quarta-feira, 31 de março de 2021

A casa escangalhada da tia velhota

A casa da foto é só para ilustrar

O que diz respeito à nossa região merece, normalmente, a minha atenção. Impossível se torna divulgar neste meu espaço tudo quanto leio. Hoje, porém, remeto os meus leitores para um blogue que estou a seguir, onde li o caso da tia velhota que morreu solteira, deixando uma casa na Costa Nova para os seus herdeiros. A casa estava muito escangalhada e a precisar de arranjo. Leia aqui

Heroína de Mazagão nasceu neste dia

Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro 


No dia 31 de Março de 1580, nasceu em Aveiro, na freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, Antónia Rodrigues, filha de Simão Rodrigues, marítimo, e de Leonor Dias. Por ser pobre, Antónia foi, ainda jovem, para a companhia de uma irmã, casada em Lisboa, onde não gozou de grande aceitação familiar.
De espírito aventureiro, espírito esse alimentado por histórias de marítimos que eram contadas na capital, cedo se sentiu atraída pelo mar e pelas viagens. Decidida a levar uma vida de aventuras, comprou na Feira da Ladra roupas de grumete, cortou o cabelo à rapaz, disfarçou-se quanto pôde e candidatou-se a membro da tripulação de um navio que transportava trigo, com destino a Mazagão (ao tempo uma possessão portuguesa), com o nome de António Rodrigues.
Posteriormente, integrou a cavalaria da Praça, onde se distingui de tal forma que foi considerad(a)o o “terror dos mouros”. Por não procurar donzela, suscitou suspeitas, o que a levou a contar a verdade aos seus superiores, vendo-se obrigada a vestir roupa civil, com pena dos seus companheiros, que muito o (a) admiravam, pela sua coragem.
Casada, a “heroína de Mazagão” regressou ao reino e foi reconhecida por mercê régias que Filipe II de Portugal lhe conferiu. Não se conhece a data do seu falecimento, mas o seu exemplo, cantado por escritores e artistas, ainda hoje deve ser recordado pelos aveirenses.

F. M.

Notas: 

1. Escrevi esta mensagem neste dia de 2005;
2. Entretanto, o Historiador Francisco Messias descobriu, em Março de 2020, o assento de batismo da heroína no Arquivo Distrital de Aveiro, o qual refere que Antónia Rodrigues nasceu em 5 de Janeiro de 1572, oito anos antes da data até então conhecida.

Ficar à escuta


 
Ficar
à escuta

À escuta
do silêncio

Adília Lopes
em SUR LA CROIX

segunda-feira, 29 de março de 2021

Por aqui, andorinhas

MEC
Miguel Esteves Cardoso 
escreveu sobre as andorinhas 
e deixa uma pergunta: 
Que podemos fazer?

Ao ver como os japoneses celebram o florir das cerejeiras ocorre pensar na maneira como os portugueses reagem à chegada da Primavera. A Primavera, entre nós, é confidencial. Cada um festeja-a quando e como quiser. Para muitos é apenas a antecâmara do Verão.
As andorinhas já voltaram mas é como se ninguém as quisesse cá. Falamos delas e pintamo-las em cartazes mas são cada vez mais raros os lugares onde as deixamos fazer e guardar os ninhos.
Não basta serem protegidas por lei. Deveriam ser protegidas por nós. Há uma diferença entre encolher os ombros e não fazer-lhes mal, indiferente à sorte delas, e esforçarmo-nos um bocadinho para ajudar a protegê-las, tomando conta dos ninhos ou encorajando-os, garantindo-lhes acesso às áreas onde não incomodam ninguém.
É uma questão de atitude. As andorinhas que nos visitam alegram-nos os corações, a troco da nossa indiferença. Porque não sermos um pouco mais agradecidos? Que tal pensar nos milhões de mosquitos que comem todos os anos e reduzirmos drasticamente o nosso abuso de pesticidas? Porque não anunciar e festejar o regresso das andorinhas, tornando-as parte da experiência portuguesa da Primavera, como é o caso das cerejeiras e do Japão?
Não poderíamos facilmente tornarmo-nos num país que sabe acolher as andorinhas - e todas as outras aves que nos visitam - e aprendermos a confundir o nosso país com elas?
Chega de gostarmos das andorinhas sem fazermos nada por isso. Uma acção de amor vale mil declarações. Que podemos fazer?

Evocação da Feira de Março

 

Evoco hoje a Feira de Março que nos animava em Aveiro. As recordações que predominam vêm da juventude. Depois foram esmorecendo até sentir que bastava passar por lá umas horas e sair. Gostava, como ainda hoje gosto, de saborear uma fartura... ou duas, que a diabetes não admite mais. Vem isto a propósito de o FB me brindar com uma memória do momento das farturas. A pandemia com regras apertadas não tem dado tréguas e a Feira de Março ficou adiada para as calendas. E quando voltar, se voltar, já lhe perdemos o gosto. Outras feiras virão.

