sexta-feira, 7 de abril de 2023

Sexta-Feira Santa — Jesus morre na cruz


Pelas três horas da tarde de uma sexta-feira, Jesus Cristo morre na cruz, para redimir todos os pecados do mundo. Crentes e não crentes sabem disso. E com essa morte ignominiosa abraça a humanidade e liberta os cativos das suas prisões interiores.
Três dias depois, liberta-se das amarras dos homens que o condenaram, por um julgamento orquestrado e juridicamente inexplicável, para garantir a ressurreição a todos os que n’Ele crerem e a todos os homens e mulheres de boa vontade.
A ressurreição de Cristo, sinal de uma primavera imorredoira, de uma paz salvadora e de uma fraternidade esperada, aí vem, para glória de cada um de nós e de toda a gente. Assim o queiramos no nosso dia a dia.

Fernando Martins

Um poema de Senos da Fonseca para refletir




CHORO...


Choro este País
Do «Grande Afonso» a mais querer que um País.
Partindo em gloriosa cruzada, gladiou com o mouro infiel
Para fazer do seu Condado, um Portugal de raiz,
Numa mão a espada, a cruz na outra mão empunhada.
A mim! A mim! gritou Afonso,
E logo foge o infiel, em debandada.

Choro este País,
Onde a arraia-miúda se exaltou e se fez graúda
Parecendo já um povo por inteiro em que se tornou
Ao expulsar o intruso e pérfido castelhano,
Atirando do cimo da torre, à turba, o castelhano Andeiro:
Aqui há um povo a sonhar com Portugal nas suas mãos.

Choro este País,
Do grande el-rei João Segundo
Que os mares assombrosos, terríveis e solitários
Mandou serem navegados, e desvendados,
E logo as trevas e os medos passaram a estórias
A mostrar a grandeza de Portugal ao Mundo.

Bispo de Aveiro e os abusos de menores

Na Missa Crismal,
D. António Moiteiro lembrou que estas situações
devem levar-nos a uma purificação cada vez maior

“Vivemos um tempo de perplexidade mas também de esperança. O flagelo de abusos de menores e pessoas vulneráveis que tem assolado a Igreja deve levar-nos a uma purificação cada vez maior na certeza de que somente a verdade nos tornará livres.”
"A nossa diocese se compromete a tudo fazer para que estas situações dolorosas não voltem a acontecer no seio da comunidade cristã e reafirma, mais uma vez, tudo fazer para que os abusos de menores e pessoas vulneráveis não volte a acontecer”, disse D. António Moiteiro, na homilia da Missa que presidiu na Sé.
O bispo de Aveiro anunciou que a Comissão Diocesana para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis vai desenvolver iniciativas de formação “com os sacerdotes, catequistas”, e responsáveis de IPSS neste território, para “aprofundar a sensibilização de todos para a relevância deste tema, de modo a prevenir possíveis abusos”.

Ler mais na Ecclesia 

SEXTA-FEIRA SANTA



Traído pelo seu discípulo Judas, Cristo é preso, sob a acusação de semear desordem pública por causa dos seus ensinamentos e, especialmente, “porque se fez Filho de Deus”, como dizem os responsáveis judaicos. Interrogado por Pôncio Pilatos, governador romano da região, açoitado por soldados, é condenado à morte na cruz, pena reservada a criminosos.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

EMOÇÕES


Há momentos na vida que alteram profundamente as nossas emoções. Todos sabemos isso por experiência própria. No dia 4 de Abril, vivi um momento desses, não obstante a preparação que julgava ter feito. Enganei-me redondamente. Aconteceu na cerimónia em que fui oficialmente declarado Patrono da Escola Básica da Gafanha da Nazaré, com aplausos que recebi de vários cantos e recantos da nossa região.
Já mais sereno, retomarei o meu dia a dia, partilhando o que penso e sinto à minha volta.
Um abraço para todos os meus amigos.

Fernando Martins

terça-feira, 4 de abril de 2023

COMO GOSTARIA DA SUA PRESENÇA NESTE DIA...


Como gostaria da presença dos meus queridos pais e irmão na festa que me dedicaram neste dia, 4 de Abril de 2023, na Escola Básica da Gafanha da Nazaré,  agora denominada Escola Básica Professor Fernando Martins. 
Os meus pais, Rosita e Armando, e o meu irmão Armando, o Menino, como sempre o tratei, somente em espírito os sentirei, mas faço questão de os pôr na fila da frente para os ver bem e para apreciar os seus sorrisos que se unirão à minha gratidão pela honra com que fui distinguido. 
Um beijo de ternura para os meus pais e irmão.

