quarta-feira, 13 de abril de 2022

Mastro do Milenário - Eu assisti aos trabalhos

Mensagem reeditada 
para não cair no esquecimento


O presidente da Câmara Municipal, Dr. Alberto Souto, inaugurou, na ponte da Dobadoura, o «Mastro do Milenário», cujo simbolismo esclareceu na mensagem, dirigida aos aveirenses, que então proferiu (Litoral, 19-4-1958) – A.

"Calendário Histórico de Aveiro",
de António Christo e João Gonçalves Gaspar


Eu assisti aos trabalhos de erguer o mastro do Milénio da povoação de Aveiro e Bicentenário da cidade, datas que se celebraram em 1959. Comandou as operações delicadas o Mestre Manuel Maria Bolais Mónica, com muita gente a assistir, porventura receosa, alguma, de o mastro não entrar no buraco para ficar com as bandeiras a assinalar as efemérides, que se esperavam festivas.
Como manobrador do camião do estaleiro do Mestre Mónica estava o então meu amigo Henrique Correia, que veio a ser o primeiro presidente do Grupo Desportivo da Gafanha, sendo eu o secretário.
O camião estava carregado, julgo que com toros, para garantir a estabilidade do veículo quando aplicava a máxima força para erguer o mastro. Cordas grossas postas em lugar estratégico, naturalmente, garantiam a resistência suficiente para o êxito esperado. O Mestre falava alta, gritava mesmo, para que todos ouvissem as suas ordens. E quando veio a ordem para o Henrique Correia acelerar o camião, paulatinamente, o mastro começou a levantar-se e no sítio certo, bem aprumado, lá ficou a lembrar a todo o nosso mundo que Aveiro existia desde 959, como povoação ligada a Mumadona Dias, e como cidade a partir de 1759.
Mestre Manuel Maria Bolais Mónica morreu no ano seguinte, mais concretamente em 16 de julho de 1959.

F. M.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Um poema de Miguel Torga para este tempo


HOSSANA

Junquem de flores o chão do velho mundo:
Vem o futuro aí!
Desejado por todos os poetas
E profetas
Da vida,
Deixou a sua ermida
E meteu-se a caminho.
Ninguém o viu ainda, mas é belo.
É o futuro...

Ponham pois rosmaninho
Em cada rua,
Em cada porta,
Em cada muro,
E tenham confiança nos milagres
Desse Messias que renova o tempo.
O passado passou.
O presente agoniza.
Cubram de flores a única verdade
Que se eterniza!

Miguel Torga

In POESIA COMPLETA



Miguel Torga

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Vivo bem com os meus silêncios

Quem levou uma vida superativa, com família em crescendo, profissão desgastante e atividades sociais e eclesiais envolventes, estranha agora uma relativa tranquilidade, que não leva, contudo à preguiça. Há sempre algo para fazer, com ou sem horário, que me garante ser a vida para viver à medida  do que surge.
Vem isto a propósito das horas do dia que são as mesmas de sempre. Mas se não tenho horas marcadas praticamente para nada, quando me levanto sinto necessidade de me envolver, física e emocionalmente, em tarefas do meu agrado: leio livros que não faltam por aqui, escrevinho umas notas, olho de soslaio para a TV, se ligada, ouço música gravada, estou atento às notícias, leio jornais e revistas e converso com quem está em casa ou nos visita.
Por estranho que pareça, não sinto que o isolamento pandémico ou procurado, neste caso tão do meu agrado, não me incomoda nada. Vivo bem com os meus silêncios, embora aprecie uma boa cavaqueira de vez em quando 

F. M. 

"Esquecer os deveres básicos da solidariedade é uma violência,
uma cobardia escondida em nome do bom senso.”

Mia Couto, escritor

Em Escrito nas Pedra
do jornal PÚBLICO de hoje

Semana Santa ou Semana da Coligação Assassina?

Crónica de Bento Domingues 


Frei Bento Domingues
Os poderes judaicos procuraram encostar Pilatos à parede e Pilatos responsabiliza-os por tudo o que aconteceu. Agora, temos na própria Europa, novas narrativas de destruições e massacres incríveis, mais precisamente na Ucrânia.