Vocábulo Gafanhão - 2








Mais umas achegas para que o linguajar gafanhão não morra por  esquecimento...

domingo, 28 de março de 2021

É tempo de tirar as máscaras


Continuamos sobre ruínas, sonâmbulos, em direcção ao precipício. Interessa-nos apenas sobreviver. A diferença é que agora estamos mais extenuados, abatidos, deprimidos.



"Calma. Não são essas. São aquelas que colocamos todos os dias, agarradas à pele, e que nos permitem retardar ou dissimular o confronto com a realidade, quando sabemos que o barco está em chamas há muito tempo. Nos primeiros meses de cada ano são feitas notícias, baseadas em estudos, que confirmam aquilo que uma fatia significativa da população intui sem precisar de estatísticas: que vivemos num mundo de grandes desigualdades. Talvez o problema maior do nosso tempo."

"No início da pandemia muitos imaginaram que se poderia abrir um novo ciclo que não acarretasse um regresso ao passado — seja ele personificado por fascismos ou experiências socialistas já ensaiadas — ou continuar um ciclo neoliberal incapaz do progresso social, de cuidar do bem comum, de promover a coesão colectiva, de garantir mais igualdade e de proteger a democracia e o planeta. Um ano depois, há mais exploração, direitos retirados, falta de contacto, isolamento e mais submissão a alguns dos efeitos perversos da digitalização. Continuamos sobre ruínas, sonâmbulos, em direcção ao precipício. Interessa-nos apenas sobreviver. A diferença é que agora estamos mais extenuados, abatidos, deprimidos."

Dança das horas

Relógio de sol, Três Minas, Trás-os-Montes
Hoje, domingo, mudou  a hora. Já estamos na chamada  hora de Verão. Assim, continuamos com a dança das horas a que estamos habituados. Os relógios mecânicos precisam de ser corrigidos. Os outros não precisam das nossas preocupações. 

Uma Páscoa do Mundo

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O modo como é entendida e vivida a Páscoa cristã depende de cada um e das Igrejas em que se reconhecem.

1. Entramos na Semana Santa ou, como já foi usual dizer, na Semana Maior. Os acontecimentos que estão na origem das várias correntes e expressões do movimento cristão dividiram o tempo: antes e depois de Cristo, a partir do seu nascimento. Esta era cronológica (Era Cristã ou Era Comum) é globalmente adoptada, mesmo em países de cultura maioritariamente não cristã, para efeitos de unanimidade de critérios em vários âmbitos, como o científico e o comercial. Nem todos os países seguem o calendário ocidental. Contudo, tornou-se o padrão internacional, sendo reconhecido por instituições como a ONU ou a União Postal Universal, por razões conhecidas.
O modo como é entendida e vivida a Páscoa cristã depende de cada um e das Igrejas em que se reconhecem. Na Europa, já não estamos em regime de Cristandade. A separação entre Igrejas e Estado está felizmente consumada em muitos países, mas a ignorância das próprias tradições religiosas parece-me, culturalmente, lamentável.
As pessoas da minha idade já conheceram várias formas de entender e viver o Tempo Pascal. Em certas zonas do país, procura-se reconstituir, por devoção e louváveis razões culturais, ecos da Semana Santa como a viviam os nossos avós.

sábado, 27 de março de 2021

Francisco e o pós-pandemia. 1

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias


São 187 os países que têm relações diplomáticas com a Santa Sé/Vaticano. Também várias organizações internacionais, como a União Europeia, a Liga dos Estados Árabes, a Organização Internacional para as Migrações, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a Ordem Soberana Militar de Malta, têm um representante junto do Papa.

1 Como habitualmente, também este ano o Papa Francisco saudou o Corpo Diplomático num discurso com propostas para o futuro novo. Derrotar o vírus é "uma responsabilidade que nos envolve a todos: cada um de nós pessoalmente e também os nossos países". O ano de 2020 "deixou atrás de si um peso de medo, desânimo e desespero, a par de muitos lutos". A pandemia mostrou como somos interdependentes: os seus efeitos são verdadeiramente globais, afectando toda a Humanidade. "Pôs-nos em crise, mostrando-nos o rosto de um mundo doente, não só pelo vírus, mas também no meio ambiente, nos processos económicos e políticos, e ainda mais nas relações humanas. Colocou diante de nós uma alternativa: continuar pelo caminho que temos seguido ou empreender uma nova via."

