para este fim de semana
As festas natalícias convergem e abrem horizontes à compreensão da pessoa de Jesus e da missão que lhe está confiada. O menino de Belém portador de paz e alegria, o adolescente de Nazaré fiel aprendiz da vida familiar e da arte do artesão, o orante contemplativo das maravilhas de Deus na humanidade na criação, surge agora como adulto entre os pecadores que demandam o baptismo de penitência.
João acolhe-o e tem com ele um diálogo muito significativo, eloquente, assertivo. Aceita fazer o que lhe pede. Deixa que mergulhe nas águas do rio, se banhe como qualquer outro penitente, que assuma os pecados quais limos que se pegam ao corpo e lhe introduzem marcas profundas, a viva experiência original. Jesus, entretanto, entra em profunda e expressiva oração. Manifesta o que realmente é e vive, Deus humanado. Mt 2, 1-12. Plenamente humano. Plenamente Deus.
O baptismo do Senhor é a sua grande Epifania. A celebração do Oriente atesta-o eloquentemente. E remete para cada um de nós a pergunta fundamental: Vivo como cristão, apesar de ter sido baptizado?
O jovem galileu apresenta-se com uma força inaudita, afirma Vicente Pascual Diez, Homilética 2023/1, 16. Humano e próximo com os que se sentem pecadores, abrindo caminhos por onde possam caminhar os pobres, coxos, estropeados, cativos, oprimidos… Será confirmado nesta missão de libertar o seu povo no Jordão e desembocará depois na cruz e na Ressurreição. Também nós, renascidos pela água e do Espírito, fomos renascidos para uma vida nova, a vida da liberdade dos filhos de Deus e fomos destinados a passar pelo mundo fazendo o bem.
Robustecido pela experiência original do Baptismo e apoiado na aprendizagem com os familiares e vizinhos de Nazaré, Jesus inicia a missão de profeta itinerante do reinado de Deus, procurando atrair para a sua novidade as pessoas envolvidas no plano de salvação. E vai prosseguir incansavelmente esta missão até que se abatam sobre Ele os dramas da Paixão, aurora da Ressurreição.
Baptizar-se é voltar às origens, considerar Jesus adulto, ver nele e com ele discernir as opções da nossa vida e pautar os comportamentos por estas opções. Estou baptizado. Sou cristão?
Pe. Georgino Rocha