Fernando

segunda-feira, 3 de abril de 2023

BICICLETAS NAS GAFANHAS


 Acho que ainda não perdemos o título da região do país onde mais se utiliza a bicicleta. Quando passo pela escola secundária fico espantado com tantas bicicletas dos alunos, sobretudo. Contudo, posso garantir que os mais idosos também as usam. Como prova disso, aqui está, junto à Igreja Matriz, uma senhora na hora do descanso.

Nota: Do livro experimenta  ÍLHAVO  da CMI

ABERTURA DA BARRA - 3 DE ABRIL DE 1808

 hum segundo dia de creação 




Carta de Luís Gomes de Carvalho dirigida ao príncipe, futuro D. João VI

PARALISAR A TEOLOGIA? (2)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

1. Por mero acaso, depois de publicada a crónica do passado domingo, com a declaração de João Paulo II “a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”, deparei com um texto que eu tinha publicado em Agosto de 1994. A declaração papal era de Maio desse ano. Procurei responder-lhe sem a nomear.
Com efeito, em 1994, escrevi: “Não falta por aí quem diga – não eu – que o grande ministério das mulheres seria ou ocupar a Igreja ou abandoná-la. Creio que há algo de novo a fazer, tirando as conclusões certas da Lumen Gentium, n.º 10, onde se faz do sacerdócio comum a todos os baptizados o sacerdócio próprio da vida cristã (Rm 12,1), mas também onde acaba por ser neutralizado, ao valorizar de forma desequilibrada o chamado “sacerdócio” ministerial, deixando na sombra o principal. É a ambiguidade inerente a fórmulas de compromisso.

domingo, 2 de abril de 2023

EM AVEIRO HÁ TRIGUEIRAS COMO EM PARTE NENHUMA

GARANTIU JÚLIO DINIS 

Nas horas vagas, as tais que sobram do quotidiano da minha vida, gosto de visitar escritos antigos. Desta feita, volto à passagem de Júlio Dinis por Aveiro, para sublinhar que o escritor simpatizou com as trigueiras aveirenses. Diz ele: "em Aveiro há trigueiras como em parte nenhuma." Tem razão, sim senhor!

FEIRA DE MARÇO

A Lita, há anos, nos  Ovos Moles

Está a decorrer, em Aveiro, a Feira de Março, com programa variado. Gostava dela desde a minha meninice e juventude. O seu espaço, durante nem sei quantos anos, era o Rossio. E era nessa Feira de Março que eu ia comprar os livrinhos da edição Figueirinhas. Penso que não estou enganado. Baratinhos, mas de papel tão fraquinho que acabaram no lixo.
Curiosamente, os divertimentos nunca me seduziram, embora tenha passado por alguns. E os anos decorreram e a Feira começou a perder interesse. Só lá ia para comer umas farturas e visitar algumas exposições.
Caminhar muito já não posso e para ficar sentado em qualquer canto para, apenas, ver quem passa, talvez não valha o sacrifício. É certo que me sabe bem reencontrar amigos, mas tenho de pensar bem. Pelo sim pelo não, ainda vou pensar.

sábado, 1 de abril de 2023

A FROTA PORTUGUESA DO BACALHAU


 


Hoje revi o livro de imagens - A FROTA Portuguesa do Bacalhau de Jean-Pierre Andrieux, uma edição da CMI e MMI - que me transportou ao tempo da minha infância e juventude. Na minha idade, passados tantos anos, evoco com saudade o movimento que a pesca do fiel amigo gerava na nossa Gafanha da Nazaré. E aqui ficam as fotos da última página do livro com as legendas que transcrevo:

1 - O fim de atividade de dois arrastões na Gafanha da Nazaré. Após terem sido vendidos a uma grande empresa de pesca holandesa, o Brites e o Praia de Santa Cruz aguardam pelo desmantelamento. Coleção do autor.
2 - A bandeira portuguesa do Praia de Santa Cruz foi retirada e substituída por uma de uma nação africana. (Togo). Coleção do autor.