Fique em Casa


Não é preciso grande esforço para refletirmos sobre os confinamentos aconselhados pelos  meios de comunicação social, obrigados que fomos a ler nos cantos das televisões o aviso “Fique em Casa”. A realidade concreta da vida, os comunicados do Governo, os discursos e conversas do Presidente da República e das pessoas mais informadas mostram os dramas e medos que o mundo está a enfrentar. 
O perigo de contágio do Covid-19, estatisticamente mais fatal para pessoas idosas ou fisicamente mais débeis, não deixa dúvidas a ninguém de bom senso sobre a segurança que existe em nossas casas e a incerteza que podemos topar nos estabelecimentos e ajuntamentos ocasionais ou organizados,  por aqui e por ali, à revelia das decisões impostas pelos Governo, com o apoio da Assembleia da República e do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Rádio Terra Nova iniciou emissões oficiais há 32 anos

Em 26 de Março de 1989, num domingo de Páscoa, a Rádio Terra Nova (RTN), já com alvará e com as exigências legais aprovadas, reiniciou as suas emissões, assumindo um projeto voltado para as realidades culturais, sociais, desportivas e outras das comunidades envolventes, num raio de ação que, na altura, atingia os 50 quilómetros.
Adotou o nome Terra Nova, não só em homenagem a quantos viveram a saga da Faina Maior — Pesca do Bacalhau — nos mares do mesmo nome, mas ainda por refletir o sonho de quantos apostam numa terra nova, no respeito pelo progresso sustentado e pelos direitos humanos.
A sua programação aposta na informação regional e nacional, juntamente com uma cuidada escolha musical. Há, presentemente, os mais diversos programas que podem ser seguidos um pouco por todo o mundo, graças aos meios audiovisuais.
Com estúdios centrais na Gafanha da Nazaré, em espaço cedido no Centro Cultural (hoje Fábrica das Ideias) da nossa terra, emite em FM 105.0Mhz, para os concelhos de Ílhavo, Aveiro, Vagos, Estarreja, Murtosa, Ovar, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda, Oliveira do Bairro, Anadia, Cantanhede e Mira.
Estas consideração, mais ou menos alinhavadas, foram escritas por mim há 11 anos, mas julgo que o essencial se mantém atual. Porém, uma rádio, como os demais órgãos de comunicação social, tem de estar em permanente caminhada de renovação.
Hoje, sinto ser minha obrigação sublinhar esta data para felicitar quantos a dirigem a nossa rádio e nela trabalham, com destaque para Vasco Lagarto, que desde a primeira hora tem sido a alma da RTN.

FM

Montado num jumento, Jesus entra na cidade

Reflexão de Georgino Rocha 
para o próximo domingo

A  CAMINHO DA PÁSCOA

A Igreja celebra o domingo de Ramos como “pórtico” da semana santa, a visão antecipada dos acontecimentos finais da vida terrena de Jesus. O triunfo da entrada em Jerusalém, caricatura do que realmente vai ocorrer, é profecia do que virá: a paixão e morte de Jesus adquirem o seu pleno sentido no grito de vitória sobre o mal na ressurreição de Jesus. Mc 11, 1-10.
O jumento que monta, os discípulos que o aclamam, os factos prodigiosos que recordam, as aclamações de paz e glória no céu, tudo isso não evoca senão o logro das aspirações dos mais débeis e desamparados deste mundo. “Em Jesus triunfa tudo o que na ordem presente fracassa. Tal é o significado profundo da entrada de Jesus em Jerusalém” Castillo.
O jumento estava preso e tem de ser desatado para que Jesus o possa utilizar. O animal deixa fazer, é dócil, paciente, humilde e serviçal. Avançam juntos. O jumento deixa-se guiar. Vai onde Jesus quer. Que bela lição!
Juntemo-nos a esta multidão entusiasmada que acompanha e aclama Jesus. Como eles, reunidos com os seus ramos e cânticos, nós vimos dizer-Lhe o nosso reconhecimento pelas curas e as bênçãos, pelo dom que Ele faz de si mesmo. E Jesus acolhe esta manifestação popular de afecto com benevolência.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Vocábulo Gafanhão - 1

