixam-se seduzir pelo insondável e lançam-se na aventura da investigação; filósofos e teólogos ponderam o Infinito que os atrai, fazem reflexões ousadas e formulam doutrinas que visam dar alguma explicação. O magistério da Igreja alicerça as suas certezas na Escritura e na Tradição e codifica-as em verdades que, por vezes, são definidas como dogmas em linguagens culturais próprias da época. E para segurança doutrinal, celebra concílios e sínodos que definem com rigor o que se deve crer. Sirva de exemplo os do século IV (Niceia e Constantinopla) e que ainda hoje rezamos na missa. Será tremendamente difícil aos fiéis cristãos atingirem o alcance desta profissão da fé.
Apesar disso, vamos seguir de perto os seus enunciados fundamentais no que se refere à Santíssima Trindade, procurando o rosto humano de Deus nas pessoas divinas e no seu agir histórico, em cada um de nós e em todos os seres humanos. E façamos o nosso pequeno credo.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Notas do meu diário – O tempo e a passarada

Relvado e arvoredo 

Água para a passarada beber e tomar banho
Diz-se que só do tempo falamos (ou escrevemos) quando não temos assunto. Não será o caso de hoje, que assuntos não faltam, mas ao ouvir o chilrear da passarada nas árvores e arbustos do meu quintal, onde têm morada certa e água fresca diária e à discrição, pelos cuidados extremosos da minha Lita, terei mesmo de falar do ambiente que me cerca, com sol quanto baste.
Nunca fui dado ao cuidado dos passarinhos, nem mesmo na idade em que muitos amigos tinham palmas para os apanhar e gaiolas para se deleitarem com os seus variados cantares, que muitos interpretavam como desafios que uns aos outros se impunham, à semelhança dos cantadores de feiras e romarias, com versos brejeiros de respostas e remoques que nunca mais acabavam. 
Os pintassilgos da minha meninice prestavam-se para os seus donos, também meninos, se iniciarem nos negócios da troca, compra e venda dos mais cantadores, artes que, segundo se dizia, eram adquiridas nas prisões aramadas. Agora, até me dou ao luxo de admitir que os seus trinados seriam gritos de desespero pela liberdade a que aspiravam. 
O sol está quente, não há vento e da relva regada ontem vem uma frescura sadia, mais sentida quando caminho sobre ela, sempre com o trinado de aves cujos nomes desconheço. Admito, contudo, que a beleza do que ouço só pode ser dos pintassilgos, os tais que valiam mais dinheiro, que de canários pouco se discutia. 
Muito mais tarde, já maduro, soube apreciar os criadores de canários, com gaiolas bem equipadas e tratamento a condizer. Não faltavam misturas de sementes enriquecidas com vitaminas e seleção de aves a partir de pais com provas dadas para se preservarem qualidades raras, nas penas, na cor e no cantar. 

Fernando Martins

terça-feira, 22 de maio de 2018

Diáconos Permanentes celebram 30.º aniversário de ordenação

Augusto Semedo

Luís Pelicano 

Afonso Henrique 
Joaquim Simões 

Fernando Martins

Marcelina, esposa do Luís Pelicano 

Isabel, esposa do Joaquim Simões 

Edite, esposa do Augusto Semedo 

Padre José Manuel 

Os primeiros Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro foram ordenados na Sé por D. António Baltasar Marcelino, faz hoje, 22 de maio, 30 anos. Os seus nomes, para memória futura, aqui ficam: 

Afonso Henrique Campos de Oliveira, de Recardães 
Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda 
Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré 
Daniel Rodrigues, da Glória 
Fernando Reis Duarte de Almeida, de Óis da Ribeira 
João Afonso do Casal, da Glória 
José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré 
Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça 
Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré 

Destes, já partiram para o seio de Deus o Carlos Merendeiro da Rocha, o Daniel Rodrigues e o João Afonso do Casal. Também as esposas do Carlos Merendeiro e do Afonso Henrique já nos deixaram, gozando, decerto, agora, a alegria do aconchego do Pai Misericordioso. 

Hoje, para celebrar os 30 anos da ordenação, à volta da mesa da Eucaristia e da mesa do convívio fraterno, só não pôde participar o Fernando Reis e sua esposa Margarida, por motivos de doença, o mesmo acontecendo com a Hélia, minha esposa, por razões de exames médicos. 
À volta do altar, o delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente, P.e José Manuel Marques Pereira, evocou os primeiros passos deste ministério ordenado entre nós, louvando a coragem dos que assumiram a ordenação, quando é sabido que os diáconos permanentes tinham caído no esquecimento na própria Igreja, há séculos. 

