Os olhos do céu choraram
Lágrimas apressadas,
Lágrimas tristes, magoadas
Trazidas nos braços do vento.
Eram gotas de saudade
Eram sonhos sem idade
Eram fios de prata no tempo.
A chuva molhou o silêncio da noite.
Abriu com mãos ágeis de criança
A arca dos meus segredos
O baú dos meus medos
E deixou-se ficar.
Trouxe com ela a saudade
Das memórias guardadas
Em caixinhas bem fechadas
Dos desejos por contar.
A chuva molhou o silêncio da noite
E fez dos desejos, medos
E dos medos fez segredos
Que continuei a guardar.
E na noite escura e fria
Fiquei de alma vazia
E deixei a saudade entrar.
Odete Filipe
NOTA: Encontrei este poema de que gostei no blog "Convida Saberes", com o qual colaborei durante a sua existência. O poema é de Odete Filipe que não vejo há anos. Gostaria de ter a sua autorização para o publicar, mas não tenho os seus contatos. Uma saudação amiga para a Odete Filipe.