RECOMEÇO
Afinal encontrei a 2.ª edição de O Vocábulo Gafanhão






Continua

O TEMPO

Capela de Santo Amaro, Vilarigues, Vouzela. Foto de FM

O tempo
é sagrado

O tempo
é templo


Adília Lopes
Em SUR LA CROIX

Gafanha da Nazaré – Alameda D. Manuel II

D. Manuel II

D. Manuel II nasceu a 19 de março de 1889, no Palácio de Belém, em Lisboa. Filho segundo do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia de Orleães.
Em 1904 assentou praça como aspirante na Marinha Portuguesa, tendo em 1907 ingressado na Escola Naval.
Com o regicídio de 1 de fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados, tendo D. Manuel ascendido ao trono como o sucessor do monarca, porém, como segundo na linha de sucessão não tinha sido preparado para assumir este cargo. Além disso, D. Manuel II encontrou um país com uma situação muito conturbada em termos políticos. A nível interno teve de enfrentar essencialmente duas questões: o caso Hinton e o caso do Crédito Predial. Na primeira, Hinton, inglês que vivia na Madeira, exigiu uma indemnização ao Estado Português pela revogação do monopólio do açúcar e do álcool no Arquipélago. Algo a que o Governo teve de ceder perante a enorme pressão inglesa. No segundo caso, estava em causa um desfalque que envolvia figuras importantes do regime.
Apesar de todas as dificuldades, D. Manuel II procurou uma solução para o período conturbado, tendo convidado o sociólogo Léon Poinsard, para traçar um quadro do nosso país e sugerir medidas de fomento a nível económico e social, o que resultou na divulgação do estudo Le Portugal Inconnu (1910).
Em termos externos, D. Manuel II tentou estabelecer boas relações diplomáticas com outros países, nomeadamente Inglaterra e Espanha.
Apesar de todos os esforços, a Revolução Republicana acabou por triunfar a 5 de outubro de 1910 e o monarca exilou-se em Inglaterra. Mesmo afastado continuou a interessar-se pela situação política de Portugal, tendo sido favorável à entrada do país na I Guerra Mundial, ao lado dos Aliados.
Faleceu a 2 de julho de 1932, em Inglaterra, porém, os seus restos mortais foram transportados para Portugal.

Informação Histórica do Topónimo

1. Este trabalho foi elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) para o projeto “Se esta rua fosse minha";
2. A Alameda D. Manuel II existe na Gafanha da Nazaré e foi aprovada pela CMI em 19 de setembro de 2005 (Ata CMI 26/2005).

Informação Memorial sobre o Topónimo

O professor Fernando Martins recorda (Timoneiro junho de 2013) a visita do monarca à região, a 27 de novembro de 1908, na qual supervisionou as obras da Barra, tendo atravessado a Gafanha da Nazaré. A ocasião tornou-se ainda mais importante quando numa sessão na Câmara Municipal de Aveiro condecorou o gafanhão, António Roque, que conduziu o barco em que regressou, com a medalha de mérito, philantropia e generosidade.
Mas a ligação de D. Manuel II à região não terminou nesta visita, tendo assinado, a 23 de junho de 1910, o decreto da  criação da freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Uma manhã agradável

Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré

Saí hoje para uma consulta médica na USF Beira Ria num espaço arejado e arrumado no centro da freguesia da Gafanha da Nazaré. Cheguei à porta de entrada passando por algumas pessoas que, descontraídas, por ali andavam. Solícita, uma empregada aproxima-se e pergunta-me ao que ia. Tinha consulta marcada para daí a meia hora. Indicou-me o caminho onde deveria confirmar a inscrição. Confirmação feita, a empregada convidou-me a esperar, na sala ao lado, sentado numa cadeira. Seria chamado na minha hora, tal como aconteceu.
Enquanto esperava pude confirmar a boa organização do serviço e o modo delicado como orientavam os pacientes. Não se aproxime de ninguém, não tire a máscara, desinfete as mãos. Num placar li diversas recomendações. Uma delas dizia que nos podíamos levantar, sem nos afastarmos da cadeira. Uma outra funcionária tinha por missão limpar  tudo. Mal uma pessoa era chamada para a consulta, apressava-se a desinfetar a cadeira. Não podendo nem devendo entrar em pormenores sobre a consulta, como se compreende, direi que decorreu com a simpatia e a compreensão de sempre.
Venho com esta nota apenas para sublinhar a importância do SNS e a forma como somos atendidos. No meu caso, não houve demoras, confirmei a organização afinada, o atendimento delicado e o profissionalismo responsável, sobretudo neste tempo de pandemia.
Cá fora, no Jardim 31 de Agosto, enquanto aguardava o transporte, respirei o ar fresco e agradável da manhã. Ao centro, a estátua do Prior Sardo, um dos que mais contribuíram para a criação da freguesia e paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, em 1910. À direita, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, antigo Centro Cultural. Ao fundo, lá está a torre da Igreja Matriz. À esquerda, o cemitério. E regressei a casa satisfeito pela consulta e pelas memórias que durante um tempinho revivi.

F. M.

terça-feira, 23 de março de 2021

O Vocábulo Gafanhão

 


Encontrei hoje, entre a minha papelada, “O Vocábulo Gafanhão", concluído em 7 de Outubro de 1983, na Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré. Possuo um exemplar da 1.ª edição, numerado e autenticado.
Penso que houve nova edição, mas ainda não a encontrei.
Vou publicar página a página com um pedido: Podem enviar-me novos (antigos) vocábulos referentes às páginas editadas no meu blogue. Depois terei o cuidado de os tornar públicos.

Mesmo atrasados, apresento os meus parabéns aos membros do Gabinete de Estudos Gráficos (e outros) pela iniciativa.