Luís Pelicano, no final da missa, também agradeceu aos que contribuíram para a instauração do diaconado permanente em Aveiro, destacando em especial D. Manuel de Almeida Trindade e D. António Marcelino. E não deixou de evocar os colegas falecidos e as esposas de Afonso Henrique e do Carlos Merendeiro. 
A Eucaristia e o encontro de convívio tiveram lugar em Águeda, a cuja paróquia, representada pelo P.e José Camões, agradecemos o acolhimento, enriquecido pelo grupo coral que animou a missa. 
À homilia, o P.e José Manuel recordou que fomos chamados para o serviço eclesial, sublinhando que a «Igreja só tem a sua razão de ser enquanto serviço para o mundo». Disse que Deus necessita de colaboradores, mas «não fomos nós que, por iniciativa própria, nos apresentámos; foi o Senhor que nos chamou». 
Frisou que o chamamento «é sempre uma história única e que o modo como lhe respondemos também tem de ser único, porque tem de responder àquilo que nós próprios somos, tendo em conta as nossas debilidades e fraquezas». 
O presidente da celebração evocou o Papa Francisco para dizer que importa verberar a mundanidade. «Nós, os que fomos chamados, não devemos estar agarrados aos critérios do mundo; somos, pelo contrário, enviados ao mundo com algo de novo», assente no projeto de salvação de Jesus Cristo. 
O delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente referiu que o nosso ministério só existe para o serviço aos outros, numa atitude de «disponibilidade total, de acolhimento, porque só assim nos identificamos com Cristo». 
O P.e José Manuel concluiu, dizendo que, «apesar do peso dos anos e das doenças», nunca podemos deixar de ser servidores, quer no serviço ativo que a Igreja nos pede, quer noutro serviço, não tão visível, mas fundamental, como é o serviço da oração, numa disponibilidade interior muito grande. 

Fernando Martins 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Luto nacional pelo morte do "pai" do SNS


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou um dia de luto nacional pelo falecimento de António Arnaut,  “pai” do SNS (Serviço Nacional de Saúde), ao aceitar a iniciativa do primeiro-ministro, António Costa. Congratulo-me com a decisão, uma vez que o SNS corresponde a um projeto de largo alcance social, apesar de necessitar de constantes aperfeiçoamentos. 
Na altura, Portugal deu um extraordinário passo na linha de oferecer cuidados de saúde a todos os portugueses, realidade não existente no universo dos países do mundo.

Notas do meu diário – O Futebol

Com as histórias do Sporting a dominarem todo o panorama noticioso de todos os quadrantes, fico perplexo com este mundo português que dá a entender que nada mais há para além do futebol. Quase tudo foi relegado para os sacos negros do esquecimento ou para planos secundaríssimos. Problemas sociais, económicos, da justiça, da cultura, de gente que sofre e que luta pela sobrevivência, desemprego, ensino, saúde e tantas outras questões deixaram de ter voz e vez. É pena. 
Entretanto, li este texto de Miguel Poiares Maduro, que anexo, para refletirmos: 

Como o jogo mais bonito ficou tão feio 

“a violência é apenas a manifestação mais extrema de uma doença profunda que ocupa o “corpo” do futebol há bastante tempo. Os sintomas têm-se multiplicado. Campeonatos do mundo atribuídos através de votos comprados; jogos viciados através da compra de jogadores ou árbitros; doping organizado e, nalguns casos, promovido por Estados; evasão fiscal; lavagem de dinheiro; e até funcionários judiciais corrompidos por agentes desportivos. Estes são alguns exemplos de processos judiciais que envolvem atualmente o futebol. Dos EUA à França, passando por Portugal, organismos de investigação criminal e magistrados têm tornado público uma pequena parcela do lado sujo daquele que durante tantos anos pensámos ser o jogo mais bonito. Mas a expressão criminal é apenas o estado mais avançado da doença ética e moral que domina a cultura do futebol”. 

domingo, 20 de maio de 2018

Sem recurso nem recuo


António Barreto no DN 

Bispo de Leiria-Fátima vai ser cardeal


«O Papa Francisco anunciou este domingo, em Roma, que o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, vai ser nomeado cardeal. O consistório (reunião de Cardeais que aconselham o Papa) para a criação de 14 novos cardeais vai ocorrer a 29 de junho, no Vaticano.
António Augusto dos Santos Marto tem 71 anos e é Bispo de Leiria-Fátima desde 2006. Em 2017, por ocasião da celebração do centenário de Fátima, recebeu o Papa Francisco na visita que fez ao país.»