SOMOS LIVRES? E ENTÃO?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

Vem-me à memória aquela estória. Diante do avô morto, o menino perguntou à mãe: "E agora?" A mãe: "O avô morreu e a alma foi para Deus e o corpo vai para a terra; quando a mãe morrer, também é assim: o corpo vai para a terra e a alma vai para Deus; quando tu morreres um dia, também é assim: o teu corpo vai para Deus e a tua alma vai para Deus." E o miúdo: "E eu?"
Aí está o enigma maior: o enigma do eu. Nestes tempos líquidos, não se pensa, mas é urgente pensar nesse enigma, mistério mesmo, que é o eu. Eu...
E a esta gigantesca questão está ligada uma outra pergunta decisiva: somos realmente livres? De facto, se não somos livres, o que se chama dignidade humana pode ser uma convenção, mas não tem fundamento real.
Mas quem nunca foi assaltado pela pergunta: a minha vida teria podido ser diferente? Para sabê-lo cientificamente, seria preciso o que não é possível: repetir a vida exactamente nas mesmas circunstâncias. Só assim se verificaria se as "escolhas" se repetiam nos mesmos termos ou não.

sexta-feira, 31 de março de 2023

VAMOS AOS CRICOS!

“Vamos aos Cricos!
– Festival Gastronómico de Produtos da Ria”

Já me está a crescer água na boca!


A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover os produtos da ria e a restauração local. O evento gastronómico decorre de 6 a 30 de abril, nos restaurantes, bares e snack-bares aderentes do Município de Ílhavo. As “estrelas” do evento são o crico (ou berbigão), o mexilhão, a navalha (ou longueirão), a amêijoa, o choco, e a ostra — produtos que a Ria de Aveiro fornece com elevada qualidade e sabor e se apresentam como ex-libris da gastronomia da Região.
Aqui fica a nossa proposta para todos saborearmos os nossos petiscos oriundos da nossa Ria.

MULHER GAFANHOA





Em caixas e gavetas, cá de casa, não faltam recordações da nossa gente. Deve ser assim, mais ou menos, em todas as casas. Ao publicá-las, dou-lhes vida. Um abraço para quantos viveram ou ainda vivem as marchas dos gafanhões.

A ARTE DO ENCONTRO E A ARQUITETURA DA RECONCILIAÇÃO

Uma reflexão do Cardeal 
José Tolentino de Mendonça

Ao falar das injustiças históricas e dos crimes de guerra na sua encíclica “Fratelli tutti”, o papa Francisco afirma que «é fácil hoje cair na tentação de voltar a página, dizendo que já passou muito tempo e que é preciso olhar para a frente. Não, por amor de Deus! Sem memória nunca se vai para a frente, não se cresce sem uma memória íntegra e luminosa» (n. 249).
Na Nota sobre “Doctrine of Discovery” (publicada hoje pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral), a Santa Sé examina atentamente a história da igreja e a sua deplorável associação com a doutrina da descoberta, que foi invocada por várias potências coloniais contra as populações indígenas, em diversas partes do mundo, para justificar a expropriação da sua história e a subvalorização e eliminação das suas culturas.

OS OLHOS DO CÉU CHORARAM

Um poema da Odete Filipe

(Foto Google)

Os olhos do céu choraram

Lágrimas apressadas,
Lágrimas tristes, magoadas
Trazidas nos braços do vento.
Eram gotas de saudade
Eram sonhos sem idade
Eram fios de prata no tempo.

A chuva molhou o silêncio da noite.
Abriu com mãos ágeis de criança
A arca dos meus segredos
O baú dos meus medos
E deixou-se ficar.
Trouxe com ela a saudade
Das memórias guardadas
Em caixinhas bem fechadas
Dos desejos por contar.

A chuva molhou o silêncio da noite
E fez dos desejos, medos
E dos medos fez segredos
Que continuei a guardar.
E na noite escura e fria
Fiquei de alma vazia
E deixei a saudade entrar.


Odete Filipe

NOTA: Encontrei este poema de que gostei no blog "Convida Saberes",  com o qual colaborei durante a sua existência. O poema é de Odete Filipe que não vejo há anos. Gostaria de ter a sua autorização para o publicar, mas não tenho os seus contatos. Uma saudação amiga para a Odete Filipe.

quinta-feira, 30 de março de 2023

RECORDAR É VIVER - 1


FADO

Com a minha mão direita
fiz uma cova no chão
Para enterrar os meus olhos
que tão desgraçados são.

Venho de amar a Jacinta,
de apanhar cevada à mão.
Minha mãe era Jacinta
meu pai era Jacintão.

Oh! Costa Nova do Prado
e pedras do paredão,
e palheiros de S. Jacinto
onde os meus amores estão.

Oh! igreja da Murtosa
feita de pedra morena,
dentro dela ouço missa,
Oh! olhos... que me condena.

Rezo da minha janela
à Senhora das Areias
que me traga o meu amor
que anda por terras alheias.

