Celebra-se hoje o Dia do Pai associado, entre os cristãos, ao Dia de São José, pai adotivo de Jesus Cristo. O que vejo de semelhante entre eles é a humildade. De São José, a Bíblia não nos diz muito, mas todos sentimos que ele foi um homem santo e atento às suas responsabilidades paternais. Direi o mesmo do meu saudoso pai. Falava pouco, conversava com total disponibilidade, ajudava quanto podia, dava os seus conselhos com oportunidade e o saber de experiência feito. Nunca o vi exaltado. Tinha um sorriso permanente. Quando os netos nasceram, tinha por hábito atravessar à tardinha o quintal comum para se rir com as brincadeiras deles. Depois de ver e ouvir o telejornal, regressava a casa, feliz da vida. Morreu com 62 anos sem nunca ter estado doente. Sempre o vi a fumar. Um enfarte foi fatal.
Resta-me a certeza de que ainda terei muito que falar com ele. Sem pressas. E cá para mim, o meu pai, Armando Lourenço Martins (mais conhecido por Armando Grilo), continuará com o sorriso e a palavra serena que sempre o caracterizaram.
Nota: O meu pai nunca usou barbas, mas um dia, quando chegou da viagem, apresentou-se assim para espanto de todos nós. Perante a nossa reação, logo esclareceu: - «Calma, é só para tirar a fotografia.» E lá foi no dia seguinte a Aveiro resolver a situação.