1. Com o Domingos de Ramos começa a Semana Santa e é proclamada a Paixão de Cristo, segundo S. Lucas [1]; na Quinta-feira, a leitura da Última Ceia é de S. João [2] ; é do mesmo evangelista a leitura da Paixão na Sexta-Feira [3]. Esta é uma selecção. De facto, existem quatro narrativas, tantas como os Evangelhos. São textos essenciais porque é em torno das razões da condenação de Jesus à morte, da teimosia experiencial em dizer que Ele ressuscitou, que pelo seu Espírito reúne e anima todos os que acolhem o seu projecto de abertura universal, que se afirmaram os movimentos cristãos.
Importa ter presente que a escrita dos textos do Novo Testamento recolhe várias tradições orais. É feita bastante depois dos acontecimentos. Não são escritos de reportagem. São interpretações de comunidades que viviam e celebravam a certeza de que, com Jesus, participavam no advento de um céu novo e uma nova terra [4]. Celebravam, faziam memória e viviam, no seu presente, o que depois foi passado a texto. Os exegetas, de várias gerações e com problemáticas diferentes, têm trabalhado para encontrar os traços do Jesus histórico e o Cristo da fé.

sábado, 9 de abril de 2022

Domingo de Ramos para abrir a Semana Santa

Fora dos meus espaços habituais, com o portátil senti-me em casa. O burburinho era próprio dos ambientes públicos onde uma brusca corrente de ar me levou a espirrar. Olharam para mim como se o espirro fosse próprio do Covid-19. Mas não será. Ainda ontem um teste acusou negativo. Contudo, nunca estaremos livres de perigo.
É sábado com temperatura amena, perspetivando-se um simpático fim de semana. Pressinto esse desejo no rosto das pessoas. E as crianças brincam alegremente alheias às guerras. Deus queira que nunca sofram diretamente os dramas provocados por homens loucos, que os houve em todos os tempos. A felicidade das crianças é bonita de se ver pela espontaneidade das suas brincadeiras e atitudes. Uma recusou-se a subir pelo tapete normal. Conseguiu avançar pelo que era de descer. E ficou feliz pela sua vitória.
Há pessoas assim. Gostam de remar contra a maré, embora essa teimosia lhes exija muito mais esforço.
Amanhã é domingo. Para os cristãos, é Domingo de Ramos. Começa a Semana Santa que culminará com a Páscoa da Ressurreição. Como cristão, vou procurar vivê-la em espírito de serena reflexão.

F. M.

Para os céticos, há sempre um mas...

Todos temos assistido em direto à guerra que a Rússia inventou e dinamizou para dramatizar e aterrorizar o mundo, já de si tão complexo e sofredor em tantos recantos do globo. Desde a época em que nasci, fui dando conta de guerras por perto e por longe que me deixavam espantado e inquieto sobre a incapacidade de os povos se entenderem por palavras e atitudes de bem e de justiça, capazes de gerarem fraternidade. Mas afinal, não tem sido possível nem será viável na minha geração, pelo que posso concluir.
A guerra cruel que a Rússia inventou com a sua megalomania e levou a cabo para tristeza da humanidade gerou  gente desesperada em fuga, deixando para trás familiares e amigos, uns em luta contra o invasor e outros mortos sem dó nem piedade. Tudo isto em pleno século XXI, era de tantos atos civilizacionais e humanistas que enformam e unem povos de etnias várias e culturas diversificadas, a par de imensas descobertas que nos espantam e nos sugerem caminhos de tantas felicidades.
As atrocidades, hora a hora exibidas nos órgãos de comunicação social, graças ao trabalho possível, competente e corajoso de profissionais experientes, não consegue convencer gente de ideias feitas, mas incapazes de abrir os olhos e as mentes à realidade dos factos. Para estes céticos, há sempre um mas...

Fernando Martins

OPI ANSELMO BORGES Francisco vai a Kiev?

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

1 - Depois de uma invasão injustificável e uma uma guerra cruel, com milhões de deslocados e refugiados, crianças traumatizadas para sempre, prédios arrasados, o que fica para trás, após a retirada russa de perto de Kiev, nomeadamente em Butcha, é de uma atrocidade de pesadelo: corpos de civis com as mãos atadas e assassinados, valas com cadáveres ao abandono, mulheres violadas, num cenário de tragédia indescritível. Não há palavras. E alguém beneficia com estas atrocidades? Aqui, veio-me à mente um livrinho famoso. O seu autor: Carlo M. Cipolla (1922-2000), historiador da economia O seu título: As leis fundamentais da estupidez humana, de que fica aí uma resumo.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Ferry "Cale de Aveiro" já operacional

 
O “Cale de Aveiro” esteve em manutenção durante o último mês, mas já voltou a fazer a ligação a São Jacinto,  no passado dia 6 deste mês. Ainda bem para quantos vivem ou trabalham em São Jacinto, uma freguesia do concelho de Aveiro.

Humilhado na Morte, Glorificado na Ressurreição

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo de Ramos, 
Pórtico da Páscoa



"A paixão de Jesus consiste em viver para os outros, correr os riscos desta opção e pagar a respectiva factura de incompreensão e morte. Não é simples compaixão ou ingénua comiseração."