Fernando Martins

Máscaras passam a fazer parte da moda


Com máscaras e preparados para atacar a Peste Negra

Os confinamentos vão continuar, mais ou menos rigorosos, e não se vislumbram condições plenas para voltarmos à normalidade, com garantias de segurança. O coronavírus teima em atacar o mundo, mas há de chegar o dia da sua derrota ou, melhor dizendo, da vitória da ciência que o homem vai dominando.
Vem esta conversa a propósito de eu ter saudades de sair para arejar o corpo e o espírito. Visitar a minha igreja, tomar um café numa esplanada, passar por uma livraria, cruzar-me com conhecidos e amigos, contemplar a natureza. Estou a escrever esta nota depois de arrumar numa prateleira das minhas estantes um livro acabado de ler, de José Mattoso, “A História Contemplativa”, que inclui conferências e estudos relacionados com a sua especialidade de medievalista, onde abordou num capítulo a Peste Negra a partir do século XIV, em particular em Portugal. Morreram reis, rainhas, príncipes e princesas, entre as quais a nossa Santa Joana. Do povo, nem se fala, por tão elevados serem os números. Povoações desapareceram no nosso país. 
Confesso que a leitura tem sido uma enorme ajuda para encher o tempo, a par de algumas tarefas domésticas, pois não sou por aqui um simples hóspede de cama, mesa e roupa lavada. Leio, escrevinho, converso, mas o receio prende-me em casa. Vamos acreditar que tudo melhore, mesmo que de futuro a máscara passe a fazer parte da moda do vestir e estar.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Dia Mundial da Água - Resolver os problemas da falta de água

Nos prédios circundantes não faltará água

Quem vive rodeado de mar e ria por todos os lados não faz a mínima ideia dos sacrifícios de imensa gente que tem de percorrer grandes distâncias para conseguir um balde de água para fazer a comida e matar a sede. Para além de mar e ria, escavando uns metros no solo logo surge água.
Neste Dia Mundial da Água, os diversos meios de comunicação social vão dizer-nos muitíssimo  sobre a necessidade de cuidarmos do ambiente, de evitarmos a poluição, de pouparmos no consumo, etc.
Os problemas da falta de água nesta nossa região nem serão assim tão graves. E a pergunta que eu faço a mim mesmo e aos meus leitores é esta: Que poderemos fazer, concretamente, no dia a dia, para o mundo resolver os dramas da falta de água e de pão em tantas regiões do nosso planeta?

Gafanha da Nazaré - Rua Almeida Garrett

 
João Batista da Silva Leitão nasceu no Porto, a 4 de fevereiro de 1799. Filho de António Bernardo da Silva e Ana Augusta de Almeida Leitão.
A primeira instrução recebeu-a na Ilha Terceira, nos Açores, onde a família se havia refugiado, em 1809, devido às Invasões Francesas, pela mão do tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra.
Em 1817 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito. Nesta época os ideais liberais fervilhavam entre a comunidade académica e Almeida Garrett, nome que adotou entretanto, acolheu-as com entusiasmo.
Em 1822, após ter terminado o curso, foi nomeado funcionário do Ministério do Reino e contraiu matrimónio com Luísa Midosi.
Com a reação Miguelista da Vilafrancada, Almeida Garrett viu-se obrigado a abandonar o país, refugiando-se em Inglaterra e depois em França, onde contactou com a corrente romântica. Será durante a sua estadia na capital francesa, que publica aquelas que são consideradas as primeiras obras portuguesas de cunho romântico, Camões (1825) e Dona Branca (1826).

domingo, 21 de março de 2021

Dia Mundial da Poesia - O Regresso

Ilha de Santa Maria: Farol de Gonçalo Velho


O REGRESSO 

Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.

Manuel António Pina, 
do livro COMO SE DESENHA UMA CASA

Dia Mundial da Árvore - Mata da Gafanha

Santuário de Schoenstatt

O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a celebra-se em 10 de abril de 1872, no estado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton, que incentivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day". Em Portugal, a 1.ª Festa da Árvore comemorou-se a 9 de março de 1913 e o 1.º Dia Mundial da Floresta a 21 de março de 1972. Isto é afirmado no Google. Hoje, contudo, não vou ficar por aqui porque temos a obrigação de sublinhar o que de muito bom temos entre nós, ao nível da árvore e da floresta. Nada mais nada menos do que a Mata da Gafanha, que começou com a sementeira do penisco em 1888.
Para não perder mais tempo, republico o que já escrevi sobre ela:

A liberdade de uma árvore 

A Mata da Gafanha, que se estende da parte norte da Gafanha da Nazaré até à Gafanha da Boa Hora, é, indiscutivelmente, um ex-líbris da nossa região, porém, nem sempre reconhecido como tal. Talvez por isso, raramente se fala da mata e da sua real importância, como zona verde com imensa capacidade de purificar o ar e útil na fixação das areias dunares, para além de cortar a ação dos ventos, fortes quanto baste, que outrora, tal como hoje, prejudicavam as culturas das povoações vizinhas Para além disso, não será nunca de menosprezar o seu interesse económico. 


