João Batista da Silva Leitão nasceu no Porto, a 4 de fevereiro de 1799. Filho de António Bernardo da Silva e Ana Augusta de Almeida Leitão.
A primeira instrução recebeu-a na Ilha Terceira, nos Açores, onde a família se havia refugiado, em 1809, devido às Invasões Francesas, pela mão do tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra.
Em 1817 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito. Nesta época os ideais liberais fervilhavam entre a comunidade académica e Almeida Garrett, nome que adotou entretanto, acolheu-as com entusiasmo.
Em 1822, após ter terminado o curso, foi nomeado funcionário do Ministério do Reino e contraiu matrimónio com Luísa Midosi.
Com a reação Miguelista da Vilafrancada, Almeida Garrett viu-se obrigado a abandonar o país, refugiando-se em Inglaterra e depois em França, onde contactou com a corrente romântica. Será durante a sua estadia na capital francesa, que publica aquelas que são consideradas as primeiras obras portuguesas de cunho romântico, Camões (1825) e Dona Branca (1826).
Com a implementação da Carta Constitucional de 1826, Portugal conheceu um período de trégua entre liberais e absolutistas, e o escritor regressou ao país para se dedicar ao jornalismo nos periódicos O Português e O Cronista. Porém, em 1828, D. Miguel instaurou novamente o poder absoluto em Portugal e Almeida Garrett exilou-se novamente em Inglaterra, até que em 1832, seguiu para os Açores para se juntar ao exército liberal que participará no Desembarque do Mindelo.
Durante o Cerco do Porto escreveu o romance histórico Arco de Santana e auxiliou Mouzinho da Silveira nas reformas administrativas.
Desencantado com o rumo da política que o país atravessava, foi nomeado Cônsul-geral em Bruxelas, exercendo também funções diplomáticas em Londres e Paris.
Regressou a Lisboa em 1836, após a Revolução Setembrista, colaborando com o governo de Passos Manuel na organização do Teatro Nacional, dirigindo a Inspeção Geral de Teatros e o Conservatório de Arte Dramática, intervindo também no projeto do futuro do Teatro Nacional D. Maria II.
Após o divórcio, em 1836, iniciou um romance com Adelaide Deville, com quem teve uma filha que inspirará a peça Frei Luís de Sousa (1843).
Em 1838 assumiu o lugar de Deputado da Assembleia Constituinte e de membro da Comissão de Reforma do Código Administrativo.
Durante o ano de 1845 publicou na revista Universal Lisbonense aquela que será uma das suas maiores obras - Viagens na Minha Terra, editado em livro no ano seguinte.
Em 1851 fundou o jornal a Regeneração e retomou o seu lugar como deputado, aceitando também o título de Visconde. No ano seguinte assumiu a pasta do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em 1853 publica a polémica obra Folhas Caídas.
Faleceu, em Lisboa, a 9 de dezembro de 1854, com 55 anos de idade.
Informação Histórica do Topónimo
1. Trabalho elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo), integrado no projeto "Se esta rua fosse minha";
2. Na Gafanha da Nazaré encontramos a Rua Almeida Garrett. Este topónimo é referenciado pela primeira vez na Ata n.º 6/83, de 15 de abril de 1983 da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Surge também no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas da Câmara Municipal de Ílhavo de 1984, não como rua, mas como Travessa..
Informação Memorial sobre o Topónimo
Fernando Martins é um dos habitantes de Gafanha da Nazaré que vive na Rua Almeida Garrett e recorda que durante a sua infância este era um caminho de areia por onde circulavam os carros de vacas carregados de esterco ou de moliço a caminho das terras de cultura. Refere ainda que do lado nascente esta rua tinha uma vala-mestra, que nos invernos mais pluviosos transbordava inundando toda a rua (in Timoneiro, maio de 2010).
Nota: Pode ler mais sobre a minha rua aqui