Hoje, domingo de Ramos, não somente recordamos um feito histórico, mas um acontecimento de fe; fazemos solene profissão de fe em que a cruz e morte de Cristo são, definitivamente, uma vitória. Palmas e ramos, sinais populares de vitória, manifestam que a morte na Cruz é caminho de vitória. Lc 22, 14 – 23, 56
A paixão de Jesus condensa e realiza, de forma sublime, o seu amor pelo bem dos outros. Mostra, com clareza, o centro da sua vida e missão. Une, de modo feliz, a dedicação às pessoas, com o desejo intenso de Deus Pai salvar a todos/as. Leva ao extremo a capacidade de doação que perdoa aos verdugos, suporta o abandono dos amigos, vibra e chora com a dor da multidão, aceita a ajuda dos que o acompanham na caminhada pública, solidariza-se com a sorte dos excluídos e condenados e condói com toda a humanidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

PÁSCOA — Primeiro domingo depois da Lua Cheia


A Páscoa é uma festa móvel. Celebra-se sempre na Primavera, a partir de 21 de Março (Equinócio da Primavera  — dia igual à noite). A Páscoa é sempre no primeiro domingo depois da Lua Cheia. Confira num calendário lunar. A partir daí, procura-se o início da Quaresma  — 40 dias antes da Páscoa. E o Entrudo, na terça-feira que antecede o tempo de caminhada para a Páscoa, festa da Ressurreição de Jesus Cristo.
Boa Páscoa para todos, com saborosos folares.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Deus ajuda a quem se ajuda

Oportuna reflexão 
de Manuel Alte da Veiga

“Rezar” só para pedir que tudo corra a nosso gosto faz lembrar a crítica de Jesus, na linha de tantos salmos e avisos de profetas: “Este povo louva-me com os lábios mas o seu coração está longe de mim.”

À pandemia seguiu-se a seca e rebentou Putin. O mais grave, porém, é que todos nos comportámos como sentinelas ensonadas – até por conveniência pessoal.
Ao pedir ajuda a Deus, será que damos a devida importância ao reconhecimento da culpa que nos cabe – por actos, pensamentos e omissões?
Em vez de encobrir os erros e comportamentos irresponsáveis do passado, precisamos de palavras sinceras e reflectidas sobre como deles tirar a devida lição. Ou será que achamos não valer a pena arranjar coragem para enfrentar a verdade e agir coerentemente? Ou que nos paralisa o medo de desagradar aos fanáticos e poderosos adoradores do Dinheiro – esses que são o mais terrível flagelo da Humanidade?
Contudo, sabemos que cada qual recebe de Deus um ou mais “talentos”, que hoje significam capacidades de trabalho produtivo. Esta imagem traduz o sentimento de que viemos a este mundo e dele saímos sem sermos previamente consultados – mas com a missão de pôr a render a “energia vital” que transparece em cada ser humano.
Ao longo da História, só muito lentamente nos fomos dando conta de que todos nós, por mais insignificantes ou inúteis que pareçamos, somos imprescindíveis para a evolução da Humanidade. Todos somos transmissores dessa energia vital. E todos concorremos para mutuamente estimular a capacidade intelectual, criativa e afectiva, que permita analisar e intervir nos graves problemas que nos afectam.

Dia Mundial da Atividade Física

6 de Abril

Caminhar na bela paisagem do Jardim Oudinot

Celebra-se hoje, 6 de Abril, o Dia Mundial da Atividade Física, com o objetivo de promover a prática do exercício junto das pessoas, tendo em conta os benefícios que daí resultam, fundamentalmente  para evitar o excesso de peso e a obesidade. Nesse pressuposto, urge ter em conta que a obesidade provoca doenças que afetam as pessoas.
Dizem os entendidos que o exercício físico,  caminhadas, mas não só, reduz a tensão arterial, elimina o stresse, melhora a auto-estima e contribui para o bem estar físico e psicológico. Afirmam os especialistas que não podemos dispensar 30 minutos de exercício físico por dia.
A Organização Mundial de Saúde, que instituiu esta data, lembra que a inatividade física é o quarto maior fator do risco de morte no mundo. Sendo assim, importa apostar no exercício físico, diariamente. Caminhar, tanto quanto sei, é uma boa forma de apostar na saúde física e mental. 

terça-feira, 5 de abril de 2022

Uma janela algures

 
Quem nunca espreitou pela janela? Da parte de dentro e da parte de fora? E também quem nunca se viu ao espelho numa janela? A pensar nisso, gostei de fotografar o reflexo da palmeira na janela próxima.