Capela de Nossa Senhora dos Campos

Por outro lado, a Mata da Gafanha não tem sido suficientemente aproveitada a nível paisagístico, turístico e mesmo de lazer, apesar de possuir algumas infraestruturas conhecidas e espaços convidativos ao descanso.
O padre João Vieira Resende diz, na segunda edição, de 1944, do seu livro “Monografia da Gafanha”, que «A sementeira do penisco, começada a norte em 1888, tem sido muito morosa, ultrapassando somente depois de 1939 o sítio da capela de N. Senhora-da-Boa-Hora. Hoje [1944] está ligada com a Mata de Mira.»
A sementeira do penisco, como se compreenderá, necessitou de mão-de-obra de muitos gafanhões e não só.

Moradia de antigo colono restaurada

Todos sabemos que há moradores, serviços, equipamentos sociais, culturais desportivos e religiosos, bem como algumas festas que dão vida àquela zona verdejante, mas realmente há espaço para muito mais. De qualquer forma, aqui fica o convite para que a visitem e a usufruam.

Fernando Martins

Filarmónica Gafanhense - A música continua apesar da pandemia

Filarmónica em desfile

A Filarmónica Gafanhense (FG), à semelhança das demais instituições, assumiu o respeito pelas leis impostas pela pandemia do Covid-19, mas não pôs de lado a música e os instrumentos musicais. A existência da Banda, uma das mais antiga instituições do concelho de Ílhavo, justifica perfeitamente aquela atitude dos responsáveis e dos componentes e associados, como nos confirmou o presidente, Paulo Miranda.Sem festas e sem possibilidades de atuações públicas, a Filarmónica também suspendeu as aulas presencieis, como ditava a lei do confinamento, mas tem vindo a retomar o ensino on-line. Entretanto, e sempre tendo em conta as leis do coronavírus, passaram a ensaiar por naipes em horários diferentes, na sala da Banda e na do Grupo Etnográfico, as duas instituições com sede na Casa das Música da Gafanha da Nazaré, afirmou o presidente. E acrescentou: «Na sala do Grupo Etnográfico ensaiavam as madeiras, na nossa sala ensaiavam os metais; assim dividimos o grupo estando menos elementos por ensaio.» 

Filarmónica em dia de concerto 

Importa sublinhar, contudo, que toda a estratégia da alteração da vida normal da FG contou com a prestimosa colaboração do Diretor Artístico Henrique Portovedo e dos professores José Pedro Bola, Ricardo Afonso, João Pedro Mendes, Maria Inês, Inês Rocha, Jeniffer Soares, Carla Costeira, Andrés Pérez, Fernanda Amorim, Tiago Matos e Jorge Garrelhas.
Como é sabido, as Filarmónica vivem essencialmente para o ensino da música e para os concertos em festas ou em espetáculos em recintos fechados, que há mais de um ano se tornaram impossíveis por razões sobejamente conhecidas. Mas os músicos não podem guardar os seus instrumentos num qualquer recanto de suas casas ou na sede da Bandas; os músicos que se prezam treinam permanentemente, porque sem treino perdem necessariamente o ritmo e a destreza própria dos bons executantes.

Aplausos para José Valente

Face a esta situação, a Filarmónica Gafanhense espera ansiosamente que a normalidade da vida de todos nós seja retomada, porque os ensaios fundamentais exigem a presença de todos os executantes.
Paulo Miranda referiu ainda que está em execução na FG o projeto “Trégua”, com o violetista José Valente, aprovado e apoiado pelo Ministério da Cultura , contando ainda com o apoio da Fundação GDA (Gestão dos Direitos dos Artistas).
No que diz respeito a concertos com data marcada têm, para já, o do aniversário da Filarmónica, marcado para 27 de novembro deste ano.

Fernando Martins

A alegria não se decreta (2)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A prática da fraternidade religiosa deve estar ao serviço da fraternidade universal, em colaboração com todas as pessoas e movimentos, sem descriminações

1. A viagem do Papa ao Iraque já foi muito comentada. Parece-me, no entanto, que não foi destacado o seu contributo para robustecer a alteração profunda que está a acontecer, na história e no relançamento do diálogo inter-religioso, com incidência dirceta nas práticas sociais.
Não basta denunciar a cobertura falsamente religiosa dos discursos do ódio e da violência e proclamar o diálogo como caminho para abordar as dificuldades nas relações entre seres humanos.
No primeiro momento de qualquer diálogo, o mais importante é a escuta do outro na sua irredutível alteridade e nas suas imprevisíveis manifestações. No chamado diálogo inter-religioso, como é praticado nas mesas-redondas dos meios de comunicação e noutros espaços, em geral não se vai muito além de uma escuta inconsequente, pois não parece destinado a alterar o presente e o futuro dos intervenientes. Apresenta-se, por vezes, como uma passagem de modelos religiosos: os representantes de cada religião em foco passam a fazer a apologia da sua própria religião, procurando desfazer as acusações que habitualmente lhe são feitas, fruto de ignorâncias e preconceitos persistentes.
É uma fase necessária, mas muito insuficiente, porque lhe falta a análise crítica da situação actual e as propostas de reforma para o futuro.
O que, no entanto, está a acontecer, ao nível das grandes lideranças religiosas, anuncia o despontar de algo que julgo muito novo.