Adeus Carmo mais ao sul,
E a Encarnação mais ao pé,
Adeus Senhora da Saúde
E Senhora da Nazaré.

In Monografia da Gafanha

quarta-feira, 29 de março de 2023

CHAVES - RECORDAR É VIVER


As boas recordações, por mais antigas que sejam, de vez em quando saltam para a nossa vida atual. Acontece a toda a gente. Hoje, por exemplo, houve razões para isso. Quando procurava umas fotos, encontrei estas. Evoco com elas férias que passámos em Chaves. Aqui nas famosas  termas  flavienses. Naturalmente, bebíamos uns copinhos de água.

terça-feira, 28 de março de 2023

BARCO NO MAR

 

Quando avisto um barco no mar, apontando para a barra, sou sempre desafiado a esperar pelo resultado.

segunda-feira, 27 de março de 2023

MOLICEIRO SEM MOLIÇO

 
Sou do tempo dos moliceiros que tinham por função principal, ou única, o transporte do moliço da laguna aveirense. A agricultura da região necessitava dele como de pão para a boca. Os lavradores das Gafanhas usavam-no muito. Os barqueiros chegavam à borda, como então se dizia, descarregavam o moliço e iam oferecê-lo aos lavradores. Acordado  o preço e recebido o dinheiro, estabeleciam um sinal — Uma pedra em cima de uma couve; um pau espetado no moliço com um trapo amarrado; etc.— que era colocado no monte, para não haver confusões.
Perdida essa tarefa, começaram a desaparecer da Ria. Uns morriam como coisa inútil. Alguns, porém, mudaram de função. Taxis da ria será a designação correta?

PARALISAR A TEOLOGIA? (1)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


"O Papa Francisco não esperou por ver resolvida a referida declaração
de João Paulo II para nomear 17 mulheres muito qualificadas
para várias funções na reforma da Cúria romana."

1. Para perceber o contexto da minha intervenção sobre o Papa Francisco e o lugar da mulher na Igreja [1], recomendo a leitura de Um apelo urgente à ação no Dia Internacional das Mulheres, feito por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas [2], assim como os dez pensamentos do Papa Francisco para o mesmo dia [3].
Não me parece muito produtivo centrar o debate sobre a ordenação sacerdotal das mulheres, pois o que deve ser discutido é a própria sacralização dos ministérios (serviços) na Igreja.
Como mostrou Frei José Nunes, O.P., a história da Igreja dá conta de uma evolução na compreensão e vivência dos ministérios, cuja chave de interpretação é a de um princípio de clericalização ou sacerdotalização dos mesmos, perdendo-se progressivamente a consciência duma evocação ministerial de toda a comunidade, evidente na Igreja das origens.

domingo, 26 de março de 2023

BOM DOMINGO


Um vaso com planta verde, num recanto da nossa casa, fica sempre bem, como marca da beleza da natureza, respeitada porque acolhida junto da família. Que a Primavera se comporte com serenidade e beleza, são os meus votos.

sábado, 25 de março de 2023

A BÍBLIA E A SUA LEITURA

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

1. O que é a Bíblia? A palavra deriva do grego, com o significado de "os livros". Em latim, e, por derivação, em português, o termo grego transformou-se num singular feminino -- Bíblia --, designando o conjunto dos textos que formam o que também se chama a Sagrada Escritura. Abrange, na sua totalidade, o Antigo Testamento e o Novo Testamento, contendo 73 livros e constituindo, portanto, uma pequena biblioteca. A sua formação e redacção demorou mais de mil anos. É necessário ter isso em conta, pois não é um livro como o entendemos agora, escrito por um autor e num determinado tempo. Trata-se de uma obra de numerosos autores, muitos até desconhecidos, e alguns dos escritos são inclusivamente o resultado da compilação de tradições e textos anteriores.

sexta-feira, 24 de março de 2023

AVENIDA JOSÉ ESTÊVÃO


A nossa Av. José Estêvão na mesma perspetiva com dezenas de anos a separá-la. Vejam a evolução da Gafanha da Nazaré.


Nota: A foto antiga foi-me cedida pelo Ângelo Ribau, meu bom amigo, já falecido, A de baixo foi registada por mim da torre da Igreja Matriz.