Horrores na Ucrânia

Foto da rede global

As notícias que nos chegam por variadíssimas fontes sobre a guerra na Ucrânia deixam-nos perplexos sobre a desumanidade em pleno século XXI. Depois das lições das guerras em tantos quadrantes do mundo, umas mais visíveis do que outras, nos recantos em que vivemos, os meios de comunicação social, cada vez mais potentes e atentos, têm-nos revelado imagens terrivelmente chocantes, que julgávamos há muito impossíveis. A interrogação que fazemos a nós próprios resume-se nisto: Como é possível tal brutalidade e tanta desumanidade?
Os repórteres dos nossos órgãos de comunicação, que nos habituámos a considerar credíveis e competentes, relatam-nos horrores perpetrados por militares de russos contra um povo que tem o direito de escolher o seu destino de vida e trabalho, apoiado numa sociedade democrática com história. Eu admito que o autor dos massacres horríveis, o líder russo, Vladimir Putin de seu nome, jamais verá o sol livre, protegido pela sombra dos seus jagunços. Mas também não consigo compreender o apoio que lhe é dado pelo Patriarca Ortodoxo Cirilo, um pregador, ao que suponho, da mansidão e amor de Jesus Cristo. Ou será também um traidor  da moral e fé que diz professar?

F. M. 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Passeio de pasteleiras e piquenique

Sábado - 9 de Abril

Pasteleira que foi do Pe. Manuel Maria Carlos, restaurada por João Vinagre

A Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré vai organizar um passeio de pasteleiras e piquenique, sábado dia 9 de Abril, com o seguinte programa: 9:30 – inscrições; 10:00 Horas – saída do Jardim 31 de Agosto; 13:00 Horas – almoço convívio no Jardim 31 de Agosto. Ajudemos a Comissão de Festas participando.

NOTA: Sobre o restauro desta bicicleta,  pode ler aqui

O que foi preciso para aqui chegar

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO de ontem

Para Ratzinger, há uma Igreja que vai desaparecer, mas a Igreja de Jesus Cristo permanecerá. Tornar-se-á pobre e será uma Igreja dos pequeninos. O processo será longo e penoso, mas depois uma força pujante brotará de uma Igreja interiorizada. Deus o ouça!

1. Joseph Ratzinger não é o teólogo das minhas preferências, mas confesso que a sua Introdução ao Cristianismo (1968), que teve várias edições em diversas línguas, continua, para mim, um livro de referência. Mas não é esse livro o assunto desta crónica.
Em 1970, publicou, em Munique, uma série de conferências que tinham sido transmitidas pela rádio. Em 1971 já estava traduzido pela Editora Vozes (Petrópolis). Foi esta a primeira versão que li. Desde 2008, dispomos, em Portugal, de uma nova versão, da Editora Principia [1]. Diz, no Prefácio, que todas as conferências gravitavam em torno do mesmo tema: a interrogação sobre a fé e o futuro.

domingo, 3 de abril de 2022

Barra de Aveiro nasceu há 214 anos

Navio Escola Sagres vai sair para o oceano

No dia 3 de Abril de 1808 foi aberta a Barra de Aveiro. Naquele  dia,  as águas do oceano foram convidadas  a entrar na laguna aveirense para a purificar. E também se abriram as janelas para um futuro melhor de toda  a região. Depois veio o Porto de Aveiro. 
O responsável pela empreitada final foi o Eng.  Luís Gomes de Carvalho, genro do Eng. Oudinot, um dos responsáveis por estudos e trabalhos sobre a futura porta de entrada e saída de navios. Entre muitos outros, obviamente. Depois, é bem conhecida a história do "segundo dia da criação" para a nossa terra, no dizer poético de Luís Gomes de Carvalho, em carta que dirigiu ao regente e futuro rei D. João VI.
De «um simples regueirão — como disse o ministro Mário Lino, em “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim — consolidou-se a BARRA. As maiúsculas significam, aqui, o denodo de todos os que, ao longo de mais de dois séculos, souberam vencer as forças da natureza, impondo a férrea determinação humana aos ventos que impeliam ao fechamento.»
A barra e o porto mostram a sua importância estratégica, ao permitir a entrada de trinta e oito navios, em 13 de Maio de 1809, protegidos pelo brigue de guerra “Port Mahon”, que transportavam alimentos e forragens para o Exército Inglês que operava na zona e se dirigia para o Porto, como se lê em “Aveiro 2009 — Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.

Fernando Martins

Guerras demoradas

 

“As guerras demoradas terminam sempre com a destruição ou desgraça dos dois beligerantes”

Xenofonte (430 a. C. - 355 a. C.)