Ler mais no Observador 

"Havíamos de falar de..." na Escola Secundária

Quando o Pentecostes acabar é o fim

Bento Domingues

1. "O animal corre, e passa, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O pássaro voa, e passa, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O peixe nada, e passa, e morre. / E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O homem come, e dorme, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / Acende-se o céu, apagam-se os olhos, resplandece a estrela. / E aqui em baixo é o frio, e lá no alto é a luz. / Passou o homem, desfez-se a sombra, libertou-se o cativo. / Vem, espírito, vem, por ti chamamos." [1] 
O autor dos Actos dos Apóstolos diz que quando chegou o dia de Pentecostes – isto é, cinquenta dias depois da Páscoa – estavam todos os discípulos reunidos no mesmo lugar. Como disse na crónica do Domingo passado, se nada acontecesse de novo, continuava ali uma Igreja na sua prisão de medo, de gente pasmada, fiéis a um judaísmo tradicional, o judaísmo da fidelidade à letra que mata, e às interpretações infinitas do mesmo. Os Actos falam de algo insólito. Uma rajada de vento e línguas de fogo. O que teria sido aquilo? Estamos perante representações simbólicas. 
Segundo uma narrativa antiga, a diversidade de línguas era fruto de uma maldição divina [2]. Era deus que não queria que os povos se entendessem, não fossem eles unirem-se contra ele. Um deus assustado com a criatividade humana. 

Deambulando

MaDonA

O tempo é um bom tema de conversa, pois interessa a todos e qualquer um pode opinar sobre ele. Os britânicos até o usam, na falta de qualquer outro assunto.
Com a chegada da primavera, o sol voltou a convidar aos passeios pelo campo, às atividades de ar livre e às caminhadas pela nossa pitoresca vila. Com o ar lavado do pólen que a natureza explodiu em jorros, sabe bem deambular por entre ruas e ruelas que se cruzam. Os cheiros e sons misturam-se numa sinestesia dos sentidos.
À medida que me solto neste emaranhado de sensações vou-me envolvendo com este e com aquele que me interpela. Um conhecido que me saúda, a quem dou dois dedos de conversa, um antigo aluno que vem cumprimentar a teacher. Algum em quem a semente caiu em terra boa.
Há algum tempo, fui abordada pelo T. que me atirou dois beijos como o projétil de uma bala. Arremessado tinha sido ele de Herodes para Pilatos e a vida madrasta moldara-lhe um temperamento instável. Foi essa a ideia que me ficou dos tempos em que me passou pelas mãos, na sala de aula. Hoje, é um esbelto rapaz em que os traços masculinos são esteticamente harmoniosos.

sábado, 19 de maio de 2018

Um pinheiro do meu relvado


As sombras da noite que se aproximavam ainda deixaram ver a beleza de um pinheiro que habita o meu relvado. E a beleza que eu vi está na dinâmica de me apontar o céu estrelado que viria a seguir. 
Bom fim de semana. 

Feira do Livro - Aveiro de Eça


A Feira do Livro vai abrir portas já na próxima semana no Mercado Manuel Firmino.. Tem um subtítulo apelativo e oportuno. Eça, que respirou os nossos ares e apreciou a nossa ria e o nosso mar, será mote para um programa a condizer com a sua obra, bastante apreciada pelos amantes da literatura. Espero que assim seja para regalo dos queirosianos, e não só.

Praias da Barra e Costa Nova com Qualidade de Ouro



«À semelhança dos anos anteriores, a Associação Nacional de Conservação da Natureza identificou, num universo de 640 praias portuguesas, 390 com “Qualidade de Ouro”. Neste universo de 390 praias encontram-se as praias da Barra e da Costa Nova, no Município de Ílhavo.» Assim reza o comunicado da Câmara Municipal de Ílhavo que li hoje. Congratulo-me com o facto, convicto de que esta classificação muito contribuirá para o desenvolvimento turístico da nossa terra, nas mais variadas componentes. 
Certo é que esta Bandeira de Ouro é mais uma exigência para continuarmos a melhorar as nossas praias.  Os critérios da classificação prendem-se, naturalmente, com a qualidade da água, considerada excelente nas cinco últimas épocas balneares.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

O nosso Bispo fez anos

D. António Moiteiro 

O nosso Bispo, D. António Moiteiro, completou ontem 62 anos, pois nasceu em 17 de maio de 1956. Razão mais do que suficiente para o felicitar, com votos sinceros de que Deus continue a acompanhá-lo na sua missão episcopal entre nós e para nós. 
O Bispo é sempre, para mim, uma referência de vida, pela ação e pelo testemunho de fiel sucessor dos apóstolos. Dele recebemos, no dia a dia, propostas, sugestões e desafios para respondermos, enquanto cristãos, aos sinais dos tempos, lutando por uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais solidária. 
Ouço e leio o nosso Bispo com gosto, procurando captar o essencial do que diz e escreve, sempre na perspetiva de que as suas palavras são sinais para levar à prática a Boa Nova de Jesus Cristo, alicerce da civilização do amor. 