PASSAR DA MORTE À VIDA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana


1. No 5.º domingo da quaresma, o evangelho (Jo 11, 1.45) narra-nos a ressurreição de Lázaro para fortalecer a nossa fé na ressurreição do Senhor que celebraremos em breve, na Páscoa. É o mistério central da fé católica que deve iluminar a nossa vida presente e fundamentar a nossa esperança na vida para além da morte. Portanto, é de primordial importância fundamentar a fé na ressurreição e compreender o seu alcance de modo a que transforme a nossa forma de viver orientando-nos para a vida plena, fecunda, que não acaba na morte. Nesse sentido, o evangelho de São João deste domingo começa por contar a doença de Lázaro e o recado de suas irmãs a Jesus na expetativa de que Ele pudesse ir rapidamente e curá-lo. Jesus era amigo íntimo de Lázaro bem como de suas irmãs Maria e Marta. Ao receber a mensagem da doença do grande amigo, Jesus não se apressou, mas demorou-se no lugar onde se encontrava afirmando que a doença seria para dar glória a Deus. Quando decide dirigir-se a casa de Lázaro, dá a entender que Lázaro morreu, mas que algo de misterioso vai acontecer “para que eles acreditem”.

quinta-feira, 23 de março de 2023

DIA MUNDIAL DA METEOROLOGIA

Conta-se que uns engenheiros andavam numas aldeias serranas, que bem podia acontecer no nosso país, a proceder ao levantamento de alguns dados geográficos para estudos científicos. 
Manhã cedo, lá iam eles serra acima, cruzando-se, normalmente, com um velho pastor que guiava o seu rebanho. Para meter conversa, perguntavam-lhe pelo tempo e o pastor respondia de pronto o que os esperava: Chuva, vento brando ou forte, chuviscos, trovoada, sol radioso e por aí fora, que as nuvens diziam tudo, sublinhava, antevendo ainda o tempo que faria nos dias seguintes. E o engenheiro-chefe comentava:
— Estes velhos sabem muito; com um simples olhar e com a experiência da vida sabem mais que os meteorologistas.
Ora acontece que um certo dia, depois de tantas certezas ditadas sobre o tempo, certezas que tranquilizavam os nossos engenheiros, a eterna pergunta dirigida ao pastor lá veio:
— Então que tempo teremos hoje, meu amigo?
— Hoje nada posso dizer, senhor engenheiro, acabaram as pilhas do meu rádio.

NOTA: Publiquei esta história há anos, mas quando verifiquei que hoje se celebrava o Dia Mundial da Meteorologia, não resisti à ideia de a republicar. 

quarta-feira, 22 de março de 2023

DIA MUNDIAL DA ÁGUA


O Dia Mundial da Água, que hoje se celebra, convida-nos a divulgar a urgência de preservar e poupar este recurso natural de valor incalculável. Se há água potável em abundância em muitos lugares de Portugal e do Mundo, é bom que nos lembremos que no planeta Terra ela escasseia de forma assustadora.
Sabemos que a água é indispensável à vida, em geral, nomeadamente na saúde, na agricultura, no consumo doméstico, na indústria e na sustentabilidade ambiental.
Importa, por isso, ter em conta que as alterações climáticas provocam impactos negativos nos recursos de água. Sabe-se, ainda, que a falta de água gera secas que põem em risco o ecossistema.
Todos sabemos que na nossa região há água em abundância, enquanto em muitas regiões do Globo o precioso líquido escasseia, não sabendo nós o que nos reserva o futuro.

UM SONETO DE FLORBELA ESPANCA

PERDI MEUS FANTÁSTICOS CASTELOS

Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma…
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre o mar de bruma…
— Tantos escolhos! Quem podia vê-los?
Deitei-me no mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias…

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas…
sobre o meu coração pesam montanhas…
Olho assombrada as minhas mãos vazias…

Florbela Espanca

COMANDANTE ROCHA E CUNHA NASCEU NESTE DIA

22 de Março de 1876

Nasceu neste dia, 22 de Março de 1876, o Comandante Silvério Ribeiro da Rocha e Cunha, grande impulsionador das obras do Porto de Aveiro, publicista e ministro da Marinha.
Evoco este ilustre aveirense pelo seu contributo para as obras do Porto de Aveiro, que muito impulsionaram  o desenvolvimento da nossa região, em especial, e da nossa terra, em particular.

NOTA: No primeiro ano do ciclo preparatório da Escola Comercial, tive um professor de Português, Rocha e Cunha, que seria filho dele... 

terça-feira, 21 de março de 2023

RUI NABEIRO: EXEMPLO RARO

Faleceu um homem bom e generoso, que todos admiramos. Rui Nabeiro ficará na história do nosso país, por todo o bem que fez em prol da sua comunidade, Campo Maior, e Portugal. 
Sobre este empresário, que venceu muitas batalhas sem nunca sair da terra das suas origens e das suas gentes, já se falou e escreveu muitíssimo. Contudo, ainda haverá muito que dizer por quem o conheceu de perto e percebeu a sua coragem e determinação em não deixar ninguém para trás nos caminhos da vida.
Não conseguindo acrescentar nada ao muitíssimo que foi referido sobre a sua capacidade de trabalho e visão de futuro, ouso manifestar o desejo de que todos nós, cada um na sua  área  profissional e  de intervenção social e  empresarial,  saibamos e queiramos imitá-lo.
Que Deus o acolha no seu regaço maternal.  