No  PÚBLICO de hoje

sábado, 2 de abril de 2022

Mário Soares - Uma Vida


A revista SÁBADO começou a publicar, esta semana, a biografia, revista e ampliada, de Mário Soares, da autoria de Joaquim Vieira. Os três seguintesb volumes sairão em 7, 14 e 21 de Abril. 
Com o título “MÁRIO SOARES – Uma Vida”, é um trabalho que merece ser lido pela personalidade do biografado, figura bem conhecida de todos os portugueses. Maria Barroso, mulher de Mário Soares, afirma que “É um livro escrito com muitas honestidade”, lê-se na contracapa. Contudo, o autor confessa: “Desconfio de que o fundador do PS não gostou deste livro.”
Li apenas, para já, meia dúzia de páginas para apalpar o terreno e senti que vale a pena conhecer melhor  uma das figuras maiores da nossa democracia, a quem todos muito devemos, embora saiba que há sempre os que estão contra, sem nunca dizerem como é que, de um dia para o outro, se saltava de uma ditadura de décadas para uma democracia sem choques. 
Seja como for, Mário Soares foi um político querido de muitos compatriotas e bastantes sabem que, apesar da sua infância burguesa e de uma educação de príncipe, enfrentou com coragem a ditadura, foi preso, exilado e perseguido. Depois, o seu percurso é bem conhecido.
“MÁRIO SOARES – Uma Vida” é um livro para ser lido, tanto pelos que seguiram a sua vida política como pelos que apenas  dele ouviram falar.

F. M. 

A justificação da existência e o poder

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Finitos, queremos o Infinito. Mas, atenção!, só Deus é infinito e só Ele pode dar a plenitude, como escreveu Santo Agostinho: "Fizeste-nos para ti, ó Deus, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti."

1. Quando visitamos um casal amigo com filhos pequenos, é permanente a experiência de que os miúdos começam por exaltar-se, mostrando-nos os seus novos jogos, desenhos, etc. Com o tempo, os adultos vamos às nossas conversas, ficando as crianças esquecidas. Mas elas vão de novo chamar a atenção, com o telemóvel, uma fotografia... Depois, como voltamos às questões dos adultos, pode não restar aos miúdos outra alternativa que não seja bater com o pé no chão, amuar, fazer birras...

A opinião dos leitores é importante

Durante o mês de Março, publiquei 60 mensagem, cerca de duas por dia. Do seu interesse, poderão falar (ou escrever) os meus leitores. Gostaria que o fizessem pessoalmente ou por escrito (f.rocha.martins@gmail.com) para eu aquilatar da importância de continuar ou sair para férias.
À partida sei que não poderei agradar a todos, mas também é verdade que os visitantes do meu blogue marcam presença todos os dias, quer chova quer faça sol.
Fico a aguardar a opinião de todos os meus amigos, na convicção de que me vão dar algumas sugestões positivas.

Fernando Martins

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Grandes homens


"Os lugares de chefia fazem maiores os grandes homens, e mais pequenos os homens pequenos"

Jean de la Bruyère,
escritor

Dia das Mentiras - 1 de abril

A festa dos grandes veleiros está prevista para breve (não é peta)

Hoje, 1 de abril, é o Dia das Mentiras. Costuma ser celebrada por quem gosta de brincar com alguma alegria. E diga-se de passagem com certa malícia. A data do início desta celebração não consta dos registos da história.
As mentiras ou meias verdades costumam ter graça, mas eu não tenho habilidade nem arte para enfiar umas petas. E como todos me levam a sério, nem vou tentar. Confiro apenas que o bom tempo se vai manter, que a guerra estúpida vai mesmo acabar, que a Primavera (agora os nomes das estações do ano passam a grafar-se com maiúscula por decisão do Presidente da República) vai treinar-nos para um Verão como nunca tivemos, tal vai ser o calor que nos há-de aquecer o corpo e a alma, prometeram os meteorologistas esta manhã.
Vamos todos brincar sem prejudicar ninguém.