Fernando Martins 

Festas de Vagos


Vagos faz parte integrante do nosso ADN. Os primeiros gafanhões vieram, no séc. XVII, de terras vaguenses com seus hábitos, tradições e, ainda, com muita garra para cultivar dunas, arrancando delas, regadas com muito suor, o pão de cada dia. Semeavam e plantavam, voltavam a semear e a plantar, e mais tarde, estas dunas, de que temos vestígios em cada canto, tornaram-se num celeiro da região, sendo as suas batatas as preferidas nos mercados de Aveiro e Ílhavo, como lembra Leite de Vasconcelos. 
Por tudo isto, Vagos permanece colado à nossa alma e, quer queiramos ou não, as alegrias dos vaguenses serão sempre as nossas alegrias, a nossa ternura e a nossa gratidão.

Sobre Santa Maria de Vagos, ler aqui. 

Marx e Marx

Anselmo Borges 


No passado dia 5, celebrou-se o segundo centenário do nascimento de Karl Marx, o filósofo, sociólogo e economista cuja obra, para o bem e para o mal, contribuiu de modo decisivo para a mudança da história do mundo. O outro Marx é o cardeal Reinhard Marx, actual arcebispo de Munique e presidente da Conferência Episcopal Alemã, especialista na Doutrina Social da Igreja, um dos conselheiros do Papa Francisco, que foi bispo de Trier, onde Karl Marx nasceu, e que escreveu uma obra bestseller, muito notada também pelo título, o mesmo da do seu homónimo, Das Kapital (O Capital). Ele mesmo confessa que João Paulo II se lhe dirigia com graça como il nostro marxista (o nosso marxista).
Tanto no livro, publicado em 2008, como nas entrevistas concedidas ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung e ao Rheinische Post online, por ocasião dos 200 anos do nascimento do seu homónimo, o cardeal, que não é marxista, manifesta profundo interesse por Karl Marx e os seus escritos, que chega a considerar "fascinantes" e com uma "grande energia", neles "há uma inspiração, um ímpeto revolucionário". "Sem Karl Marx, não haveria uma Doutrina Social da Igreja".

Festa de Pentecostes - Vinde, Espírito Santo

Georgino Rocha
VINDE, ESPÍRITO SANTO, 
ENCHER OS CORAÇÕES HUMANOS E RENOVAR A TERRA


«Em qual destas esferas está o Espírito Santo a chamar-nos para crescermos em sabedoria e bom senso, em relação de proximidade e dedicação, em santidade de vida e de atitudes, em respeito pela criação?»

Hoje, a Igreja celebra a festa de Pentecostes, a festa do Espírito Santo que Jesus nos envia de junto de Deus Pai. Festa que é memória e profecia, celebração e invocação, dom e doação, comunhão e missão. Os narradores do acontecimento, Lucas e João, situam-no em datas diferentes. João faz-nos uma apresentação sóbria na tarde do domingo da ressurreição; e Lucas, passados cinquenta dias, quando os judeus vinham a Jerusalém para a comemoração da entrega da Lei no Sinai e do selo da aliança de Deus com o seu povo.
Ambos convergem na novidade feliz de que o Espírito se manifesta aos discípulos e lhes concede a abundância dos seus dons, dons que hão-de dar frutos ao longo dos tempos nas diversas culturas. Com o esforço humano. Deus nunca nos dispensa. Dons que, sendo diferentes, se harmonizam e enriquecem na comunhão. De contrário, nega-se o dom maravilhoso que nos manifesta: Fonte da diversidade na comunhão da unidade. Dar rosto visível e atraente e esta realidade constitui um verdadeiro desafio à Igreja de todos/as que somos nós e aos seus mais directos responsáveis.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O antigo e o moderno



O antigo e o moderno de braço dado à espera do verão ou de uma primavera, em fim de carreira, com um sol a garantir que está quase na hora de banhos reconfortantes. Água límpida, cristalina e apetecível  ou desafiante é o que todos esperamos.

António Rodrigues em entrevista à UA

“A universidade é uma escola de vida”



Antigo Aluno UA: António Rodrigues, 
professor na Gafanha da Nazaré 
e coordenador do Gafe Bike Lab

Licenciado em Ensino de Física e Química na Universidade de Aveiro (UA), António Rodrigues é docente da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré desde 1991. Nessa década, começou a usar a bicicleta como meio de transporte para a sua escola. Não por acaso, hoje é coordenador do Gafe Bike Lab que inclui uma oficina para os alunos repararem e alterarem as suas bicicletas, espaço de trabalho e partilha pelo interesse em torno da bicicleta. O projeto faz todo o sentido numa escola onde cerca de 70 por cento dos alunos usa a bicicleta no seu dia a dia, caso único a nível nacional.