ONDE ESTÁS, QUE NÃO TE OIÇO?



Meu querido, este mundo tal qual o conhecemos não é um
Marta Dutra
sítio recomendável para uma criança com a tua
sensibilidade, com a tua forma inocente de ver as coisas, 
onde tudo parece realmente simples e linear. Encontramo-
-nos longe desta realidade. A Humanidade desordenou os 
dias e fez deles um inferno não apenas para os humanos, 
mas também para outros seres vivos.
Talvez escrever-te o que penso e sinto te possa ajudar a 
integrar e a defender-te desta desumanidade que nos 
aniquila. Talvez alertar, talvez … embora, por muito que 
tente, nós passamos pelas experiências que temos de passar 
e aprendemos sobretudo por nós próprios.

Página 56

...

Orlando Figueiredo
Junto à nossa casa há um parque grande com muitas 
árvores, pavões que andam em liberdade nos caminhos, um 
lago, com peixes coloridos e patos a nadar de cabeça para 
baixo.

Agora que já estou crescido, costumo ir ao parque, aos 
sábados, jogar à bola com os vizinhos e os amigos da 
escola. À entrada, está um velho de barbas, sentado, a 
vender tremoços. Coitado, só tem uma perna. Uma vez, 
ouvi-o gritar, espumando de raiva, a um miúdo que lhe 
chamou perneta, que tinha ficado sem a perna na guerra .

O que é a guerra?

Tenho pena dele, porque não pode jogar à bola.


Página 57

...


Onde estás, que não te oiço? é um livro de poesia de Marta Dutra e Orlando Jorge Figueiredo, com Prefácio de Olinda Beja — escritora. A capa é de Laura Frías Viana e as imagens são de Gina Marrinhas (capa, Outono e Inverno), e de Sérgio Azeredo (Verão, Primavera).
Com os autores, Olinda Beja entrou na casa “onde foram felizes embora a separação lateje já no nosso pensamento ante a morte e o nascimento que se adivinham pelas sábias palavras que os poetas transportam para os textos”. Lembra que o livro, que espelha as quatro estações, encerra com o Outono, “a mais bela das quatro estações, a mais real, a mais pura”.
Os autores dedicam o seu trabalho a todas as crianças vítimas da guerra e  Olinda Beja manifesta o seu desejo, que é também o nosso: “Que maravilhosas vozes as destes dois poetas, Marta Dutra e Orlando Jorge Figueiredo! Oxalá o livro seja lido tantas e tantas vezes até ficar bem colado à consciência dos homens que dirigem os destinos do mundo”.

F.M.  

segunda-feira, 20 de março de 2023

À PRIMAVERA - UM POEMA DE MIGUEL TORGA


À PRIMAVERA

A vida anda possessa de Poesia!
Anda prenha de mosto!
Ou é da luz do dia,
Ou é da cor do rosto,
Ou então quer abrir-se, neste gosto
De pão com todo o sal que lhe cabia!

Tem narcisos de amor no coração,
Folhas de acanto nos sentidos!
E carícias na mão
A espreitar dos tendões adormecidos!

Toca-se numa pedra, e ela treme!
Murmura-se uma prece, e a boca grita!
A rabiça do arado é como um leme
Sobre a terra que ondula e ressuscita!

Quem avoluma a sombra, ou quem a teme?
Cada presença é um hino que palpita!
E se na estrada alguém discorda e geme,
Ninguém que vai no sonho o acredita!

Serás tu, Primavera?
Tu, com frutos na rama do futuro,
Com sementes nos pés
E flores inúteis sobre cada muro,
Contentes só da graça que tu és!