Fernando Martins

As pedras da acusação e o amor do perdão

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo V da Quaresma




Estamos na semana final da Quaresma. A Liturgia de hoje vem lembrar-nos a atitude fundamental que devemos viver neste tempo; atitude que tem de ser, a de construir a fraternidade e não a de atirar pedras, É o que brilha no episódio ocorrido no Templo de Jerusalém sendo protagonistas a mulher adúltera acusada por fariseus sob o olhar de Jesus. Jo 8, 1-11. “O problema do mal e do pecado não se resolve com o castigo e a intolerância, mas pelo amor e a misericórdia”.
“Vai e não tornes a pecar”, exorta Jesus a adúltera. Esta sentença contrasta radicalmente com o preceituado na Lei de Moisés e constitui uma estimulante orientação de vida. É declarada por Jesus, após o julgamento sumário da mulher apanhada em adultério, e trazida por zelosos escribas e fariseus. Condensa, exemplarmente, a atitude de Jesus e reproduz o núcleo do seu ensinamento face a quem se desvia nos comportamentos dignos da condição humana, reflexo da bondade original de Deus.

quinta-feira, 31 de março de 2022

Festival do Bacalhau

Na arrumação de fotografias, encontrei esta sobre o Festival do Bacalhau de saudosa memória. Será que vamos ter a festa e o convívio do festival no próximo mês de Agosto?

Árvores pedem chuva


 A seca foi agreste. Disso ninguém duvida. Entretanto, choveu um pouco. Mas se muita gente ficou indiferente à falta de chuva, ar árvores suplicaram às nuvens que enviassem a água que refresca e dá vida. 

quarta-feira, 30 de março de 2022

Um poema de Paula Pinto



QUERIA ...

Queria ser filha do vento
E do mar
Não ter amarras
Voar livre
Sem medos nem anseios
Sem ninguém
À minha espera.

Queria ser livre
Como a poeira do vento
Deixar no chão marcado o meu
Sorriso.

In Poetas de um tempo presente
Poetas Ilhavenses
Dia Mundial da Poesia
21 de março de 2016
Edição da Confraria Camoniana de Ílhavo

Chegou a hora de abolir a guerra

"Diante do perigo da autodestruição, a humanidade deve compreender que chegou a hora de abolir a guerra, de cancelá-la da história do homem antes que seja ela a cancelar o homem da história. Que cada responsável político reflita e se comprometa!"

Papa Francisco 
em 27 de março

Fábrica das Ideias - Cobertura vai ser reparada

Fábrica das Ideias (Antigo Centro Cultural)

É notícia que a cobertura da Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, antigo Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, vai receber obras de reparação. A Câmara Municipal de Ílhavo aprovou a abertura do procedimento de concurso público para a execução de obras de reparação da cobertura da Fábrica das Ideias,  pelo valor-base de 160 mil euros e um prazo de execução de seis meses. Esta obra visa a reabilitação dos sistemas de impermeabilização da cobertura do edifício e de drenagem de águas pluviais para resolver os graves problemas de infiltrações.

AVEIRO: Casa Diocesana vai acolher refugiados

Casa Diocesana de Aveiro (Albergaria-a-Velha) 

A Diocese de Aveiro dispõe-se a acolher refugiados da guerra na Ucrânia numa parte da Casa Diocesana, em Albergaria-a-Velha. O Bispo de Aveiro ofereceu a chamada “parte social” (salas e camaratas com acesso independente), colaborando deste modo no acolhimento de deslocados da guerra. 
Fernanda Capitão, coordenadora da Pastoral Sociocaritativa da Diocese de Aveiro, confirmou ao Correio do Vouga a decisão e acrescentou que o alojamento será feito em ligação com o Alto Comissariado para Migrações. A responsável alerta para a necessidade de uma coordenação mais efetiva e próxima por parte das autoridades civis, quando se trata de oferecer alojamento a refugiados: “Temos contactos de diversos padres, que nos dizem que nas suas paróquias há pessoas que se dispõem a acolher ucranianos, mas é necessário algum cuidado no acolhimento e há que prever uma série de situações”.

NOTA: Excerto do texto publicado no Correio do Vouga

Porto de Aveiro em maré de aniversário


O Porto de Aveiro celebra no dia 3 de Abril o seu aniversário e abre as portas à população para uma visita guiada às principais áreas do porto. Nesse dia, haverá 3 turnos para as visitas e é necessário inscrever-se através do site do Porto de Aveiro. A Junta de Freguesia poderá auxiliar os interessados que tiverem mais dificuldade na inscrição.

terça-feira, 29 de março de 2022

Pensamos demasiadamente


"Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá."

Charles Chaplin

segunda-feira, 28 de março de 2022

Dia Nacional dos Centros Históricos

Forte da  Barra - Gafanha da Nazaré

Comemora-se hoje, 28 de março, o Dia Nacional dos Centros Históricos, data do nascimento de Alexandre Herculano, seu patrono. A data foi instituída em 28 de março de 1993, tendo sido rapidamente adotada pela maioria das autarquias portuguesas. Contudo, é frequentemente esquecida por muito boa gente, mais preocupada com outras tarefas, porventura muito urgentes. Interessante seria as autarquias se envolvessem também, para além do dia a dia dos seus múltiplos projetos, na evocação das marcas que nos legaram os nossos antepassados.