Ler entrevista aqui 

Nota: Entrevistado pelo jornal online da UA, o professor de Física e Química da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré deu as razões por que escolheu a universidade aveirense para se preparar para o ensino e falou de um projeto do qual é o coordenador. 
Conheço o professor Rodrigues há bons anos e sei de outra paixão que o entusiasma: colecionador de rádios antigos, que conhece como as suas mãos. Entrevistei-o um dia e percebi então como vive o prazer de procurar, estudar e reparar rádios com história. Cada rádio que me exibia era uma lição para mim. Felicito o professor Rodrigues pelo seu labor profissional e pelo gosto pelo colecionismo. 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

ECOMARE abre as portas ao público

Visitas podem ser realizadas a 21 de maio

Ecomare no dia da inauguração

«O ECOMARE – Laboratório para a Inovação e Sustentabilidade dos Recursos Biológicos Marinhos da Universidade de Aveiro vai estar aberto ao público no dia 21 de maio, no âmbito da campanha "A Europa na minha Região" promovida pela União Europeia. Às 15h00 tem início a visita guiada.»

Li aqui 

Praia da Barra vai ter Multibanco no verão


A Câmara de Ílhavo empenhou-se em assegurar «um serviço bancário reforçado para o verão, na Praia da Barra», concretamente, o conhecido Multibando. Fica assim «colmatada uma carência sentida ao nível da prestação de serviços bancários», tendo em conta que,  na época balnear, há «um fluxo de pessoas que, de forma crescente, têm procurado esta praia».
A autarquia informa que formalizou o acordo necessário com a Caixa Agrícola, ficando o Multibanco instalado, «em espaço temporário», na Av. João Corte Real, junto ao Mercado da Barra.

Ainda o Sporting


Nota: Acredito que há sócios honrados com capacidade para repor o Sporting no lugar que de direito lhe pertence. 

Rumo ao Congresso Eucarístico - A grande esperança



Após a consagração do pão e do vinho, a assembleia aclama Jesus eucaristia dizendo: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte. Proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”. O futuro, de que a eucaristia é penhor, irrompe no presente e abre-lhe novos horizontes. 


A esperança cristã converte-se em grande esperança como nos lembra Bento XVI: 
“Precisamos das esperanças – menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm a caminho. Mas, sem a grande esperança que deve superar tudo o resto, aquelas não bastam. Esta grande esperança só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir. Precisamente o ser gratificado com um dom faz parte da esperança. Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada indivíduo e a humanidade no seu conjunto. O seu reino não é um além imaginário, colocado num futuro que nunca mais chega; o seu reino está presente onde Ele é amado e onde o seu amor nos alcança. 
Somente o seu amor nos dá a possibilidade de perseverar com toda a sobriedade dia após dia, sem perder o ardor da esperança, num mundo que, por sua natureza, é imperfeito. E, ao mesmo tempo, o seu amor é para nós a garantia de que existe aquilo que intuímos só vagamente e, contudo, no íntimo esperamos: a vida que é «verdadeiramente» vida. Procuremos concretizar ainda mais esta ideia na última parte, dirigindo a nossa atenção para alguns «lugares» de aprendizagem prática e de exercício da esperança”. (Salvos na Esperança, 31).

terça-feira, 15 de maio de 2018

O Sporting tem de erguer a bandeira da dignidade


O clima de violência que se verificou no Sporting Clube de Portugal é puro resultado dos ambientes agressivos que se vivem no futebol nacional. Violência verbal, psicológica e física. No futebol e noutros desportos, alimentadas por claques, muitas delas comandadas por arruaceiros e criminosos. Tudo com a complacência de dirigentes, que esquecem a importância dos valores que devem fazer parte integrante do desporto, a qualquer nível. 
Sei, todos sabemos, que há dirigentes, adeptos e membros de claques respeitadores dos adversários, que não são inimigos a abater. Mas que há muita falta de ética no mundo desportivo, lá isso há. 
Quando vejo e ouço, via órgãos da comunicação social, dirigentes a vomitarem ódios contra os adversários, ofensivos e acusadores, condenando os erros dos árbitros, normais porque ninguém é perfeito, e ignorando os lapsos e incompetências dos seus jogadores e treinadores, fico perplexo com tanta falta de vergonha. 
O Sporting foi sempre o meu clube desde a infância. Nessa altura, tinha jogadores que nos entusiasmavam e dirigentes que impunham respeito. Quem poderá esquecer jogadores como Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos, Albano e Azevedo? E como compreender agora o que se passa num clube que foi e ainda é, ao que julgo, o mais eclético de Portugal? Estou longe de entender esta violência estúpida e gratuita, de raiva e ódio, contra jogadores e treinador, precisamente no seu espaço de trabalho, por encapuzados que agiram por iniciativa própria (ou de alguém?). E com que fim? 
Espero que a justiça averigue e castigue os arruaceiros e, eventualmente, os que, pela suas atitudes, geraram esta brutalidade. O Sporting tem continuar a levantar a cabeça e a erguer a bandeira verde da esperança e da dignidade,

