PERDI MEUS FANTÁSTICOS CASTELOS
Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma…
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!
Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre o mar de bruma…
— Tantos escolhos! Quem podia vê-los?
Deitei-me no mar e não salvei nenhuma!
Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias…
Sobem-me aos lábios súplicas estranhas…
sobre o meu coração pesam montanhas…
Olho assombrada as minhas mãos vazias…
Florbela Espanca
quarta-feira, 22 de março de 2023
UM SONETO DE FLORBELA ESPANCA
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