Praedicate Evangelium

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de domingo



Frei Bento Domingues
A nova Constituição Apostólica apresenta elementos decididamente inovadores. Um deles é o facto de que os leigos e leigas, na Cúria, podem assumir a liderança de Dicastérios ou outros organismos.

1. Ao fazer nove anos de pontificado, o Papa Francisco mostrou que os cépticos, acerca da possibilidade da reforma da Cúria, podem começar a rever a sua desconfiança.
Dizia-se que Bergoglio era muito corajoso nos discursos aos cardeais sobre a urgência da reforma – recorde-se o discurso à Cúria em Dezembro de 2016 –, mas sem consequências reais. Ele, no entanto, não apontou apenas os pecados curiais. Caracterizou, com lucidez, as diferentes atitudes perante as reformas necessárias: “Neste percurso, é normal e até salutar, encontrar dificuldades. No caso da reforma, poderiam ser apresentadas segundo diferentes tipologias de resistência: as resistências abertas, que nascem muitas vezes da boa vontade e do diálogo sincero; as resistências ocultas, que nascem dos corações assustados ou empedernidos que se alimentam das palavras vazias da hipocrisia espiritual de quem, com a boca, diz-se pronto à mudança, mas quer que tudo permaneça como antes.

domingo, 27 de março de 2022

O meu irmão morreu há 15 anos

Completam-se hoje, 27 de março, 15 anos sobre a partida do meu irmão, Armando da Rocha Martins, mais conhecido por Armando Grilo, para o aconchego maternal de Deus, deixando toda a família e imensos amigos com uma ferida aberta na alma. Tinha 66 anos de uma vida cheia, mas uma doença que não perdoa roubou-o ao nosso convívio. Ficou, para sempre, a sua vivacidade e alegria de conviver com familiares e muitos amigos que foi atraindo e cultivando durante a sua existência terrena. Contudo, se é verdade que o seu corpo nos abandonou, permanecerá em todos os que o conheceram, familiares e não só, o seu amor à vida. E se continuasse connosco teria hoje 80 anos, menos três do que eu.
Como não podia deixar de ser, a minha memória, apesar de cansada pelo tempo, está permanentemente, por isto ou por aquilo, a reviver acontecimentos do nosso  dia a dia: histórias que nos marcaram, brincadeiras das nossas meninices, projetos pessoais, anseios múltiplos, mas também desafios que soubemos enfrentar, cada um ao seu jeito.
O meu irmão era um precioso contador de estórias. E já avô, nem imaginam o enlevo com que ele reproduzia conversas e relatava momentos dos seus netos, imitando saborosos diálogos mantidos com eles.
Até um dia, Menino! (Como eu o chamava).

Fernando 

Beleza de uma flor em tempo de guerra

 

Para começar este domingo com algum otimismo, bem preciso em tempo de inesperada guerra quando tantos pregam e querem a paz, nada melhor que a beleza desta estrelícia, descendente de uma que trouxemos da Madeira, quando lá fomos há anos.
Boa semana para todos.

sábado, 26 de março de 2022

Francisco: há nove anos Papa

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



(Foto da rede global)
1. Fez no passado dia 13 nove anos que Francisco foi eleito Papa. Apresentou-se de modo simples na varanda de São Pedro à multidão, sem esplendor, apenas com a batina branca e uns sapatos toscos. E logo na saudação à multidão ficou claro ao que vinha: "Agora iniciamos este caminho, Bispo e povo..., um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja seja frutuoso para a evangelização. E agora quero dar a bênção, mas antes... peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim..."
Escolheu o nome de Francisco, o que nenhum Papa anterior tinha feito. Em ligação com São Francisco de Assis, o da simplicidade, da fraternidade universal, da paz, do vínculo com a Terra, do que tinha ouvido Cristo dizer-lhe: "Repara a minha Igreja em ruína..." Não foi viver para o Palácio Apostólico mas para a Casa de Santa Marta, utiliza um carro modesto, e é cristão - eu disse-o na televisão, logo quando foi eleito, causando imenso espanto e até perplexidade; mas, pensando bem, não é essa a causa de ele se ter imposto ao mundo como uma voz político-moral global, talvez a mais influente? Como cristão, bate-se pela paz, é simples, está com todos, a começar por aqueles e aquelas com quem ninguém está, é profundamente humano, o Deus que anuncia é o do Evangelho: o seu nome é Misericórdia...

sexta-feira, 25 de março de 2022

Miranda do Douro - Amendoeiras em flor





Apenas uma vez na vida passei por Miranda do Douro, novembro de 1995, uns meses  antes do espetáculo das amendoeiras em flor. Perdi a oportunidade de contemplar ao vivo a beleza das amendoeiras floridas, embora tenha lucrado com outra raridade no nosso país. Miranda do Douro é dona da segunda língua que se fala e escreve, oficialmente, em Portugal: Mirandês ao lado do Português. E aqui partilho hoje as amendoeiras em flor graças à gentileza do amigo Carlos Duarte, que possui uma sensibilidade apurada para tornar presente aquilo que está longe de nós ou o que os nossos olhos não enxergam.