Miguel Torga
In  POESIA COMPLETA

PRIMAVERA DE 2023


Chegou a PRIMAVERA. Sol a brilhar, temperaturas agradáveis e o sorriso franco no rosto de quem esperava com ela na esperança de dias mais agradáveis. Oficialmente, ocorre às 21h24, momento em que o dia é igual à noite. É o equinócio da Primavera. Depois, começam a crescer. 
Votos das maiores venturas para todos.

domingo, 19 de março de 2023

LEMBRANÇA CONSOLADORA DO MEU PAI


Armando Lourenço Martins
“Celebra-se hoje o Dia do Pai. Também a Igreja celebra São José. Associo muito o meu pai a São José. Ambos trabalhadores com responsabilidades familiares. Ambos humildes e dados a um certo e normal silêncio. Ambos conscientes dos seus deveres sociais e religiosos. Ambos crentes num Deus Criador. Ambos disponíveis para enfrentarem dificuldades. Ambos com grande capacidade de sacrifício. E ambos sabiam amar muito.
O meu pai faleceu há bastantes anos. Foi nos idos de 75 do século passado. Inesperadamente. De forma apressada e sem hipótese de cura. Nunca o tinha visto doente. Nunca se queixava de qualquer incómodo que nos levasse a pensar num possível enfarte. Era um homem saudável e até brincava com as nossas fraquezas. Mas a primeira doença que teve foi fatal.”
Partilho estas frases escritas há anos. E não será preciso dizer mais nada, a não ser que o meu pai continua comigo na caminhada da vida. Até um dia, querido pai.

Fernando Martins

sábado, 18 de março de 2023

VASCO GRAÇA MOURA

 SONETO DA POESIA NARRATIVA 


foi assim que cheguei à poesia narrativa:
nos poemas moviam-se figuras
e a essas figuras aconteciam coisas
e essas coisas tinham um sentido deslizante,
era uma espécie de hipálage do mundo:

com precisão a seta era dirigida
à maçã equilibrada na cabeça da criança,
mas devolvia-se ao arco, depois
de varar o coração dos circunstantes
e era a vibração do arco a derrubar o fruto,

num zunido do ar que a flecha deslocava
na sua trajetória. foi assim que cheguei
à poesia narrativa: havia flores nos alpes
e a corda em vibração levava à música.

In Encontros de Talábriga 
3.º Festival Internacional de Poesia de Aveiro - 2001

TENHO OUVIDO VOZES

Neste sábado, tenho ouvido vozes pelo telefone e telemóvel de amigos que não vejo há muito. E foi agradável perceber que os amigos, os autênticos, são para a vida. Eu sei, todos sabemos, que levamos os nossos dias com muitas tarefas e preocupações, marginalizando, quantas vezes, a família e até os amigos. Foi, por isso, um dia de boas recordações.
Como vivo um tanto ou quanto limitado, certamente por culpa da pandemia do Covid-19, o que é notório é que perdemos os ritmos antigos da convivência, da participação em atividades solidárias, de passeios por ambientes onde é fácil “lavar” o cérebro. Estou, por isso, à espera de temperaturas mais amenas para ganhar coragem e para dar umas voltas. Até lá, vou apreciando pelas janelas as nuvens, os ventos e a chuva, com os seus conselhos que não descuro.
Bom fim de semana para toda a gente.

ESCUTAR JESUS QUE ME CHAMA PELO NOME

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana


A cura do cego de nascença provoca uma subida de tensão entre os fariseus e Jesus. A oposição é clara. O povo inclina-se para dar razão ao proceder de Jesus e distanciar-se dos mestres da Lei. A polémica sobe de tom e a linguagem também. O confronto avizinha-se e estala na Festa das Tendas. Jesus pronuncia o seu último discurso em público, o discurso do Bom Pastor, que João, o narrador do episódio, recompõe e relata de modo admirável. Discurso em que Jesus recorre a metáforas de sabor bíblico e reafirma a sua identidade. “Eu sou a porta”; “Eu sou o bom pastor”. Afirmações repetidas duas vezes. Em contraposição, os outros ficam excluídos e desautorizados. Que sentimentos terão assaltado o coração dos ouvintes e, sobretudo, o dos fariseus!

AS DEZ CHAGAS DA IGREJA

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 



O padre italiano Antonio Rosmini foi um notável filósofo e teólogo do século XIX, que, perante as transformações que então se operavam, escreveu, por amor à Igreja, em 1832, um livro famoso com o título Delle cinque plaghe della Santa Chiesa (Sobre as cinco chagas da Santa Igreja). Desgraçadamente, a obra foi condenada e colocada no Index Librorum Prohibitorum (Catálogo dos livros proibidos). Mas, lentamente, a sua memória foi reabilitada e até foi beatificado em 2007 por Bento XVI. Em síntese, quais eram essas chagas? "O distanciamento entre o clero e o povo (na vida e na liturgia —  não esquecer que as celebrações litúrgicas eram em latim); a fraca formação do clero, tanto no plano cultural como espiritual; a desunião entre os bispos; a intromissão da política na nomeação dos bispos; a riqueza acumulada pela Igreja".
Na esteira de Rosmini, o padre espanhol Luis Pose Regueiro, historiador da Igreja, acaba de publicar em Religión Digital, "as dez chagas da Igreja". Baseado no essencial do seu texto, deixo aí uma reflexão sobre essas chagas.