sábado, 20 de março de 2021

Dia Internacional da Felicidade

Reino do Butão

Hoje, 20 de Março, também se celebra o Dia Internacional da Felicidade e até acho muito bem que se pense nisso, porque ninguém deseja ser infeliz. A procura da felicidade é inerente à condição humana. Contudo, temos de reconhecer que a busca da felicidade deve ser contagiante, para assim  contribuirmos  para a felicidade da humanidade.
Foi em 2013 que se comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Felicidade por sugestão de um pequeno reino budista — Butão —, localizado nos Himalaias, que adota, como estatística oficial,  a “Felicidade Nacional Bruta em vez do Produto Interno Bruto (PIB).
É curioso sublinhar que o Dia Internacional da Felicidade foi aprovado por unanimidade pelos membros da ONU em 2012. Nem podia deixar de ser. Haverá alguém que queira ser infeliz?

Primavera



A esperada e desejada Primavera chegou neste preciso momento, 9h37, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa. A partir de agora, importa que todos renovem os votos de alegria e de esperança num mundo mais fraterno e mais sadio. O colorido multifacetado das paisagens e os sonhos de vida sem pandemias conta com a nossa participação ativa e solidária. 
Primavera é sinal de renascimento, rejuvenescimento e ressurreições. Novos ares, ambientes floridos e recomeços sempre apetecidos estarão nos horizontes de todos nós.
Que todos saibamos construir e animar a  Primavera, na certeza de que saberemos mantê-la sempre florida. 

As teses de católicas alemãs

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1. Já toda a gente percebeu ou deveria ter percebido que a Igreja precisa urgentemente de reformas profundas, e elas não podem continuar a ser impostas a partir de cima. Exige-se a participação de todos, exercendo a sinodalidade, como quer o Papa Francisco, isto é, caminhando juntos, nas paróquias, nas dioceses, na Igreja universal - aliás, o próximo Sínodo dos Bispos, em 2022, terá por temática precisamente a sinodalidade.
Neste contexto, a Igreja alemã, com o seu "Caminho Sinodal", tem sido um belo exemplo. Com quatro fóruns de discussão em funcionamento - sobre o poder na Igreja enquanto instituição hierárquica e o seu controlo, a forma de vida dos padres na sociedade actual e o celibato obrigatório, o amor e a moral sexual (já não é tabu falar em bênção para casais homossexuais), a mulher e os ministérios ordenados -, após discussão e aprovação no respectivo fórum, realizar-se-á no próximo Outono a Assembleia Sinodal formal, com 230 delegados (69 membros da Conferência Episcopal), para novos debates e votação.

sexta-feira, 19 de março de 2021

O meu pai

Celebra-se hoje o Dia do Pai associado, entre os cristãos, ao Dia de São José, pai adotivo de Jesus Cristo. O que vejo de semelhante entre eles é a humildade. De São José, a Bíblia não nos diz muito, mas todos sentimos que ele foi um homem santo e atento às suas responsabilidades paternais. Direi o mesmo do meu saudoso pai. Falava pouco, conversava com total disponibilidade, ajudava quanto podia, dava os seus conselhos com oportunidade e o saber de experiência feito. Nunca o vi exaltado. Tinha um sorriso permanente. Quando os netos nasceram, tinha por hábito atravessar à tardinha o quintal comum para se rir com as brincadeiras deles. Depois de ver e ouvir o telejornal, regressava a casa, feliz da vida. Morreu com  62 anos sem nunca ter estado doente. Sempre o vi a fumar. Um enfarte foi fatal. 
Resta-me a certeza de que ainda terei muito  que falar com ele. Sem pressas. E cá para mim, o meu pai, Armando Lourenço Martins (mais conhecido por Armando Grilo), continuará  com o sorriso e a palavra serena que sempre o caracterizaram. 

Nota: O meu pai nunca usou barbas, mas um dia, quando chegou da viagem, apresentou-se assim para espanto de todos nós. Perante a nossa reação, logo esclareceu: -  «Calma, é só para tirar a fotografia.» E lá foi no dia seguinte a Aveiro resolver a situação.

