Manuel Filipe Fernandes nasceu na Gafanha da Nazaré, a 18 de dezembro de 1899. Filho de Duarte Filipe e Ana de Jesus Caleiro.
No ano de 1919 obteve o seu Diploma na Escola de Ensino Normal de Aveiro, tendo exercido a sua profissão de professor primário na Escola Primária da Cale da Vila por mais de 50 anos.
A 9 de abril de 1928 contraiu matrimónio com Maria da Luz Carlos, também professora primária na Gafanha da Nazaré. Deste casamento nasceram dois filhos, Juvenal, oficial da Marinha Mercante, e Hermengarda [professora].
O Professor Filipe era um pessoa muito preocupada com o desenvolvimento da Gafanha e além do seu papel como educador, em 1938 torna-se o sócio n.º1 da Cooperativa Elétrica da Gafanha e o primeiro Presidente da Direção desta instituição.
A Cooperativa Elétrica da Gafanha tinha como objetivo a aquisição e fornecimento de corrente elétrica de forma a alimentar a iluminação pública e de particulares que desejassem associar-se. Entre os fundadores encontramos o Mestre Mónica e João Maria Vilarinho.
A 2 de junho de1969 foi agraciado com a Medalha da Ordem da Instrução e nesse mesmo ano, recebe uma homenagem por parte dos seus colegas de profissão.
Faleceu a 22 de janeiro de 1986, com 86 anos.
Informação Memorial sobre o Topónimo
O professor Filipe foi um cidadão muito respeitado na Gafanha da Nazaré, tanto como professor da escola da Cale da Vila, onde foi mestre de algumas gerações, como na comunidade, envolvendo-se, direta ou indiretamente, na defesa dos interesses da nossa terra. Homem de trato simples e afável, modesto no viver e simpático por natureza na conversa com toda a gente, marcou muitos dos que tiveram o privilégio de o ter por amigo. Com a maior naturalidade, deslocava-se de bicicleta na Gafanha da Nazaré e quando ia a Ílhavo e Aveiro. Depois de aposentado, por limite de idade (70 anos), colaborou nos serviços da paróquia, no registo de batizados, casamentos e óbitos, usando uma caligrafia muito personalizada.
Permitam-me que destaque neste curto memorial o gosto que ele tinha pelas flores que cultivava no seu quintal, com talhões feitos a régua e esquadro, flores que se destinavam, julgo que fundamentalmente, a enfeitar a campa de sua esposa, falecida em 20 de Abril de 1950. Todos os domingos, antes da missa da 11 horas, ia ao cemitério depositar o ramo de flores que amorosamente colhia no seu jardim
Informação Histórica do Topónimo
1 - Trabalho elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) da CMI;
2 - Na Gafanha da Nazaré, encontramos a Rua Prof. Filipe. Este topónimo foi uma proposta apresentada pela Junta da Freguesia da Gafanha da Nazaré a 29 de agosto de 1991 (Ata da JFGN n.º 38/91, de 29 de agosto de 1991).