Recordando D. António Marcelino

Editado por Fernando Martins 
Quinta-feira, 
30 Julho,
2009, 
11:13 


O necessário rosto da verdade 

Diz-se que são demasiadamente clericais os meios de comunicação social da Igreja. Logo se diz, também, que é esse, ainda hoje, o seu rosto mais visível e, por isso, não é de estranhar que assim seja e assim apareça. Não falta quem teime, dentro e fora, em continuar a identificar Igreja com bispos e padres, por preconceito, por falta de formação e de informação, por restos históricos que tardam em se apagar.
Na Igreja, continua a ser difícil e lenta a passagem de uma classe restrita, mas dominante, o clero, a um povo diversificado, alargado e plural, a comunidade dos crentes. A Igreja de Cristo é Povo, é comunidade. Não é grupo, nem elite, nem classe.
Pode acontecer, e em diversos casos acontece mesmo, que o tom clerical dos jornais, e não só, seja, por vezes, ainda o tom que prevalece. A verdade, porém, é que o trabalho que se vem fazendo, por todo o lado, com os leigos e para lhes dar consciência da sua dignidade e missão, é significativo. O seu protagonismo, em muitas comunidades paroquiais, tem crescido sempre mais. Por caminhos não reivindicativos, mas de fé.
O Ano Paulino, iluminado pela Palavra de Deus e conduzido pela vida de Paulo e das suas comunidades, com suas fraquezas e méritos, foi uma lufada de ar fresco na Igreja. Muitos leigos acordaram para novos rumos, ao longo deste Ano. Pelo caminho da Palavra se vai à fonte que não deixa que a Igreja se clericalize. Um caminho que ajuda todos os membros da Igreja, leigos, clérigos e consagrados, a sentir a alegria e a graça de serem, acima de tudo, Povo de Deus, “nação santa e povo resgatado”, com uma missão comum no mundo.

Homenagem aos Mártires da Liberdade

Amanhã, 
quarta-feira, 
18h30


Amanhã, 16 de maio, quarta-feira, pelas 18h30, a Câmara Municipal de Aveiro vai homenagear os Mártires da Liberdade, com uma sessão de evocação e a deposição de flores no obelisco da Praça Joaquim Melo Freitas. Assim, serão assinalados os 190 anos sobre a revolução liberal de 1828, iniciada na cidade de Aveiro.
Ficaram na história, por isso, os aveirenses Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima, Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, e Manuel Luís Nogueira.
Em 1909, o Clube dos Galitos eternizou em monumento público este ato heroico dos seus naturais, erguendo na Praça Joaquim Melo Freitas um Obelisco dedicado à Liberdade.

Gafanha Cup 2018 apresenta-se com ambição

JOSÉ RATOLA (TEXTO)/RICARDO CARVALHAL (FOTO)


«O Grupo Desportivo da Gafanha apresentou, na Fábrica das Ideias, na Gafanha da Nazaré, a quarta edição do Gafanha Cup, que vai decorrer de 22 a 24 de Junho. Trata-se de um torneio que vai envolver todas as modalidades - Futebol, Futsal e, pela primeira vez, Atletismo e Basquetebol. Será, por isso, um evento de afirmação do emblema gafanhense e que visa dar maior visibilidade às potencialidades do clube.
Foi numa cerimónia muito concorrida pelos atletas da formação - onde também estiveram presentes os representantes da Câmara de Ílhavo, da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, também parceiros nesta organização; um dos padrinhos deste evento, Francisco Amarante, ex-atleta de basquetebol que representa o FC Porto - que foi apresentada esta quarta edição do torneio, que prevê o envolvimento de 1.500 jovens atletas das diferentes modalidades em representação de mais de 40 clubes.»

Nota: Texto e foto publicados no Diário de Aveiro

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Museu Vista Alegre


Uma excelente oportunidade para visitar o museu de uma indústria das mais significativas do nosso município. A não perder. 