sexta-feira, 17 de março de 2023

CANTIGAS POPULARES

Etnográfico da Gafanha da Nazaré apresenta trajes antigos

Gafanha da Nazaré: 
Cantigas Populares - Registo de 1919

Senhora da Nazaré,
Ó Nazaré da Gafanha,
A quem Deus quer ajudar,
O vento l'apanha a lenha!

A Gafanha foi à bulha,
A Barra foi acudir,
S. Jacintro teve medo,
Costa-Nova pôs-se a rir.

Hei-de casar na Gafanha,
Hei-de ser um gafanhão,
Para vender as batatas,
Às meninas de Alqueidão.

In Etnografia Portuguesa de Leite de Vasconcelos, Vol. III

A SEMANA PASSA A CORRER

A semana passa a correr. Até me parece que o domingo foi ontem e já amanhã é sábado. Uma ou outra atividade cá por casa, uma ida ao médico, um ou outro escrito para o meu blogue e o fim de semana está à porta.
Como passei a maior parte da vida a trabalhar só tinha algum tempo livre aos fins de semana e nas férias. Agora, que tenho mais tempo sem compromissos, até parece que estou a perder a vontade de usufruir o lazer.
Tenho que animar a minha formar de estar na vida. Parar é morrer.
Bom fm de semana para todos.

quinta-feira, 16 de março de 2023

MULHERES DE AVEIRO

 

Encontrei esta preciosa imagem das Mulheres de Aveiro numa antiga revista que mora no meu sótão. Aqui a dedico a todos os meus amigos e amigas da cidade dos canais. 

NOTA: Se conseguir melhorar a imagem, farei a troca.

quarta-feira, 15 de março de 2023

terça-feira, 14 de março de 2023

TELEFONES DE MOEDAS

Quando saio de casa, reparo que muita gente  anda, frequentemente, de telemóvel na mão, pronto para ser colado ao ouvido. E muitos jovens dão-se ao luxo de o usar mesmo quando fazem outras coisas. O treino permite tudo.
Com estes hábitos, cheguei à conclusão de que os telefones tradicionais caíram em desuso. Afinal, andava enganado. Hoje mesmo, em Aveiro, encontrei um telefone de rua, à espera de umas moedas para ser utilizado.

segunda-feira, 13 de março de 2023

A PREGUIÇA

Não me considero um preguiçoso porque a educação me preparou para o trabalho, fonte da realização de uma vida digna. E assim tenho vivido com essa noção desde que me senti como pessoa responsável. Mas há dias em que não apetece fazer nada. Hoje tenho estado a sentir que a preguiça me quer dominar, provocando-me uma soneira sem medida. Daí resulta o nada ter feito de positivo, para além de arrumar papelada e livros sem qualquer critério, olhando apenas para a altura das prateleiras. Já não é mau.
Como no meu cérebro não senti qualquer seta a indicar-me um caminho desafiante, resolvi adiar para amanhã os hábitos normais. E hoje fico-me por aqui.

UM ENCONTRO IMPREVISTO

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO



Existe, de facto, uma distância enorme 
entre o que dizem as narrativas evangélicas 
acerca do papel que Jesus atribuiu às mulheres 
e a sua situação subalterna na Igreja desde há muito tempo.


1. A publicação do Relatório da Comissão Independente provocou uma Carta do Patriarcado de Lisboa que me pareceu adequada. Depois da conferência de imprensa da Conferência Episcopal Portuguesa (3/3/2023), as declarações posteriores de D. Manuel Clemente resultaram numa grande confusão. O bispo auxiliar de Braga, Nuno Almeida, secundado pelo padre Mário Rui Oliveira, canonista, que trabalha num dos tribunais do Vaticano, procuraram clarificar a situação ajustada à defesa das vítimas de abusos sexuais. Gostei muito de ler a longa exposição, bem documentada e articulada, do Jornal 7Margens do dia 6 de Março.
O Papa Francisco já tinha afirmado que a Igreja não pode esconder a tragédia dos abusos, quaisquer que sejam, e acrescenta que “pedir perdão é necessário, mas não é suficiente”.