Aldeias e Vilas Medievais - Monsaraz



De ruas caiadas de branco e um imponente castelo, Monsaraz é local incontornável no Alentejo. A vila-museu, como é conhecida, encanta mal se entra no interior das muralhas medievais construídas em xisto.
O Castelo de Monsaraz surpreende pela vista sobre o Grande Lago do Alqueva, mas há outros locais a destacar intramuralhas, como a Igreja da Nossa Senhora da Lagoa e o antigo Pelourinho, a Casa da Inquisição ou a Casa Monsaraz, onde encontra os antigos Paços de Audiência, um dos edifícios mais nobres e representativos da Monsaraz antiga.

NOTA: Sugestão de passeio e visita da Via Verde

Queremos ver chegar a hora de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha Rocha 
para o Domingo V da Quaresma

A CAMINHO DA PÁSCOA

Uns gregos foram ter com Filipe e disseram-lhe: “queríamos ver a Jesus”. Filipe foi dizê-lo a André e ambos foram dizê-lo a Jesus. Este episódio ocorre em Jerusalém e é muito significativo na fase final da quaresma que vivemos. Como os gregos somos buscadores natos do rosto de Jesus. Como discípulos estamos mandatados para sermos mediadores, ponte de relação e proximidade. Quando desistimos de procurar e nos acomodamos, o coração inquieto atrofia-se e mergulha na mediocridade, ele que nasceu para a glória. Jo 12, 20-33.
Jesus assume o pedido e alarga horizontes, desvenda a parte final do seu percurso histórico. Recorre à à semente lança à terra para iniciar a resposta a André e Filipe. O encontro dá-se em Jerusalém, junto ao templo, por ocasião da festa da páscoa judaica e condensa o alcance da “hora” que se aproxima: A paixão e exaltação de Jesus constituem a maior manifestação de Deus, a sua suprema glorificação. Deste modo, é satisfeita a aspiração mais profunda do coração humano. Ver a Jesus é entrar nesta relação existencial, captar a sua verdade, viver o seu dinamismo e comungar os seus sentimentos.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Conselhos do Papa para a Quaresma

Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).

Da Mensagem do Papa Francisco 
para  a Quaresma 

Ílhavo - Jardim Henriqueta Maia em obras

Registo das obras em curso 

Fui hoje a Ílhavo para ser vacinado contra o Covid-19. Depois dei uma curta volta pelo centro, onde normalmente encontrava rostos conhecidos e até alguns amigos que mantenho desde a juventude, entre outros. Pouquíssima gente nas ruas. Um friozinho cortante não me permitiu visitar ninguém, nem sequer um amigo que teve a amabilidade de me telefonar há dias para saber de mim. E com que emoção eu percebi a sua franca amizade. Ficará para breve, depois de eu tomar a segunda dose da vacina.
No centro da cidade, observei as obras em curso no Jardim Henriqueta Maia. De obras e projetos pouco ou nada sei, mas acredito que o município de Ílhavo ficará bem servido, porque aceito o princípio de que os arquitetos e engenheiros encarregados dos planos são pessoas abertas aos tempos que correm, não esquecendo o histórico envolvente daquela centralidade ilhavense.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Páscoa sem visita pascal

Os bispos portugueses afirmam que se devem evitar 
"procissões e outras expressões da piedade popular, 
como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes"



O Conselho Permanente (CP) da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) decidiu que as missas com a presença de fiéis podem ser retomadas a partir 15 de março, mas adianta que "nesta fase evitar-se-ão procissões e outras expressões da piedade popular, como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes, de modo a evitar riscos para a saúde pública". Os bispos portugueses reavaliarão as orientações na Assembleia Plenária de 12 a 15 de abril, tendo em conta a situação de pandemia no país.
O CP, na sequência da Nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 17 de fevereiro, apresenta algumas orientações para as celebrações da Semana Santa, dentro das regras que se vinham seguindo (apresentadas a 8 de maio de 2020). No Domingo de Ramos devem-se evitar os ajuntamentos de fiéis e não deve haver entrega ou troca de ramos. Na Quinta-feira Santa, na Missa da "Ceia do Senhor", não deve haver lava-pés. Na Sexta-feira Santa, o ato de adoração da Cruz mediante o beijo fica limitado ao presidente da celebração. A Vigília Pascal poderá ser celebrada em todas as suas partes como previsto pelo rito.

Fonte: "Correio do Vouga",  semanário da Diocese de Aveiro. Vídeo de Humberto Rocha

Aldeias e Vilas Medievais - Óbidos



Talvez a vila medieval mais conhecida de Portugal, Óbidos foi conquistada ao mouros no séc. XII e sempre esteve envolta num espírito romântico. Afinal, foi prenda de casamento de reis a rainhas e ponto de encontro para figuras históricas como Pedro e Inês.
As ruas e monumentos dentro das muralhas continuam pitorescas e bem conservadas, cheias de detalhes que atraem visitantes durante todo o ano.

NOTA: Proposta da Via Verde para uma visita e passeio.