Cães de Ninguém



Diz-se que os cães terão sido os primeiros animais domesticados pelo homem. Com verdade ou com alguma fantasia, realmente os cães são os animais que mais se veem junto das famílias, morando imensas vezes nas casas dos seus donos. Ainda há quem os tenha presos a cadeado habitando uma casula mal amanhada. Mas há imensos cães vadios, porventura abandonados pelos que um dia quiseram ter um cãozinho, mas cedo se fartaram dele. A rua passou a ser morada de muitos, que, com fome, são capazes de causar transtornos a quem passa. 
Ferreira de Almeida avançou com uma exposição que é mais uma oportunidade para os amigos dos animais refletirem sobre problemas ligados aos cães domésticos e, também, aos cães abandonados. 

domingo, 13 de maio de 2018

Dia Mundial das Comunicações Sociais


Mensagem do Papa Francisco 


A verdade e as notícias falsas 

A mensagem do Papa para o 52.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que hoje se celebra, aborda duas questões atuais: “A verdade vos tornará livres” e “Fake news e jornalismo de paz”. 
Diz o Papa Francisco que «a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão», sabendo-se que «o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo», mas ainda é capaz «de narrar a sua própria experiência e o mundo, construindo assim a memória e a compreensão dos acontecimentos». Contudo, se orgulhosamente seguir o seu egoísmo, o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar». 
Debruçando-se sobre as notícias falsas, o Papa afirma que, no fundo, são desinformação, apoiadas em «informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos». 
O Santo Padre frisa que «O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade.» 

A Igreja não é de gente pasmada

Frei Bento Domingues

1. A festa litúrgica da Ascensão não é a celebração da passagem de Jesus à reforma, nem a sua fuga para o céu, seu lugar de repouso junto de Deus, onde aguardaria, no eterno descanso, os discípulos que fossem aparecendo.
A este respeito, as narrativas dos Evangelhos e dos Actos dos Apóstolos, embora não sejam contraditórias, ajustam-se com alguma dificuldade. Frutos de várias estratégias, e em contextos diferentes, tentam interpretar a significação do itinerário terrestre de Jesus para comunidades que não O conheceram. Parecem um retorno ao passado - “naquele tempo” -, mas por causa do presente. As promessas paradisíacas não são evasões deste vale de lágrimas.
São textos que procuram, por um lado, mostrar que o tempo da visibilidade da figura histórica de Jesus está encerrado; já não há ninguém para dizer eu vi! Por outro, todas as narrativas, discursos e exortações insistem na sua invisível presença. Como disse o Ressuscitado ao empirista Tomé: felizes os que crêem sem ver.
Nada disto impediu que, muito cedo, tenham surgido na Igreja duas tendências que não deveriam ser dissociadas, mas complementares: uma insiste mais na dimensão contemplativa, na comunhão mística com Cristo, e outra que não aceita a espiritualidade de gente consolada e pasmada a olhar para o céu, quando há tanto que fazer pela alegria pascal, transformante da sociedade. 

Como nuvens pelo céu



Como nuvens pelo céu
Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.

São coisas no alto que são
Enquanto a vista as conhece,
Depois são sombras que vão
Pelo campo que arrefece.

Símbolos? Sonhos? Quem torna
Meu coração ao que foi?
Que dor de mim me transtorna?
Que coisa inútil me dói?

Fernando Pessoa

sábado, 12 de maio de 2018

Tesouros no Museu de Aveiro | Santa Joana

Museu de Aveiro | Santa Joana
Aveiro Tesouros
12 de maio a 2 de setembro


A mostra identifica os vários tesouros arquitetónicos do Município que se pretendem promovidos e valorizados perante o visitante e o turista, levando-o a querer visitar Aveiro a partir da exposição.
Em simultâneo foi criado o circuito do património edificado do guia turístico que, em simultâneo, é o catálogo da exposição, a par da colocação do primeiro conjunto de totens identificativos dos monumentos em texto bilingue, pela primeira vez colocados em espaço público na História em Aveiro.
Com entrada livre, a exposição pode ser visitada de terça a domingo das 10.00 às 12.30 horas e das 13.30 às 18.00 horas.

Nota: Ilustração e texto da CMA

ÍCONE DE SANTA JOANA



Partindo do desejo do nosso Bispo, 
veio à luz o Ícone de Santa Joana, 
Padroeira de Aveiro. 
De que se trata?

A palavra «ícone» – icona, ikona, ????? – do russo – vem do grego eikona (?????, Eikon) que significa simplesmente imagem. Trata-se de uma das expressões de arte sacra mais antiga e com menos alterações ao longo do tempo. Não se tratando de uma simples pintura, o ícone mostra uma relevante carga simbólica, em que nada surge por mero acaso. Só assim se entendem os pormenores, detalhes, posição dos corpos, estilo dos cabelos, de vestuário, de fundos, de ornamentos, luzes e de sombras, componentes do nosso Ícone. Tudo é feito para possibilitar a contemplação e o diálogo entre o crente e o mistério divino escrito no Ícone, pois como nos diz a autora da presente obra: “o Ícone da Santa Joana foi elaborado após profunda oração e estudo sobre a sua vida”.