Abraço do pai ao pródigo dá início à festa da família

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IV da Quaresma 

O regresso do filho pródigo à casa paterna onde é acolhido com um abraço afetuoso do pai constitui o início da festa familiar que Jesus apresenta para mostrar a fariseus e escribas o rosto misericordioso de Deus em contraste com as crenças tradicionais por estes pregadas. Apresenta em género de parábola que Lucas narra após as da ovelha e da moeda perdidas e integram o capítulo 15 “verdadeiro coração do Evangelho”. E a Bíblia Pastoral comenta: “Com esta parábola, Jesus faz o apelo supremo para que os doutores da Lei e os fariseus aceitem partilhar a alegria de Deus pelo regresso dos pecadores à dignidade da vida”. Lc 15, 11-32.
“É tão comovedor ver aquelas mães e filhos nas imagens da televisão, sozinhos porque para trás ficou a figura paterna para outra guerra, que não é a das lutas diárias, das coisas que é necessário para viver bem em família, mas nesta violência que não tem justificação, nem compreensão, à luz do que é a humanidade no século XXI e deve merecer toda a nossa oração e acompanhamento para que possam voltar dias de paz àquele território”, confessa à Ecclesia o padre Tarcízio Morais, conhecedor das comunidades salesianas na Ucrânia, que não consegue esquecer as imagens do país em guerra onde “a figura paterna é deixada para trás”. Sendo necessário reerguê-la, reconfigurá-la e dar-lhe o lugar que tem no sonho de Deus e Jesus “retrata” na parábola que estamos a meditar.

quinta-feira, 24 de março de 2022

FEIRA DE MARÇO abre amanhã


A Feira de Março, de tantas tradições em Aveiro, abre amanhã, depois de um interregno provocado pelo Covid-19.  Esta é a 586.ª edição. A responsabilidade é da Câmara Municipal de Aveiro, esperando-se que o nosso povo se divirta ou passe por lá para descobrir algumas inovações. Como é meu hábito, não faltarei para saborear uma boa fartura, desde que não tenha de caminhar muito.

Dia Nacional do Estudante

(Foto da rede global)

O Dia Nacional do Estudante (DNE) comemora-se anualmente no dia 24 de março, por decisão da Assembleia da República Portuguesa de 1987. Porém, o Dia Internacional do Estudante comemora-se em 17 de novembro.
O DNE relembra as dificuldades e obstáculos que os estudantes enfrentaram na década de 60 do século passado, aquando da crise académica vivida em Portugal.
Lembro-a aqui com o objetivo de propor a reflexão sobre os direitos e obrigações de quem estuda, numa perspetiva de todos contribuirmos para a qualidade de vida de quem se prepara para um futuro mais digno e mais feliz. E cada estudante, consciente desta realidade, deve dar o exemplo de trabalho, dedicação e responsabilidade, face aos que pouco ou nada estudam nas escolas portuguesas.

Uma cultura sinodal leva tempo

Miguel Panão
"A crise ambiental, ou até a que estamos a viver com a guerra na Ucrânia, têm a sua raiz numa crise antropológica mais profunda: uma cultura em que as pessoas deixaram de saber falar umas com as outras. Com tanta coisa que temos para fazer, pouco tempo sobra para um exame regular de consciência sobre o nosso modo de viver em Deus e sermos comunidade em Igreja. Se as coisas estão bem assim, por que razão haveremos de mudar? Mas com todos os escândalos a acontecer, o crescente desânimo espiritual, o acentuar das visões radicais de vivência da fé, a necessidade de mudar tornou-se uma exigência da consciência. Mas se cedermos à pressa com que queremos mudar, arriscamo-nos a manter o ritmo que levou à crise antropológica em que nos encontramos."

Ler toda a crónica em Sete Margens 

quarta-feira, 23 de março de 2022

As nuvens são um espetáculo


 Apesar das ameaças de chuva, tão esperada há tanto tempo, as nuvens não deixam de ser um espetáculo em constante mutação. Não há, por estranho que pareça, duas fotos iguais do céu que nos cobre.