Passemos, agora, à descrição deste Ícone, 
por meio das palavras da escritora deste Ícone, 
Tânia Pires:

Santa Joana é representada com o hábito da congregação Dominicana, com quem viveu na vida entregue a Deus, à comunidade e aos mais pobres. Na mão esquerda segura o Crucifixo e na mão direita o pão, que representa todo o alimento e toda a atenção que Santa Joana partilhou com os pobres ao longo da sua vida. Dos três mendigos representados (que simbolizam toda a pobreza da cidade), perto da muralha (que representam a cidade de Aveiro), podemos deduzir que era Santa Joana que ia ao encontro dos mais necessitados, dando a sua vida, transmitindo o amor, a fé, a esperança e a Palavra Viva.

Santa Joana seguiu sempre a sua intuição, voz e vontade mais profunda de Deus, sem hesitar. E, contra todas as vontades externas, recusou três casamentos representados no Ícone pelas três coroas. A água representa a sua cidade, a sua «pequena Lisboa», Aveiro, e o edifício por detrás de Santa Joana, a casa de Deus, o convento onde ela entregou a sua vida. A sua frase “Amar a Deus é servir”, verdadeiro lema da Santa Joana integra o Ícone, o qual tão bem caracteriza a sua vida, pelo serviço e entrega constantes ao mundo e a quem mais necessitava, modelo para os seus devotos. Santa Joana morreu muito nova, daí o seu rosto ser representado sob uma forma jovial e serena. É um Ícone bastante completo que caracteriza toda a riqueza da sua vida, podendo ser contemplado e rezado dessa forma.

É, sem dúvida, uma obra que nasceu do estudo e da oração, destinando-se a facilitar o nosso diálogo com Santa Joana Princesa, nossa Padroeira, uma vez que continua, ainda hoje, a ser modelo de vida para todos os cristãos.

Para que esta contemplação e diálogo seja possível, decidimos reproduzir este Ícone e colocá-lo ao dispor de todos, podendo-se encontrar à venda na Livraria de Santa Joana, a partir da primeira semana do mês de Maio.

Nota: Foto e texto da página da Diocese de Aveiro

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A vida é fonte primeira do bem comum

Nota  Pastoral do Bispo de Aveiro
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A propósito da eutanásia, assunto que o Parlamento tem em mãos, com vista a aprovar um diploma de legalização da chamada morte assistida, o Bispo de Aveiro, António Moiteiro, acaba de publicar uma Nota Pastoral, no sentido de esclarecer os católicos, em especial, e os homens e mulheres de boa vontade, em geral, onde defende que“Legalizar a eutanásia é um retrocesso civilizacional”. 
O prelado aveirense lembra que o Parlamento deveria estar antes a discutir modos de atuar para “minorar o sofrimento e a dor de quem está perante o limite e a fragilidade” e refere que a  eutanásia “significa abandono, desistência e incapacidade de responder com o cuidado humanizado em favor de quem se encontra em situação de debilidade". 
Olhando para a história, António Moiteiro retrocede até às civilizações antigas, Roma e Grécia, onde a eutanásia era praticada, para dizer que, graças ao “novo humanismo nascido com o cristianismo”, tal prática foi abandonada. 
O Bispo de Aveiro frisa que, “para os cristãos, para quem a vida é dom,  perante o sofrimento,  só faz sentido a doação. Desistir, dando a morte, é a recusa de que dos outros poderemos esperar o amor. Uma sociedade que deixe de amar não pode continuar a crescer em humanidade e atenção aos outros, sobretudo aos que mais sofrem”. 
O nosso bispo considera que, “Depois de legalizada, a eutanásia torna-se um horizonte que atinge todos aqueles que, um dia, venham a necessitar dos cuidados de saúde. Não apenas como uma possibilidade, mas como uma tentação: a de eliminar quem passasse a sentir-se como um peso para si próprio e para os demais”. 
Aos que têm o Evangelho como fonte de inspiração para o seu agir em sociedade, “incluindo os nossos deputados e os que se preocupam com a causa pública”, António Moiteiro recomenda que não devem esquecer-se “de colocar a vida como a fonte primeira do bem comum".E conclui a sua Nota Pastoral dizendo: “A eutanásia é a escolha de uma ideia de sociedade em que cada um não se pensa como alguém em relação com os demais, mas fechado sobre si mesmo. A cultura do cuidado não pode desistir, perante tal visão”.

Fernando Martins

Ler Nota Pastoral aqui